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História Efeito Uchiha (SasuNaru - NaruSasu - NaruSara) - Você não é mais o Hokage!


Escrita por: Kurouchoa

Notas do Autor


Oi, amigos!

Hoje prefiro não dizer nada, só peço desculpas, pois não tive muito tempo para revisar o capítulo do jeito que gosto: muitas e muitas vezes hehehe.

Boa leitura!
Temas nas notas finais.

Capítulo 33 - Você não é mais o Hokage!


Fanfic / Fanfiction Efeito Uchiha (SasuNaru - NaruSasu - NaruSara) - Você não é mais o Hokage!

Sarada estava de volta e Sasuke, com seu jeito circunspecto, mal conseguia conter sua alegria por poder recebê-la com afetuosidade e carinho. Conversaram por um bom tempo e ela lhe disse que estava pronta para servir à Vila, seus anos de treinamento e estudos em Suna haviam terminado. 

Pai e filha estavam apreciando aquele reencontro, se olhavam com entusiasmo, o shinobi alisou o cabelo dela, colocando uma mecha atrás da orelha. A garota sorria e com cuidado ajeitou a roupa do pai, dando batidinhas no peito para tirar alguma sujeira que tinha ali.

— Você continua treinando com o Naruto depois de todo esse tempo?

— Bem… eu… — Sasuke observava os olhos dela, tão expressivos e sempre vermelhos, com os lindos sharingans. — Sim, às vezes.

Sentados naquela sorveteria, os dois viram o garçom chegar com as taças de sorvete.

— Fala sério, hein, pai! — zombou dele, cutucando com a colherzinha a pequena bola de sorvete de limão que Sasuke tinha pedido. — Isso nem pode ser chamado de sorvete!

— Você sabe que não gosto de muito açúcar. — Justificou, arregalando os olhos para a porção imensa da garota, com quatro bolas de sorvete, chantilly e cobertura de chocolate. — Isso é uma afronta às minhas células beta!

— Ai, que chato, pai! — Fez uma careta enquanto uma colherada entrava na boca, cheia de sorvete.

Comeram um pouco com sorrisos nos lábios, até que Sasuke fez um som anasalado.

— Hn! Você… não está magoada? Quero dizer…

— Fica tranquilo, pai, eu não guardo mais ressentimentos.

A surpresa e a satisfação de Sasuke estavam ambas estampadas em seu rosto. 

“Desde quando?”

“Como?”

“Por que ela não avisou antes?”

Poderiam ter se encontrado há mais tempo, ele perdeu tanto tempo a espiando de longe, em segredo, e repentinamente ela aparece? Livre de todo aquele rancor e desgosto.

— Você sabe sobre… mim e Naruto?

— Claro que sei! Todos sabem, pai! — Sorriu com os olhinhos pequenos e tranquilos.

— Você nem falou com ele — Com um tom mais baixo, comentou, como se esperasse um posicionamento, afinal, sabia que a raiva dela era dirigida a Naruto também.

— Pai, eu voltei por você e pela mamãe, depois eu falo com o tio Naruto. — Continuou saboreando o doce gelado sem dar muita moral para o assunto.

— Você vai morar com a Sakura?

— Pretendo morar com o Kawaki.

Sasuke derrubou sem querer a colher dentro da tacinha e o barulho do metal no vidro fez Sarada se atentar à repentina cara amarrada do Uchiha.

— O que foi, pai?

— Morar com ele? — disse, de cenho franzido. — Vocês…

— Sim, nós estamos juntos. — Lambeu a colher de cima a baixo com uma cara sacana, parecia estar provocando o pai propositalmente.

— Sua mãe sabe disso?

— Pai, eu não quero brigar com você, então, não enche o meu saco! Você esteve ausente a vida toda, não vai querer dar uma de paizão agora, hã?

O Uchiha sentiu-se péssimo. Ter sido realmente ausente; não saber o que acontecia na vida da filha; não poder contestar o fato de ela estar indo morar com um marmanjo qualquer! Tudo isso o fazia sentir deplorável. 

— Desculpe — disse, envergonhado. — Não quis me intrometer.

Ela riu e tocou com a colher na ponta do nariz dele, deixando uma manchinha de chocolate.

Sem jeito, ele limpou com um guardanapo e sorriu.

Continuaram comendo e falando amenidades até que Sarada tirou um cigarro da bolsa que tinha presa na cintura. Levou à boca e acendeu, soltando algumas baforadas.

— Você fuma? — Sasuke não conseguiu segurar o jeito rude de perguntar.

— Pai! — ralhou.

— Por Kami, me desculpe, mas num dia você era meu amendoim fofinho e no outro está fumando e morando com um rapaz!

— Eu já fumava, só que antes todo mundo pegava no meu pé, hoje sou dona do meu nariz!

Sasuke ficou quieto, não se sentiu no direito de dizer nada. Suspirou e sorriu de leve.

— Eu preciso ir, Sarada — afirmou, se levantando. — Mas eu gostaria que você fosse lá em casa, quero que você veja onde eu moro. Minha casa é sua casa também.

— E do Naruto. — Revidou.

Sasuke acabou sentindo seu rosto esquentar no alto das bochechas, era bem raro se sentir assim, afinal, era um homem maduro, mas sua filha o deixou constrangido.

— É. Do Naruto também.

— Eu vou, pai — confirmou com um sorriso terno.

Sasuke voltou para casa, agora começava anoitecer e sua cabeça estava cheia de pensamentos, a volta da filha que ele imaginou ter perdido o fazia pensar em mil maneiras de aproximação, queria ela inserida em sua rotina, em seu cotidiano. Havia sido surpreendido e estava muito alvoroçado, queria encontrar Naruto e lhe contar tudo.

Tadaima! — Entrou rapidamente, deixando as coisas em um canto qualquer, tinha pressa, queria contar as novidades.

Encontrou Naruto nos fundos da casa, estava colocando o lixo nos latões separadores do orgânico e do reciclável.

— Naruto! 

— Oi, Teme — Cumprimentou sem grande entonação, continuou ajeitando os sacos de cores diferentes sem olhar muito para ele.

Na colina, Naruto não soube de imediato como agir quando viu Sarada chegar depois de tanto tempo e, apesar de seu jeito impulsivo, era um momento importante para Sasuke, ele não quis atrapalhar, então, não disse nada e só observou pai e filha enquanto se afastavam dele.

— Vocês… estão bem? — quis saber, sem muito entusiasmo.

— Estamos. 

Sasuke sorria, olhava para Naruto em expectativa, esperava que o loiro compartilhasse do seu sentimento.

— Que bom. — Virou-se para entrar em casa. — Fiz alguma coisa, se quiser comer, está no forno.

Sasuke, em completa decepção, continuou observando as costas do Uzumaki se afastando, agora subindo as escadas.

Um pouco confuso, subiu atrás e o seguiu até o quarto.

— O que foi, Naruto? — perguntou, vendo o outro emburrado, sentado na beirada da cama para se trocar.

— Você já vai dormir?! É muito cedo!

— Sabe, Sasuke, eu não quis atrapalhar seu reencontro, mas acho que me deixar lá plantado como um idiota não foi muito legal da sua parte — disse, displicente, tirando a calça. — Eu também não via a Sarada há anos e você nem se dignou a me dirigir a palavra. — Levantou-se de pijama, encarou o Uchiha e viu sua cara espantada.

— Me diz que você está brincando, Naruto!

— Não tô não. — Depois de dar a volta na cama, amaciou o travesseiro e se deitou. — Vou dormir.

Sasuke estava incrédulo. Só conseguiu ficar olhando para o loiro e achá-lo a pessoa mais egoísta e infantil do mundo.

— Você está irritado porque eu me esqueci de você por um minuto, depois que minha filha, com quem eu achei que nunca mais falaria na vida, voltou e me puxou pra sair dali? — Sua voz, um tanto quanto sarcástica e descrente, saiu lentamente de sua boca.

— A Sarada nem olhou pra mim! Nem me deu um "oi"!

— Naruto! Você está bravo comigo?!

— Ora, que porcaria! Achei que eu fosse mais importante!

— Parece que está com ciúmes!

— É! Talvez eu esteja! — exclamou, ao mesmo tempo que desviou o olhar, disfarçando.

— Não seja besta, Dobe! — Sasuke debruçou-se na cama e, com um sorriso deliciosamente maroto, foi para cima de Naruto, que continuava tentando parecer bravo. — Ela é minha filha! Vocês dois são as pessoas mais importantes da minha vida, mas não tem comparação! E eu fiquei meio em choque quando ela chegou. — Beijou o rosto do Uzumaki, que riu e desfez o bico.

— Eu sei, Sas. — Meio tímido, acariciou o rosto dele. — Fui um idiota, desculpa.

Como acontecia algumas vezes, fizeram as pazes depois de um charminho básico. Sasuke caçoava de Naruto que, depois de velho, tinha dado a ter crises de ciúmes e fazer chantagens emocionais.

— Será que aprendeu comigo esse negócio de ficar de bico, usuratonkachi? Já estamos velhos pra essas coisas! — Sasuke brincava e deixava Naruto mais incomodado.

— Ah, me deixe em paz, Teme.

 

No dia seguinte, Sasuke e Naruto teriam trabalho a fazer, o Uzumaki havia sido escalado para a Torre logo cedo, enquanto Kakashi solicitou a Sasuke que acompanhasse sua equipe Anbu em uma varredura, pois cidadãos do País da Chuva tinham feito uma denúncia e era preciso investigar qualquer pista sobre Orochimaru.

Por fim, Naruto estava exausto, Shikamaru realmente o havia posto para trabalhar, tantos documentos para serem analisados e duas reuniões com a elite comercial da Folha e de Suna.

A tarde já acabava, estava escuro quando ele saiu da Torre, sabia que Sasuke só voltaria amanhã. Resolveu passar no Ichiraku, não estava a fim de cozinhar para comer sozinho. As ruas estavam cheias ainda, foi quando uma voz chamou sua atenção. Virou-se na direção oposta e viu Sakura acenando para dentro do pequeno restaurante que servia churrasco e cerveja até de madrugada, um tipo de balada de Konoha, muito apreciado pelos estudantes e intercambistas.

Obviamente, Sakura não conversava com Naruto desde aquele dia em que ele lhe contou toda a verdade, mas em um impulso quase inconsciente, Naruto foi em direção à Haruno.

— Sakura-chan! — Chamou, acenando e caminhando rapidamente antes que ela sumisse.

Os olhos verdes arregalaram ao vê-lo tão animado.

— Sakura-chan! — repetiu.

— Hã… Naruto — balbuciou, pensando em fugir.

— Espere! — Ele pediu.

Não tinha como ser tão mal educada e virar-lhe as costas. Parou e esperou.

Konnichiwa, Sakura-chan.

Konnichiwa.

— Eu só queria dizer que estou feliz com a volta da Sarada. — Coçou a nuca, sem graça vendo a mulher cruzar os braços, entediada. — Imagino que já era a hora de ela voltar pra casa.

— Sim, Naruto. Obrigada. Ela está aí dentro — disse, apontando a porta do lugar com o queixo. — Vou indo. — Simplesmente virou e foi embora.

Naruto ficou parado, a situação entre eles o entristecia, tanto tempo tinha passado, mas não podia culpá-la, a entendia perfeitamente. 

Olhou para a porta do restaurante, a luz amarelada era convidativa, risadas e música vinham de dentro. Não seria a oportunidade para cumprimentar a garota Uchiha? 

Por que não?

Cruzou a porta, curioso. Há muito tempo não frequentava aquele estabelecimento. Olhou ao redor e visualizou sua ex pupila. Ela estava sentada em uma mesa de dois lugares com Kawaki. Os dois conversavam entusiasticamente, Sarada gesticulava e falava alto por causa da música, o lugar estava cheio de jovens, Kawaki levou o copo de cerveja à boca enquanto ouvia Sarada falar alguma coisa, pelo visto, muito interessante.

Andou até eles, estava hesitante, mas, com coragem, chegou ao lado da mesa. 

— Meu Kami! Que sorte a minha encontrar meus dois alunos! — falou realmente feliz.

Os dois olharam para ele, mas ficaram surpresos e sérios, ao contrário do que Naruto imaginava, não mostraram nenhum prazer em vê-lo por ali.

— Oi, tio Naruto.

Kawaki abaixou a cabeça e manteve o silêncio.

— Oi! Minha nossa, há quanto tempo não vejo vocês!

— É porque a gente não quer que você veja a gente, Naruto — disse Kawaki, lançando um olhar contrariado.

— O que é isso, Kawaki! — Sarada segurou o pulso dele e o repreendeu com o olhar. — Ele é nosso sensei, onde está o seu respeito pelos mais velhos? — Os olhos afetados encaravam Kawaki e pareciam dizer muitas coisas. Os dois se entendiam através dos olhares.

O jovem cruzou os braços e se recostou no amparo da cadeira.

— Como vai, Naruto-sensei?

— Vou bem, Kawaki. E acho que você não tem motivos para estar aborrecido comigo, tem?

— Não — respondeu, levantando o olhar para o ex-Hokage.

— Kawaki, eu quero te pedir uma coisa — num tom bem ameno, falou —, eu gostaria de conversar com o Naruto, será que você pode me esperar em casa?

Com brusquidão, Kawaki olhou de Sarada para Naruto, pensou em protestar, mas o olhar de Sarada o fez bufar e levantar da cadeira.

— Está bem — respondeu, irritado.

Com calma e sem fechar o sorriso, ela lançou um olhar para Naruto, que estava em pé, e acenou para que se sentasse.

Kawaki saiu do restaurante olhando para trás, notavelmente zangado.

— Tio Naruto — disse, ironicamente.

O homem sentiu o ventre revirar e Kurama dar uma chacoalhada no seu interior assim que encarou Sarada de frente. Lembrou-se de uma conversa que teve com a raposa logo depois que Sasuke e a filha deixaram a colina naquele dia e ele se sentiu rejeitado.

“§

— Parece que as coisas se ajeitaram, Narutoo.

— Sim, parece.

— O que foi, Narutoo? Está decepcionado?

— Ela nem me deu bola.

— HAHAHAHA — Uma gargalhada explosiva rebombou na cabeça do Uzumaki. 

— Ora! Não ria! — ralhou, emburrado como uma criança.

— Acho que finalmente a tal paixão por você acabou, Naruto!

§”

— Sarada — começou a falar com um sorriso pálido —, eu soube que se resolveu com o Sasuke.

— Seu marido.

Naruto ergueu as sobrancelhas, estarrecido.

O garçom parou ao lado deles e entregou uma garrafa de outra bebida que Sarada tinha pedido um pouco antes de ele chegar.

— Obrigada. — Despejou o líquido no copo e começou a beber. 

Naruto queria conversar com ela do mesmo jeito que fazia tão naturalmente anos atrás, mas as coisas pareciam ser tão diferentes agora que suas palavras não tinham forças para deixar sua garganta.

— Eu esperei tanto por você — ela disse —, achei que você fosse a Suna me visitar, tio Naruto!

Com um solavanco, ele levantou o braço negando aquelas palavras.

— Não, Sarada! — A mão aberta entre eles e o ar taciturno chamou a atenção dela. — Será que você pode não me chamar de tio?

Um sorriso esperto brotou nos lábios femininos.

— Por que não? Achei que gostasse.

— Você está sendo irônica. — Sem paciência, continuou. — Eu realmente estou feliz por você ter voltado, esperava por esse dia, é uma esperança de que as coisas voltem a ser como antes — falou, sério e concentrado. — E se você se entendeu com o Sasuke, por que age assim comigo?

Um silêncio entre eles dominou a mesa. O som da música alta da banda Scorpions e as vozes dos clientes animados era tudo o que eles podiam ouvir, mas Naruto não prestava atenção, só conseguia olhar para ela e tentar decifrar o que era aquele novo contexto que os envolvia. Nada era mais como antes, tudo tinha mudado, era como se depois daqueles sonhos tudo estivesse diferente.

— Sentiu minha falta, Naruto?

— Todos sentimos, Sarada.

Era nítido que ela estava alterada e o álcool era um dos responsáveis. Ela já estava bebendo bem antes de ele chegar.

— Mas e os nossos encontros noturnos? Sentiu falta? — Argumentou, cheia de segundas intenções.

— Para com isso, menina! Isso é constrangedor.

— Você é um covarde!

— Não acredito que você vai insistir em voltar nesse assunto! Você é como uma sobrinha pra mim!

— Sobrinha o caralho! — exclamou, virando o copo na boca e bebendo até a última gota.

— Sarada!

— Você é um filho da puta! 

Naruto deveria ter seguido o seu instinto e ido embora naquele momento, percebeu a voz dela enrolando um pouco, era o começo de uma embriaguez, não era um bom momento para conversas, ainda mais aquele tipo de conversa.

As últimas coisas que Naruto pensou que ouviria de Sarada quando se encontrassem eram cobrança e ressentimento. Ela estava magoada com ele. Ainda!

— Eu sempre te deixei saber dos meus sentimentos, não é, Naruto? Você sempre soube. — Outro copo começou a esvaziar nos lábios dela.

— Eu espero que você tenha esquecido tudo isso, Sarada! Agora que está com o Kawaki, ele é um excelente rapaz.

— Eu estou com Kawaki… — Riu baixo, olhando para o copo que voltava a encher. — Sim…, Kawaki…, mas eu ainda sinto você… nossos encontros…

— Não tivemos encontros! — exclamou Naruto, a interrompendo. — Foram só sonhos.

Sarada começou a rir. Uma gargalhada afrontosa e alta, a cabeça era jogada para trás e voltava para o eixo em um riso alto e espalhafatoso, o líquido do copo balançava em sua mão.

— Pare de beber, Sarada! — disse agressivamente, aproximando-se dela por cima da mesa.

A gargalhada assumiu maiores proporções. Ela colocou o copo na mesa e, ainda rindo, pegou um cigarro. Secou um dos olhos com o indicador, depois acendeu o tabaco. Piscou para ele. Sorria largamente.

— Me pergunta qualquer coisa então — zombou. — Eu sei como você gosta de ser chupado — sussurrou a palavra —, como vira os olhos quando goza e como gosta de apertar minha bunda enquanto se enfia dentro de mim.

Traiçoeira, o fez pigarrear e sentir o rosto esquentar, todo o corpo esquentou, estava envergonhado e sem saber onde enfiar a cara. Que garota atrevida!

— Não foram sonhos — afirmou ela.

Com os lábios travados, Naruto desviou o olhar, mas acabou por voltar ao rosto sorridente da jovem, que jogava montes de fumaça para o alto e bebia aquela bebida transparente.

— Eu vou pra casa, mas é melhor ligar pro Kawaki vir te buscar, você não está em condições.

— Ahhh — Cruzou as pernas e apoiou um dos cotovelos no espaldar —, vai se preocupar comigo? Como um papai?

— O que aconteceu com você, Sarada? Cadê a garotinha doce que você era? — Naruto tentava disfarçar e falar mais baixo, já estava preocupado com as pessoas ao redor, começavam a prestar atenção neles.

— Faça-me o favor, Naruto! — Inclinou-se para a frente com os braços apoiados na mesa. — Você não é meu pai! Não é meu sensei! Não é mais o Hokage! — esbravejou, cuspindo gotas de saliva na direção dele. — Você não é nada! — A voz embargada denunciando a embriaguez.

— Vamos embora! — Sem mais nenhum pingo de paciência, Naruto levantou e a agarrou pelo braço. Jogou notas de dinheiro na mesa e a puxou para fora.

Evidentemente, foram alvos de olhares curiosos e interessados, Naruto era uma figura importante, e as pessoas sabiam que Sarada era filha de Sasuke Uchiha.

— Vou te levar pra casa! — berrou no meio da rua. — Onde você mora?

— Não vou te dizer — ela disse, se apoiando nele e trançando as pernas.

Naruto estava completamente embaraçado, outras pessoas haviam saído do restaurante e estavam também na calçada olhando para eles, cochichavam. Outros civis andavam por ali, cravando os olhares curiosos na dupla chamativa, ainda mais pelas roupas curtas que a Uchiha usava.

— Que droga, Sarada! — Tentou puxá-la, mas ela começou a rir e se debater como uma maluca. 

Enfastiado, decidiu pôr um fim àquilo, agarrou as coxas da garota e a jogou sobre os ombros.

— Vamos!

— Me larga, velhote! — gritou ela, batendo os punhos fechados nas costas dele.

Logo, chegaram em casa, Naruto entrou, estava irritado, bateu a porta e a jogou sobre o sofá sem nenhuma delicadeza.

— Vai ficar aqui até passar essa bebedeira! — bradou com o dedo apontado para a cara dela. 

Colocou um selo ao redor da casa, ninguém entraria e nem sairia sem que ele liberasse. 

— Humpf! — Fungou e foi para o quarto.

O teto da sala sem luz era o que Sarada observava, o via girar sem parar, começou a ficar enjoada com aquelas sombras que vinham da janela, tudo rodava e não adiantava fechar os olhos.

— Mas que meerda… — murmurou, sentindo a boca encher de água. — Acho que… vou vomitar.

Levantou e a tontura piorou. Ela se segurou em uma coluna que dividia a sala e a cozinha americana. Fazia anos que não entrava na casa do Uzumaki, mas ainda se lembrava perfeitamente de onde era o banheiro. Foi se equilibrando até lá, caiu de joelhos na frente do vaso sanitário e vomitou.

— Juro que… nunca mais vou be-ber… — prometeu em um lamento doloroso, enquanto lavava a boca na pia.

Saiu do banheiro e andou pela casa escura, se escorando nos móveis, a cabeça parecendo um cata-vento em alta velocidade, era um suplício, mas tinha melhorado depois de colocar tudo para fora.

Na sala, viu um fone de ouvido sobre a mesa, foi até lá e o pegou. Meio zonza, colocou na cabeça ajeitando-os nos ouvidos. Ligou e a playlist do Naruto começou a tocar.

— Caraamba! — clamou, admirada pela música atual e animada.

Naruto apareceu na sala e viu a garota balançando o corpo com seus fones nos ouvidos. Ficou parado, encostou os ombros no batente da porta e ficou assistindo a ela, que se virou e sorriu ao vê-lo. Tirou os fones dos ouvidos e os deixou pendurados no pescoço.

— Você está bem? — ele indagou.

— Quem deixou… você me trazer a-qui? — perguntou tão enrolado que era difícil entender. Apoiou-se na mesa, estava molenga e piscava devagar.

— Você não acha que bebeu demais?

— Sim — respondeu sorridente. — Bastaannte! — admitiu, balançando o corpo de um lado para o outro.

Naruto a olhava sério, sobrancelhas abaixadas.

— Es-tou acostumada.

— Estou vendo. Você está ótima — falou num tom autoritário. Deu alguns passos e parou perto dela.

— Estou bem… — Por um momento divagou, com os olhos perdidos, mirando o chão. — Está perdendo seu tempo, Naruto. Minha família é… assim! Os Uchiha. São tooodos loucos. — Gesticulou, tentava não se atrapalhar nas palavras, mas de porre, sentia a língua fora de controle. — Você nun-ca vai entender, somos todos malu-cos, a tal maldição do ódio. Matamos pessoas! — Dirigiu o olhar a ele, completamente grogue. Enfiou com dificuldade a mão na bolsinha e tirou um cigarro, tudo muito lentamente, Naruto continuava a observando.

Acendeu. O som dos grilos na rua era o único barulho externo, ela soltou a fumaça para o alto, uma, duas vezes. Fazia Naruto refletir sobre o que estava acontecendo com ela, aquele comportamento parecia ser uma espécie de fuga. Ela não estava bem. Aliviou-se por Sasuke não estar em casa, pensou em como ele se sentiria vendo a garota chapada. 

Enquanto ele olhava para ela, ela olhava para a janela. A luz da lua entrava e batia em seus corpos.

— O… que você fez comigo, Na-ruto? — Parecia estar confusa, um olhar vago, frio.

— Nada.

— Então… por que eu me sinto assim a vi-da inteira? Por quê? — perguntou com a voz pastosa. — Não aguento mais.

— Não sei do que está falando.

— Eu ainda te amo.

Naruto deu um suspiro ao mesmo tempo em que desviava os olhos para o chão.

Nesse ínterim, ela se desencostou da mesa e recolocou os fones nos ouvidos, virou de costas para ele com passos cambaleantes que, por mais que ela quisesse, não se pareciam em nada com uma dança. Era muito nítido que estava caindo de bêbada, dançava esquisito, rebolando e girando, os cabelos desarrumados balançavam, ela rebolava e segurava os fios para cima, ria e rodopiava.

Naruto ficou apreciando a certa distância, mas ela continuou com sua dança sensual, fez sinais o chamando com os dedos indicadores, movendo os braços um de cada vez, se aproximou e o puxou pela camisa. Claro que a garota era uma tentação, simplesmente linda, não era mais uma menina, era uma mulher. Uma belíssima mulher. 

E ela continuou a provocá-lo, puxou novamente sua camisa e lambeu seus lábios, ele ficou imóvel, não ousou se mexer, mas viu ela desabar no chão de sua sala.

Sem saber se a ajudava ou a ignorava, Naruto, estático e com uma postura taciturna, deu alguns passos e a olhou de cima. A garota sorria, as pernas estavam flexionadas, as coxas encostadas no abdômen, pés para cima, ela ria. 

— Sarada… — Ele sussurrou para si mesmo. 

Naruto vergou para pegá-la, tentou segurá-la pelos braços, mas ela estava mole e rodeou os braços no pescoço dele, os dois ficaram meio desengonçados, ela escapava do agarre dele como gelatina, e então, em um descuido nem tão descuidado assim, ela grudou os lábios aos dele. Rebocou-o com um puxão forte e desajeitado que o fez cair sobre ela.


Notas Finais




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