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História Eu Desejo Que Você Me Beije - Taegi - Gênio muito inocente


Escrita por: SoloLunar

Notas do Autor


Oii! Como especial de aniversário do Yoongi, fiz uma fanfic Taegi para comemorar! Espero que gostem porque o tema é totalmente de fantasia - um tema que particularmente gosto muito! ❤️

Boa leitura! ❤️☕

Capítulo 1 - Gênio muito inocente


Fanfic / Fanfiction Eu Desejo Que Você Me Beije - Taegi - Gênio muito inocente

Parte 1 

As possibilidades de encontrar uma lâmpada mágica em um antiquário eram quase nulas, no entanto, Min Yoongi acabou por cruzar a linha do considerado impossível e inimaginável. Esquecida, empoeirada, mas com desenhos maravilhosos, era o visual de como a lâmpada se encontrava no ponto alto de uma das diversas fileiras espalhadas por aquele lugar que cheirava a velho. Era bagunça por todo lado, todavia algo realmente chamara atenção do adolescente para aquele objeto um tanto peculiar.

Ao pegá-lo, questionou o velho senhor Dongyul sobre aquele objeto um tanto atrativo, com um formato realmente estranho para seus olhos. Não soube explicar o que tanto lhe chamou atenção, talvez fosse porque era igual ao filme Aladdin, onde o gênio reside. Ao ver o senhor Lee desesperado para pegar de volta a lâmpada, ficou ainda mais determinado em levá-la, então, em um momento de distração dele, acabou por fazer. 

Levou a lâmpada para a casa enquanto sorria para o nada, orgulhoso por conseguir aquele objeto que passou longos dez minutos observando de lá debaixo. Talvez, se tivesse sorte, aquele velho não teria uma boa memória para se lembrar do objeto que, por algum motivo, considerava valioso. Estranho, mas curioso.

Chegou em casa e jogou a sua jaqueta em sua cama após entrar no cômodo, fechando a sua porta com o pé, colocando um pouco de força e ganhando a bronca de seu pai que fingiu não escutar, como sempre. O garoto então pegou a lâmpada e colocou em sua escrivaninha, a observando por longos segundos.

— O que há de tão especial em você, uh? — perguntou retoricamente, sabendo que, muito provavelmente, não teria a sua tão almejada resposta. Bagunçou o seu cabelo loiro e bufou, tirando a sua camisa, a puxando para cima enquanto pensava sobre as coisas que tinha que resolver. Se encontraria com o melhor amigo naquele dia, mas estava sem vontade alguma depois de ser obrigado a acompanhar o pai até naquele antiquário. 

— Garoto, desce para jantar! — gritou o seu pai, fazendo o filho novamente suspirar e então se trocar o mais rápido possível, deixando o quarto após bater a porta, abaixando a sua camisa mais leve. Não sairia mais. — Você me ajudaria se estivesse disposto a manter a casa em pé. Pare de bater às portas! 

— O que tem de jantar? — ignorando totalmente a fala do mais velho, se jogou na cadeira da mesa, observando o prato com massa à sua frente. Fez uma careta, qual é, não era um dos seus pratos favoritos, mas apenas poupou energia começando a comer em silêncio, sem vontade alguma.

— É a terceira vez que me ligam essa semana, Yoongi. — seu pai lembrou, olhando ainda para seu prato. O filho ainda tentava o ignorar, deixando o seu responsável irritado por seu comportamento rebelde. Realmente não era um bom pai. — Terceira vez só essa semana. Está entendendo o que é isso?!

— Não tenho culpa se aquela professora gorda fica reclamando o tempo todo das minhas ações. — respondeu indiferente, se lembrando da mulher repugnante que era a sua professora. Estava de saco cheio daquela velha ignorante. 

— Chega! — socou a mesa, atraindo a atenção raivosa do filho. — Eu não vou tolerar que trate a sua professora assim! Ela pode ser o que for, mas isso não lhe dá o direito de falar mal da coitada pelas costas! Se ela chama sua atenção, provavelmente você está fazendo algo que a tire do sério. 

— Que incrível, fala isso sem nem mesmo terem confirmado algo. — revirou os olhos, bebendo um pouco do seu suco. — Belo pai você é, hein! 

— Se o seu comportamento aqui em casa é esse, como posso pensar que é melhor lá na escola? — perguntou com a voz mais suave, sem deixar de olhar para seu filho, esse que ficou calado, sem saber o que dizer. — Eu vim para a Coreia cuidar do meu filho de verdade, e não um garoto mimado que não sabe aceitar um não, muito menos respeitar uma pessoa mais velha. — disse firme, com sua expressão séria.

— Ninguém mandou transar com uma puta que encontrou na esquina, não é? — olhou para o pai com raiva, se levantando de supetão, deixando o outro de boca aberta. Yoongi foi um acidente, algo não planejado, consequência de um adulto estressado que apenas queria fugir da família e uma interesseira que só pensava em dinheiro e sexo, nada mais. Era uma mulher sem empatia, drogada e que deu as costas para os dois quando podia. Yoongi quase morreu dentro de sua barriga, mas seu pai felizmente encontrou a mulher depois de saber da gravidez e tomou toda a guarda. Só foram saber que ela tinha morrido, assassinada, quando Min tinha seus exatos oito anos de idade e já vivia com o pai desde muito tempo. 

— Porra! — o mais velho xingou alto, passando a mão pelo seu rosto, respirando fundo e então tentando encontrar coragem para falar sério com o filho. O problema era que Yoongi não o escutava de jeito nenhum e isso era desgastante, muito decepcionante, não tinha nem chance. — Yoongi, volta aqui! Precisamos conversar! — gritou sem olhar para a escada, ainda mantendo a sua postura firme assim como o tom da sua voz.

— Me deixa em paz, Daniel! — fechou a porta com tudo após entrar no cômodo. Não o chamava de pai, era um costume que levou para a vida toda apesar de tê-lo chamado de "papai" ou "herói" em sua infância. Seu pai era gringo, um brasileiro que vivia em Nova York, mas que deixou tudo para trás para arcar com suas consequências, ou seja, seu filho. — Merda! — chutou uma das almofadas que estava jogada no chão por algum motivo. Pegou o seu boné preto e colocou na cabeça, o ajeitando e então se jogando na cama, encarando o teto por alguns segundos. 

Depois de muito pensar, olhou para o lado e então visualizou a lâmpada ainda suja em cima da sua escrivaninha. Se levantou calmamente e seguiu para o seu cesto de roupas sujas, pegando um dos panos para ir até o objeto. O segurou em sua mão e virou em diversos lados, olhando todos os seus detalhes quase imperceptíveis por conta da sujeira.

— Até que você é bonito. — comentou sozinho, esfregando a sua roupa na superfície do objeto, o limpando. Ficou ali um bom tempo até ver sua imagem no reflexo da lâmpada. Sorriu orgulhoso de si mesmo e o deixou no mesmo lugar que estava antes.

O dia se passou rapidamente e o loiro apenas fez poucas coisas, se recusando a sair do quarto para não acabar dando um encontrão com Daniel. Se deitou para dormir quando estava quase anoitecendo, deixando explícito como estava cansado naquele dia após passar a manhã toda andando no centro com o seu responsável. Daniel entrou no quarto uma vez apenas para ver se Min estava dormindo, então saiu mais tranquilo e também foi em direção ao seu cômodo. Foi nesse momento que a lâmpada começou a brilhar e a sair uma fumaça roxa, como se formassem nuvens por todo o quarto. Então um garoto de cabelo azul apareceu no meio do cômodo, perdido, ignorando o pó mágico que estava em sua volta por já estar acostumado.

— Eu troquei de mestre? — perguntou confuso, olhando para seus pulsos e vendo os braceletes. Olhou então para o garoto que tinha esfregado a lâmpada e se aproximou em passos lentos, se inclinando para olhar melhor o seu rosto. Franziu o cenho ao sentir mal cheiro naquele cômodo. Levou o polegar e o indicador para o seu nariz, o apertando para não ter contato com aquele cheiro desagradável. Olhou em volta à procura do cheiro, mas só o que encontrou foi dois aparelhos estranhos e desconhecidos por si em cima de uma pequena mesa com diversos desenhos e folhas de papel amassados. 

Confuso e curioso, se aproximou e tocou em um dos diversos botões daquele objeto estranho, dando um pulo para trás ao ver aquela tela ligar do nada. Assustado, tampou seus olhos com medo de que a luz daquele negócio fizesse mal a si, mas afastou-a após perceber que nada havia acontecido. Se aproximou, e atrás daquela máquina esquisita, estava um calendário jogado de qualquer jeito. O dia não coincidia com o da última vez que tinha saído da lâmpada. Nem os atuais objetos eram parecidos com os da última vez que deu uma última olhada no mundo humano.

— Espera… em que ano estamos?!! — arregalou os olhos, falando um pouco alto, encarando aquele calendário, focando nos números "2018". Não podia acreditar! — Vinte oito anos… — sussurrou. 

[...]

Yoongi abriu os olhos com dificuldade, resmungando enquanto se virava para o lado oposto da janela do seu quarto. Quem era o babaca que tinha deixado a cortina aberta? Ah, talvez tenha sido ele mesmo, mas não estava com disposição nenhuma para levantar então culpou qualquer ser inexistente que podia pensar, como duendes travessos, ou até o saci que seu pai falava para si quando era pequeno. No entanto, franziu o cenho confuso ao ouvir um barulho no quarto, atrás dele. Imaginou ser o seu pai, mas seu corpo gelou e ele parou de respirar ao lembrar que aquele velho sempre sai todas as manhãs para trabalhar.
Juntando coragem, se virou de pouco em pouco, rezando um terço inteiro, sabendo que talvez aquele fosse o seu último dia. Para o céu ele não iria, isso era certeza, pelo menos ele não ficava ansioso por conta disso, mas também não é um motivo para se comemorar. 

Quando se virou por completo, arregalou os olhos ao ver um garoto de roupas coloridas e brilhantes, com alguns detalhes parecendo ouro, sentado no canto do seu quarto, mexendo com um de seus jogos de tabuleiro, parecendo concentrado e muito distraído, com o cenho franzido. Seu cabelo era um azul vivo, que poderia ser notado mesmo estando no meio de uma multidão; seus olhos eram cinzas e pareciam brilhar, ele tinha algumas marcas em sua pele que mais pareciam tatuagens com símbolos estranhos, alguns espalhados até mesmo em seu rosto. No entanto, era lindo.

Yoongi, acorda!

O loiro finalmente percebeu raciocinar tudo o que estava acontecendo e a sua primeira ação foi se levantar em uma rapidez absurda, pegar o seu taco de baseball do lado da sua cômoda e gritar para o estranho que no mesmo momento se assustou com seu grito, se levantando e encarando ele assustado, abraçando o seu próprio corpo como proteção. Seu olhar desceu para o taco com um formato estranho, vendo como ameaça. Engoliu em seco e olhou para o seu mestre, imaginando o que tinha dado nele para querer agredi-lo dessa forma.

— Q-Quem é v-você?! — com a voz trêmula e o olhar assustado, questionou o estranho, vendo ele franzir o cenho e tombar a cabeça para o lado, em confusão. — Psicopata. — sussurrou, assustado.

— Você… Você vai me bater com isso aí? — levantou as mãos em rendição lentamente, vendo o mais novo ficar com a postura mais tensa, sempre indo para os lados, mas não saindo do lugar, talvez se preparando para qualquer ataque.

— Talvez se você não responder a minha pergunta e tiver um ótimo motivo para estar no meu quarto, sim! — falou rápido, sem desviar o seu olhar do azulado que parecia ainda mais confuso.

— Mas você me chamou aqui, mestre. Vim para servir o senhor. — disse como se fosse óbvio, vendo o outro ficar ainda mais confuso e assustado, passando a mão em sua cômoda, procurando algo. Ele pegou um aparelho cinza que fez a tela brilhar. O gênio arregalou os olhos, admirado. Como seu mestre poderia ser mágico? 

— Olha, e-eu não sei o que você faz na minha casa, mas eu não curto essas coisas de mestre e senhor. Eu não curto, tá legal?! Eu… e-eu tenho uma namorada e amo ela! — mentiu, entendendo errado as palavras do gênio desconhecido que não desviava um minuto sequer a atenção de si. 

— Isso é legal. — assentiu com a cabeça, levando aquela informação como importante naquele momento por, talvez, seu mestre querer usar um dos seus desejos para agradar a sua garota. Bom, pelo menos era isso o que os príncipes e a maioria dos homens queriam: agradar mulheres. Já estava acostumado apesar de considerar isso muito errado porque bens materiais e nem a maior riqueza do mundo pode comprar o amor. No entanto, era só um gênio que obedecia o seu mestre e nada mais do que isso. — O que está fazendo? — perguntou ao ver ele levar aquele troço estranho para a sua orelha.

— Chamando a polícia porque tem um maluco na minha casa!! — exclamou, falando alto, arregalando os olhos ao ver o azulado ir até si. Yoongi rapidamente foi até a porta do seu quarto e o abriu, saindo correndo pelo corredor, mas tropeçando em seu próprio pé. Teria caído escada abaixo se não fosse por uma fumaça roxa rodeando todo o seu corpo, fazendo ele flutuar até o piso do primeiro andar. Sendo colocado no chão, de barriga para cima, encarou o teto com a respiração ofegante e os olhos arregalados, não acreditando no que tinha acabado de ver. Ele estava alucinando, era a única explicação. Ou, tinha morrido. Se bem que falam que anjos podem ser mais assustadores do que pensam, mas muito bonitos também.

— Você tem que tomar cuidado, mestre. Por acaso você se machucou? — Taehyung apareceu em cima de Yoongi, em pé, com as suas pernas de cada lado do pescoço do loiro que arregalou ainda mais os olhos, se possível. 

— AHHHHH…!! — se arrastou para longe dele, se levantando e procurando pelos lados o seu taco de baseball e o seu celular. Seu corpo quase perdeu a alma ao ver os dois objetos na escada, atrás da assombração de cabelo azul. — Q-Quem é você?! O que fez comigo?!!! — foi para atrás do sofá, mantendo distância com o de olhos cinzas.

— Eu já disse, vim aqui porque me chamou. Você esfregou a lâmpada, portanto agora é meu mestre. — agora, sendo mais claro, fez com que o outro arregalasse os olhos. O Min se lembrou da lâmpada em cima da sua escrivaninha e seu corpo pareceu perder força e cor. Se sentiu tonto e se apoiou no sofá, vendo o gênio ter receio de se aproximar, mas mesmo assim o fazendo de pouco em pouco, preocupado com seu mestre. 

— I-Isso é impossível… você está inventando! — quando falou isso, sua voz se perdeu após ele se lembrar de instantes antes onde praticamente foi levado até o meio do chão que dividia a cozinha e a sala da sua casa. — Não é possível! — começou a rir de nervoso, passando a mão em seu cabelo, puxando para trás. — Gênios s-são fictícios!! Essa coisa de lâmpadas não existe, foi inventado para fazer um desenho!! 

— Mas eu existo… estou aqui. — olhou para seus próprios braços e se cutucou com um indicador, olhando para o mais novo e arqueando uma das suas sobrancelhas. Yoongi negou com a cabeça e riu mais alto, passando por ele com pressa, indo até o seu celular e pesquisando o filme "Aladdin". 

— Olhe!! — estendeu o seu celular no rosto do outro, ainda mantendo distância, mostrando as informações do filme onde falava sobre um gênio de uma lâmpada mágica e um homem chamado Aladdin. Taehyung leu tudo e assentiu com a cabeça minimamente, estreitando seus olhos e indo tocar a tela com o seu indicador, impressionado com tamanha tecnologia. O mundo tinha mesmo mudado. Todavia, Yoongi puxou o seu celular para si e ficou encarando o azulado, esperando sua resposta.

— Que curioso. — comentou, fascinado. — Fizeram um desenho sobre nós e nem mesmo soube disso. — franziu o cenho, deixando o outro de boca aberta. — Mas sou real, não sou um desenho. Você esfregou a lâmpada, é meu mestre e eu o seu gênio. — sorriu, olhando para o outro e então se curvando de maneira elegante, como fazia com os reis do passado. 

Yoongi começou a negar com a cabeça, não acreditando naquilo. Então correu para o quarto, deixando o azulado plantado em seu lugar, olhando em volta e esperando que ele voltasse. Dito e feito, o mais novo voltou com a lâmpada em sua mão e parou em sua frente, respirando fundo, intercalando o seu olhar sobre eles.

— Se eu esfregar a lâmpada novamente, o que pode acontecer? — curioso perguntou, querendo mesmo confirmar que ele era um gênio. Não era burro, aquela "magia" um humano não conseguia fazer, quem diria suas íris com uma cor peculiar, mas era cético e não podia fazer nada com isso. 

— Bom… — ajeitou a postura para explicar para seu mestre, com um sorriso enorme em seu rosto, ganhando apenas a expressão desconfiada do outro se volta. — Quando estou aí dentro, você pode esfregar a lâmpada que na hora irei aparecer para você, mas se outro alguém esfregar, saiba que ele será o meu mestre e não teremos mais nenhum vínculo. — Yoongi assentiu com a cabeça rapidamente, sabendo daquela parte. — E, bem, como estou aqui fora agora, se você esfregar a lâmpada, eu imediatamente irei para dentro. Eu só não voltei porque eu acho aí muito aperta… — parou de falar assim que o mais novo começou a esfregar a lâmpada com rapidez. Suas pernas sumiram imediatamente e ele suspirou, vendo a "nuvem" roxa da sua cintura para baixo, logo sendo sugado, em questão de segundos, para dentro da lâmpada.

O loiro arregalou os olhos com tudo o que tinha acabado de ver. Rapidamente foi até a sala e deixou a lâmpada no meio da mesa de centro, se sentando em seu sofá e encarando ela com a mão em seu queixo. Negou com a cabeça, olhando para o seu celular e pensando seriamente em ligar para a polícia, mas que policial acreditaria?! Bem, eis a questão. 

Negou com a cabeça e se levantou finalmente, pegando a lâmpada e correndo para o seu quarto. Abriu a porta de seu guarda roupa e ficou na ponta dos pés, deixando a lâmpada lá em cima, bem no fundo. Fechou tudo e respirou fundo novamente, jogando o seu cabelo para trás.

— Que se foda! — deu as costas, pegando o seu boné e então indo se arrumar o mais rápido possível para ir a sua escola. Fez suas higienes que não tinha feito até então, comeu o seu café da manhã rapidamente apenas para sair correndo da sua casa, trancando a porta e olhando uma última vez para a janela do seu quarto antes de seguir em direção ao ponto de ônibus.

Demorou vinte minutos, mais ou menos, para chegar em seu colégio. Entrou ajeitando o seu boné em sua cabeça, com a cabeça baixa, ajeitando a alça da sua mochila. Pigarreou ao continuar a ler uma matéria sobre gênios de lâmpadas mágicas em um site na internet, também achou um comentário de uma pessoa anônima onde afirmava que tais seres existiam e estavam entre nós. 

"Gênios são seres poderosos que podem mudar sua vida para melhor, realizando seus maiores desejos em apenas três pedidos. No entanto, ao caírem em mãos erradas, podem criar o maior caos no mundo. As pessoas ficam gananciosas quando tem tamanho poder em suas mãos, mas nada podem fazer os gênios que vivem apenas para servirem quem os chamou. 

Gênios são poderosos, mas como sempre há algo que os limita e esses são os deveres de servirem seus mestres. Não podem usar seus poderes para seu bel-prazer. Três desejos, somente, devem ser usados com a devida sabedoria."

Yoongi lia com atenção, coçando o seu queixo, distraído de tudo à sua volta. Se assustou ao sentir um braço em cima de seus ombros. Desligou a tela e olhou para o lado, encontrando o namorado do seu melhor amigo olhando para si enquanto sorria, chupando um pirulito como sempre. Revirou os olhos e riu soprado, negando com a cabeça, já vendo o antes citado do outro lado.

— Bom dia, Yoongi. — Jimin falou, sorrindo grande. — Gênios, uh? Começou a se interessar por contas de fadas agora? — com um tom debochado, perguntou, fazendo o outro tirar o seu braço de si e guardar o seu celular em seu bolso. Jimin sorriu travesso e passou a língua em seus lábios rosados com gosto de morango do pirulito, abraçando o braço do seu namorado que andava em silêncio, observando tudo calado, como sempre. 

— Cala a boca, idiota! — suspirou e os três entraram no corredor do colégio, passando entre os outros alunos, tendo que lidar com aquela falação e o barulho dos armários se fechando o tempo todo. — Acho que seu único objetivo aqui é me encher o saco. Culpa do Jungkook por trazer você para o nosso lado. — ouviu uma gargalhada do mais novo. 

— O que foi? Vai dizer que não aguenta? — provocou novamente, parando ao lado do seu armário, com as costas encostadas nele, olhando para seu moreno que abraçava sua cintura e olhava em seus lábios carnudos que amava beijar em qualquer ocasião e lugar. 

— Vocês são nojentos, sabia? — fez uma careta, odiando, mais uma vez, o seu armário por ser ao lado do rosado que agora se encontrava beijando o pescoço do seu melhor amigo. Jungkook sorriu, puxando levemente o cabelo do seu garoto. 

— Qualé, Min, você já se apaixonou então não tem moral nenhuma para dizer algo. Tive que aguentar você e o Hoseok o ano todinho quando estávamos no primeiro ano do ensino médio. Ainda por cima, eram piores. — fechou os olhos ao sentir um chupão mais forte sendo feito pelo mais velho - dois meses, sendo mais específica -, apertando os fios de seu cabelo entre seus dedos com mais força. Ficavam assim sempre que podiam, mas não passavam disso, não era novidade e estranho para ninguém daquela escola. O que mais tinha naquele lugar eram diversos casais, independente dos gêneros e gostos. 

— Foi só uma fase onde estávamos com nossos hormônios à flor da pele, ok? Já vocês, estão com essa merda a mais de dois anos! — Jimin por fim tirou o rosto do pescoço de seu namorado e olhou para o mais velho com a cara mais debochada possível. Levou o pirulito para a sua boca e o envolveu com seus lábios, girou o doce e então afastou-o novamente para falar:

— Espere, por que você está reclamando? Está ranzinza por não ter algo parecido com isso? — Yoongi revirou os olhos, pegando seu material e batendo o seu armário, saindo dali e deixando os dois para trás, ouvindo a risada de ambos. Bufou estressado, sem um pingo de paciência para discutir com o amigo. Se partisse para cima dele, acabaria com machucados, mas o mataria, todavia nem teria tempo para comemorar já que logo em seguida Jeon acabaria com sua vida. 

Ao entrar na sala, se sentou em sua cadeira e respirou fundo, focando a sua atenção na lousa, deitando a cabeça entre seus braços, com sua mente o levando para onde a lâmpada mágica se encontrava. Pensava que seria um objeto sem valor algum, mas muito bonito, se soubesse em que confusão teria se metido ao pegá-la, nem teria tentado e a deixaria na loja de velho sem pensar duas vezes. Mas agora tinha que arcar com as consequências. Era o mestre do gênio que sequer sabia o nome, o que faria? Certo, tinha três desejos para fazer, mas quais faria? Teria que escolher com sabedoria. 

Passou o dia pensando sobre isso, distraído. Seus amigos até estranharam seu comportamento durante vários momentos ao dia. Yoongi estava distraído, avoado, parecendo estar no mundo da lua, preocupado com algo e sempre se mostrando ansioso para voltar para casa - isso não era algo estranho, no entanto, como citado antes, ele parecia preocupado e talvez isso também fizesse parte da sua ansiedade em voltar para onde morava o quanto antes. 

Quando o sinal tocou, ele prontamente se levantou e guardou seu material de qualquer jeito, saindo da sua sala com pressa, se despedindo de seus amigos que saiam do colégio de mãos dadas e com sorrisos em seus lábios, conversando um com o outro, em seu próprio mundo. Yoongi acelerou seus passos até o ponto de ônibus e lá teve que esperar mais sete minutos para que ele chegasse. Entrou no transporte público e então se sentou em um dos bancos, pegando seu celular e pesquisando mais sobre gênios e também vendo relatos de anônimos na internet. Eram muitos poucos, a maioria não tinha prova alguma e outros apenas contavam histórias que não tinham sido vivenciadas por eles. O loiro se encontrava frustrado e se perguntando o porquê de se meter em confusões sempre.

Quando o ônibus parou em seu ponto, acordou para a realidade após uma velinha, a qual sempre se encontravam no mesmo horário, avisá-lo. Rapidamente saiu de lá correndo após agradecê-la e também agradecer ao motorista que era um homem gentil e que estava acostumado a levá-lo em seu ponto. Guardou o seu celular em seu bolso, apressado, chegando em sua casa e tirando as chaves da sua mochila com a mão trêmula. Destrancou a porta, entrou na casa e tirou seus sapatos após fechá-la. Olhou em todos os cantos, correndo para pegar o taco de baseball que tinha deixado na escada, se aproximando de seu cômodo com medo, mas preparado.

Suspirou aliviado ao ver que não tinha gênio nenhum ali e aquilo só mostrou que ele tinha sido sincero ao explicar sobre como funciona a lâmpada. Se aproximou em passos receosos do guarda-roupa e de lá tirou o objeto. Respirou fundo e fechou os olhos, pensando se deveria realmente fazer aquilo. Então só começou a esfregar a lâmpada até uma nuvem roxa sair dela e Taehyung aparecer após um pequeno redemoinho brilhante. Yoon estreitou os olhos, desacostumado com aquilo e também por causa do vento.

— Sim, mestre? — foi a primeira coisa que Taehyung falou, achando que o mais velho tinha um desejo a fazer. Na verdade, já estava acostumado com isso já que os seus mestres só o chamavam para fazer seus desejos se realizarem. 

— Olha… desculpa ter te colocado aqui dentro é que eu precisava raciocinar tudo o que estava acontecendo. — Taehyung ficou até um pouco surpreso por ouvir ele pedir desculpas. Foi a primeira vez que alguém se desculpou consigo e, na verdade, não viu nada de errado naquilo para ele pedir desculpas. — Sério, desculpa.

— Tudo bem, mestre. — aceitou, negando com a cabeça, ainda sem saber o que fazer diante daquilo. Yoongi fez uma careta ao ouvir a forma que foi chamado novamente.

— Ham… pode me chamar de Yoongi, é melhor. Sabe, mestre é meio… meio ridículo, me entende? — o gênio assentiu freneticamente com a cabeça, entendendo.

— Yoongi. — proferiu seu nome pela primeira vez, vendo o outro assentir com a cabeça, como se aprovasse sua atitude. Sorriu fechado, olhando em volta, curioso. Realmente tinha amado as coisas do loiro e infelizmente não pôde ficar livre para poder explorar toda a sua casa. Ele queria conhecer mais como eram as coisas naquele ano. 

— Certo. Bem… você então é um gênio. — se sentou na cama, cruzando suas pernas, com as mãos para trás, apoiando o seu corpo, olhando o azulado de corpo inteiro. O antes citado tinha ido até o jogo de tabuleiro, vendo como as peças eram curiosas. 

— Foi o que eu tentei dizer a você antes de me prender na lâmpada. — respondeu sem olhar Yoongi, não vendo ele franzir o cenho com a sua ousadia. — Você acredita em mim agora, Yoongi? — só então olhou para ele, encarando intensamente suas íris escuras.

— Bem… — nervoso, engoliu em seco e bagunçou o seu cabelo. — Acho que você sair de uma lâmpada, fazer mágica e ter essas vestes estranhas já explica muita coisa. — o observou de corpo inteiro. O gênio sorriu e voltou a olhar para o tabuleiro. — Vem cá, por que você não é azul como no desenho?

— Eu deveria ser? — franziu o cenho, olhando para sua própria pele. Yoongi ficou ainda mais caótico com sua resposta, não sabendo o que responder. 

— A-Ah, não sei! É porque no desenho o gênio é azul e pah. — Taehyung formou a boca em um perfeito "o" enquanto assentia com a cabeça, compreendo. 

— Bom, se o senhor preferir que eu seja azul para agradá-lo enquanto tivermos um vínculo, eu serei. — então estalou os dedos e novamente a fumaça roxa e brilhante o cercou. Yoongi arregalou os olhos ao encontrar o gênio azul da cabeça aos pés. — Está bom assim, Yoongi?

— O q-quê?! Não!!! Você está parecendo um avatar ou uma m-merda de Smurf! Volte ao normal!! — completamente horrorizado e assustado, pediu, quase implorando. Taehyung então voltou ao normal. — Nossa, bem melhor agora… — riu nervoso, suspirando de alívio. — Agora você parece um pouco mais com um humano e não é tão esquisito assim. 

— Pensei que o senhor estava preferindo me ver azul, então… — rapidamente foi interrompido pelo mais novo.

— Seguinte, pare de me chamar de senhor e me tratar tão formalmente!! Você parece mais novo do que eu!! — o olhou de corpo inteiro, fazendo uma careta de desgosto novamente.

— Isso é um desejo? — sorriu de lado. 

— É uma ordem. — deu ênfase, o corrigindo. — Eu tenho três desejos para fazer, posso pedir qualquer coisa com eles e tu acha que eu vou gastá-los com isso, cara?! — perguntou como se ele fosse louco.

— Bem, tudo é válido. — subiu e desceu os seus ombros. — E para sua informação, tenho mais de cem anos de idade. — disse com orgulho, sorrindo grande, se lembrando de todos os mestres que já o serviram. A única coisa que não lembra é do seu passado e em como virou um gênio da lâmpada. Ele almeja saber, mas nunca teve oportunidade. 

— Mas você tem cara de ser mais novo do que eu. — observou, vendo o outro se olhar e pensar um pouco antes de respondê-lo.

— Estou em um corpo de um adolescente de dezesseis anos desde sempre. — deu de ombros, não sabendo o motivo disso. Yoongi então riu soprado, se sentindo melhor com aquilo.

— Então para mim, você tem dezesseis anos. Deve me chamar de Hyung já que tenho dezoito. — piscou para ele, tirando seu boné e colocando em cima da cômoda ao lado da sua cama. Taehyung nada falou pois se seu mestre achava melhor aquilo, apenas aceitaria. — Vem cá, o que fazia em um antiquário, deixando sua lâmpada acumular poeira? 

— O que é um antiquário? — completamente desatualizado das coisas da atualidade, indagou, se aproximando de Min, que se colocava na frente de outra máquina que ligava a tela, só que ela era maior. Observou com curiosidade ele apertar aqueles botões cheio de letras, símbolos e números. 

— É um tipo de loja velha onde colecionadores vendem coisas antigas ou coisa do tipo. — deu a sua melhor explicação, mesmo não sabendo muito do assunto, pesquisando o antiquário de Dongyul e então mostrando as fotos para o gênio, olhando para ele que se aproximava do seu computador. 

— Oh, meu antigo mestre! — apontou, indicando o homem que aparecia em uma das fotos. Yoongi olhou para ele e arregalou os olhos, botando o seu dedo na tela onde a foto daquele homem se encontrava.

— Espera, quer dizer que ele já foi o seu mestre? — o gênio assentiu com a cabeça, sem expressão, então olhando para si. 

— Sim, mas como ele já tinha feito seus três desejos, nunca mais me chamou. Vejo que, como previ, as coisas que ele pediu antes não duraram muito. Ele não soube escolher com sabedoria e nem mesmo usá-los. — falava isso sem preocupar, afinal, não tinha mais nenhum vínculo com aquele homem, portanto não sentia nada por ele. 

— Está me dizendo que depois de te "usar", — fez aspas com os dedos, ganhando a atenção do maior. — ele te guardou e não deixou que ninguém o achasse? 

— Talvez… — mal teve tempo de falar já que Yoongi falou por cima. 

— Velho egoista do caralho! — negou com a cabeça, comendo sua unha, olhando para a tela do seu computador. O azulado prestou atenção em suas palavras e estreitou os olhos em confusão ao ouvir uma palavra que não tinha conhecimento.

— Caralho? — confuso, perguntou, vendo o outro lhe olhar surpreso.

— É, caralho. Um xingamento como porra, vadia, vagabundo, sabe? — o outro negou com a cabeça rapidamente. — Ah é, esqueci que você viveu em mil novecentos e bolinha pra baixo. — revirou os olhos.

— Hm. — mesmo sem entender, concordou, olhando para a tela mágica. — O que é isso? — Yoongi respirou fundo, sabendo que teria que ter muita paciência para explicar sobre tudo da atualidade. 

— Deixa isso para depois!! — desligou seu computador e se levantou, saindo do quarto com o gênio atrás de si, o observando e seguindo-o. Yoongi abriu a geladeira e de lá pegou a comida congelada que tinha guardado no dia anterior, colocando para esquentar e assim comer o seu almoço. Sua barriga já estava roncando, denunciando a sua fome. — Vem cá, você vai ficar andando com essas roupas? — olhou para ele ao perguntar, notando que suas roupas eram um tanto chamativas. — E essas tatuagens? São reais? 

— Uhum. — olhou para os desenhos em sua pele. — Todos os gênios tem. — explicou, se sentando em uma das cadeiras e olhando em volta, notando como aquele lugar era diferente de tudo que já tinha visto antes. — Você quer que eu mude de roupa? 

— Acho que vai ser menos estranho, na verdade. — comentou como quem não queria nada, brincando com sua comida enquanto olhava para ela, logo levando uma colherada a sua boca e desviando a sua atenção para Taehyung. Arregalou os olhos e começou a tossir quando o viu sem aquelas coisas, apenas com uma camisa regata branca, uma calça preta e rasgada nos joelhos junto com um vans da mesma cor. Ele também tinha um óculos escuro em sua cabeça, mas os brincos, tatuagens e acessórios de ouro ainda continuavam em seu corpo. Aquelas vestes eram familiares.

— Melhor assim, hyung? — perguntou, vendo ele ainda olhar para si de corpo inteiro, notando o seu olhar viajar por suas coxas, braços, pescoço e clavícula expostos, ainda mais as tatuagens que agora se encontravam aparentes e espalhadas em seu corpo. 

— B-Bem… — engoliu em seco, terminando de comer, assentindo com a cabeça. Tinha que ser sincero, aquele gênio era muito gostoso. — Mas esses braceletes de ouro, você não pode tirá-los? — o gênio negou com a cabeça. — Ok, acho que esse não é o nosso maior problema. Pelo menos dá para você andar na rua. Você sabe, não sabe? Sem mostrar a sua magia para os outros! 

— Tudo bem. — concordou com a cabeça, então olhando para as frutas em cima do balcão. Yoongi olhou para elas e depois olhou para o azulado, imaginando que ele estivesse com fome.

— Você está com fome? Desculpe não perguntar antes, só imaginei que um ser como você não comia. — se levantou, levando consigo o seu prato, indo até a pia da cozinha para lavar o que tinha sujado.

— Eu não sinto fome, mas não lembro a última vez que comi algo. — Yoongi pressionou seus lábios um no outro e se virou para as frutas, pegando uma maçã e então jogando para o gênio que prontamente pegou, surpreso. — É para mim? 

— Pode comer! Não gosto de frutas. — o gênio sorriu e então deu uma bela mordida em sua maçã, feliz. — Você não pode simplesmente fazer frutas aparecerem para si? 

— Não posso usar minha magia comigo, apenas quando o meu intuito é agradar o meu mestre, mostrar a ele do que sou capaz ou realizar seus desejos. E claro, cuidar dele enquanto o sirvo. — respondeu com a boca cheia, sorrindo e continuando a comer. Yoongi fez uma careta. Talvez aquele poder todo não valesse a pena já que gênios passavam suas vidas servindo alguém e estão presos pelo resto da eternidade. 

— Então só pode usar poderes com o seu mestre? — o azulado assentiu. — Que coisa mais chata. — murmurou, indo pegar o seu celular junto com a sua bolsa. — Bem, nós temos que ir na empresa que meu pai trabalha, como sempre. — suspirou fundo. 

— Você vai me colocar dentro da lâmpada novamente, Yoongi? — olhou para ele, falando de boca cheia, saboreando aquela maçã docinha. O citado olhou para ele durante alguns segundos antes de respirar fundo e negar com a cabeça, vendo o grande sorriso quadrado nascer nos lábios do outro. 

— Mas não faça nada de estranho, eu já disse. Para meu pai, somos amigos de escola. — ele assentiu com a cabeça, entendendo. — Não saía do meu lado também. 

— Tudo bem. — se levantou, passando a mão em seu cabelo e jogando os fios para trás, fechando seus olhos. Yoongi suspirou com aquela cena, passando a língua em seus lábios antes de voltar a realidade e pegar a chave da porta, abrindo ela e esperando que o outro também saísse para fechá-la. — Woah, tudo mudou! — o azulado admirou os carros, as pessoas correndo por ali, mulheres com roupas mais curtas e com calças, o que não via muito antigamente. — Eu gostei bastante daqui, hyung.

— Eu imagino. — Yoongi disse sem olhar para ele, checando a mensagem de seu pai antes de passar pelo azulado, segurando o pulso dele e o levando consigo. Enquanto prestava atenção por onde andava, tendo um caminho para seguir, o gênio se distraía com tudo à sua volta, não olhando para onde pisava e tropeçando na calçada algumas vezes. — Cuidado, gênio!! — sussurrou, alertando o outro que sequer o ouviu e deu de cara com um poste, fazendo careta e passando a mão em seu rosto. 

— Isso doeu… — murmurou, olhando para o poste, tombando a cabeça para trás para que pudesse ver até o final dele. Yoongi revirou os olhos, passando a mão em seu rosto e respirando fundo para ter paciência. Quando tirou as mãos de seu rosto, lentamente, avistou uma loja de seu interesse e logo uma ideia surgiu em sua cabeça.

— Vem cá! — pegou na mão do outro e olhou os dois lados da rua antes de atravessar, puxando a sua mão. Entrou na loja, ouvindo seu sininho soar naquele lugar. Rapidamente foi atrás de uma fita sem soltar a mão do gênio, não querendo perdê-lo, vendo ele sorrir para todos os cantos, abobado. Riu soprado, negando com a cabeça e pegando uma fita vermelha, indo até a vendedora do caixa e pagando para comprar aquilo. — fica parado. — pediu, se virando para o outro e passando uma das pontas da fita onde passava o cinto em sua calça.

— O que você está fazendo, Yoongi? — perguntou curioso, olhando ele fazendo o nó na fita que foi presa em sua calça. Então observou ele fazer o mesmo com a outra ponta da fita na calça dele. 

— Isso daqui é para você não se perder. Essa fita não pode se romper, então você tem que acompanhar. Cuidado! — então acenou para a mulher atrás do caixa que sorria boba para eles, achando fofo o casal. —  E cuidado para não acabar tropeçando também porque se tu for, eu vou junto. — avisou, caminhando até o trabalho de seu pai. Não era tão longe.

Após alguns minutos de caminhada, chegou no prédio e então entrou, olhando em volta. O gênio parou ao seu lado, observando tudo com os olhos brilhando, sorrindo quadrado enquanto viam aquelas pessoas com as roupas parecidas e muito chiques; formais. Eles andavam para todos os lados e falavam com algumas pessoas com seriedade, alguns até sorriam e pareciam ser gentis na visão dele. 

— Yoongi? O que faz aqui? — ambos levaram suas atenções para o lado ao ouvirem uma voz masculina citar o nome do loiro, esse que riu ao ver o homem se aproximando de si.

— SeokJin, quanto tempo. — o mais velho assentiu com a cabeça, segurando uma prancheta. — Vim ver o meu pai, como sempre. — deu um pequeno sorriso ao Kim, vendo ele assentir com a cabeça, entendendo. 

— Ah sim. Entendi. — direcionou o seu olhar ao azulado, estranhando nunca tê-lo visto com o filho do seu amigo. — E esse é seu amigo? — Yoongi engoliu em seco e assentiu com a cabeça. — Ah! Prazer, sou Kim SeokJin, e você é…? — estendeu a sua mão, esperando que ele falasse seu nome. O gênio, no entanto, franziu o cenho, não entendendo o que aquele gesto significava e muito menos o que ele queria. Yoongi se desesperou, não se lembrando de perguntar ao gênio o seu nome, mas ao ver que ele estava tão confuso quanto si, rapidamente buscou em volta um nome para ele. Ao enxergar um nome até que bonito no crachá de um dos funcionários que passava ali com um café em mãos, se virou para SeokJin e falou no lugar do gênio. 

— T-Taehyung!! Isso, Taehyung! — SeokJin olhou para ele, um pouco surpreso, todavia não disse nada e apenas sorriu e assentiu com a cabeça. O gênio olhou para Yoon, um pouco confuso. 

— Ah, sim. E seu sobrenome…? — Yoongi apenas pegou um que era muito usado em seu país, respondendo imediatamente.

— Kim! Kim Taehyung! — até que o nome tinha soado bem ao ser pronunciado. Não era tão ruim como pensou que iria ser. Geralmente era um desastre ao fazer as coisas sob pressão. 

— Um Kim? Bom, temos algo em comum então. — disse, olhando para o azulado que apenas sorriu amarelo, assentindo com a cabeça. — É um prazer conhecê-lo, Kim Taehyung. — novamente estendeu a sua mão. O gênio ficou parado encarando ela durante alguns segundos, deixando o outro Kim sem jeito, mas olhou para seu mestre quando o viu dar um beliscão em seu bumbum. Gemeu baixinho e olhou para ele, vendo seus olhos arregalados. Franziu o cenho até o ver olhando para a mão daquele homem, então presumiu que deveria pegá-la.

— Eu digo o mesmo, senhor Kim SeokJin. — apertou sua mão vendo o outro sorrir, isso até ele se curvar e fazer uma pose que geralmente faziam para os membros da família real. Se assustou, olhando para Taehyung e Yoongi confuso. O antes citado começou a rir e abraçou o mais alto, fazendo ele ajustar sua postura, olhando para si confuso.

— Ele é engraçado assim mesmo, SeokJin, hahaha! Bem, já vou indo! Tenha um ótimo dia, Jin!! — passou o seu braço ao redor da cintura do azulado que agora encarava o aquário de peixes que tinha em um canto de um dos cômodos, com várias poltronas de uma cor neutra espalhadas por ali. 

— Digo o mesmo, Yoongi! Até mais, Taehyung! — o outro ao ouvir o seu agora nome, olhou para trás e viu Jin acenando para si. Assentiu com a cabeça e deu tchau com a sua mão, se virando para frente novamente. 

— Meu nome é Taehyung agora? — perguntou curioso, direcionando seu olhar para o loiro que tinha uma expressão séria no rosto. Eles entraram em um tipo de caixa metálica com vários botões e muitas luzes. O, agora, Kim, estava pensando que estavam entrando em uma nave alienígena, no entanto, as que tinha visto antigamente eram bastante diferentes. Essa era um tanto peculiar e… pequena. 

— Kim Taehyung, para ser mais específico. — olhou para o maior. — Por favor, grave esse nome e quando alguém perguntá-lo, se apresente com ele, tudo bem? — o outro assentiu com a cabeça. — Beleza.

— Estamos indo ver o seu pai? — perguntou olhando para os números vermelhos que se mexiam em uma tela. Yoongi apenas confirmou ao murmurar "hm" e assentir com a sua cabeça. — Por que? 

— Ele me mandou uma mensagem falando que precisava conversar comigo. Provavelmente ele vai chegar tarde em casa hoje e amanhã nem verei ele. — o azulado olhou para o Min que não devolveu o olhar. — Tudo bem, eu já estou acostumado. — subiu e desceu os seus ombros. Antes do mais novo - como agora era considerado por Yoongi - falar algo, o loiro saiu daquele lugar quando a caixa se abriu e foi obrigado a seguí-lo por causa da fita vermelha que os ligava. 

— Aqui é bem bonito. — observou a grande janela. Na verdade, a parede era toda de vidro e Taehyung estava surpreso, admirando aquilo. Yoongi aproveitou para desfazer o nó de uma das pontas da fita enquanto o gênio estava distraído.

— Fica aqui, tá bom? Eu já volto, só não saia daqui, por favor. — Taehyung olhou para ele e assentiu com a cabeça. Min então deu as costas para o gênio e foi até a sala de seu pai em passos firmes e o punho fechado, se perguntando o que seu pai tinha para lhe falar. Pelo visto era algo importante já que ele não esperaria para contá-lo quando tivesse oportunidade em casa. Taehyung, no entanto, ficou parado no mesmo lugar que o seu mestre mandou, estendendo a sua mão e botando-a no vidro, sorrindo ao ver o céu depois dela, olhando lá para baixo e enxergando tudo menor do que antes. Essa visão era familiar, mas estava mesmo era admirado como as coisas eram naquele ano. 

Yoongi, ao chegar na frente da porta do escritório do seu pai, respirou fundo antes de dar leves batidas nela, ouvindo sua entrada ser permitida pelo mais velho. Prontamente abriu a porta e entrou, fechando-a e então seguindo para a poltrona, em frente a sua mesa, observando ele mal tirar a atenção do seu notebook.

— Como foi a escola? — então seu pai interrompeu aquele silêncio. Yoongi, relaxado na poltrona, deu de ombros.

— Você me chamou aqui apenas para falar da minha escola? — por fim o seu pai tirou os olhos da tela do notebook e lhe olhou com o cenho franzido. Yoongi pouco se importou.

— Não começa, Yoongi. Apenas quero saber como a escola foi, não precisa ser ignorante nesse ponto. Ainda sou seu pai e exijo respeito. — o menino bufou, esperando que ele continuasse. — Como eu não iria conseguir falar com você em casa já que estou atolado de coisas… — seu filho o interrompeu.

— Poderia ter mandado mensagem como fez um tempo atrás, mas beleza. — Daniel suspirou, passando a mão em seu rosto, chamando a atenção de seu filho.

— Nossa família está vindo para te ver e quero que você compareça ao jantar que faremos. Por favor. — foi direto, quase implorando para seu filho para que ele desse uma chance de voltar a falar com sua família e conhecê-los melhor já que no passado nunca teve contato com eles além de uma chamada de vídeo. No entanto, seu filho arregalou os olhos ao saber daquilo.

— Sua família?! — seu tom de voz aumentou um pouco, vendo o mais velho negar com a cabeça.

— Nossa família, filho. — o corrigiu, vendo o mais novo roer as unhas de nervoso. — Por favor, compareça, Yoongi. Eu não posso te obrigar a aceitar a família da sua mãe que não estão nem aí para nós, mas por favor, aceite a família que lhe acolheu e tentou nos ajudar enquanto eu cuidava de você. — se levantou, indo até ele que permanecia pensativo, colocando a mão em seu ombro. — Eu estou com saudades deles, Yoongi. — revelou.

Yoongi pressionou seus lábios um no outro ao se colocar no lugar do mais velho. Imagina um dia você estar estressado da família, sair para beber e acabar transando com uma mulher que descobre ser interesseira e que lhe rouba na mesma noite. Depois de semanas voltar para um país que não é o da sua origem e descobrir que tem um filho com a mesma mulher e que ela não o quer. Deixar tudo para trás para cuidar de algo que é consequência dos seus atos impensados e irresponsáveis, largando o seu sonho e planos futuros para cuidar de uma criança sem mãe. Yoongi então se virou para ele e assentiu com a cabeça, vendo seu pai, pela primeira vez depois de muito tempo, sorrir sincero, mas o que mais o surpreendeu foi ao ser puxado para um abraço acolhedor e firme. 

— Daniel… — mesmo o chamando, o velho não se separou. Não era muito familiarizado com abraços, ainda mais vindo de seu progenitor, todavia o retribuiu mesmo que fraco, ainda raciocinando o que estava acontecendo. — Eles virão quando? — Daniel então se afastou e voltou ao seu lugar, ainda mantendo aquele sorriso que lembrava o de Yoongi em seus lábios. 

— Nesse final de semana. — Yoon arregalou os olhos. Eles viriam sábado? Já estavam na quinta, como iria se acalmar até lá e se preparar para conhecê-los pessoalmente depois de muito tempo? Era muita coisa para raciocinar, até ficou tonto. 

— Ah, certo… Bem, eu acho que vou indo então. — falou com o cenho franzido, apontando para a porta com o seu polegar, encarando o chão. Seu pai tirou a atenção do notebook para olhar em seus olhos, logo percebendo algo de errado ali.

— Yoongi? — o chamou quando seu garoto já estava de costas para si, indo na direção da porta. O citado se virou para ele e Daniel sorriu fechado. — Vai dar tudo certo. — assentiu com a cabeça, realmente esperando aquilo. Então finalmente saiu da sala e foi em direção onde tinha deixado Taehyung.

O Min arregalou os olhos ao ver que ele não tinha saído da mesma posição e sequer tinha se mexido ou algo assim. Ele só olhava para a parede de vidro, parecendo vidrado no céu e nas nuvens. 

— Tae? — tinha que se acostumar com seu novo nome, pelo menos quando estavam em público. O azulado finalmente o olhou.— Está tudo bem? 

— Sim. — olhou para o céu novamente. — Olha como o céu está lindo! — apontou. Yoongi franziu o cenho e se aproximou, ficando ao seu lado, observando o céu durante alguns segundos. Não via nada demais naquele céu, e nem entendia o porquê o gênio ter achado algo tão incrível assim. 

No entanto, ao virar o seu rosto para o Kim, notou como seu olhar brilhava encarando aquele céu azul parcialmente nublado. Seu cabelo destacava seus olhos, suas tatuagens estranhas e ao mesmo tempo bonitas. Seu sorriso quadrado também era um detalhe bonito e que ficou admirando por longos segundos sem notar.

— É, ele é realmente bonito. — sussurrou, ainda mantendo seus olhos no gênio que estava distraído, mal percebendo que Yoongi olhava para si.

— Yoongi! — o citado acordou para a realidade como Taehyung e viraram para trás ao ouvir uma voz masculina. O loiro sabia que era seu pai e viu ele encarando Taehyung com o cenho franzido, dando mais atenção para as suas tatuagens e braceletes que pareciam ser de ouro. — Olá…? 

— Ah, pai, esse é meu amigo do colégio. — Yoon se pôs entre os dois. O mais velho não deixou de notar que seu filho tinha o chamado de pai, ainda mais na frente de um colega. — Kim… Taehyung! — sorriu nervoso e olhou para trás, vendo o citado sorrir para o seu pai e se curvar em respeito. 

— Ah, sim. — ainda estava achando estranho como o garoto era, mas não falaria nada, ficaria na sua. Gosto é como cú, afinal, cada um tem o seu. — Muito prazer, Kim Taehyung. Sou Min Daniel, pai do Yoongi. — sorriu, estendendo a sua mão e vendo outro pegar. 

— Muito prazer, senhor Min. — Yoongi suspirou aliviado ao ver que nada de estranho tinha acontecido.

— Esqueci de avisar que é aniversário da sua vó. Se puder, por favor, comprar algo para ela eu ficaria agradecido. — olhou para seu filho, pegando o dinheiro da sua carteira e lhe entregando. Yoongi apenas assentiu com a cabeça, guardando o que lhe foi dado e olhando para o pai. — Vou levar uma garrafa de vinho para casa também, então não é para abrir, vamos beber no jantar. 

— Tudo bem. — Daniel assentiu com a cabeça e então se despediu dos dois antes de voltar para a sua sala. Yoongi pegou a fita e novamente prendeu ele e o gênio, pegando sua mão e o levando para fora daquele lugar, suspirando ao pensar que teria que ir ao centro comprar algo para uma velha que sequer conhecia. Ela parecia ser legal, se lembra vagamente das chamadas de vídeos que fazia com sua família a mando de seu pai quando era pequeno, mas era só isso e mais nada.

— Yoongi, para onde iremos? — indagou, olhando todas aquelas pessoas olhando para si com os olhos brilhando. Elas olhavam para seus braceletes, suas tatuagens, seus olhos, seu cabelo, ou seja, ele inteiro. O Min já estava se arrependendo de não ter dito para ele se cobrir por causa da grande atenção que estava chamando. Nunca gostou de receber atenção por onde passava, mas parecia que com Taehyung era completamente impossível. Bem, ele entende, pelo menos, como os outros se sentem. Ele parece um Deus.

— Comprar algo para a minha avó que eu não faço a mínima ideia do que pode ser. — respondeu um pouco mal-humorado, entrando na loja de sapatos e sendo recepcionado por um dos funcionários. No fim, acabou por pedir o número que ela calçava para o seu pai e, com o dinheiro dele, comprou um sapato confortável, mas ao mesmo tempo sofisticado porque sabia que a velha se atenta muito à sua imagem como o seu pai falava. 

Só que então ao pensar mais, pensou em ir em uma loja que tinha achado, comprando uma caixinha de música onde a bailarina gira no centro com um espelho que reflete a sua imagem. Sabia também como a dona Min tinha sido uma bailarina muito falada em seu país quando era mais jovem então não relutou em comprar aquilo para finalmente ir embora. Não estava mais aguentando ter que parar na rua após a atenção de Taehyung ser chamada e as pessoas quererem tirar foto com ele. Temeu, por um momento, o gênio ser descoberto, mas de acordo com ele não tinha problema com isso. 

Bom, o Min só esperava não encontrar aquele velho egoísta Dongyul.

Taehyung não era mais dele. 

Ao chegarem em casa, deixou as coisas em seus devidos lugares e foi se apressar para tomar banho, deixando o azulado assistindo televisão. Ele estava encantado, até quando tinha saído ele sequer tinha se mexido então apenas resolveu fazer algo para eles comerem e foi até divertido o outro elogiando sua comida sem parar, alimentando assim o seu ego. 

— O que você vai fazer agora? — perguntou Yoongi, arrumando a sua cama para dormir, já vestido com uma roupa qualquer e velha. Taehyung, no canto do quarto, estranhou a sua pergunta. — Vou dormir. Você vai ficar parado aí? — o outro finalmente pareceu entender e logo o respondeu:

— Pode decidir por mim. De qualquer modo, eu não durmo e nem preciso. — sorriu, com as mãos para trás, vendo o outro parecendo o analisar de corpo inteiro.

— Vai ser meio estranho dormir com você parado, me olhando. Então… — foi até o seu guarda-roupa, pegando a lâmpada. O sorriso do gênio vacilou por um momento, mas ele continuou ali, fingindo que nada estava acontecendo. — Você se importa de voltar para a lâmpada? Prometo tirar você dela assim que eu for para a escola. 

— Sem problemas. — negou com a cabeça, vendo Yoongi sorrir pequeno e esfregar a lâmpada novamente. O sorriso de Taehyung permaneceu em seu rosto enquanto suas pernas sumiram naquele pó mágico roxo, logo subindo para o seu corpo enquanto era sugado para a lâmpada, por fim, sumindo da vista do loiro que encarava o objeto sem parar. 

— Boa noite… Taehyung. — falou baixo, olhando para seu guarda-roupa e então o fechando, indo até a escrivaninha ao lado da sua cama e deixando a lâmpada ali, se deitando logo após e desligando o abajur.

[...]

Min acordou com o barulho estridente de seu despertador. Piscou os olhos e se sentou calmamente, olhando ao redor e encontrando a lâmpada. Ficou encarando-a durante longos segundos, se lembrando do que tinha acontecido no dia seguinte. Quando desviou o seu olhar para o seu despertador, se assustou ao ver que estava mega atrasado.

Correu para o banheiro e lá fez suas higienes e necessidades, tomando um banho rápido para então se apressar para se vestir. Já pronto, pegou sua mochila e meteu a lâmpada dentro sem pensar muito, saindo do quarto e descendo a escada rapidamente. Pegou uma maçã e correu para fora de casa, trancando a porta e indo até o ponto de ônibus, agradecendo aos céus por ter chegado no horário exato.

Quando chegou na escola, segurou a sua mochila de uma forma protetora, sabendo que seu gênio estava ali. Olhou para os lados como se desconfiasse de tudo e de todos, acabando por se assustar quando sentiu um braço em volta do seu pescoço. Olhou para o lado, encontrando seu melhor amigo, Jungkook, sorrindo para si.

— Qual é? — perguntou estranhando o seu ato, vendo o outro encarar a sua bolsa e o modo estranho que ele a segurava.

— Você por acaso roubou um banco e está escondendo o dinheiro aí dentro? — brincou, provocando o mais velho que revirou os olhos e colocou a mochila em seus ombros para calar a boca do mais novo.

— Cadê o seu namorado? Vai encher o saco dele, por Deus! — Jungkook tinha ficado mais ousado após conhecer Jimin, nem parecia aquele garoto tímido que tinha medo até de expressar a própria opinião. Yoongi achou legal que Park o deixou mais solto e confiante de si mesmo, mas por outro lado é ruim já que agora tinha que aguentar ser atazanado pelos dois pelo simples fato de não ter um namorado também. Era horrível. Até hoje o zoam com o Hoseok, seu ex e presidente do Grêmio estudantil. 

— Está com o irmão dele. — respondeu, se virando para trás e vendo o mais velho com Park Jihyun, seu irmão mais velho e que não ia nem um pouco com a sua cara.

— E então agora lembrou que eu existo? — brincou também, recebendo um soco fraco em seu ombro o que o fez rir, indo um pouco para o lado.

— Você vai jogar hoje, não vai? O time não é o mesmo sem você, Yoongi. — Jungkook perguntou, olhando para o melhor amigo enquanto passavam pelos vários alunos do corredor, indo até o armário do citado por si.

— Talvez… — suspirou. — É a última aula então se caso eu estiver disposto até lá, quem sabe. — deu de ombros, vendo o outro comemorar e ir até o seu armário. Sorriu e encarou a sua mão, pensando sobre a lâmpada se seria melhor deixá-la ali, no entanto alguém poderia ver então apenas decidiu que deixá-la em sua mochila seria a melhor escolha. Tinha falado para Taehyung que iria libertá-lo quando acordasse, mas acabou se esquecendo e pela pressa do momento trouxe consigo a lâmpada e ali não poderia soltar o garoto sem que o vissem. 

Então foi direto para a sua sala quando ouviu o sinal e lá passou boa parte da manhã, estudando e dando o melhor de si nas matérias por mais que sua mente sempre o levasse até o seu gênio, perguntando se ele teria notado, se estava chateado ou se iria perdoar o seu erro. 

No intervalo foi a mesma coisa de sempre, aguentando ser a vela junto com seus outros colegas enquanto seu melhor amigo se pegava com o cara mais desejado do colégio. Nada de anormal, isso sempre acontecia. Quando soube que esses dois estavam namorando, quase não conseguiu acreditar porque, para si e para o resto dos alunos daquela escola, Jimin era inalcançável, o menino mais desejado, mais estiloso, que tinha uma boa dicção, falava com certeza e sabia deixar cada um desestabilizado. No entanto, soube também, um tempo depois, que seu único ponto fraco era a pessoa que tinha se apaixonado: Jeon Jungkook. Bem, não era diferente para o mais novo também. Dava para ver de longe como eles se amavam. Era o tipo de casal que você olha e fala: "puta casal foda". Eles roubam a cena. 

Quando chegou a aula de educação física os alunos pegaram suas mochilas e foram para o vestiário, logo indo para a quadra depois. Yoongi, na pressa, guardou a sua roupa mais quente na mochila de qualquer jeito, mal fechando e correndo para a arquibancada, jogando ela ali. Então correu para onde os outros alunos estavam.

Na pressa mal percebeu que a lâmpada tinha caído da sua mochila, descendo um pouco a arquibancada e caindo no chão, ainda parecendo intacta, brilhando por causa do sol. Um dos garotos que passava ali, Hoseok, junto com o seu grupo, franziu o cenho ao encontrar aquele objeto brilhante perto da quadra. Ao se aproximar, pegou aquilo que brilhava e o analisou, ainda achando estranho uma lâmpada como aquela estar na escola.

— Uma lâmpada? — analisou tudo, estranhando os desenhos e as pedras rosas e azuis pequenas espalhadas por ali. Era algo lindo, mas não deveria pegar para si já que poderia ser considerado roubo, então saiu dali e foi em direção a diretoria, entregando aquele objeto peculiar, vendo eles guardarem em um armário, observando através do vidro a lâmpada brilhar. 

Após as funcionárias agradecerem, achando o objeto bonito, viram o aluno exemplar sair dali com um aceno e um sorriso no rosto, voltando para onde os alunos do Grêmio se encontravam. A lâmpada agora estava longe de Yoongi, em um armário, guardado. O gênio ainda estava aguardando seu mestre. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado do primeiro capítulo!

Até o próximo!
Amo-te infinitamente. ❤️


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