Coreia do Sul, Seul — 23h10min
Olhar para o céu sempre me acalmava em horas de tensão, fazia-me esquecer dos diversos problemas que a vida me causou. Quando estava ali, parecia que eu finalmente tinha paz na vida, um cenário completamente diferente de todo o caos que percorria as ruas escuras da minha cidade. Eu apenas ficava entristecida por não ver as lindas estrelas brilhando no céu azul, pois as luzes da cidade impediam que elas pudesse ser vistas.
Levantei-me da beirada do prédio em que estava sentada, observando a cidade que estava recheada de olhares de predadores famintos; tolos. Eram pessoas que não pensavam em mais nada além de bem materiais. Respirei fundo, e meus ouvidos captaram um som vindo do bracelete que eu usava. Apertei em um dos seus botões entre os dedos.
— Fez o que eu te pedi? — Uma voz masculina com um ar de grosseria ecoou pelo aparelho que eu usava.
Já estava farta daquele homem, mas não podia fazer nada contra ele, pois fora ele quem havia me contratado para fazer aquela operação. Contudo, acho que nunca na vida lidei com um homem tão escroto como ele. O cara me causava repulsa de tão nojento que conseguia ser.
— Sim, peguei todas as informações que o senhor me pediu, vou lhe entregar tudo agora mesmo. E espero que esteja com o meu dinheiro, caso ao contrário, eu queimo todas essas informações, e nós dois saímos perdendo nesse jogo estúpido.
— Não se preocupe, irei entregar o dinheiro. Estou lhe esperando.
Quando nossa conversa chegou ao fim, ele apenas finalizou a ligação. Eu sentia certa repulsa por estar nesse meio, envolvida nesse caos todo, mas era a única forma que encontrei de sobreviver naquela cidade. Não tinha escolha, precisava fazer tudo aquilo. Vivia uma vida que não poderia mudar nunca, pois, caso o fizesse, teria que pagar com pelas consequências de minhas ações do passado.
Continuei observando a cidade, enquanto mais barulhos eram captados por mim, fazendo-me bufar por eles estarem estragando o doce silêncio da noite que pairava no ar. Eu ouvia os passos e as vozes das várias pessoas, as quais estavam tentando arrombar a porta que dava para a sacada do prédio no qual eu estava. Bem, não vou mentir, vê-los se esforçando tanto para abrir aquela portinha, fora o desespero que transparecia em cada um à medida que tentavam concluir tal ato, até que era divertido, fazia-me soltar risadas sopradas.
Virei minha cabeça em direção a eles, tentando analisar melhor a situação, observando-os até o momento em que conseguiram arrombar a porta depois de várias tentativas falhas. Seus olhares transmitiam medo ao depararem-se comigo, e, no fundo daquelas pérolas negras, era possível ver o desespero que eles sentiam para conseguir me pegar. Tenho certeza que o chefe daqueles caras acabaria por fazer alguma coisa com cada um deles caso não conseguissem recuperar as informações roubadas por mim.
Isso era tão divertido.
Apenas permiti um sorrisinho transparecer por baixo da máscara a qual usava e deixei que meu corpo caísse do prédio, sentindo o vento forte bater contra o meu ser causando-me um frio imenso, porém, era um frio tão bom que eu poderia cair de prédios toda hora apenas para sentí-lo. Fechei meus olhos para aproveitar melhor a sensação de queda livre, até que pego o aparelho que ficava em minha cintura. Ele ficava preso à um cinto o qual sempre carregava comigo, pois esse continha todos os equipamento necessários para minhas missões.
Era uma corda de couro que possuía um gancho em sua extremidade, tal item me ajudava a pular pelos prédios da cidade, mas eu não negava às vezes a ignorava e pulava sozinha quando via que tinha chances de chegar do outro lado. Aquele era um dos equipamentos mais precisos e necessários para meu tipo de trabalho, sem ele, as coisas poderiam complicar bastante para o meu lado, infelizmente.
Consegui me afastar bastante da zona de risco na qual estava antes, ficando agachada na ponta de um prédio. Com meus óculos especiais, eu conseguia ver tudo que acontecia na cidade, por isso notei quando, ao longe, algumas viaturas da polícia com sirene ligada começaram a percorrer a área. Um sorrisinho ladino brotou em meus lábios, então eu me levantei para seguir meu percurso.
Minha mente se encontrava tranquila e livre de preocupações, mas, ao me virar, vi uma figura trajando vestes escuras parar bem em minha frente, o que fez com que eu desse dois passos para trás e ficasse em posição de ataque, apenas à espera de seus primeiros movimentos. Cogitei a idéia de fugir por trás, contudo, ao olhar na direção da minha rota de fulga, vi mais uma figura parada. Gostaria muito de saber o que estava acontecendo ali, mas, ao que tudo indicava, nenhum daqueles dois pareciam dispostos a falar alguma coisa para a minha pessoa.
— E eu achando que iria voltar pra casa cedo — comentei para mim mesma, revirando os olhos.
Observei ambos, que estavam me cercando, prestando atenção em qualquer movimento que eles poderiam cogitar fazer. Com um extremo cuidado, tentei levar minha mão em direção ao meu cinto, pegando meu bastão portátil; mas meus movimentos não passaram despercebido por nenhum deles.
Os dois vieram em minha direção como uma dupla de animais selvagens querendo comer sua presa. Eu rapidamente desviei de ambos, pulando para o lado, mas meu pé foi preso por uma kusarigama e fui puxada com força na direção contrária para qual estava indo. Antes que ele pudesse me atingir com a lâmina de sua kusarigama, consegui me defender usando meu bastão e passando por debaixo de suas pernas.
Assim que me levantei do chão de forma rápida, o outro já estava correndo para me atacar com duas adagas empunhadas em suas mãos. Eu desviava de cada movimento com muita rapidez e o atingia com o meu bastão, entretanto, minhas tentativas de golpeá-lo eram sempre em vão. Não demorou muito para eu precisar contra-atacar ambos ao mesmo tempo, esses que tentavam me derrubar de qualquer forma. Alguns cortes foram feitos em mim, sendo a maioria em braços e pernas por conta das adagas e a kusarigama. Caso conseguisse acertar um deles sobre as pernas ou braços sei que os impediria de lutar por conta da força que eu estaria depositando sobre o bastão, seria o bastante para deslocar um osso ou até quebrá-lo, todavia, aquela estava sendo uma tarefa bem complicada.
Estava sem dúvidas em desvantagens. Dois contra um? Era como se eu estivesse pedindo para ter a minha cabeça arrancada por eles. Acabei conseguindo manter distância dos dois por um breve momento, podendo assim pegar uma das boleadeiras — que consistia em duas bolas de ferro presas na extremidade de um cordão —, lançando ela sobre os pés de meus dois inimigos e deixando-os presos por alguns minutos, tempo suficiente para eu pudesse escapar dali rapidamente.
Não é como se fosse muito complicado lutar contra duas pessoas ao mesmo tempo, mas quando ambos são especialistas em luta corporal e a distância fica um tanto complicado. Por isso, preferi sair dali antes de acabar sendo morta por aqueles dois, afinal, não mais havia motivos para lutar, já tinha pego o que queria.
Jogava-me pelos prédios e andava por lugares totalmente estreitos, tentava desviar das armas que eram lançadas em minha direção enquanto os dois malditos tentavam me alcançar, mas vez ou outra eu falhava nisso, ganhando assim machucados em meus braços. Acabei ficando tão preocupada em desviar das adagas jogadas em minha direção, que fui pega de surpresa por um deles, sendo jogada contudo em uma parede, batendo forte minhas costas contra a mesma. Eles me cercaram.
Ah, aquilo estava ficando complicado demais...
Respirei fundo, pegando novamente meu bastão e indo contra-atacar o inimigo, desviando de alguns dos seus golpes com rapidez e sutileza. Mesmo que levasse golpes, eu não ficava para trás, acertando outros diversos nele. Do meu nariz, sangue já escorria, e a máscara que cobria meu rosto já estava quase rasgando.
Eu estava ficando irritada, odiava ser contrariada. Um deles me segurou por trás e, quando o outro estava vindo em minha direção, apenas o chutei, dando uma cotovelada no que estava atrás de mim. Passei por baixo de seu braço direito, pegando-o e dobrando-o para trás, torcendo sua mão antes de chutá-lo para longe.
Ao me direcionar para o outro, corri em sua direção para tentar um ataque direto, mas o mesmo foi mais rápido ao lançar sua kusarigama. Para desviar, deslizei meu corpo sobre o chão, curvando minhas costas ao máximo possível. Levantando com rapidez, continuei correndo em sua direção, acabando por entrelaçar minhas pernas em volta de seu pescoço desferindo socos em seu rosto, sabendo que ele ficaria bastante machucado, pois, amarradas aos nodolos de meus dedos, haviam pedras.
Fazendo certo esforço, jogando meu corpo para trás, consegui fazer com que seu corpo viesse junto ao meu e seu rosto batesse contra o chão. Porém, antes que eu fizesse outro movimento, senti algo em meu pescoço, sufocando-me e me puxando para trás.
Tentei afastar aquilo de minha pele o quanto antes, ou ao menos conseguir atingir a pessoa atrás de mim, mas era quase impossível. O cara que eu tinha conseguido derrubar no chão acabou por se levantar, vindo até mim com um pano em mãos. Já quase perdendo todo o meu ar, e com a minha visão turva pela falta de oxigênio, não pude fazer nada para impedir ele de retirar minha máscara e aproximar aquilo de meu nariz. Aos poucos tudo foi ficando preto e eu me sentia totalmente indefesa, uma sensação que eu não conhecia há um bom tempo. Fui solta por eles, mas apenas pude cambalear de um lado para o outro, não tendo equilíbrio para me manter em pé, acabando por cair no chão desacordada.
[...]
Sentia todo o meu corpo dolorido e minha consciência voltando aos poucos, enquanto me perguntava o que raios havia acontecido. Tudo ainda continuava escuro para mim e, mesmo que eu fizesse esforço, não conseguia acordar verdadeiramente ou me mexer. Por alguns segundos tudo continuou igual, mas logo passei a ouvir vozes ao fundo, elas murmuravam coisas inteligíveis para mim, não conseguia ouví-las direito. Isso prosseguiu, até que senti um balde de água fria me molhar inteira, despertando-me completamente.
Olhei em volta e percebi que tudo estava mal iluminado, mas dava para ver bem o ambiente mesmo assim. Quando direcionei meu olhar para frente novamente, apenas vi duas silhuetas ali, de braços cruzados. Consegui perceber quem eram pelas roupas que usavam, essas cobriam todos os seus corpos, tendo detalhes em prata na parte dos ombros, cotovelos e joelhos.
Olhei para mim mesma e percebi que estava presa a uma cadeira, tendo as pernas e os pulsos amarrados. Gostaria muito de saber que showzinho de filme é esse, porque, olha, tudo foi muito bem feito, hein.
— Idiotas. — Reuni todas as minhas forças para me pronunciar por conta do frio que eu sentia e por estar bastante cansada, por isso, quando finalmente disse aquilo, meu tom foi baixo e, talvez, quase inaudível para eles.
— O que você disse? — O mais alto dos dois perguntou, vindo para perto de mim, tentando me ouvir novamente. Abaixei minha cabeça e um sorriso ladino se formou em meus lábios rosados.
— Idiotas — repeti, dessa vez falando perto de sua orelha e, com rapidez, eu a abocanhei, puxando-a com a maior força que consegui, tendo sucesso ao arrancar um pedacinho mínimo.
Aquilo foi o suficiente para meus lábios se sujarem de sangue, tendo o pedaço de carne entre eles. Seu grito ecoou por todo o lugar, fazendo-me soltar um sorriso divertido com aquela situação toda.
— Desgraçada! — gritou ele com uma das mãos na orelha, desferindo um soco em meu rosto com a outra.
Agora eu podia sentir o sabor de meu próprio sangue em meu paladar. Voltei a encarar ambos com uma expressão cínica, cuspindo o líquido vermelho que escorria por minha boca.
— Não seja tão agressivo assim — comentou o outro.
— Quando o chefe de vocês vai chegar logo, hein? — questionei. — Se isso fosse um filme, ele deveria estar nessa sala quando me acordaram com o balde de água. — Estalei a língua no céu da boca numa demonstração de desgosto.
— Phrase incorrecte, fille stupide. — Uma voz diferente se fez presente no cômodo mal iluminado em que estava, bem como o barulho de uma porta sendo fechada.
Estranhei o timbre da voz, logo percebendo ser o de uma mulher, mas aquilo não era a única coisa estranha que eu notei ali, também percebi a outra língua que ela falava. Bem, era difícil de não notar isso quando te chamam de "garota estúpida” em francês.
— Prazer, sou “o chefe” dos homens que lhe trouxeram para cá, garotinha.
Aos poucos sua figura saía das sombras, permitindo-me vê-la melhor. A mulher com quem eu me deparava tinha cabelos longos que chegavam a bater na base de suas costas e olhos de um tom de verde belíssimo, os quais chamavam bastante atenção. Suas vestes eram formais, tratando-se de um vestido que ia até seus joelhos e bem colado ao corpo, sendo coberto por lantejoulas pretas. Além disso, seu sotaque francês era bastante presente em suas palavras, o que dava um toque de classe a mais nela.
— Estou impressionada em ver que não há um babaca em seu lugar.
— Homens não pensam com a cabeça de cima, servem mais para fazer o trabalho bruto do que tomar conta do serviço por baixo dos panos. Muito diferente de você. Pelo que me contavam sobre essa tal pessoa que se intitula Mercenário, achei mesmo que se tratasse de um homem.
— Perdão lhe decepcionar, senhorita, mas caso esteja procurando por serviços, aceito fazê-los de graça por você.
— Conversamos sobre esse seu serviço depois, por enquanto, estou a procura de outros serviços.
— Que bom que achou alguém com multifunções, senhorita.
— Bom, vou logo ao assunto, talvez você se interesse mais depois de me ouvir. Sua filha sabe sobre o seu trabalho, senhorita Lewis?
Ao ouvir aquilo, o sorriso que antes eu mantinha em meu rosto se desfez na hora, e uma expressão nada amigável fez-se presente. Caso eu não estivesse presa naquela cadeira, faria questão de enfiar meu bastão naquela boca nojenta repleta de batom vermelho. Vadia.
— Vejo que andou pesquisando sobre mim.
— Prefiro analisar todos os meus futuros inimigos para saber os pontos fracos de cada um, assim posso… Hm… Controlá-los de uma maneira bem melhor.
— Vou logo avisando que sou rancorosa.
— E eu vou logo avisando que não tenho pena de uma garotinha de 8 anos.
— Quando menos esperar, eu vou enfiar uma faca em sua goela, vadia.
— Guarde seu ódio para mais tarde. Rapazes soltem ela, por favor, e me sigam.
Se olhar fosse capaz de matar alguém, provavelmente essa mulher já estaria em pedaços dependendo de mim. O ódio que eu sentia por ela só aumentava cada vez mais, e eu queria esganar aquela vadia com as minhas próprias mãos. Olhei para os dois homens que estavam ao seu lado e virem até mim, para me tirarem de onde estava, enquanto ela dava as costas e andava pela sala até a saída.
Nunca dê as costas para seu inimigo, desgraçada.
Assim que fui solta da cadeira em que estava, massageei meus pulsos e me levantei, acabando por ser segurada pelos braços, passando a ser arrastada para seguir aquela demônia em formato de humano. Quando saímos daquela sala horrenda e entramos em um corredor branco vi o momento perfeito para pôr em prática o plano que minha mente estava elaborando o tempo todo.
Dei uma cotovelada no abdômen de um dos seus subordinados e, segurando a cabeça do outro, soquei-o com tudo em meu joelho, virei para o outro que já tinha levantado e dei alguns passos para trás. Corri em sua direção e usei as paredes como apoio, apoiando meu pé em uma e depois na outra, acabando por ficar no ar por alguns segundos, dando um soco no rosto do homem que foi com tudo para trás.
Ao cair de joelhos sobre o chão, levantei-me enquanto pegava uma adaga que sempre carregava comigo, presa em minha canela, enquanto andava em direção à moça que estava com uma expressão tranquila em seu rosto. Faltavam milímetros para que eu conseguisse fincar aquela merda em seu peito, mas, repentinamente, a morena tirou de sua bolsa de mão um controle.
— Se eu fosse você não faria isso, petite fille.
— O que mais você aprontou?
— Acha mesmo que eu só teria um plano quando te trouxesse para cá? Pensou errado, então. Bom, tente qualquer coisinha contra mim que e basta eu apertar esse botão. Quem está com sua filhinha, cortará a cabeça dela sem ao menos pensar duas vezes. Ah, e, caso consiga tirar o controle de mim ou me matar antes que eu faça qualquer coisa, as câmeras de segurança vão registrar tudo e todos que ficam na sala de segurança tem o meu mandado para ordenar ao rapaz que está com sua filha matá-la. Ou seja, de qualquer forma você sairia perdendo nisso tudo.
— Sua…
— Agora, continue me seguindo, mlle Lewis.
Aquele seu jeito soberana de ser causava-me irritação, e digamos que seu sotaque francês não me ajudava em nada a ficar mais calma com a situação e não fazer besteira. Odiava pessoas iguais a ela, que se punham sobre os outros. Patético.
Abaixei a adaga então e apenas a segui, andando por aqueles corredores brancos, até passar por uma porta que dava em uma sala repleta de computadores e onde havia vários homens presentes.
— Vamos agora ao assunto que interessa, senhorita Lewis. — Virou-se para mim com as mãos entrelaçadas, seu olhar convencido indicava sua crença de que eu faria qualquer coisa que ela disse para mim. — Quero contratar seus serviços.
— E por que exatamente quer me contratar, afinal, foi você mesma que disse que os homens servem para fazer o trabalho bruto, não é mesmo?
— Oui, chérie, no entanto, o que você precisa fazer, nenhum homem pode fazer mais. Acho que não deve ter percebido, sou a única mulher que trabalha aqui, tenho que cuidar dos negócios mais sociáveis, digamos assim. Porém, também temos outra garota, Diana, ela é quem desenvolve todos os equipamentos necessários para a máfia, mas não serviria para o que quero que faça. Você se intitula como mercenária, não é mesmo? Sendo que somente faz infiltração e roubos, por que faz isso, afinal?
— Por que eu mataria alguém com que não tenho envolvimento algum? Minhas infiltrações são para conseguir dados alheios para alguma pessoa que contratou meus serviços, entregando as informações, recebo uma quantia alta de dinheiro, que, caso não saiba, ajuda-me a sobreviver. Já roubos são a mesma coisa, roubo para sobreviver e quando outros me mandam fazê-lo. Caso queiram matar alguém, contrate outra pessoa.
— Parecia bem disposta a me matar.
— Tenho motivos para querer seu corpo separado da cabeça, agora. — Sorri sínica para a mulher, essa que virou-se novamente, indo até os computadores. Acompanhei ela, ficando ao seu lado. — O que quer que eu faça?
— Você irá se infiltrar na festa de um advogado, o senhor Park Jimin. Precisa coletar dados importantes do computador do escritório dele; caso não o faça isso, você sabe muito bem o que está em nossas mãos.
Seu rosto direcionou-se a mim, enquanto eu via as fotos que passavam nos computadores. Todas eram de um homem muito bem apresentável que provavelmente seria o advogado do qual ela falava. Olhei para ela de relance, vendo que não teria escolha a não ser fazer aquilo que a mesma pedia.
— O que me garante que, caso eu faça o que você quer, não irão machucar minha filha?
— Não confia em mim, chérie? Enquanto vários homens lhe passaram a perna, te humilharam e fizeram você se sentir inferior a eles, você tem a coragem de não confiar em uma mulher que passou pelas mesmas coisas que você para estar onde chegou? — Ela estalou a língua contra o céu da boca. — Não esperava isso de você.
— Como posso confiar na mulher que disse que mataria minha filha, hm?
— Eu cumpro com as minhas promessas, S/n. Não pense que eu sou um desses homens com quem você esbarrou na vida.
A olhei de baixo para cima, analisando aquela mulher mais uma vez, esperando encontrar algo que revelasse alguma coisa, algo que indicasse que tudo que ela falou não passava de uma mentira descarada, mas não achei nada.
— Cumpra com sua palavra. — Peguei a adaga que ainda estava em minhas mãos, jogando-a na parede atrás daquela mulher, fazendo com que a mesma passasse de relance contra o seu rosto. — Não vai querer me ter como inimiga, chérie.
Debochei de seu sotaque dando as costas a ela, saindo daquela sala. Queria ir embora dali o quanto antes. Já estava farta de tudo aquilo, tudo o que queria naquele momento era entregar os dados que havia roubado mais cedo e voltar para minha casa. Proteger quem você ama não é uma tarefa fácil quando se está no mundo do crime, mas nunca quis estar aqui, nunca quis ser quem sou, tenho repulsa de tudo que eu faço, porém, agora não há mais saída. Pessoas como aquela mulher vão atrás do seu ponto fraco para conseguirem o que desejam, enquanto que tudo o que eu desejo é ter uma vida normal com minha filha.
[...]
Coreia do Sul, Seul, sábado - 21h20min
Uma semana após S/n ser contratada para uma infiltração
Tudo em minha casa já estava em perfeito estado. Bem, quase tudo, faltavam alguns cômodos, mas pelo menos estava melhor que antes. O som da tv estava bem alto e, pelas vozes finas que soavam, percebi se tratar de um desenho qualquer que Adelyn assistia, apenas sorri com isso.
Nós já havíamos acabado de jantar, e eu lavava os pratos na cozinha enquanto pensava em algumas coisas. Desde que fui levada para aquele lugar e obrigada a fazer o que aquela vaca queria, tive que pesquisar bastante sobre o advogado Park já que, de início, não me deram muitas informações sobre ele. Alguns membros da máfia me passaram dados essenciais, os quais não tinha como saber por meio de uma simples busca na internet, como, por exemplo, a planta de sua casa, que serviu de grande ajuda.
O evento que o senhor Park daria ocorreria naquela noite. A vaca francesa preparou algumas coisas para mim, como um vestido de gala, o qual achei, bem… Elegante demais para a minha pessoa. Ela ainda mandou que Diana fizesse alguns apetrechos para mim que não fossem muito óbvios, eu ainda não os vira. Diana disse que levaria um tempo para quisesse fazer as modificações, mas trabalharia dia e noite para que ficassem prontos logo, então supus que só os receberia quando fossem me buscar.
— Mãe? — Uma voz soou ao meu lado, o que me assustou um pouco, quase fazendo com que eu quebrasse o prato que estava em minhas mãos. Coloquei uma das mãos sobre o peito, respirando fundo ao olhar para minha filha com um mínimo sorriso no rosto. — Você irá sair hoje?
— Sim, meu amor, irei. Eu não havia te contado?
— Sim, só queria confirmar com você antes… É que eu não queria ficar com aquele homem que esteve comigo semana passada.
O sorriso que antes estava em meus lábios automaticamente se desfez depois do que ela disse. Antes de eu sair, verifiquei se Adelyn estava dormindo, para garantir que ela não se preocuparia ou fizesse algo no apartamento que poderia causar problemas para nós, afinal, ninguém podia descobrir que eu deixava uma menor de idade sozinha. Contudo, Adelyn tinha sérios problemas para dormir, isso desde bebê, então, quando ela cresceu um pouco, passou a tomar um remédio controlado que a deixava sonolenta, isso a ajudava a dormir tranquilamente, por isso foi um choque saber que ela acordou na noite em que um dos capangas daquela vaca esteve aqui.
— É que aquele homem é estranho… Ele me deixava com medo porque vinha toda vez no meu quarto ver se eu estava dormindo… E ele tinha uma faca com ele, mamãe.
Eu estava me controlando tanto para não meter um soco na parede, ou quebrar todos os copos e pratos que estavam no escorredor. A raiva que sentia por aquela mulher aumentava cada vez mais, queria esganá-la com minhas próprias mãos, porém não podia arriscar o que tinha de mais precioso por uma vida que não vale nada. Respirei fundo, tentando me controlar, e me agachei sobre o chão, apoiando meus joelhos no mesmo, ficando na altura de minha filha. Peguei suas mãozinhas delicadas e depositei um beijo demorado em suas costas.
— Amor, não se preocupe, sim? Você vai ficar no apartamento da senhorita Aya, ela ficará com você até eu voltar, então fique tranquila, está bem?
Levei uma de minhas mãos até seus cabelos ondulados, os quais ela havia puxado do pai, assim como aqueles olhos verdes que hipnotizam qualquer um que olhasse. As únicas características que ela havia herdado de mim eram as sardas que eu tentava esconder ao máximo — pois simplesmente não gostava delas — e o nariz arrebitado.
— Okay, mamãe.
Seu sorriso me acalmava o coração, parecia que, em meio a tanto caos e desespero interno, Adelyn era a minha única luz, meu único amparo em meio a tudo aquilo. Eu simplesmente a amava de mais e faria de tudo para mantê-la longe da vida que resolvi seguir após seu nascimento.
Dou um selar em sua testa e me levanto, saindo da cozinha ao seu lado. Olho para o relógio que estava na parede da sala, vendo que já estava no horário para eu me arrumar. Ah, Deus, dê-me forças para aguentar aquela víbora em meu ouvido, até seu sotaque era irritante! Normalmente eu achava todo e qualquer sotaque lindo, mas o dela... causava-me um nervoso terrível.
Cadela imprestável.
Baguncei meus cabelos enquanto ia para meu quarto, o qual dividia com minha filha. Nosso apartamento era pequeno mas era o que podíamos pagar, possuía apenas um quarto e dois banheiros, além da sala e cozinha. O prédio não se localizava no melhor bairro, mas era bom e, mesmo tendo pessoas que são consideradas perigosas vivendo por ali, não havia com o que se preocupar, afinal, todo mundo sabe que nunca se rouba do próprio bairro, mas sim do bairro vizinho.
Ao chegar no quarto já fui retirando minhas roupas, deixando elas penduradas em um dos meus braços, enquanto no outro estava pendurada minha toalha, joguei todas as roupas no cesto de roupa suja e adentrei o banheiro. Liguei o chuveiro, deixando-o no quente. Era a melhor sensação de todas, um banho quente acalma todos os nervos.
Não demorei muito no banho e logo sai, começando a me secar enquanto voltava para o quarto, a fim de vestir o vestido que tinham me dado. Eles queriam que eu causasse uma boa impressão na festa, por isso fizeram questão de comprar um vestido. Ele era bem elegante, sem sombras de dúvidas, mas eu não havia o experimentado antes, então não sabia como ficaria.
Joguei a toalha em uma cadeira que ficava dentro do quarto e fui em direção à cômoda de roupas, tirando de lá um belo conjunto de peças íntimas vermelho escuro, com detalhes em preto que eu simplesmente amava. Peguei um produto de pele para passar e usei também um pouco de um dos perfumes que possuía, seu cheiro era delicioso, algo bem suave que não causava enjoo.
Fui então até minha escrivaninha, onde havia uma caixa branca com laço dourado em cima. Retirei a tampa e peguei o vestido, analisando-o. Não havia muitas opções naquele momento — na verdade, não existia mais nenhuma opção —, então apenas o vesti e fui até o espelho que ficava no canto do quarto, analisando meu reflexo.
Ele era extremamente lindo, algo que não se expunha muito, mas que atraia atenção por sua elegância, com um decote fechado repleto de lantejoulas prateadas, já sua saia era num tom cinza claro, mas havia um tule preto por cima, o que deixava tudo ainda mais bonito, se possível. Depois de um bom tempo me olhando no espelho, voltei para perto da cômoda de roupas, onde ficavam minhas maquiagens, começando a fazer uma simples e natural, já que eu odiava algo forçado demais.
Após terminar de me arrumar, coloquei uma sandália preta com o salto transparente, e peguei minha bolsa de mão. Estava pronta, só faltava eles aparecerem agora. Saí do meu quarto e, assim que Adelyn me viu, sua boca se abriu em um “O” perfeito, fazendo-me rir levemente de sua expressão.
— Você está linda, mamãe!
— Você acha, princesa?
— Sim! Parece uma rainha. — Sorri com seu comentário e andei a passos lentos até ela, abraçando-a com afeição. Adelyn era tudo para mim, meu tesouro mais precioso, nada poderia substituir o amor que sinto por ela, era a única coisa que me restava de bom nesse mundo. — Você vai à uma festa muito chique, não é?
— Sim, meu amor. É uma festa bem elegante, e eu fui convidada para ir, mas não pretendo demorar muito, está bem? Não quero deixar você a noite inteira sozinha. Bom, agora vamos para o apartamento da Aya?
A vi concordar com um gesto de cabeça e segurei sua mãozinha, caminhando pelo pequeno apartamento e saindo do mesmo. O apartamento da garota de 19 anos ficava no mesmo andar que o meu, há três portas de distância. Aya era uma jovem adulta que cuidava da irmã menor, Minjee, uma garota de 14 anos.
Ao chegarmos em seu apartamento apenas dei três batidas na porta e logo a mais nova apareceu, já havia lhe dito o básico antes, mas expliquei para ela que tentaria não demorar muito. Despedi-me de minha filha e logo voltei para o apartamento a fim de arrumar minha bolsa de mão. Peguei pequenas bombas de fumaça para o caso delas serem necessárias, um “batom” o qual era, na verdade, uma pequena faca, e pílulas de Boa noite Cinderela, entre outras coisinhas. Não tinha a intenção de machucar ninguém, apenas queria me certificar que tudo ocorreria bem. Olhei as horas vendo que já eram quase dez da noite; a vagabunda queria que chegasse mais tarde.
Ouvi meu celular vibrar e o peguei, quando vi o número soube imediatamente que eles haviam chegado, então apenas recusei a ligação e fui em direção à saída do prédio vendo que, em frente a ele, havia uma limusine. Eles estavam pedindo para serem roubados ali, só pode. Respirei fundo e fui até o veículo, abrindo a porta do mesmo e adentrando-o.
— Que bom que está mais do que apresentável para ir a esse evento, terá que causar uma boa impressão. — Chloé começou a falar no momento em que entrei — Tente não chamar a atenção do senhor Park, s’il te plait.
— Serei discreta.
— Bom. Diana preparou tudo que vai precisar usar durante a infiltração, ela teve alguns contratempos, mas conseguiu terminar, não é Diana?
Olhei para garota que estava sentada ao seu lado, vendo que a mesma estava com um notebook em seu colo e fones de ouvido, ela digitava rápido no teclado, parecia bem ocupada. Ao ouvir seu nome ser pronunciado por Chloé rapidamente nos olhou, retirando os fones de ouvindo e sorrindo minimamente para mim.
— Sim, foi difícil modificar os aparelhos para deixá-los mais discretos e elegantes, e posso dizer que esse não é o meu forte, mas consegui com sucesso. Fiz esse brinco para você, ele servirá para nossa comunicação, e esse colar, o pingente é, na verdade, uma câmera, assim poderei captar seus movimentos e te ajudar no que for necessário.
Ela me deu os equipamentos, e eu os analisei. De fato, todos eram bem discretos e só olhando bem de perto você conseguiria notar que havia sim algo diferente neles, mas, tirando isso, eram perfeitos para uma infiltração como aquela.
— Você terá que passar as informações do computador do escritório dele para esse pendrive, e precisará apagá-las do aparelho do senhor Park logo em seguida. — Chloé prosseguiu. — São informações extremamente importantes que poderiam acarretar em diversos problemas para máfia. Park pode ser apenas um advogado, mas já tivemos complicações com ele no passado e, vai por mim, esse homem pode ser mais perigoso do que imaginamos. Ele anda recolhendo todas as informações importantes de nossos ex-funcionários e de algumas vítimas; parece querer ter provas suficiente para derrubar o império que eu construí. Por isso, preciso que faça isso por mim.
— Certo, entendi perfeitamente toda a situação.
— Além de você, temos mais duas pessoas infiltrados na festa. O senhor Kim Taehyung e sua irmã Jennie Kim. — Apontou para duas pessoas que também estavam no automóvel. Ambos fizeram um sinal pra mim, e eu apenas retribui com um gesto simples de cabeça. — Eles são advogados próximos do Park, e você fingirá ser assistente pessoal de ambos. Certo?
— Certo — respondi, colocando os brincos e o colar que Diana havia me dado.
Enquanto não chegavamos no local, fiquei pensando em diversas coisas relacionadas àquilo tudo, então mal percebi quando a limusine parou e os outros dois desceram da mesma. Respirei fundo e também saí do veículo, ficando lado a lado dos Kim.
— Fique perto da gente, está bem? — falou a moça, olhando-me de solace.
— Nem tanto, não queremos que você estrague nossa imagem. Viemos somente porque é um evento e também para lhe dar cobertura e ter um motivo para uma garota misteriosa aparecer sem ao menos estar na lista de convidados. — Foi a vez do rapaz que estava do meu outro lado se pronunciar, lançando-me um sorrisinho cínico.
Apenas revirei os olhos com aqueles dois e, juntos, adentramos a festa, dirigindo-nos para o salão principal. Tudo naquele lugar era realmente bem bonito e organizado, havia uma quantidade grande de pessoas ali, então imaginei que seria difícil alguém sentir minha falta com tanta gente ao redor, entretanto, não era bom tirar conclusões precipitadas.
Fiquei acompanhando os irmãos Kim a fim não dar uma de suspeita depois. Era melhor permanecer um tempo perto deles antes de sair para realizar o plano; eu queria sair dali o mais rápido possível.
— Irmãos Kim! — Alguém os chamou.
A pessoa vinha em nossa direção acompanhada por dois homens. Ao olhar para o rapaz de cabelos cinzentos, sorri mínimo. Aquele era Park Jimin, o tal advogado que vim pesquisando tanto para realizar o trabalho sujo de Chloé.
— Vejo que marcaram presença em minha festa. — O Park ditou feliz, olhando para ambos, mas logo focando seus olhos negros em mim. Não querendo ser o foco do rapaz, desviei meu olhar do seu, tentando observar qualquer coisa mais interessante naquela festa; não que o acinzentado não fosse interessante... — Perdão, mas quem é a senhorita?
— Hm? — Voltei a olhar para ele quando o ouvi falar. Percebi que ele estava falando especificamente comigo, pois não havia mais nenhuma mulher ali no local a não ser eu e Jennie, mas ele já a conhecia. — Sou a assistente pessoal do senhor e da senhorita Kim. É um prazer conhecê-lo, senhor Park.
— O prazer é todo meu, senhorita.
O homem à minha frente pegou em minha mão delicadamente, levando-a até seus lábios carnudos e depositando um beijo sobre as costas da mesma. Sorri sem jeito para ele, pois era um ato seu que eu não esperava, de fato.
— Bom, irei deixá-los sozinhos.
Comentei, saindo de perto deles, indo para um lugar um pouco mais afastado, ficando perto da mesa onde havia algumas comidas e bebidas. Não queria ficar perto do Park por vários motivos existentes na face na terra, e o primeiro era o mais óbvio, a própria Chloé me disse para não chamar sua atenção. Aquela havia sido uma ordem e, pelo bem de minha filha, eu não ousaria desacatá-la, tudo estava ótimo do jeito que estava.
— Festa tosca. — resmunguei baixo para mim mesma, pegando uma taça de vinho sobre a mesa e levando até meus lábios, saboreando o sabor do vinho branco.
Estava um tanto quanto nervosa? Sim, estava, pois era uma infiltração bem diferente das que eu costumava fazer. Usar aquele vestido me deixava desconfortável, ele apertava todo o meu corpo e eu quase não conseguia respirar direito. Estava sendo um verdadeiro sufoco para mim.
Fiquei apreciando o lugar, o qual era muito deslumbrante, e as várias e várias pessoas que conversavam entre si por ali, além daquelas que ficavam sozinhas, apenas curtindo a festa. Observei cada pessoa naquele lugar, identificando algumas que estavam presentes por conta de sua fama ou por algum roubo que realizei.
Era deveras interessante estar naquele lugar mesmo não sendo eu alguém importante, ver como todas aquelas pessoas se comportavam perante outras me causa certo desgosto. Todos que estavam ali pareciam ser do tipo nariz empinado que achavam que eram os melhores dali, sendo que não passavam de pessoas mimadas e fúteis.
— S/n, precisa ir para o escritório do senhor Park agora! Os seguranças deixaram o local e começaram a fazer a ronda. — A voz de Diana se fez presente perto de meu ouvido e, para ouvi-la melhor, coloquei a mão discretamente sobre o brinco que a mesma havia me dado.
— Está bem, já estou a caminho. — A respondi de maneira baixa, virando minha cabeça levemente para o lado, abaixando meu olhar. Aquela seria a hora perfeita para pegar os dados e sair dali o mais rápido possível, os poucos minutos que fiquei naquele lugar já estavam me matando por dentro.
— A senhorita é bem observadora, pena que não me viu chegar.
Meus pelos se arrepiaram ao ouvir aquela voz grossa tão perto do meu ouvido, causando-me um calafrio por baixo do vestido que usava. Não iria mentir, havia ficado assustada com sua chegada repentina. Respirei fundo, retomando minhas expressões normais e me virando para ver de quem se tratava.
— Podemos dizer que você não é a minha presa essa noite, senhor Park. — Levei novamente a taça de vinho até meus lábios, tomando um pequeno gole enquanto voltava a olhar as pessoas.
— Está caçando alguém específico, senhorita?
— Não, não estou. Apenas quero achar algum brinquedo para me divertir nessa festa. — Notava alguns olhares mal indesejados sobre mim e o Park, o que me deixava deveras desconfortável, mas estava tão acostumada com olhares tortos sobre mim que não me importava mais tanto.
— Entendo. — Pegou uma das taças de vinho que estava sobre a mesa e se pôs ao meu lado. — Não sabia que os Kim tinham uma assistente tão linda, se me permitir dizer.
— Agradeço o elogio, mas estou há pouco tempo com eles, e o pouco que estou já penso em sair. — Estava tentando evitar ao máximo perguntas relacionadas a mim e os irmãos Kim, queria que esse assunto morresse, pois, caso se prolongasse, eu acabaria sem ter o que dizer.
— Ora, mas por quê?
— Tenho certas pendências mal resolvidas que me ocupam a cabeça totalmente.
— Compreendo. Mas a senhorita ainda não me disse o seu nome, como se chama, cara moça?
— Causo-te tanta curiosidade assim, Park? — Meus olhos se focaram no acizentado. Parecia que eu havia achado a presa perfeita e não via a hora de devorá-la por inteiro, rasgando cada pedacinho de seu corpo. Olhos de uma felina, era o que todos diriam se me viessem agora.
— Não vou mentir, causa-me sim, e muita, diria. Você emana um ar bem misterioso, isso me faz querer saber mais sobre ti. — Sua mão livre arrastou-se até mim, agarrando minha cintura com firmeza, mas sem me puxar para perto, o que me causou um suspiro pelo seu ato inesperado.
— Talvez devesse parar, senhor, algumas mulheres estão odiando sua atitude perante a mim. Deveria dar atenção a todas essas garotinhas tolas ao invés de ir atrás de alguém de quem não vai conseguir arrancar nada. Não sou do tipo fácil de lidar, meu senhor. Agora, se me der licença.
Retirei sua mão de minha cintura, deixando a taça de vinho sobre a mesa, e ajeitando a bolsa em minha mão. Sorri para o rapaz que me olhava como um lobo faminto e apenas deixei o salão, podia sentir seu olhar queimando em minhas costas, o que me fazia sorrir. Ao chegar no hall de entrada percebi que não havia ninguém ali, apenas via pelos vidros alguns guardas posicionados em frente a casa. Com muita cautela, subi as escadarias imensas, tentando fazer silêncio, mas o salto não ajudava muito. Ao chegar no corredor, escondi-me atrás de um pilar ao ver que câmeras vigiavam todo o local. Agachei-me sobre o chão e coloquei minha destra no ouvido.
— Diana, o corredor do andar superior está lotado de câmeras que, infelizmente, não estão só de enfeite; todas estão ligadas.
— Não se preocupe, darei um jeito nisso.
Respondeu ela e um silêncio se instalou entre nós, os minutos se passavam e eu já estava ficando preocupada com Diana. Chloé me garantiu que ela era uma das melhores hackers em meio a tantos outros de sua máfia, mas mesmo assim me preocupava, ela estava demorando muito ao meu ver. Minutos e minutos se passavam e eu não obtia uma resposta sua.
Mas que droga, Diana! Não me faça ficar com os nervos à flor da pele!
— Consegui! — Eu finalmente pude respirar novamente. Aquela menina quase me matou do coração com sua demora.
Olhei para uma das pulseiras que estavam em meu pulso e apertando uma de suas jóias, fazendo com que um holograma aparecesse para mim e me mostrasse a planta da casa. Bom, a porta do escritório era a terceira à direita, desliguei, então, o holograma, e me pus de pé, começando a andar pelo corredor.
Ao chegar na porta do escritório do Park, tentei abrí-la, mas, obviamente, ela estava trancada. Algo tão previsível. Abri então minha bolsa e procurei por minha chave mestra, ao achá-la, abri rapidamente a porta do escritório. Maravilha.
Fui a passos rápidos até o computador do rapaz e o liguei, vendo que precisava de uma senha para acessá-lo.
Ah, por que senhor?
— Diana, temos mais um probleminha. O computador do Park é protegido por senha. Eu até tentaria arriscar, porém o meu medo é acabar dando erro e o computador simplesmente parar ou ter um dispositivo de alarme, isso é com você.
— Pode deixar comigo. — Mais alguns minutos se passaram e seu silêncio me fazia sentir agonia de novo. Era a primeira vez que trabalhava assim, tendo alguém para me ajudar, sempre preferi trabalhar sozinha por conta dos meus próprios ideais que não eram defendidos por muitas pessoas daquele meio, sem falar que é mais fácil evitar confusões estando sozinha.
— Pronto, consegui.
— Perfeito. — Sentei me, então, na cadeira que estava ali, começando a mexer no computador, procurando entre as pastas os dados que precisavam ser recolhidos. Após um tempo procurando, eu finalmente os achei e conectei o pendrive ao computador, passando todos os dados necessários para o aparelho. Assim que todos foram passados, apenas deletei aquele arquivo, desligando o computador. — Está feito, Diana.
— Ótimo, agora saía daí antes que alguém chegue.
Segui as ordens dadas pela mais nova e saí da sala, trancando-a novamente. Mas, assim que eu ia me mover para sair dali, passos foram ouvidos por mim e uma figura masculina surgiu em minha frente.
— Senhorita misteriosa, o que faz aqui, hm? — Aquela voz rouca e aquele olhar de predador. Park Jimin era o infeliz que apareceu no momento em que eu queria simplesmente ir embora e nunca mais voltar. Disfarcei minha cara de infelicidade ao vê-lo com um singelo sorrisinho tímido no rosto.
— Eu estava procurando o banheiro, queria apenas retocar minha maquiagem, senhor. Bom, eu acho que eu já vou indo, tenho que voltar pra casa. — Passei ao seu lado com o olhar baixo, mas seus dedos se enroscaram de forma delicada em meu pulso, puxando-me para perto de si, deixando nossos corpos quase colados um no outro. Apenas direcionei meu olhar para sua pessoa, tentando adivinhar o que ele estava querendo com aquilo.
— Ainda está cedo. Tem hora marcada para voltar? Alguém lhe espera? — Percebendo novamente seu interesse em mim, apenas soltei uma risada nasal. Jimin, Jimin, por que se interessou justo na pessoa que foi até ali para lhe roubar? Entre tantas mulheres…
— Vejo que realmente está interessado em mim, senhor, você não é nada discreto com isso, sabia?
— Prefiro ser direto à fazer rodeios como você, senhorita.
— Hm… Bem, respondendo sua pergunta. Não, ninguém me espera no sentido que você diz e pensa.
— Se é assim, poderia ficar mais um pouco, certo? Venha, vamos estar a sós no meu quarto.
— Você é tão direto naquilo que deseja. — Ri levemente, e Jimin me estendeu seu braço para eu enganchar o meu próprio nele.
Olhei-o por breves minutos, pensando se realmente deveria aceitar aquele convite mais que óbvio de uma transa. Bom, pensando por outro lado, se eu não fizesse aquilo ele talvez desconfiasse de mim, o que definitivamente seria um problema. Bem, já que eu estava ali era melhor ir até o final.
Enganchei meu braço no seu, caminhando pelos corredores ao seu lado, até pararmos em frente a uma porta que foi aberta pelo rapaz, dando-me passagem para entrar. Ele se portava como um verdadeiro cavalheiro…
Bom, vamos ver até onde seu cavalheirismo chegaria.
Quando entrei em seu quarto, não pude deixar de reparar em todo o cômodo. Ele era bem espaçoso, mas ocupado por diversas decorações. Sua estrutura era bem moderna, mas havia um toque de antigo ali também, meio vintage, era uma combinação boa até.
— Pelo visto gostou do quarto. — Acabou por rir nasalado, aproximando-se de mim.
— Um quarto moderno com um toque meio antigo, algo bem chique e luxuoso. Porém, não faz o meu tipo.
— Gosta do que exatamente, senhorita?
— O simples me agrada. Nunca fui acostumada com coisas assim, de aspecto tão caro, então isso pode ter inflûencia. Diferente de meus senhores, não sou alguém de estatura alta. — Andava pelo quarto a passos lentos, deslizando meus dedos pelos móveis, até chegar à imensa janela do quarto, a qual possuía uma bela vista da cidade; encostei-me nela, apreciando a bela visão.
— Entendo perfeitamente o que quer dizer. Mas, bem, nem todo homem nasceu rico, senhorita. — Aproximou-se de mim, ficando ao meu lado. — Conte-me mais sobre você, estou curioso.
— Não tem muito o que falar, não sou o tipo de mulher que possui muitas histórias para contar. — Grande mentira, S/n. — Vivo uma vida comum, moro em um apartamento simples de um bairro qualquer da cidade, que dá para colocar no orçamento.
— Ora, não diga que não tem histórias a contar, não acredito nisso. — Ele caminhou até o outro lado do quarto, indo buscar alguma coisa, foi apenas aí que notei que havia um pequeno freezer em seu quarto. Jimin retirou de lá, então, um vinho e pegou duas taças que estavam dispostas por ali. — Aceita?
— Por que não, hm? — Sorri, vendo-o vir até mim e me entregar uma das taças, derramando o líquido sobre meu copo, logo fazendo o mesmo com o seu. — Sempre trás as mulheres com que quer passar a noite para o seu quarto?
— Acha que eu sou um garanhão?
— Tenho minhas dúvidas, senhor.
— Serei sincero com você, não costumo me interessar tão facilmente por alguém, para uma mulher causar meu interesse ela precisa ter muito mais que apenas um corpo atraente e um rosto angelical. — Levei a taça até meus lábios, bebendo um pouco do vinho enquanto o ouvia falar.
— O que me garante que está falando a verdade?
— Nada, você deve decidir se acredita no que eu digo ou não.
— Hm, intrigante. — Deixei a taça em cima de um criado que estava perto de mim e fui até onde se localizava a sacada de seu quarto, para respirar um pouco de ar puro.
— S/n! Vamos, você já fez o que tinha que fazer, saia daí. — Mais uma vez a voz de Diana ecoou em meu ouvido, junto de um barulho fino que me incomodou bastante, resultando em uma careta de minha parte.
— Já fiz o que vocês mandaram, agora me deixem em paz. Algo tem que ser útil para mim nessa festa. — Minha voz possuía um tom meio cínico e, antes que pudesse a ouvir reclamar em minha orelha, retirei os brinco juntamente com o colar, colocando-os dentro de minha bolsa.
Não seria nada agradável se ela visse toda a situação em que está eu me envolveria logo, logo, não é mesmo? Bem, eu certamente não queria que Diana visse o que eu poderia fazer estando em quatro paredes…
Virei-me e vi que o mais velho continuava parado exatamente no mesmo lugar, apenas me observando. Tombei levemente a cabeça para o lado, retribuindo o olhar intenso que ele direcionava para mim, e o mesmo não tardou em vir ao meu encontro. Fui andando para trás, até bater as costas contra a sacada, olhando de relance para a altura que estávamos do chão, nem notei quando ele ficou frente a frente comigo, quase colado ao meu corpo, apenas percebi sua presença ao sentir seu hálito perto de meu rosto, causando-me um arrepio tão bom na pele.
— Como você pode me causar tanta excitação com apenas um olhar, uh?
— Tenho meus segredos, senhor.
Uma de suas mãos foi direcionada para minha cintura, então ele deslizando os dedos por ali em um carinho singelo. Contudo, conforme o clima entre nós ficava mais quente, aquele carinho metamorfoseou-se em um aperto forte no local, causando-me um longo suspiro. Passei um dos meus braços por sua nuca, segurando seus fios cinzentos, aproximando mais nossos rostos, deixando um milímetro de distância entre nossos lábios.
— Você não parece ser tão difícil agora, senhorita.
— Pra que ficar fazendo rodeios com algo que estou querendo mais do que você, hein?
Sem responder minhas palavras, Jimin olhou-me por mais um breve momento antes de atacar meus lábios sem pensar duas vezes num beijo feroz; acho que ambos já estavam excitados de mais para algo mais lento. Sentir o gosto de sua boca era maravilhoso, ele se misturava com o meu próprio e isso parecia me viciada. Seus lábios eram tão macios que me deixavam mais submersa na situação, tendo nossas línguas enroscadas uma na outra, como dois animais selvagens batalhando por sua presa.
Suas mãos agarravam-me com força, apertando toda a minha carne, enquanto meus dedos se aprofundavam em seus fios cinzentos. Acabei por jogar aquela maldita bolsa para dentro de seu quarto, para poder aproveitar mais a situação; queria me recordar de cada detalhe daquele momento, mesmo depois que precisasse deixá-lo no meio da noite. Suas mãos ágeis desceram por minha cintura, deslizando em minha coxa e agarrando-as com firmeza, pegando-me em seu colo e me pondo sentada sobre o parapeito da janela.
Selvagem… Interessante.
— Quer que todos vejam você me agarrando aqui, senhor Park? — Separei nossos lábios por alguns minutos, ofegante pelo beijo feroz que antes trocavamos.
— Não gosta de ser fodida ao ar livre, minha cara?
— Não coloque palavras em minha boca… Nunca lhe disse isso, meu amor. — Pisquei para ele e vi aquele sorrisinho que me matava por dentro surgir em seu semblante.
Então ele voltou a me beijar, sendo, dessa vez, um beijo mais quente e sem tanta ferocidade quanto antes, algo mais fervente que nosso primeiro beijo, ele era excitante e me arrancava suspiros ainda com sua boca junto à minha. Ele sugava minha língua e meus lábios, apenas fazendo-me desejar mais e mais.
Entrelacei minhas pernas ao redor de sua cintura, puxando-o mais para perto. Suas mãos dedilhavam minha coxa e subiam a saia de meu vestido, deixando minhas pernas cada vez mais amostra. Ele amaciava minha pele, trilhando por ali um caminho invisível com suas carícias e arranhões, até chegar à calcinha que eu usava, fazendo movimento circulares em minha região íntima.
Ao sentir seu toque, tombei a cabeça para trás, respirando com dificuldade por conta da excitação. Fechei meus olhos e segurei com mais firmeza seus fios cinzas, deixando minha outra mão em seu ombro, apertando seu paletó.
— Parece que achei algo interessante para brincar por aqui. — Sua voz rouca soou baixa.
Ele começou a sussurrar palavras safadas em meu ouvido, causando um arrepio gostoso em minha nuca. Aquele homem me deixava em puro deleite com tanta facilidade, com tão pouco... Mas que porra, Park.
Mordi meu lábio inferior com os movimentos que ele fazia e quase perdi o ar ao sentir uma de suas mãos me segurar pelo pescoço com força, tirando-me de cima do parapeito e me virando de costa para si, curvando meu corpo sobre a sacada.
— Você está me surpreendendo mais a cada momento, sabia? — questionei.
A saia do meu vestido foi levantada por ele, e sua atenção agora focava-se em minhas nádegas. Enquanto uma de suas mãos se enroscava em meu cabelo, fazendo um rabo de cavalo, a outra se mantinha ocupada acariciando minha bunda. Ouvi seu risinho abafado e a ardência na minha nádega direita se fez presente junto de um estalo, o que a me faz soltar um gritinho de surpresa.
— Assim como você, também tenho meus segredos — sussurrou em meu ouvido com aquele tom de voz que somente ele sabia usar, o qual me deixava entregue ao prazer.
Mais um tapa foi desferido contra mim, sendo esse mais forte do que o anterior. Minha calcinha já se encontrava em um estado totalmente deplorável; aquele homem sabia como despertar meu líbido. Sua mão, que estava em minha nádega, foi deslizando por ela, trilhando um caminho de carícias a partir do início de minha coxa e indo para a parte interna dela, até chegar em minha intimidade, onde ele voltou a massagear, apertando-o vez ou outra, o que me fazia morder os lábios. Já me encontrava tão sensível que, com mais aqueles movimentos, parecia que eu ia derramar-me a qualquer momento em sua mão habilidosa.
Ele empurrou minha calcinha para o lado, penetrando apenas um dedo em mim, fazendo movimentos lentos que me torturavam de forma sem igual. Aos poucos, Jimin foi soltando meus cabelos, esses que já se encontravam completamente desalinhados, antes de se agachar atrás atrás de mim, usando seus outros dedos para brincar com meu botãozinho de prazer, arrancando-me gemidos baixos.
— Não importa o que eu fizer, minha dama, não quero ouvir nenhum gemido saindo dessa sua boquinha.
— É um caminho tortuoso senhor, o que acontece se eu não obedecer?
— Você saberá caso desacatar a minha ordem.
Ele era tão enigmático com suas palavras, mas ao mesmo tempo tão sensual, que fazia minha saliva se acomular na boca, sedenta por mais daquilo que me era oferecido aos poucos.
Quem poderia imaginar que aquele advogado conseguia ser tão safado assim? E, além de tudo, ele era um completo descarado! Ah, senhor Jimin, as imagens que todos pregavam de ti nos jornais eram as de um cavalheiro, mas ali, estando entre quatro paredes, eu apenas conseguia ver um homem carnal. Confesso, que estava gostando mais dessa sua versão.
Jimin se divertia comigo, como se eu fosse o seu brinquedinho, e ele só me usaria quando realmente quisesse. Seus dedos simplesmente deslizavam por minha boceta, que estavam tão molhada por sua culpa, por suas palavras, por seus toques quentes e excitantes. Com movimentos lentos e gostosos de se sentir, ele estocava seu dedo em mim com lentidão, e eu me retorcia por dentro querendo mais e mais, para poder chegar ao meu limite de prazer.
Tentei levar minha destra até um ponto acima de onde ele tocava, para me aliviar nem que fosse apenas um pouco, mas o risinho que ele soltou me fez perceber meu ato tolo.
Os dedos que antes brincavam com meu botãozinho, chocaram-se contra minha pele com força, tanto que acredito que tenha sido possível ouvir o estalo de longe. Minha mão, a qual segurava o parapeito com força, foi parar em frente ao meus lábios para evitar um grito meu, esse que quase veio em conjunto com um gemido. Suas digitais estavam colorindo minha bunda em tons vermelhos, disso eu não havia dúvidas!
— Quietinha. Quem lhe deu permissão para se alivia? Continue assim, como uma menininha mal criada, que eu irei amar pensar em cada coisinha que posso fazer com seu corpo, baby. — Por sua voz soar baixa, seu tom era rouco, o que fazia os pelos do corpo se arrepiarem completamente; era tão gostoso ouvir sua voz desse modo.
Cada palavrinha dita por si soava mais baixo ainda ao passo que ele deixava selares por minha bunda, selares esses que também ecoavam e eram úmidos. Sem um aviso sequer, seu músculo úmido tocou minha região, desconcertando-me ao ponto de engasgar com meus próprios gemidos. Sua língua passava por toda a minha área íntima, sugando o líquido que soltava por conta do prazer, deixando sons eróticos ecoarem pela sacada. Vez ou outra, ele me penetrava com seu músculo rose, fazendo movimentos excitantes. Aquela linha de tortura começou a ficar mais densa quando o senti forçando a entrada de um segundo dedo, começando a acelerar os movimentos.
Fechei meus olhos com força por conta do prazer imenso que eu sentia, querendo liberar tudo o que sentia através de gemidos, gritos, seja o que for, apenas queria parar de me segurar tanto. Estava chegando perto ao meu limite e talvez estivesse explodindo por dentro, mas, nesse nível, apenas liberei o que estava acumulado em minha garganta, intercalando a melodia de sons. Park pareceu se animar com isso, pois começou a fazer movimentos mais rápidos com os dedos dentro de mim, fazendo com que eu me desmanchasse em sua mão, antes que ele retirasse seus dedos de dentro de minha pessoa assim que percebeu que havia chegado ao orgasmo, pondo-se de pé.
Ele estalou a língua contra o céu da boca duas vezes seguidas em um sinal de desgosto.
— Parece que terei uma bela mulher sofrendo em minhas mãos agora. — Usei o parapeito para me apoiar e conseguir sair daquela posição, enquanto meu peito descia e subia de forma rápida. Virei-me para ele, encostando-me na borda da peça de concreto, olhando para si com de forma cínica. — Você foi avisada, querida.
Seus dedos, os quais ainda estavam lambuzados por meu gozo, foram levados até meus próprios lábios, e Park forçou a entrada deles em minha boquinha. Segurei seu pulso com ambas as mãos, chupando seus dedos como se fosse um delicioso doce, fazendo expressões sensuais para ele.
— Eu também tenho meus truques na manga, não esqueça disso. — Comentei assim que retirei seus dedos de dentro de minha boca, aproximando meu rosto do seu, deixando uma lambida em seus lábios. Os fios desorganizados foram segurados por ele com brutalidade, e nossas línguas começaram a traçar uma dança lenta fora de nossas bocas, algo tão erótico, tão excitante… Um fio de saliva continuou nos ligando assim que nos separamos.
Segurei sua mão, puxando-o para dentro do quarto, andando a cegas até em sua cama, enquanto nos divertiamos apenas trocando olhares sensuais um com o outro. O empurrei sobre a cama, fazendo-o sentar ali antes de ficar de costas para ele.
Abri o zíper do meu vestido, deixando ele deslizar por meu corpo, caindo sobre o chão, abrindo o fecho do meu sutiã o retirando, deixando ele igual ao vestido, caído sobre o chão, fazendo a mesma coisa que a calcinha, voltando a olhar pro lobo de olhos famintos.
Jimin me olhava exatamente da mesma forma que o imaginei observando-me caso estivéssemos fazendo um filme erótico. A passos lentos, fiquei à sua frente, sendo agarrada pela cintura e tendo seus lábios fartos tocando o meu abdômen com selares molhados. Ali, naquele momento, ele pareceu tornar-se um homem carinhoso, já que deixava carícias por todo o meu corpo enquanto beijava minha pele, puxando-me mais ainda para perto de si, o que causou minha queda por sobre o seu corpo.
Rolamos sobre o colchão de sua cama extremamente grande, ficando um ao lado do outro. Seus dedos enroscavam-se em minha coxa, puxando ela para ficar em cima de suas pernas, beijando-me da forma mais quente possível. Era um beijo simplesmente caloroso, um beijo que eu consideraria ter nascido no submundo. Bom, talvez eu estivesse beijando o próprio Lúcifer. Do jeito que Jimin era quente, ele possuía uma perfeição erótica incrível demais até mesmo para sonhos ou imaginações tolas de garotinhas necessitadas. Só nos separamos quando o ar ficou mais denso de se respirar, mas nós mantivemos nossas testa coladas uma na outra.
— Questiono-me se você é um dos pecados capitais, já que está conseguindo me deixar tão quente quanto as chamas do inferno. — Consegui inverter nossas posições, posicionando minhas pernas uma em cada lado de seu corpo, ficando sentada em seu colo, um pouco inclinada sobre o rapaz. Deixei que meus fios escorressem por meu rosto, pescoço e ombros, tampando um pouco de minha face.
— Talvez. Até onde a minha pecadora consegue ir, hein? — Seu tom de voz era denso, sua roquidão me deixava alucinada, perguntei-me como ele poderia ter um efeito tão grande sobre mim? Um efeito que causava pontadas de pura excitação em meu ventre.
— Descubra você mesmo, querido. — Levei minhas mãos até seu terno, retirando-o com sua ajuda, e desabotoando os botões de sua camiseta social.
Cada botão que eu retirava permitia-me observar um pouco mais de seu físico, o que me deixava mais com água na boca. Sentir sua pele contra a minha e tê-la em meus lábios era algo que me deixava faminta.
Ao retirar sua camiseta, fiquei deslumbrada com tudo o que meus olhos viram. Jimin não era totalmente malhado, mas ele tinha braços fortes e seu peitoral, assim como seu abdômen, era algo que deixaria qualquer mulher babando. Para melhorar ainda mais a situação, ele possuía uma tatuagem do dragão imperial chinês das cores preto e vermelho escuro em sua pele. Tinha impressão de ter visto um dragão semelhante ao dele em algum lugar, só não sabia onde.
Sorri com os diversos pensamentos sobre Park Jimin que surgiram em minha mente e me curvei sobre ele, começando a deixar selares e alguns chupões em seu corpo, sentindo a maciez de sua pele em meu paladar, bem como seu cheiro tão atrativo que parecia excitar-me mais ainda. Minha língua tocava pontos em seu corpo que faziam seus pelos eriçarem, perceber aquilo me fez sorrir de orelha a orelha. Cheguei em seu peitoral, colocando apenas uma mão sobre seu peito esquerdo, fazendo um carinho em seu belo corpo esbelto. Minha língua então foi de forma ágil para seu mamilo rosado, circulando ele em movimentos lentos.
— Aah... — Ouvir ele gemendo fez com que uma expressão divertida e, talvez, travessa surgisse em meu rostinho. Bom, se eu pudesse, passaria todos os dias ouvindo ele gemer e soltar suspiros pesados, era algo tão… delicioso de escutar. — Não acha que brincou demais comigo…?
— Você me fez desmanchar em sua mão. Não seria incrível ver você gozar somente com meus toques triviais? Não acha essa idéia... hm.. interessante?
— Acho tortuosa, querida.
— A tortura sexual é uma das coisas mais deliciosas, apenas aproveite.
— Será difi... — Antes que ele completasse sua frase, chupei seu mamilo de forma um pouco mais intensa, o que resultou em seu corpo remexendo-se abaixo de mim. Fechei meus olhos para aproveitar mais a situação e torná-la mais erótica. Senti seu membro começava a ficar ereto, encostando-se em minha bunda. Ri baixinho e parti para fazer a mesma coisa com seu outro mamilo. — É algo intrigante… Ter uma pessoa tomando conta da situação… — Ele pronunciava cada palavrinha num tom sôfrego, parecendo tentar formular cada uma sem soltar arfares.
— Pare de ser sádico por apenas um momento e seja meu masoquista… Baby.
Continuei com aqueles movimentos torturantes e sofridos no mais velho, puxando seus fios de cabelo de forma bruta assim que me vi cansada disso, o que lhe fez sentar, ficando centímetros mais baixo que eu. Minhas madeixas caíram em seu rosto quando tive de olhar o de cima. Sua mão pousou em minha bunda e apertou-a, o que me fez deixar escapar um suspiro, indicando minha excitação. Ambos sorrimos com aquilo, olhando um para o outro, e a mão que estava em suas mechas cinzentas desceu por sua nuca e foi em direção ao seu pescoço, apertando-o.
Rebolava sobre ele, movimentos direcionados para frente e para trás, o que fez seu pênis roçar em minha entradinha, a qual só estava coberta com a calcinha já encharcada de meu líquido. Meus lábios, já estando um pouco inchado por conta dos diversos beijos que foram traçados por nós, pousou em seu pescoço, trilhando um caminho de chupões por ali.
Tudo estava maravilhoso, até eu ser jogada na cama por suas mãos grossas, e então ele se pôs de pé, olhando-me dali. Parecia que um ponto de interrogação pairava sobre minha cabeça de tamanha curiosidade que eu sentia ao observá-lo. Jimin era alguém imprevisível, isso foi bem perceptível nesse pequeno momento de “romance” que estávamos tendo.
Apoiei meus cotovelos na cama, ficando meia ereta.
O segui com os olhos enquanto Park caminhava para o canto do quarto, onde ficava uma cômoda com quatro gavetas. O acinzentado abriu a primeira, tirando algo de lá, o qual só pude ver quando ele voltou a se virar para mim.
A corda grossa parecia pesar suas mãos, e suas expressões davam um ar de dominante a ele. Parecia que meu momento como dominante tinha chegado ao fim.
— Uma hora perfeita para eu dar seu castigo, não acha? — Estava tão submersa ao momento anterior, que nem ao menos lembrava do castigo que ele queria me dar. — Uma leve punição por ter me desacatado.
Jimin andou até mim com seu indicador apontando para cama, entendi o seu pedido e logo obedeci suas ordens, deitando me sobre a mesma dizendo:
— Como quiser, senhor. — Ao me ter na posição desejada, ele colocou uma perna de cada lado do meu corpo, pegando minhas mãos e deixando-as juntas, amarrando-as com um perfeito nó, do qual eu não poderia escapar de modo algum.
Voltei a observá-lo e a visão de Park empurrando seus fios para trás enquanto passava sua língua por entre os lábios fartos, umedecendo-os com sua saliva, quase me fez ter um colapso. Esse homem era a personificação da luxúria, só podia.
Mais uma vez Jimin voltou a caminhar pelo quarto, indo novamente até a cômoda, abrindo uma outra gaveta, pegando desta vez algo que pareceu ser um separador de pernas e um vibrador. Apenas fui ter certeza do primeiro utensílio quando ele voltou para perto de mim, separando minhas pernas uma das outras com brutalidade e prendendo-me. Aquela era uma brincadeira excitante. No fundo de minha mente comecei a me questionar o que os convidados iriam pensar ao notar que o dono da festa havia simplesmente sumido sem dar desculpas.
— Talvez isso faça você aprender a ter bons modos.
Ele ligou o vibrador em uma potência leve, tocando suavemente em minhas coxas, subindo por elas e passando por vários lugares de meu corpo que me faziam remexer de forma inevitável, chegando perto demais da minha intimidade. Tentei fechar as pernas, mas falhei de forma tão miserável que arrancou um risinho por parte dele, esse que ecoou pelo quarto. Jimin, vendo que a tortura já havia chegado ao nível desejado e que eu já estava querendo me acabar sem ao menos ter ido para a real brincadeira, deixou o vibrador tocar em meu botãozinho de prazer, o que me fez arquear as costas com o estímulo recebido. Não se contentando somente com isso, ele escorregou o vibrador até minha entradinha toda lubrificada, e forçou sua entrada ali, o que fez com que minha mente o xingasse em todas as línguas que eu conhecia.
Não demorou muito para eu começar a soltar gemidos falhos, pois tentava acalmar minha respiração que estava descompensada. Aos poucos, aquele estímulo de prazer passou a ser agoniante, o vi que me fazia querer sair dali e desejar que aquilo parasse, resultando em uma S/n remexendo-se a todo o custo, tentando fechar as pernas de forma automática.
E, novamente, Jimin estalou a língua contra o céu de boca.
— Oh, querida, já não está aguentando isso? Vamos então aumentar um pouco mais a velocidade.
Park era um desgraçado, um filha da puta gostoso desgraçado. Ele aumentou então a velocidade, roçando o brinquedinho em meu clítoris, resultando em gemidos mais altos vindo de minha parte, que apertava os olhos com força, fechando minhas mãos em punhos e acabando por me machucar com as unhas. Eu parecia uma puta gemendo por ele, isso não negaria nem estando morta.
— Senhor. — Três batidas foram dadas na porta e alguém a abriu, entrando no quarto abafado. Park não parou minha tortura em nenhum momento, exibindo-me para o homem que acabara de chegar, ele precisou contemplar o estado submisso e humilhante no qual me encontrava. — Os convidados estão perguntando sobre seu paradeiro.
— Hm… Avise a eles que tive um compromisso importante de última hora para resolver e não tive tempo de avisar. Acabe logo com essa festa, agradeça a todos pela presença e diga que estou muito grato por todos terem vindo. — Ele mal se virou para olhar para o homem, que observava tudo com calma, parecendo já estar acostumado com aquele tipo de situação. Então, com um simples gesto de uma das mãos de Jimin, ele se virou e se foi, fechando a porta.
— Aawn… G-gosta de exibir as mulheres que trás aqui para outros…? — Tive que fazer muito esforço para conseguir formar a frase em minha cabeça antes de falar.
Aquela era uma tarefa verdadeiramente difícil de se fazer quando se tinha um vibrador estimulando meus pontos sensíveis, por isso, acabei por gaguejar um pouco, falando com pausas, tentando me controlar para não gemer no meio da frase. Ouvi sua risadinha cínica em resposta. Jimin debruçou-se sobre mim, beijando meu corpo com seus lábios quentes.
— Ser um advogado tem suas consequências. Às vezes tenho que resolver negócios enquanto fodo alguém. — Era tão visível seu sarcasmo que me deixava fervendo de raiva e de excitamento. Imprestável gostoso.
Depois dessa grande estimulação que meu clitoris recebeu quase sem parar, eu cheguei a mais um orgasmo naquela noite, desmanchando-me inteira no brinquedinho e tendo um leve squirt, que gerou um sorriso totalmente sádico no rapaz, o qual me olhava com intensidade. Retirando o brinquedo dali e jogando-o em algum canto do quarto, Jimin voltou a sua posição normal.
— Olha só... Você me lambuzou todo com seu líquido querida. — Ele me puxou com brutalidade, deixando seus lábios perto de meu ouvido e então sussurrou: — Quero que tire cada gotinha sua de mim com a língua, meu amor.
Jogou-me na cama de novo, retirando o separador de pernas, mas ainda me deixando com as mãos amarradas. Park se ajoelhou na cama, e eu, com certa dificuldade, fiz o mesmo. Estava tão sensível que mal podia pressionar minhas pernas uma na outra. Apoiei-me nele para não cair e comecei a passar minha língua por seu peitoral, deixando selares e chupando sua pele.
No entanto, pouco depois, acabamos por cair na cama, rolando para um lado, o que me fez ficar por cima dele novamente.
— Senhor, por favor, tire a corda… Uh? Será muito melhor para você sem isso, eu garanto. — Com uma das sobrancelhas erguidas, ele atendeu meu pedido e, assim que fui desamarrada, vi o quão vermelho estava meus pulsos, mas eu não ligava para aquilo; estar com os pulsos vermelhos era bem melhor do que ter uma bala alojada em alguma parte do meu corpo.
Massageei meus pulsos de forma leve e coloquei minhas mãos em seu peitoral em seguida, abaixando-me para lamber seu abdômen, lambendo meu próprio líquido, retirando qualquer resquício dele que tenha ficado em seu tórax. Minhas mãos foram descendo de seu peitoral, até chegarem na calça que ainda estava usando, retirando-a junto com seus sapatos. Assim que subi novamente, sentando-me sobre suas pernas, vi o quão duro ele estava. Acabei por passar a língua entre os lábios.
Uma de minhas mãos deslizou em uma massagem por todo seu membro por cima da boxer que usava e, só com aquilo, pude ouvir o seu respirar mais intenso, causando-me certo divertimento e excitação. Meu estado estava totalmente deplorável naquele momento, meus fios grudavam em minha testa e eu estava toda suada, e tudo o que queria era poder deixar ele exatamente na mesma forma.
Retirei, então, sua última peça de roupa e, assim que o fiz, seu pênis pulou para fora. As veias estavam saltadas e sua glande inchada, parecendo implorar para que algo a cobrisse por inteiro. Aproximando minha boca de seu membro, passei apenas a língua na cabecinha desse, focando meu olhar no rapaz, o qual observava-me enquanto mordia o lábio inferior. Deixei selares úmidos ali e por toda sua extensão, até colocar seu membro em minha boca, começando o chupar de forma lenta e tortuosa, assim como ele fez comigo. Vingança é um prato que se come frio, senhores.
Metade do que não cabia em minha boca, minha mão direita ficava responsável por fazer uma leve masturbação, enquanto a esquerda se encarregava de brincar com suas bolas. Parecia que o senhor Park estava tendo sérios problemas com a masturbação que eu fazia nele, era tão gostoso vê-lo soltando suspiros pesados e tombando sua cabeça para trás, algo deliciosamente gostoso de se apreciar.
Seus dedos se enroscaram em meus fios de cabelo, formando um rabo de cavalo, e ele passou a ditar meus movimentos, enquanto eu, sem reclamar, apenas continuava a chupá-lo. Quanto mais intensa ficava a situações, fazendo-me aumentar o ritmo indo um pouco mais rápido, mais difícil era para Jimin conseguir se controlar, então ele passou a soltar seus gemidos, assim como diversos palavrões direcionados para a minha pessoa.
Percebendo que ele poderia acabar se desmanchando, eu rapidamente parei o que fazia, olhando para ele com um sorrisinho sapeca no rosto, observando sua expressão pouco irritada. Mas, para compensar isso, eu me deitei por cima dele, dando um beijo ardente em seus belos e atrativos lábios, acabando por ficar sem fôlego.
— Não acha que seria mais interessante você gozar enquanto estiver dentro de mim, meu senhor? — Espalhei selares por onde minha boca alcançava, começando por seu queixo, maxilar e acabando por chegar em seu pescoço. Jimin nada disse, mas logo senti o aperto de sua mão em volta do meu pescoço enquanto ele se sentava; assim como ele fez comigo, eu também agarrei-o pelo pescoço com força, sorrindo ladino. — Também conheço essa brincadeira.
— Você quer ser fodida, princesa?
— Você sabe a resposta, meu amor.
— Quero ouvir você dizer… Seria bem mais prazeroso.
— Eu... — Aproximei meu rosto dele, ainda tendo sua mão em meu pescoço. — Eu quero ser fodida por você. Quero que me faça ficar rouca de tanto gemer pelo o senhor.
O belo sorriso que eu sabia que ele possuía dominou seu rosto e, em um movimento rápido de sua parte, eu já estava deitada na cama com ele sobre mim novamente. Jimin apenas se levantou para pegar algo em sua cômoda e eu resolvi, nesse meio tempo, brincar comigo mesma, tendo meus dedinhos tocando em meu botão de prazer, esse que estava todo sensível que eu quase não conseguia encostar direito, mas mesmo assim era prazeroso. Ouvi o som de algo sendo rasgado e pensei ser o pacotinho do preservativo, estando certa disso assim que Jimin se virou novamente, vindo até mim. Ele retirou minha mão de minha intimidade, e eu fiz um biquinho, fazendo uma carinha triste.
— Você não precisa disso, meu bem. — Ele pegou minhas coxas com força, puxando-me mais para a beirada da cama, o que me fez soltar um pequeno gritinho baixo de surpresa pelo seu ato.
Park separou bem minhas pernas, ficando entre elas, segurando seu pênis e pincelando ele em minha entradinha toda lambuzada por minha lubrificação natural. Ele estava me deixando louca dessa forma! Fazendo-me agarrar os lençóis e fechar os olhos com força.
— Por favor, me fode logo, senhor, por favor... — Implorei igual uma submissa, com uma voz sôfrega e chorosa. Eu estava maluca para isso, meu prazer chegava a um nível insano! Queria poder me tocar para suprimir minhas vontades, mas ele não deixava. — Senhor… Por...
Antes que pudesse terminar minha frase fui preenchida de forma bruta e, de minha garganta, um grito escapou, um grito de puro prazer. Suas estocadas eram fortes e em uma velocidade considerável. Sentir seu pau me estocando deixava-me ainda mais louca e, novamente, eu estava submersa em excitação. Parecia que eu havia me jogado do penhasco por cometer um enorme pecado e, bem, aquele homem era o pecado, minha própria tentação.
Mas não havia coisa melhor do que pecar; o sabor era diferente, o errado era totalmente delicioso. Park Jimin era uma tentação, o pecado mortal, desconfiava que ele era um demônio sexual que veio me fazer pagar por todas as coisas de errado que fiz na vida.
Meus gemidos ecoavam por todo o quarto, na verdade, chego a acreditar que todos os funcionários da casa conseguiram me ouvir gemer; eu parecia uma cadela daquele jeito.
— Jimin… Ah. — Eu chamava por ele constantemente.
Minhas unhas fincavam nos lençóis, chegando a rasgá-los tamanho meu desespero. Sentia lágrimas se formarem em meus olhos de tanto prazer que sentia. Eu estava tão sensível depois de ter tido dois orgasmos intensos que aquilo chegava a ser um pouco incômodo, mas era um incômodo maravilhoso de se sentir.
Ele apertava a carne de minha cintura com força, puxando meu corpo contra o seu, fazendo nossos corpos e colidirem, emitindo sons eróticos, assim como o som da cama indo contra a parede. O cheiro de sexo impregnava o quarto inteiro, e o cheiro do mais velho já estava dominando-me por completo; toda sua cama possuía seu cheiro delicioso, isso fazia com que até mesmo eu cheirasse a ele. Bem, confesso que isso não era de todo mal.
O olhei com lágrimas nos olhos, mas sorri para ele saber que estava tudo bem. Park passou uma de suas mãos em seus próprios fios, puxando-os enquanto continuava a se mover. Ele às vezes retirava seu membro de dentro de mim e me estocava com força. Eu já estava rouca de tanto chamar por ele, gritar de prazer, mas nada nos fazia parar. Então Jimin retirou novamente seu membro de mim e me virou.
— Seja uma boa putinha e fique de quatro pra mim. — Obedeci ele e fiz o que o mesmo pediu, ficando de quatro, bem empinada para ele, que desferiu um tapa em minha bunda.
Separou, então, minhas abas e, novamente, penetrou-me, fazendo movimentos mais rápidos, o que resultou em mais gemidos nossos. Minhas paredes já esmagavam seu membro, mas não era porque eu estava prestes a gozar, apenas queria deixá-lo bem apertadinho dentro de mim.
Isso se prolongou por mais um tempo, eu já estava chegando ao meu limite e me apoiei na cabeceira da cama. A cama batia com extrema força na parede, e meu corpo estava mais do que suado. Eu estava em um estado horrível, e não duvidava que ele estivesse da mesma forma. Senti mais um orgamos intenso se aproximando; uma corrente elétrica percorreu meu corpo, era uma sensação inexplicável e eu não estava mais aguentando.
Pedi para Jimin parar, mas o mesmo não parou, e eu sentia aquilo ficar mais forte ainda, até que cheguei a um orgasmo, sendo, dessa vez, um squirt, de fato; aquilo parecia não parar e a sensação era completamente deliciosa. O de fios cinzentos continuou até se desmanchar dentro de mim, dando-me mais algumas estocadas que causou meus suspiros.
Ele saiu de dentro de mim e eu me senti totalmente fraca. Estava tão acabada que cai na cama sem forças, tentando recuperar o ar. Meu peito subia e descia sem parar, parecia que eu ia morrer, mas sabia que não ia. Meus olhos direcionaram-se ao Park, que retirava o preservativo para jogá-lo no lixo, logo voltando e se deitando ao meu lado, estando no mesmo estado que eu.
— Porra… Você acabou comigo — comentei com um ar zombeteiro, e ri levemente, ajeitando-me na cama. — Talvez a vizinhança não esqueça seu nome por um longo tempo.
— Queria pode fazer o mesmo por você, senhorita misteriosa.
— É mais excitante quando você não sabe o meu nome, confie.
— Mesmo assim, gostaria de saber quem é a mulher que me proporcionou a melhor noite de sexo da minha vida.
— Talvez um dia… Apenas talvez. — Senti um de seus braços me puxando mais para perto de seu corpo, e o olhei com uma das sobrancelhas erguida em surpresa.
— Durma aqui. Está muito cansada.
Não consegui retrucar e dizer que não, pois meus olhos já se fechavam e minha visão começava a se tornar embaçada. Sem nem ao menos perceber, acabei encostando minha cabeça em seu peito, caindo no sono quase instantaneamente, tendo ele acariciando minhas costas desnudas.
[...]
Coreia do sul, Seul, casa de Park Jimin
03h23min
Aos poucos fui abrindo os olhos, e pude observar o cenário à minha volta, percebendo que eu ainda estava na cama com o senhor Park. Rapidamente, lembrei-me de tudo que havia feito. Claro que não tinha nenhum arrependimento quanto ao que fiz com ele, mas, ao olhar para o relógio, vi que já eram umas três da manhã, isso fez com que eu suspirasse.
Achei que não iria dormir tanto assim.
Empurrei seus braços, que estavam em cima de mim, para longe e, com cuidado, levantei-me, tentando ser o mais silenciosa possível para não acordá-lo, apenas queria ir embora pra casa. Procurei por minhas peças íntimas e depois pelo meu vestido, vestindo-o assim que o encontrei, antes de calçar meus saltos.
Comecei a procurar por minha bolsa onde estava o colar, os brincos e o pendrive com todas as informações que havia roubado, achando-a embaixo de um móvel; respirei aliviada e me agachei para pegar a bolsa. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo com um elástico de cabelo que eu nem sabia que estava dentro da bolsa.
— Melhor eu ir embora — sussurrei para mim mesma,andando em direção a saída do quarto. Mas, antes de sair, dei uma ultima olhada para o homem adormecido na cama, respirando profundamente. — Uma pena que você tenha dormido justo com a mulher que veio te roubar, Park Jimin.
Foram minhas últimas palavras antes que eu saísse quarto para ir embora daquela casa o mais rápido possível, apenas pedindo para um dos seus empregados chamar um táxi para mim antes de descer para o primeiro andar.
Então eu fui embora para nunca mais voltar.
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