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História Entre o Destino e a Sorte - Choque e Deleite


Escrita por: Kaah_Coelho

Notas do Autor


Olá flores, como vão?

Aki está mais um capítulo saindo do forno cheio de surpresas. Será que o coração gélido de Sesshoumaru tem alguma barreira falha? Isso só nossa Rin para responder.

Capítulo 7 - Choque e Deleite


"Será que a mudança em você é para melhor ou pior?"


─⊱◈◈◈⊰─

O inverno veio quando Rin menos percebeu, e seus quinze anos vieram juntos.

Poderia se dizer que Rin e Sesshoumaru se aproximaram um pouco. Ele ainda a ignora, mas a trata com mais “amabilidade”. Afinal, já faz um ano que convivem juntos e Rin se esforçou demais para se aproximar de Sesshoumaru cautelosamente. Ele a odeia mas precisa dela, e ela precisa dele, eles são iguais nesse quesito. 

– O que você quer, Rin?

Rin foi pega de surpresa por Sesshoumaru, que estava lendo um de seus milhares de relatórios e começou uma conversa enquanto ela lhe trazia chá. Essa pergunta a pegou desprevenida. Por que do nada?

O que eu quero? - Rin repetiu vagarosamente, para ver se entendeu certo.

– Sim. Afinal, você não quer que eu acredite que você, especialmente, veio me servir por sua própria vontade. Não é mesmo?

Rin engoliu a seco. Ela foi pega no pulo. Mas por ainda se manter ao lado do Imperador, Rin não era totalmente descartável. Então ela arriscou ser um pouco ousada. Agarrando a bainha de ser uniforme, Rin forçou as palavras saírem.

– Por favor, proteja MontJay.

– Do quê? - Sesshoumaru largou o relatório na mesa e colocou toda sua atenção na jovem parada a sua frente, aparentemente nervosa.

De você…

Mas Rin não poderia dizer isso.

– De qualquer coisa. 

– Quer que eu proteja MontJay. - Sesshoumaru bateu suas garras na mesa de madeira, parecendo pensar profundamente. – E o que eu ganho em troca?

Aquele olhar dourado pareceu brilhar por um momento. Fazendo Rin estremecer e buscar o que poderia oferecer a um Imperador. Terras? Ele tinha um reino inteiro. Ouro? Ele era milionário. Jóias? O que ele não poderia não ter? Tentando buscar qualquer coisa, mas ser derrotada em cada pensamento, Rin ofereceu o que ela apenas tinha.

– Eu… Me darei a você completamente!

Rin disse antes que se arrependesse ou morresse de vergonha. Sim, se dar por inteira, para o que quer que ele quisesse fazer consigo. Ela era bonita, não uma beleza de outro mundo como o youkai a sua frente, mas muito bonita em comparação mundana. Várias casas nobres já ofereceram milhares de dotes mesmo antes de sua estréia na sociedade e de debutar. Então por que não a si mesma?

– Eu, Rin de MontJay, viverei minha vida como vossa majestade desejar. Para assuntos políticos ou qualquer outra serventia. Serei completamente sua.

Lily entrou para entregar algumas coisas ao imperador e se assustou com o que acabara de ouvir.

– E como eu sei que posso acreditar em você? - Sesshoumaru disse após um tempo. 

– Não estou pedindo para o senhor acreditar. Você já tem a minha vida em suas mãos, vossa majestade.

Mas uma vez nessa situação. Ele nunca acredita em mim. Eu inclusive já revelei meus propósitos, mas continua dando no mesmo. Talvez… Eu não preciso da confiança de Sesshoumaru. Apenas devo me tornar útil para ele.

– Então me prove o que você vale.

Provar…

Rin se sentia encurralada com a fera a sua frente. Sesshoumaru tinha muitas faces e era difícil saber exatamente o que ele estava pensando quando disse isso.

Como posso provar o meu valor? Utilidade é algo relativo. Tudo o que eu posso mostrar é meu corpo e sangue…

[...]

Irmã?

Damian a tirou de seus profundos pensamentos.

– Sim?

– Aconteceu algo? - Ele perguntou preocupado com o semblante sério de sua irmã.

– Não… Tudo bem. - Rin omitiu. Ele não precisava saber das coisas que passa por sua família.

– O imperador é um ser muito difícil. É o que todos estão comentando. Está tendo problemas no trabalho? Se está sendo muito difícil, por favor volte para casa. Tenho certeza que a mamãe ira lhe acolher na hora.

– Eu não voltarei. - Rin cortou o discurso de Damian. Firme.

– Eu ainda não entendo o porquê de você entrar para o palácio.

Você é tão maduro para algumas coisas na qual eu quero esconder. Você é igual a nosso pai. Mas espero que você não seja totalmente igual a ele, pois isso será sua ruína. Afinal, tudo bem em fugir ou se ajoelhar para sobreviver.

Rin sorriu e abraçou seu irmão, deixando-o ainda mais confuso. Rin só fez o melhor que achou para salvar sua família. Pois seu pai jamais cederia a ordem do Imperador, mesmo que isso o levasse à morte. O orgulho de seu pai seria a sua ruína. E já sabendo disso, Rin se sacrificou. Mesmo jovem e sem nenhuma habilidade extraordinária. Pois em primeiro lugar, mulheres não podiam possuir poder próprio. O poder delas vem de quem as apoia, ou seja, seus noivos ou maridos. Mas como Rin não tinha idade o suficiente para se casar, ela escolheu seguir aquele que estava acima de tudo, o Imperador. Se seu pai não se humilharia para se manter vivo, Rin era capaz de fazer isso! Mas para seu irmãozinho, ela iria fazer parecer apenas um ato de rebeldia. 

[...]

Rin se despediu ao ver que estava quase escurecendo. Agradecendo pelo almoço que compartilharam no centro da capital. Recusando que ele a acompanhasse até a entrada do palácio. As ruas do centro de Nirvanna eram calmas e pacíficas, felizmente isso não mudou após Sesshoumaru possuir o trono. Então Rin não notou quando alguém começou a seguir de perto. Mas assim que ela percebeu, Rin logo tratou de tentar despistá-lo. Seu coração começou a acelerar e sua respiração ficou ofegante pelos passos apressados. Era definitivamente um homem, pois Rin estava quase correndo enquanto seu perseguidor apenas andava apressado. Rin estava quase ficando desesperada que não percebeu que alguém a puxou pelo pulso e a pressionou em uma parede de pedras. A pessoa a sua frente era muito grande e estava coberto com uma capa com capuz preta que não dava para ver nenhum centímetro de roupa. Ela tentou se debater, mas isso só fez a pessoa a sua frente pressionar ainda mais, com as mãos em ambos os lados da cabeça dela, prendendo-a contra a superfície sólida. Rin estava quase gritando quando a pessoa removeu o capuz, revelando longas madeixas prateadas.

– Vossa Majestade?!- Com os olhos arregalados de medo, Rin se sentiu aliviada pela primeira vez ao ver o imperador.

– O que está fazendo aqui? - Ele perguntou claramente de mal humor.

Eu quem te pergunto!

– Vim ver meu irmão. - Rin respondeu inocentemente.

– Há essas horas? - Sesshoumaru levantou uma de suas perfeitas sobrancelhas.

– Desculpa, me entreti…

Sesshoumaru colocou um dedo na boca de si mesmo, pedindo silêncio. A pessoa que estava atrás de si, correu por outra rua.

– Connor Thompson é um nome familiar para você, não? - Ele perguntou se afastando e passando a mão por seu longo cabelo.

– Sim, vossa majestade. O Marquês e meu pai têm uma boa relação comercial. - Rin respondeu suspirando de alívio, seu coração estava começando a bater mais rápido.

– Você disse que faria tudo o que eu quisesse, certo? - Sesshoumaru perguntou, um leve sorriso em seus lábios, o que deixou Rin paralisada.

– Sim… - Ela respondeu baixinho ainda perplexa.

– Então você será completamente minha. Me mantenha informado sobre as negociações dos Thompson’s. - Sesshoumaru disse gravemente, uma mistura de provocação e seriedade.

Rin piscou duas vezes, tentando entender se foi exatamente isso que ela realmente ouviu. 

Você está me dizendo que sou sua… Não é? Eu consegui?!

Rin estava quase pulando de alegria internamente. Mas se segurou.

– Porquê você parece genuinamente feliz? - Ele perguntou olhando para baixo, reparando apenas agora a tamanha diferença de altura entre os dois.

– Por que meu senhor confiou em mim para algo pela primeira vez. - Rin respondeu com um pequeno sorriso.

– Você está usando as mesmas desculpas novamente. - Ele retrucou.

– Não é uma desculpa. Em uma era de maldições, poderes e youkais. E vossa majestade ainda não acredita no senso humano? - Rin o olhou com seus grandes olhos hazel.

– Eu não acredito em nada humano. - Ele desdenhou, bufando.

– Vossa majestade não precisa acreditar em mim, mas eu acreditarei no senhor.

– Cale-se e me siga, ou vou te deixar para trás para ser sequestrada novamente.

Rin o seguiu rapidamente, ainda feliz, não abalada com as palavras afiadas de Sesshoumaru. O pouco que ele retribuía já a deixava satisfeita, ela não seria gananciosa.

Mas o que você está fazendo aqui sozinho e sem nenhuma escolta? Não que você precise de uma…

Rin seguiu Sesshoumaru de perto, os becos escuros da capital imperial à noite podiam ser assustadores. Estava tão distraída que nem percebeu que Sesshoumaru havia parado em frente a uma parede, e bateu em suas grandes costas. 

– Desculpe…

Sesshoumaru apenas a olhou de soslaio e suspirou. Colocando uma de suas mãos na parede, uma porta de madeira apareceu. Rin piscou duas vezes, ela tinha certeza que não havia nada ali antes. Sesshoumaru a abriu e entrou. Rin não pensou duas vezes e o seguiu rapidamente. Ao contrário da porta simples, o interior era digno de uma casa nobre, com paredes brancas e detalhes dourados. 

– Vossa majestade.

Rin viu um senhor de uma das casas mais importantes. Muhammad Walker, um duque renomado.

– Relate tudo. - Sesshoumaru disse, tirando a capa preta e arrumando suas longas madeixas prateadas.

O duque deu uma olhada entre Sesshoumaru e Rin alternativamente. 

– Não se preocupe com ela e prossiga.

Sesshoumaru se sentou no grande sofá que estava posto ali, chamando Rin para acompanhá-lo. Os olhos do duque a todo momento estavam seguindo os passos de Rin até que ela ficasse lado a lado do imperador. Ele disse:

– A quinta avenida é como foi dito. Estão todos sob o vosso comando. Como não fazemos negócios exteriores não temos com o que se preocupar. Mas aqueles que estão sobre a tutela dos Wood’s não querem fazer negócios conosco. É quase impossível negociar.

– Acabe com o Wood primeiro. Já sabe o que ele tem planejado? - Sesshoumaru se esticou no sofá, olhando atentamente para a jovem ao seu lado.

– Ainda não, sinto muito. - Se desculpou o duque.

Rin escutava tudo de cabeça baixa e calada. Mesmo ela sabendo que os Wood’s eram pessoas próximas de seu pai. Para manter sua família salva, ela teria que observar sua melhor amiga afundando junto. Mesmo que ela entendesse do assunto ou não, Rin não podia se envolver como bem queria. Ela servia a Sesshoumaru afinal. Rin levantou a cabeça para espiar rapidamente o rosto de Sesshoumaru. E o olhar em seu rosto, esse olhar frio refletia o cruel imperador que ela conheceu.

Por que ele é tão apático? Uma imagem de um demônio… 

Rin estava aliviada de não estar na pele dos Wood's. Sesshoumaru se levantou de repente, deixando uma Rin assustada com a repentina movimentação. Ela levantou logo atrás desamassando seu vestido azulado.

 – Me atualize futuramente. - Foi a última coisa que Sesshoumaru disse antes de dar as costas e pegar sua capa.

Rin correu logo atrás, se despedindo rapidamente do duque. Assim que passaram pela porta, o cenário a seguir foi completamente mudado. O beco escuro deu lugar a um lugar cheio de rosas, Rin olhou ao redor e viu que era a praça central do império.

Estamos perto da casa de Bethany?

Sesshoumaru colocou rapidamente sua capa enquanto os primeiros raios de sol apareciam.

– Bethany Wood. Você a conhece não é verdade? - Sesshoumaru perguntou não olhando para ela 

– Sim, Vossa Majestade. - Rin respondeu baixinho. Mas para Sesshoumaru que conseguia ouvir os mais mínimos suspiros, bastava.

– Se encontre com ela e obtenha informações.

Rin assentiu e se encolheu minimamente. Eles passaram a noite inteira naquela sala, então naturalmente ela não tinha trago um casaco e a brisa da manhã estava bem fria. Sesshoumaru a olhou de soslaio e se aproximou. Rin deu alguns passos instintivamente, mas quando menos pensou, o imperador estava ali, na sua frente. Ele mexeu em algo da sua capa, parecendo tirar algo dali de dentro, o coração de Rin nesta altura já estava quase saindo do peito.

Ele vai tirar sua espada e me matar?!

Rin fechou os olhos firmemente apenas esperando a lâmina afiada avançar sobre si e… Mas nada além de um casaco quente cobriu seus ombros. Ela abriu os olhos relutantemente e Sesshoumaru estava muito perto olhando para si, ajustando a capa que segundos atrás estava sob os ombros dele. Era quente e reconfortante.




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𝓒𝓸𝓷𝓽𝓲𝓷𝓾𝓪

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