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História Devil Town - Solangelo - Hold my hand tight, we'll make it another night


Escrita por: Angelo_Valentin

Capítulo 1 - Hold my hand tight, we'll make it another night


Seu corpo pesava como se a própria atmosfera o pressionasse para baixo. Sentia-se demasiado vazio. Sua existência era quase fria e passível.

Impotente e fraco demais para se erguer para lutar contra o que quer que fosse. 

Dentro de si, Nico podia sentir seus órgãos se embrulhando. A respiração falhava como se, aos poucos, o próprio ar fosse desaparecendo. Se poderia mexer algum músculo, nunca pôde ter certeza. Apenas soube que havia caído, pois agora não sentia seus pés. Nem ao menos sentiu o impacto de seu corpo contra o chão, que afinal, sequer sabia ser gelado ou quente. Poderia vomitar a qualquer momento, se soubesse como o fazê-lo.

"Vejam o Graecus que me deixou morrer" Uma voz perfeitamente conhecida falou

Mas ele sequer sabia a quem pertencia ela. Não se lembrava nem ao menos de seu nome.  Seu corpo estava dormente, assim como seus sentidos. Rostos dançavam na sua frente. Rostos desesperados e estampados pela agonia. Suas bocas estavam abertas e reproduziam gritos agudos que pareciam abafados aos ouvidos de Di Angelo. Tentando pedir que as almas penadas se afastassem, ele mexeu os lábios, mas não conhecia nenhuma palavras que pudesse dizer. Quando foi respirar fundo, esqueceu de como se respirava. À medida que se esforçava para tomar ar, as lágrimas beirava seus olhos que, de algum modo, já haviam se tornado inúteis.

Alguém deveria ter aparecido. Ele tinha a sensação de que deveria estar esperando alguém. Mas quem o encontraria em um lugar como aquele?

Uma sensação fina como uma milhares de agulhas o espetando levemente por todo o corpo. De repente, ele começava afundar. Para dentro da chão. Sentia um gosto amargo na boca, ficando cada vez mais forte. As sombras, em algum lugar, avançavam – e ele sabia disso de algum jeito.

O ar continuava a faltar, a vida o abandonava. Que jeito mais patético de se deixar morrer. Mas, ao final de tudo, era uma atitude burra não se entregar.

Seria melhor do que enlouquecer com aquela sensação absolutamente incompleta. 

Azul. 

Ele se lembrava de algo azul. Será que aquele azul era o que deveria estar esperando naquele lugar horrível? Ele precisava chegar até o azul. Mas como o faria, não tinha a mais remota ideia. Apenas o resistir lhe parecia absurdo.

O ar dominou seus pulmões mais uma vez. Não estava mais sendo puxado para baixo. O mundo parecia ter dado uma cambalhota, lhe deixando enjoado. 

Quando aquelas árvores haviam ido parar ali?

Ele riu. Uma vontade de dizer algo estúpido lhe dominou. Suas batidas cardíacas pareciam uma bomba prestes a explodir, mas ainda tinha a sensação de que, de um jeito ou de outro, estava morto. Sabia que não havia como fugir daquilo. Estava frio, mas... Também estava quente. 

Acima das folhas de árvores, o céu começou a se tornar azul. Precisava alcançá-lo. Mas estava tão fébril. Realmente valeria de algo se ´pudesse tocar aquele vasto azul. 

Lágrimas começaram a rolar do seu rosto para o chão. De um jeito que ele não conseguiria explicar nem se quisesse, o chão começou a se inundar com seu choro. Seu corpo não o obedecia, não conseguia nadar, não conseguia fugir. Estava afundando.

Uma luz o cegou por uma fração de segundos. 

Nico acordou se colocando sentado gritando. O suor o cobria da cabeça aos pés. Olhou ao redor. Estava em seu chalé, em cima de sua cama.

– Nico? – Will chamou pelo seu nome se colocando sentado na cama que ambos dividiam – O que foi?

Olhando nos olhos de Will, Nico se sentiu mais calmo. Finalmente se encontrara com o seu azul.

– Nada. Eu tive um pesadelo.



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