O relógio marcava onze horas da manhã quando recebi no chat privado a mensagem de um usuário de um site de perguntas e repostas dizendo que estaria na minha cidade no outro dia para resolver assuntos em São Paulo, ele sugeria que nos conhecêssemos.
O user em questão (vamos chamá-lo aqui de Diego), até então tinha pouca interação no pv comigo, interagia mais abertamente nas perguntas, com uma resposta mais doida do que outra. Meses atrás se enfiara numa discussão com uma anônima tentando me defender. Uma vez ou outra respondia algo coerente, depois voltava a ser o mesmo doido de sempre, “um jovem maluco” eu pensei.
Mas o que é ser doido num site de perguntas e respostas onde todo mundo é anônimo? Todos somos. Até o mais sóbrio, o mais previsível já proferiu, entre uma interação e outra, uma palavra doentia.
O coração acelerou na hora, há quanto tempo não conheço ninguém às cegas? 10, 15 anos talvez. Não, conheci uma amiga desse mesmo site no ano passado. Mas dessa vez seria diferente, dessa vez seria macho (ou fake né? Pq eu poderia chegar lá e encontrar uma maluca, uma hater talvez. Ela poderia me esquartejar e colocar meus restos em uma mala ...)
“Que viagem, véi”.
No dia seguinte recebo outra mensagem do Diego, o assunto em São Paulo já estava resolvido, poderíamos nos encontrar se eu assim decidisse. O interesse dele era me fazer uma tal de massagem tântrica, não era sexo – dizia ele, eu apenas teria que lhe indicar o lugar e as regras do jogo seriam combinadas antes. O assunto ficou interessante, não tinha nada a perder (só a vida, né? Kkkk). Fiz a reserva num hotel na Vila Mariana no nome do Diego, pedi que deixasse minha entrada autorizada.
Antes disso, passei a noite encucada com esse negócio de massagem. Quem se atreveria a marcar um encontro íntimo com uma mulher pra lhe fazer apenas massagem? E ainda tântrica com a moça completamente nua? O moço não entrava em detalhes, apenas me garantia que não era sexo e que eu saberia detalhes na hora e no lugar combinado. Ele soube direitinho como me instigar, se fosse sexo com certeza eu negaria, oferta de homem só pra comer tem em qualquer lugar. Seria ele um sequestrador, contrabandista de órgãos ou estelionatário? No dia anterior ele dissera “Pense se tem alguma fantasia, se tem desejo de usar uma lingerie especial, se tiver acessórios/brinquedos que queira usar ... Será o momento de vc ser quem vc é sem receios, eu vou te explicar tudinho pessoalmente, foca sobre vc poder ser vc ... Sem nenhum tipo de julgamento ... Um momento todo seu ...”.
Lingerie especial tinha sim (a segunda dessa pergunta estava novinha https://elaele.com.br/q/686716-qual-desses-modelos-lingerie-e-mais-bonito ) , acessório também, um colar guardado há anos esperando uma ocasião especial para ser usado. “Ser vc mesma”, ele tocou no ponto certo pra me fazer aceitar a proposta. Sexo, massagem, conversa, olhar um pra cara do outro, correr risco de vida ... Não importa, o Diego tocou no ponto certo pra me convencer topar a parada. Tudo estava favorável.
Trabalhei ansiosa o dia todo. Caguei 4 vezes de ansiedade, se fosse rolar anal o intestino já estaria limpo – pensei. A lingerie nova estava na bolsa junto com o colar, só faltou o batom vermelho, o que certa vez comentei no site que nunca me atrevi a usar por me deixar sedutora demais. Mesmo sem o batom vermelho, qualquer um que olhasse na minha testa perceberia que algo estava pra acontecer. Tudo estava favorável, estava na porra do período fértil (ahhh olhem aqui a origem tanta coragem).
Saí às 16hrs em direção ao hotel, dirigi tremendo, suando frio, com borboletas na barriga, mas cheia de coragem, disposta a tudo, matar e morrer por prazer. Deixei outro user de confiança avisado, se eu desaparecesse ele saberia o que fazer.
Bati na porta esperando encontrar um mocinho. Não, quem abre a porta é um homem feito, de barba - hecho y derecho, todo um varón - como se diz em español.
"Ai que bom que não é um moleque" – pensei.
Todo sorridente, ele me abraça afetuosamente. Depois eu me sento na cama e me livro das sandálias que já não aguentava mais. Diego me abraça de novo e pergunta se eu estou nervosa.
- “Já caguei hoje quatro vezes de ansiedade” – eu repondo. Risos.
O rapaz começa a explicação sobre a tal da tântrica. Eu já tinha pesquisado sobre isso na internet, li relatos ... seria possível? Eu no maldito período fértil sozinha com um homem, kkkkkkkkkkkkkkkk que dó do moço, ele ainda achando que não teria sexo. Haveria outro desfecho?
“Vou fazer o que ele disser, se ele vai me esquartejar, que antes me dê prazer” – pensei.
Tomei um banho, o moço me esperou no quarto pacientemente. Voltei estreando a lingerie e o colar. A ansiedade desapareceu, nervosismo e receios também, fui tomada por uma paz. Deitei-me na cama de bruços como ele indicou.
Uma música indiana agradável começou a tocar, a partir dessa hora tudo parece meio sonho meio realidade. Bem que ele avisou que a mente ia querer viajar!
Diego começa então com as mãos nos ombros, braços e paulatinamente vai descendo enquanto a música toca em língua estrangeira, hindi talvez. Que voz bonita dessa cantora – seria minha voz tão doce quanto a dela? – eu penso enquanto os toques vão se intensificando.
O moço pega um ponto diferente no meu corpo e intensifica o toque, usa um creme ou óleo de massagem, não sei bem. Como ele sabe que eu tô gostando? E essa música ecoando na minha cabeça ... E essas mãos no meu corpo, hummmmmmm são de quem? Tudo parece que vai acontecendo em segundo plano enquanto ouço a voz doce que canta em hindi. A voz parece louvar a uma deusa, qual? Diego toca nos meus pés, hummmmm não sabia que era tão bom.
A deusa sou eu.
Mas o Diego é ateu, eu sei, descobri stalkeando as respostas malucas dele no site. Não importa, foda-se, naquele momento eu sou a deusa, Vitória_Regia, ele é um fiel adorador, está ali com uma única missão: proporcionar sem pedir nada em troca, nada. Nada pra ele, tudo pra sua deusa.
Justo eu, acostumada a saciar sem nuca ser saciada. Relatei no site diversas vezes que meu sonho era me trancar no quarto com 5 por 3 dias durante o período fértil, parando só paras as necessidades fisiológicas. Seria um homem capaz de me oferecer saciedade sem ao menos recorrer ao sexo? E essa música ecoando na minha cabeça ...
Já estava completamente nua quando ele me virou de frente e essa pergunta veio como um flash na minha mente https://elaele.com.br/q/733192-quando-mulher-esta-deitada-seios-esparramam-vcs-sentem-desconfortaveis-chupa-los . Isso porque certa vez escutei de um rapaz que era desconfortável me acariciar dessa nessa posição porque meus peitos se esparramavam ... Não para meu adorador que passou minutos tocando-os de todas as formas possíveis, imagináveis e inimagináveis.
Enquanto me acariciava, fitava os olhos em mim com um sorriso lindo no rosto, cara que eu traduzi como sendo de contentamento.
Eu de olhos abertos enxergava tudo e ao mesmo tempo não via nada, como falei, as horas corriam em segundo plano. Tem cenas que eu não lembro de ter visto, apenas sentido. A música hipnotizava, aguçava os sentidos ao mesmo tempo que relaxava.
Um dado momento ele vendou-me os olhos, me lembrei dos livros de romance que eu lia quando era adolescente rsrsrsr Sempre tinha uma cena assim em que o homem vendava a mulher. Eu tentava imaginar o que a personagem do romance sentia nessa situação. Agora não preciso imaginar, sinto exatamente o mesmo que a personagem do livro sentia, porque agora eu sou a própria personagem, a deusa Vitoria_Regia recebendo a devoção de seu adorador. (Que viagem, véi!).
Vendada a sensibilidade se multiplicou por mil, tudo que ele fazia era novidade e ele sabia exatamente o que estava fazendo.
“Esse maluco não é nenhum pé de chinelo não, o bicho é profissional” - eu pensei rapidamente num momento em que senti algo me tocando como uma pena, leve e delicada. A pena passeou pelo meu corpo sem pressa pra ir embora. Justo em mim, acostumada com sexo bruto, selvagem, de repente me vi sendo estimulada por algo tão delicado.
O toque da pena se acaba e ele retorna com as mãos. Ainda vendada, o moço se posiciona sentado no meio da cama e apoia minhas duas pernas nos ombros dele, uma de cada lado. Vou sentindo nas pernas o roçar de sua barba enquanto com as mãos me acaricia o clitóris.
Ele põe uma uva na minha boca.
Prazer absurdo.
Nessa hora não dá pra se conter. Eu não queria me conter.
Não sei que porra de movimento ele fazia com as mãos, o prazer era absurdo. Não me contive em continuar vendada, não dava, eu queria desfrutar da cena com os olhos, olho no olho que fala, né? Se conectar com ele de alguma forma. Arranquei a venda, ele observava no meu rosto as expressões de prazer, escutava os gemidos atentamente e me devolvia um sorriso lindo de contentamento.
“Não tem coisa mais linda do que tua expressão de prazer” – escutei algo semelhante a isso num momento. Me lembrei do rapaz que tirou minha virgindade há anos atrás. Ele costumava dizer que queria “guardar meu rosto de tesão na memória para sempre”.
Os movimentos se intensificaram de uma forma que tive medo de enforcá-lo, abaixei as pernas. Ele continuou.
Já completamente fora de mim, fiz algo iminente: implorei por foda. Subi minhas mãos pelas pernas do moço buscando o pau desesperadamente. Ele me segurava os punhos com uma das mãos e me penetrava os dedos com outra. Quanto autocontrole! Que maldade! Que tesão!
Eu gemia alto enquanto gozava uma, duas, três vezes, de frente, de lado, de 4 ... parei de contar. Que porra de movimento era aquele que me tocava lá lá láaaaaaa no fundo da boceta, ao mesmo tempo no cú, no clítoris e sei lá mais onde? Que porra de espasmos eram aqueles?
A música mudou, agora tocava um ritmo rápido e marcante. A moça cantando em hidi parecia saber tudo que estava acontecendo.
Um dado momento senti o fluído escorrer pelas pernas. Me lembrei de um rapaz que me chamava de piscina rsrsrsrsrsrs A música do Fagner apareceu como um flash na mente:
“Quem dera ser um peixe
Para em teu límpido aquário mergulhar
Fazer borbulhas de amor p'ra te encantar
Passar a noite em claroDentro de ti um peixe
Para enfeitar de corais tua cintura
Fazer silhuetas de amor à luz da lua
Saciar esta loucura
Dentro de ti”
Eu passei a mão pelas coxas e perguntei a ele se aquilo tudo era meu. Diego de repente tirou os dedos de dentro de mim triunfante, e com sorriso no rosto me mostrou a mão completamente envolta em um fluído branco e viscoso. Era porra minha, porra de verdade, gozo de mulher, chamem do que quiser. Chupei-lhe os dedos.
A noite caiu e nem percebemos. Nessa altura eu estava completamente fora de mim, me sentia bêbada, maconhada, sei lá. Soltei umas risadas sem noção, uma lágrima saiu do meu olho. De repente o vinho que ele me ofereceu logo quando cheguei me pareceu muito engraçado. Vinho ... pra que vinho? Pra que? Eu já estava bêbada, embriagada de prazer.
Ele teve um pouco de piedade e me pôs pra descansar quietinha e obediente. Me abraçou, me acolheu. Conversamos, rimos, falamos da vida, filosofamos e rimos mais um pouco. Comemos as uvas que sobraram.
Começou tudo de novo, me excitou ...
Gozei como uma vaca.
E o usuário?
Ah ele é um Zé das Couves.
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