1. Spirit Fanfics >
  2. Dominadora de Água >
  3. Capítulo 4 - Garota-funeral

História Dominadora de Água - Capítulo 4 - Garota-funeral


Escrita por: Zulufrufru

Notas do Autor


Eu AMEI muito esse capítulo pq foi o que mais ficou com a minha cara, não segui tanto o episódio e dei alguns toques.
Espero que gostem tanto quanto eu.


(Este capítulo se passa no episódio 3 da segunda temporada - ou segundo livro - de Avatar a Lenda de Aang)

Capítulo 4 - Capítulo 4 - Garota-funeral


Fanfic / Fanfiction Dominadora de Água - Capítulo 4 - Garota-funeral



                          ~¤~









Aliam não consegue acreditar em seus próprios olhos, pelas histórias que seus companheiros contaram, Omashu parecia quase impenetrável.

_Eu não acredito. - Aang diz, ainda observando a cidade de Omashu, agora dominada pela nação do fogo - Eu sei que a guerra se espalhou bastante, mas Omashu sempre parece, intocável.

_Até agora era. - Sokka diz, também observando a cidade - Agora Ba sing se é a única grande fortaleza do reino da terra.

_Isso é horrível, - Katara diz ao se aproximar de Aang - mas nós temos que continuar.

_Não. - Aang diz, assumindo um semblante destemido e determinado - Eu vou encontrar Bumi.

_Aang, para. - Sokka fala, parecendo realmente obstinado a para o amigo - Nem sabemos se Bumi está… - Sokka se interrompe.

_O quê? - Aang se vira para o amigo - Se ele está o quê?

_Na região. - Sokka diz, e Aliam percebe que ele parece tentar desconversar.

_Eu sei que seu coração está com Bumi, mas tem outras pessoas que podem te ensinar a dominar a terra. - Katara diz.

_A questão não é achar um professor. - Aang fala, voltando a encarar Omashu - E sim, achar o meu amigo.

_Mas e como vamos entrar lá? - Aliam pergunta, e todos se viram para ela - Se Omachu já era uma fortaleza antes, agora, dominada pela nação do fogo, deve ser quase impossível entrar lá.

Aang parece pensar por um instante, e começa a encarar o chão.

_Bem, se eles não taparam, acho que ainda deve ter uma entrada. - Aang diz - Vamos. - ele corre até Appa e sobe no bisão, seguido por Katara.

Sokka e Aliam trocam olhares e sobem no bisão.

_Appa, ipi, ipi. - Aang diz e Appa logo alça voo.

Aang guia o bisão até abaixo da cidade, se esgueirando de todo e qualquer lugar onde um dominador de fogo poderia vê-los.

Bem abaixo da cidade, Aliam observa um túnel arredondado, que parece coberto por uma placa de metal.

Appa para bem perto do túnel, não podendo pousar, já que o local plano ao redor do túnel é exatamente pequeno, e ele continua flutuando, enquanto os quatro humanos descem do animal.

Sokka, Katara e Aliam pegam capuzes pretos para esconderem as cores de suas roupas, já que o azul com certeza é a cor das tribos da água.

Aang sobe no cano e começa a cutucar a a placa de metal que o recobre com seu cajado.

_Uma passagem secreta? - Sokka pergunta - Por que não usamos isso antes? 

Aang não responde, apenas continua o que estava fazendo, até que a placa se solta da boca do túnel, e a placa voa para longe, enquanto um líquido meio ver de mal cheiroso escorre do túnel, enxarcando os pés de Katara, Sokka e Aliam.

Aliam segura uma ânsia de vômito.

_Isso responde sua pergunta? - Aang diz, bem humorado, e entra no túnel, que agora Aliam entende ser a tubulação do esgoto da cidade.

_E eu achando que o dia não poderia ficar pior. - Aliam comenta, também entrando no túnel, usando todo seu alto-controle para não pensar nas coisas nojentas que devem ter por ali.

Sokka entra logo atrás dela, resmungando e também segurando uma ânsia de vômito.

Quando tiveram de subir uma ladeira, o líquido verde tentava empurrá-los para baixo, mas Aang usa sua dominação de ar para abrir caminho, enquanto Katara e Aliam usam a dominação de água para não terem seus corpos cobertos por aquele líquido. Sokka fica bem atrás de Aliam, sendo atingido vez ou outra pelo líquido, mas nada muito apavorante, ou nojento.

Acabam chegando em um ponto plano novamente, e bem à frente deles, Aliam consegue ver uma escada de metal que leva para cima. Aang, que está liderando o grupo, sobe as escadas rapidamente. O Avatar retira a tampa de metal com sua dominação de ar, saindo assim do esgoto, porém apenas quando tem certeza de que tudo está seguro. Katara sai logo em seguida, Aliam e Sokka saem atrás dela, Sokka quase coberto por completo pelo líquido verde.

_Poderia ter sido pior. - Aliam diz, isso antes de perceber o estado de Sokka e dar um pulo para trás.

Katara percebe uma botija de água e usa sua dominação para lavar Sokka, e Aang, logo em seguida, usa a dominação de ar para secá-lo. Mas, mesmo depois de ser lavado, ainda há algumas bolhas roxas grudadas na cara de Sokka, mas bem, bolhas não fazem movimentos de sucção ou tem olhos, ou tentáculos.

Sokka grita e tenta tirar aquelas coisas de seu rosto.

_Aaang, eles não me largam. - Sokka diz, desesperado, e Aliam, bem, está tendo uma crise de risos.

Aang empurra Sokka pela cintura e ele se choca contra a parede de uma casa.

_Shhhh. - Aang diz, sussurrando - Para de fazer tanto barulho. - Aliam tapa a boca com as duas mãos, mesmo sabendo que a represália não foi para ela, ainda decidiu vestir a carapuça - São apenas tentapos lilás.

Os pequenos animais fazem movimentos sincronizados de sucção na bochecha de Sokka novamente, mas antes que o rapaz possa ter qualquer reação, Aang segura um entre os dedos e o acaricia, fazendo com que ele solte a bochecha do rapaz quase de imediato. Sokka esfrega sua bochecha e faz o mesmo com o outro animal, que solta sua bochecha, deixando pequenas pintinhas vermelhas no local.

_Ei! - uma voz masculina é ouvida, e todos se viram na direção dos três guardas da nação do fogo que se aproximam, portando cada um uma lança.

Aang se esconde rapidamente atrás dos três, e cobre sua seta na testa com um turbante laranja.

_Por que não estão respeitando o toque de recolher? - um dos soldados pergunta, enquanto os três soldados se aproximam.

_Desculpa. - Katara fala, com um sorriso no rosto - Nós estamos indo pra casa. - os quatro se viram na mesma direção, prontos para irem para algum lugar, e logo começam a caminhar na direção oposta ao dos soldados.

_Espere. - o soldado diz, e todos param de imediato. - Qual é o problema dele? 

Katara olha para Sokka e percebe as bolinhas vermelhas no pescoço de seu irmão. Ela coloca as mãos ao redor dos ombros de Sokka.

_Ele está com pentacatapora, senhor. - Katara fala, e todos se viram para os guardas, Sokka até está com um semblante mais desanimado, como se realmente estivesse doente.

O guarda se aproxima, até ficar bem em frente à Sokka, com a pretensão de tocar o rosto do garoto.

_É extremamente contagioso. - Katara fala, e o soldado rapidamente recolhe a mão que iria tocar Sokka.

O rapaz olha para a irmã, e logo faz uma careta, levantando os braços e deixando as mãos em frente ao corpo.

_É horrível. - o rapaz fala com uma voz esquisita, como se tivesse dificuldade de falar - Eu estou morrendo. - ele se aproxima do soldado, que recua alguns passos para trás.

_É letal. - Katara diz.

O guarda volta para perto de seus companheiros.

_Acho que eu ouvi falar da pentacatapora. - um dos soldados fala, e Sokka continua se aproximando deles lentamente - O seu primo Chang não morreu disso? - Sokka começa a resmungar, e tosse bem perto do trio de soldados - Temos que voltar pra casa, e queimar as nossas roupas. - os três guardas começam a correr para longe, parecendo bem assustados.

_Obrigado, amigo do esgoto. - Aang diz, fazendo carinho em um tentapo que está em sua mão.

_Sokka, se a carreira de guerreiro salvador do mundo não der certo, você daria um ótimo ator. - Aliam fala, batendo de maneira amistosa no ombro do rapaz, que sorri, meio convencido, e a garota logo se arrepende de ter feito o elogio - Mas bem, e agora?

_Agora nós temos que ir até o Palácio e encontrar Bumi. - Aang fala, cheio de determinação.

O pequeno grupo se esgueira pelas ruas mal iluminadas da cidade, evitando ao máximo serem vistos por algum guarda, afinal, as manchas de Sokka já estavam sumindo, então, eles não iriam cair mais na desculpa da pentacatapora.

Eles sobem juntos uma espécie de rampa que leva até o palácio, que está cercada por vários materiais de construção, talvez para fazerem algumas alterações na parte estética da estrutura.

Eles quase se deparam com alguns guardas que fazem ronda, mas se escondem atrás dos materiais.

_Vamos achar o Bumi e dar o fora daqui. - Katara diz em um sussurro.

_Onde ele deve tá preso? - Sokka pergunta, como Momo empoleirado em seu ombro.

_Onde ele não pode dominar a terra. - Aang fala, procurando algo acima de suas cabeças - Algum lugar feito de metal. - ele continua procurando.

Eles se esgueiram para outro ponto, subindo para os andares superiores. Quando já quase no topo, todos escutam um som estranho, como algo estivesse deslizando, e ao olharem para cima, percebem uma enorme pedra deslizando por uma rampa, e essa pedra quase atinge Aang em cheio. Mas Aang desvia com facilidade.

Ao olharem para baixo todos vêem um bando de pessoas, como uma procissão, com tochas, vários pontos brilhantes no meio da escuridão, e principalmente, um alvo fácil para uma pedra deslizando em alta velocidade.

Aang percebe isso quase de imediato, e, com a dominação de ar, desfaz a pedra em centenas de pedaços.

_A resistência. - Aliam escuta a voz de uma mulher, e uma garota joga dardos na direção de Aang, que desvia com extrema facilidade.

Logo, eles já estão correndo, enquanto são perseguidos por soldados da nação do fogo.

Katara usa sua dominação para empurrá-los para baixo, e fazê-los cair, o que realmente funciona, mas bem, a garota jogadora de facas não saiu do encalço deles, e arremeça mais facas na direção de Katara, que faz uma espécie de escudo de gelo, logo, as facas não atingem seu alvo, e Katara volta a correr, mas a garota pula o escudo de gelo com facilidade.

Aliam, Sokka e Katara passam por Aang, que fica para trás e usa a dominação de ar para derrubar várias pilastras com materiais de construção, mas a garota desvia, e lança algumas facas, uma delas quase atinge Aang, mas ele usa seu bastão para pará-la.

Mais facas são lançadas, mas antes que elas possam atingir o seu alvo, o chão debaixo dos quatro cede em um quadrado perfeito e eles caem no chão com tudo.

Aliam esfrega suas costas, soltando um resmungo, e então percebe os vários soldados da terra ao seu redor.






                            ~¤~





A base da resistência de Omachu é completamente subterrânea, e só pode ser acessada por dominadores de terra, com várias escadas, rampas e túneis que levam para, praticamente, todos os lugares da cidade. 

Aliam está completamente encantada e admirada com a incrível habilidade dos dominadores de terra.

_Então, o Rei Bumi está com vocês? - Aang pergunta para os dominadores de terra que os guiaram pelos túneis.

Todos, absolutamente todos, os presentes no grande salão olham para Aang.

_Ele está liderando a resistência? - Aang pergunta.

_Claro que não. - um dos dominadores em frente a eles diz, e Aliam sente a raiva em sua voz, a frustração, conforme ele ergue o punho - No dia da invasão, nós nos preparamos para a batalha. - ele olha para os outros dominadores - Estávamos prontos para defender a nossa cidade, para lutar por nossas vidas e por nossa liberdade. - ele se vira novamente para Aang - Mas antes mesmo de termos a chance, - ele abaixa a cabeça, como se as memórias fossem dolorosas - o rei Bumi, se rendeu.

"No dia da invasão, eu perguntei ao rei Bumi o que ele queria fazer. Ele me olhou nos olhos e disse, 'eu não vou fazer nada'. Não importa agora, lutar contra a nação do fogo é o único caminho para a liberdade, e vale a pena morrer pela liberdade".

_Tem um outro caminho para a liberdade. - Aang diz - Poderiam sair de Omachu. Estão direcionando sua força toda contra a nação do fogo, mas estão em menor número, não podem vencer, agora é a hora pra mudar e viver para lutar outro dia.

_Você não entende. - o dominador abaixa a cabeça - Eles tomaram nossas casas, e temos que lutar contra eles a todo custo.

_Eu não sei, Andi. - o dominador ao lado do primeiro fala - Viver para lutar outro dia começa a me soar muito bem.

_É, estou com ele. - o dominador mais novo entre o trio em frente aos quatro diz.

Uma mistura de "é, eu estou com ele" e "eu também" começou a surgir entre os outros dominadores.

_Está bem. - o dominador diz - Mas há milhões de cidadãos que têm que viver. Como vamos tirar todos?

_Ventosas. - Sokka diz de repente, e todos começam a encará-lo, inclusive Momo, o rapaz pisca, meio sem graça - Todos vão cair doentes com Pentacatapora aguda.

_Sokka, você é um gênio. - Aliam diz, com um sorriso - Bem, vamos precisar de ajuda para vasculhar os esgotos, e quanto mais cedo começarmos, melhor.

_Os esgotos? - o dominador pergunta - Bem, não sei o que estão planejando, mas espero que dê certo.

Com alguns voluntários, e Sokka, que foi a completo contra-gosto, logo eles tinham baldes e mais baldes com tentapos lilás, e também conseguiram reunir grande parte da população quando os soldados não estavam fazendo ronda.

Sokka explicou o plano, usar os tentapos para que as ventosas deles deixassem bolinhas vermelhas por seus corpos e rostos, o que funcionou muito bem, tirando o fato de que algumas pessoas esqueceram a parte de "acariciar para tirar os tentapos da pele" e os puxavam com força, e bem, eles saíam, mas com muito custo.

_As marcas nos fazem parecer doentes. - Sokka diz, bem em frente a multidão afligida por "pentacatapora" - Mas têm que agir como doentes, têm que convencer.

Bem neste momento, um senhor idoso com uma enorme barba branca, uma perna de pau e uma bengala, passa por entre a multidão, gemendo e resmungando, aparentemente com muita dor.

Sokka abraça um rapaz pelos ombros e diz:

_É disso que eu estou falando.

_Anos de prática. - o senhor diz, batendo na perna de pau com a bengala.

_Tudo bem, pessoal, formação de doentes. - Sokka manda, e todos obedecem.

_Aang, - Katara chama o rapaz - o que tá fazendo? - Aliam se vira para os amigos e vê que Aang estava andando em outra direção - Você não vai com a gente?

_Não. - o rapaz responde - Eu só vou depois que achar o Bumi.

Momo sobe no ombro de Aang, puxando a boca do rapaz, mas o mesmo o retira de lá.

_Desculpe, Momo, mas depois eu te dou comida. - Aang diz.

Aang salta para cima, pulando entre os telhados até o palácio.

A "procissão de doentes" começou com todos indo em frente ao palácio, gemendo e urrando, e alguns até caiam desmaiados, o que impressionou bastante Aliam.

Os guardas estavam amedrontados.

_PESTE, PESTE! - um deles grita, e um começa a tocar um sino, fazendo com que todos os guardas entrem no palácio.

_Aliam. - Sokka sussurra para a garota ao seu lado - Sua blusa. - ele logo volta a agir como um doente.

O coração da garota para de bater por um instante, e ela olha para baixo, agradecendo por ninguém estar olhando para ela, e ajeita sua blusa.

Era tão mais fácil no polo norte, onde ela usava camadas e mais camadas de roupas, agora, com esse calor quase desértico, ele tem de ficar se policiando o tempo todo.

Aliam olha para Sokka.

Se perguntando o porquê de ele não ter falado nada sobre isso com ela ainda.

Os guardas saem do castelo novamente, mas ficando a uma distância segura, guiando os "doentes" para fora da cidade.

Um acampamento improvisado foi montado fora da cidade, e Aliam evitou Sokka o máximo que pode, ajudando os cidadãos a armarem barracas, pegar água, organizá-los da melhor maneira possível, tudo para evitar Sokka e Katara. E estava dando tudo certo, até o anoitecer, quando Aang chega ao acampamento, acompanhado de um enorme animal branco quadrúpede, com chifres, dentes afiados e a língua para fora. A garota o reconheceu pelo o que Aang, Katara e Sokka contaram à ela sobre a primeira vez que estiveram em Omachu, aquele com certeza é Fofucho.

Katara e Sokka vão até Aang, e Aliam se aproxima calmamente, se posicionando ao lado de Sokka.

_Procuramos em todos os lugares. - Aang diz, meio cabisbaixo - Nada de Bumi. - Katara o abraça, enquanto Sokka abraça Fofucho. Aliam acha o gesto estranhamente fofo, o que acaba fazendo-a sorrir.

_Temos um problema. - o dominador de terra diz ao se aproximar do grupo - Fizemos uma contagem.

_Está faltando alguém? - Aliam pergunta.

_Não, temos um extra. - dito isso, ele olha para Momo, que está sendo agarrado por um bebê.

Aliam solta um muxoxo.






                          ~¤~






Aliam, Aang, Katara, Sokka, o dominador de terra, Appa, e Fofucho estão sentados em um círculo ao redor de uma fogueira, onde o bebê, um bebê muito enérgico, está andando de um lado para o outro, e até começa a tentar morder a clava de Sokka, mas este tira a mesma da boca do bebê rapidamente.

_Não. - Sokka fala - Neném feio da nação do fogo.

O bebê começa a chorar de imediato, e Katara bate em Sokka.

_Ah, tá bom. - Sokka diz, e entrega sua clava ao bebê, que parece muito feliz com o novo brinquedo.

_Ai que bunitinho. - Katara diz, e abraça o bebê.

_Claro, agora é lindinho. - o dominador de terra diz - Mas quando crescer, vai ser do exército da nação do fogo. Ai não vai achá-lo tão lindinho, ele vai ser um assassino.

_Bem, quando Aang restaurar a paz isso não vai ser um problema. - Aliam diz - Ser da nação do fogo não vai ser mais algo ruim daqui alguns anos. E o senhor não tem como saber se ele quer ser um guerreiro, um pintor, um poeta, ou, não sei, um palhaço de circo. - Aliam se aproxima de Katara e do bebê, balançando sua pulseira de conchas na frente dele, que parece encantado com o barulho que elas fazem ao se chocarem uma com a outra - As coisas só acontecem de uma maneira ruim se as alimentarmos com esperanças ruins, se você disser para uma pessoa que ela é má repetidas vezes, mesmo que ela não seja, vai acabar aceitando isso e se tornará má de verdade. Mas se você disser a alguém que ela tem o poder de melhorar o mundo com pequenos gestos, vai ver que ela vai acreditar e vai crescer sonhando em fazer do mundo um lugar melhor. - Aliam pega o bebê no colo - É tudo uma questão de ponto de vista, e de como escolhemos enxergar as coisas.

Aliam sorri para o bebê, e só então percebe que todos estão olhando para ela, e acaba corando levemente.

_Puxa. - Aang diz, sorridente - Tirou as palavras da minha boca.

Logo, um som estranho de uma ave é ouvido, e um falcão pousa em uma pedra perto do grupo.

_Um falcão-correio. - o dominador de terra diz, se aproximando do animal, e retirando dele um pergaminho.

Ele volta para perto do fogo e entrega o pergaminho para Aang, que se levanta e o abre.

_É do governador da nação do fogo. - ele diz - Ele acha que raptamos o filho dele, então, quer fazer uma troca. O filho dele, pelo rei Bumi. - a expressão de Aang muda drasticamente de neutro para completamente em pânico.

Ao raiar do dia, Aang pegou o bebê e disse para seus companheiros que iria devolvê-lo pessoalmente.

_Percebe que isso tudo deve ser uma armadilha, né? - Sokka pergunta para Aang.

_Eu acho que não. - o rapaz responde - Sei que o governador quer tanto o filho de volta quanto queremos o Bumi. - ele olha para o bebê adormecido em seus braços - É um novo diz, estou com um bom pressentimento.

Todos sobem em Appa, e vão voando para Omashu.

Se posicionam em frente a um dos andares mais altos do Palácio, que parece estar sendo reconstruído, já que está revestido de madeira.

Sokka se encarregou de segurar o bebê antes da troca.

Pouco depois, três figuras femininas aparecem, uma com o cabelo castanho trançado e as roupas em uma tonalidade de rosa, outra com o cabelo preso em um coque com um enfeite, que Aliam suspeita fazer parte da família real, e a outra, a que parece liderar o grupo, é a mesma garota de cabelos pretos que os atacou há duas noites.

Um enorme guindaste abaixa uma espécie de caixão de metal, e quando o caixão está perto o suficiente, a garota consegue escutar uma risada.

_Oi, pessoal. - o dono da risada, um senhor ligeiramente assustador, que está apenas com a cabeça descoberta pelo caixa O, diz, e ele parece estar se divertindo muito.

O caixão abaixa até ficar atrás das garotas.

_Trouxeram meu irmão? - a garota de cabelo preto, que parece estar vestida para um funeral, pergunta.

_Ele está aqui. - Aang responde, e o bebê parece estar gostando de brincar com o rosto de Sokka - E estamos prontos para a troca.

_Desculpe, mas acaba de me ocorrer uma coisa. - a garota com o coque diz - Se importa?

_É claro que não, princesa Azula. - a garota-funeral responde, bem, pelo menos isso sana as dúvidas de Aliam, a garota realmente é da realeza.

_Estamos trocando um neném de dois anos por um rei? - os pensamentos na cabeça de Aliam se tornam desconexos com o rumo desta conversa - Um rei poderoso de dominação da terra? Não parece uma troca muito justa, não é?

A garota-funeral olha para eles com os olhos semicerrados.

_Tem razão. - a garota-funeral diz - Não tem acordo. - com um aceno de mão, o rei começa a ser erguido novamente.

_Até mais tarde. - ele diz, parecendo bem alegre.

_BUMI! - Aang grita e corre até o rei, usando sua dominação.

A princesa corre até Aang, e produz chama azul para tentar pará-lo. Mas ele salta até uma das pilastras e a usa como impulso para usar seu bastão e transformá-lo em uma asa delta, seu turbante, porém, é arrancado com o vento, e ele o pega com a boca.

_O Avatar. - a princesa diz e corre para dentro das pilastras, sumindo da vista de Aliam.

As duas outras garotas correm até os três, as lâminas reluzindo nas mãos da garota-funeral.

_Sokka, fica atrás de mim e da Katara, nós vamos te dar cobertura e você tenta tirar esse bebê daqui. - Aliam diz, já retirando seus bastões de suas costas e assumindo uma posição de luta, junto com Katara.

Sokka começa a correr para a beirada do piso de madeira, enquanto toca o apito para chamar Appa. Katata e Aliam correm atrás dele, e Sokka tropeça ao ter seu pé atingido por um punho, o que faz com que ele caia e deslize, quase caindo do piso de madeira. A garota de rosa sai pelo buraco no chão e corre até Sokka.

Aliam faz um escudo de gelo para impedir as lâminas da garota funeral atingirem ela e Katara, e transforma o gelo em estacas de gelo, lançando-os na direção da garota, enquanto Katara agarra o pé da garota de rosa com um tentáculo de água.

Sokka aproveita e desce as escadas para o andar de baixo.

A garota-funeral desvia das estacas de Aliam e logo parte para outro ataque, dessa vez mais físico, e quase derruba a garota ao dar uma rasteira nela, mas Aliam chuta a barriga da garota e a empurra para longe.

_Não tem vergonha de ser um homem e bater em uma mulher? - a garota pergunta, vindo para cima de Aliam em um novo ataque, mas Aliam a bloqueia com seus bastões.

_Não quando ela é uma louca que está tentando me matar. - Aliam responde e empurra a garota para trás, que aproveita para jogar mais lâminas em Aliam, mas essa desvia ao saltar para trás, porém um passo em falso faz com que ela caia, bem à tempo de ver Katara arremessar a garota de rosa para o seu lado. Aliam parte para cima da garota-funeral e congela seu braço, antes que ela tenha tempo de jogar outra lâmina, e usa um de seus bastões para dar uma rasteira nela e fazê-la cair. Katara porém, é pega de surpresa pela garota de rosa, que golpeia seu corpo e a impede de usar a dominação de água, deixando-a vulnerável.

Aliam vai até a amiga e usa sua dominação para laçar a cintura da garota de rosa, impedindo-a de atingir Katara novamente, mas Aliam acaba se descuidando e é atingida de raspão na barriga pela garota-funeral.

A garota de rosa acerta os mesmos pontos em Aliam, e ela também não consegue usar sua dominação.

_Droga. - Aliam diz, e percebe sua camiseta começando a ser manchada de sangue.

_Como vão lutar sem sua dominação agora? - a garota-funeral pergunta, e quando estava se preparando para jogar mais uma lâmina, é atingida por um bumerangue azul.

_Deixa comigo. - Sokka diz, montado em Appa.

Appa pousa bem em frente as garotas, e usa sua cauda para mandá-las para longe.

Aliam e Katara sobem rapidamente em Appa, Aliam tentando usar sua dominação em seu ferimento, mas sem muito sucesso.

Appa alça vôo novamente, e eles começam a sobrevoar Omachu em busca de Aang.

_Olha o Aang. - Katara diz, apontando para as rampas.

O ferimento em Aliam queima, o corte não foi tão superficial quanto ela gostaria, mas vai sobreviver.

Appa fica lado a lado de Aang, mas é impedido de chegar muito perto por conta da princesa, que lança fogo azul em sua direção.

Aang lança o caixão de Bumi, e Katara e Sokka tentam agarrá-lo, mas ele lhes escapa por pouco, e Aang continua em cima do caixão, guiando-o para outra rampa.

Appa vai atrás deles voando, e Aliam finalmente consegue usar sua dominação para se curar, e ela suspira de alívio.

Appa finalmente acha Aang, que sobe no Animal, mas sem o rei Bumi.

_O que aconteceu com Bumi? - Katara pergunta.

_Ele… - Aang suspira, e sorri logo em seguida - Ele escolheu esperar.

Ao cair da noite, Aang decide levar o bebê de volta para seus pais, e Aliam toma coragem para falar com Sokka.

Encontrou-o sozinho, deitado em cima de uma rocha, olhando as estrelas, com Fofucho ao seu lado.

Aliam sobe a rocha.

_Posso me juntar à você? - a garota pergunta, com um pouco de cautela.

_Claro. - Sokka responde.

Aliam se senta ao lado do amigo.

_Então… - ela começa, e suspira - Sobre ontem. - ambos falam ao mesmo tempo, e os dois riem baixinho.

_Eu quero pedir desculpas. - Sokka diz.

_Pelo o quê? - a garota pergunta, franzindo o cenho.

_Por… bem… - Sokka parece meio encabulado - por… ter visto… - ele sinaliza o próprio peito, e a garota entende que ele está se referindo à suas faixas - Não era minha intenção, foi um acidente e…

_Não foi sua culpa. - a garota diz - Foi um descuido meu. - Aliam suspira, e uma leve brisa sopra - Obrigado por ter me avisado, seria constrangedor alguém ter visto. É que não estou acostumado a usar tão poucas camadas de roupa. - Aliam olha para Sokka - Mas como você entendeu o que as faixas são?

_Eu tenho uma irmã. - Sokka responde simplesmente.

_Ah. - Aliam diz, e ambos ficam em silêncio por um tempo.

_Por que você as usa? - Sokka pergunta - Quer dizer, as Katara também usa, mas as suas parecem ser bem apertadas. - Aliam desvia seu olhar, e Sokka se senta de uma vez - Não precisa dizer, se não quiser, eu só… - Sokka suspira - Por que você finge ser um menino?

_É…, complicado. - Aliam suspira, olhando para as próprias mãos - Você foi para a vila do norte, as garotas dominadoras não têm muitas escolhas, ou curam ou…, não fazem nada. Meus pais sabiam que eu seria dominadora, e quando nasci, decidiram esconder de todos que eu era uma garota para aprender a dominar a água. No começo era fácil, mas nunca entendi porque eu era a única garota a ser ensinada a dominar, e quando eu fui crescendo, foi mais difícil esconder, ainda mais quando me perguntavam se eu já estava querendo esculpir um colar para alguém, mas eu só queria que esculpissem um para mim. - Aliam sorri - É algo bobo, eu sei…

_Não. - Sokka diz, atraindo o olhar da garota - Não é bobo. - ele sorri - Por que não contou pra gente logo de início?

_Primeiro foi por falta de intimidade. - ela diz - Segundo… - ela suspira - é algo difícil, ser quem você sempre quis ser, quebrar suas barreiras, dizer a verdade, ainda mais quando uma mentira parece algo mais seguro de se seguir. - ela cerra seus punhos - Não conte para Aang e Katara, não ainda, eu não estou pronta. - ela suspira.

_Eu não faria isso. - Sokka diz.

Aliam faz algo impulsivo, joga os braços ao redor do pescoço de Sokka e o abraça.

_Obrigada. - ela diz, e sente os braços do rapaz ao redor da sua cintura.











Notas Finais


Espero que tenham gostado, até.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...