A Primeira Voz
“Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” (Apocalipse 14.6,7)
A partir da primeira voz, o apóstolo João volta os seus olhos para os acontecimentos na Terra. E, então, vê o primeiro dos seis anjos voando pelo meio do céu.
Pela continuação, podemos verificar seis anjos, que agora têm a proclamar uma mensagem desde o céu.
Trata-se de um grupo de anjos que se poderia chamar de grupo de juízo, em cujo meio se manifesta a Santa e Julgadora Majestade de Deus. Eles anunciam e executam os Seus juízos durante a Grande Tribulação, porque falam da maldição eterna.
Mas isso acontece sob outra perspectiva, a da pregação do Evangelho. Significa dizer que quando não houver mais ninguém na Terra para pregar o Evangelho, pois todos os convertidos, incluindo os selados de Israel(os 144.000, ver cap. 18), a essa altura já terão sido arrebatados, então os anjos, que não podem ser tocados pelo anticristo, pregarão o Evangelho.
Figuradamente eles terão o seu púlpito em meio ao céu, e todas as nações, tribos e línguas serão obrigadas a ouvir a sua mensagem! O inferno, certamente, ficará enfurecido como nunca, pois a Palavra de Deus não pode jamais ser algemada. Aleluia!
E a mensagem deste primeiro anjo é: “...Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Apocalipse 14.7).
A sua mensagem é que adorem e temam a Deus, justamente o oposto daqueles que exigem a adoração da imagem da besta. E não é isto o que ocorre atualmente no mundo?
Enquanto a Igreja do Senhor Jesus Cristo anuncia a salvação e a adoração somente a Deus, a Babilônia, por exemplo, insiste em anunciar aparições de toda a sorte de figuras mitológicas e ensina o povo a adorar tais imagens.
A pregação deste primeiro anjo anunciando o juízo de Deus acontece no limite entre o tempo e o princípio da eternidade, pois no versículo 14 vemos a volta do Senhor: “Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada” (Apocalipse 14.14).
Quando o apóstolo menciona que o anjo prega “um evangelho eterno” (Apocalipse 14.6), devemos lembrar que a palavra “evangelho”, no sentido do Novo Testamento, significa “boa-nova”. Esta, por sua vez, tem diferentes aspectos divinos:
1) Em primeiro lugar, o Evangelho é a boa-nova de que o Senhor Jesus Cristo morreu no Calvário pelos pecados do mundo, e aquele que assume a sua fé neste sacrifício do Senhor em seu lugar é justificado perante Deus-Pai, pela ressurreição do Senhor Jesus.
Este é o chamado “Evangelho de Deus” (Romanos 1.1) e “Evangelho de Cristo” (2 Coríntios 10.14).
É também chamado de “Evangelho da graça de Deus” (Atos 20.24), porque salva os que são malditos pela Lei. Além disso, é chamado de “Evangelho da glória” (1 Timóteo 1.11) e de “Evangelho da vossa salvação” (Efésios 1.1-13).
2) Mas a boa-nova é também chamada de “Evangelho do Reino”. O Senhor Jesus pregou o Evangelho do Reino durante o Seu ministério terreno: “Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo” (Mateus 4.23).
O Evangelho do Reino é a mensagem de que Deus vai estabelecer nesta Terra o Reino de Cristo, do Filho de Davi, como cumprimento da aliança com Davi. Por isso João Batista anunciava: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mateus 3.2).
Também no Antigo Testamento esta mensagem foi anunciada, pelo profeta Isaías, e, mais tarde, especialmente pelo próprio Senhor Jesus:
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.” (Isaías 9.6,7)
“E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades.” (Mateus 9.35)
Se naquele tempo todo o Israel tivesse se convertido, o Reino dos Céus teria sido estabelecido na Terra e o Messias teria iniciado o Seu reinado.
Cremos que este Evangelho do Reino será anunciado pelos cento e quarenta e quatro mil selados em todo o mundo, durante a Grande Tribulação, após o encerramento da pregação do Evangelho da graça.
Mas aqueles que se converterem nesse período serão exterminados quase que imediatamente. É através desse contexto que devemos entender as palavras do Senhor: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (Mateus 24.14).
Quando João viu o outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar, significa o anúncio do juízo divino sobre todo o mal realizado durante a Grande Tribulação.
A palavra “evangelho” engloba, portanto, diferentes resultados da boa-nova. Mas o fato de que Deus fez anunciar tanto a boa-nova do Evangelho da graça quanto a do Evangelho do Reino futuro, e do juízo divino, não significa que exista mais de um Evangelho da salvação, pois a graça é o fundamento de todas as dispensações, e, em todas as circunstâncias, é o único caminho para a salvação do pecador.
Conta a História que Martinho Lutero não apreciava muito o Apocalipse, pois tinha a impressão de que o espírito deste livro não combinava com o Evangelho.
De fato, o Apocalipse focaliza o Evangelho do juízo divino, porém objetivando o Evangelho da graça.
É importante sabermos que o Evangelho do Reino, em contraste com o Evangelho Eterno, será pregado a todos os povos durante a Grande Tribulação. E através de quem isto poderia acontecer, a não ser em primeiro lugar pelos cento e quarenta e quatro mil selados, antes que sejam arrebatados, e pela grande multidão inumerável de cristãos, antes de serem executados?
O resultado da pregação será, então, o juízo sobre as nações, por ocasião da volta do Senhor Jesus Cristo. A respeito disto, o próprio Senhor fala sobre os tempos finais:
“Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas.”(Mateus 25.31,32)
Nesse julgamento do Reino, os povos serão julgados de acordo com o que fizeram com o Evangelho do Reino, o que fizeram ou não a Israel, pois “...sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25.40).
O Evangelho Eterno é assim chamado porque procede do Deus Eterno, e o seu julgamento produz fatos eternos, que jamais serão mudados. É o que está escrito: “A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome” (Apocalipse 14.11).
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