História Eu odeio ama você "Elena e Damon" - A Dança

O ar parecia não circular no meu quarto. Eu me sentei no chão e encarei o vestido estendido na minha cama. Era sábado à noite, meu baile de formatura estava acontecendo, mas eu não estaria lá. Ouvi batidas na porta e me levantei. Abri a porta e vi minha mãe forçar um sorriso.

- Não vai mesmo? – ela perguntou e eu me afastei da porta olhando o vestido.

- Sinto muito mamãe, mas eu não quero. – tentei segurar o choro. Eu sabia o quanto aquilo significava pra ela.

- Ah, tudo bem – ela acariciou meus cabelos. – O baile nem é grande coisa. – ela mentiu pra me apoiar.

- Papai que te levou no baile não é? – perguntei, já sabendo a resposta.

- Sim – ela abriu um largo sorriso. – Ele me convidou e foi me buscar em casa de carro... O carro nem era dele, era emprestado de um amigo – ela seguiu para minha cama se sentando. – Nós dançamos a noite toda, e ele me levou em casa e me pediu em namoro.

Ela adorava contar aquela história, parecia ser a memória mais feliz dela e meu pai juntos, e ela contava com tanto carinho que eu podia jurar que ela ainda o amava. Esse momento especial a fez amar bailes, por isso ela queria tanto que eu fosse.

- Uma pena vocês não terem ficado juntos pra sempre. – comentei e ela me olhou.

- O mundo dos adultos é muito complicado. – ela sacodiu a cabeça e se levantou. – Eu vou terminar uma pintura, e você só porque não vai ao baile não significa que tem que ficar trancada aqui! Vamos! – ela me pegou pelo braço e me guiou pra fora do quarto. – Seu irmão esta vendo um filme, vai lá fazer companhia pra ele!

Eu não achei a ideia tão ruim, pelo menos eu iria me distrair um pouco. Então segui com ela até a sala. 

Já passavam das nove da noite e eu assistia ao filme na televisão acompanhada de Simon.

- Que filme chato. – jeremy falou se levantando do sofá. – Vou lá pra cima.

- Não vai ver até o final? – o olhei.

- Esse filme eu já vi, esse ai – ele apontou para o homem na tela. – Morre no final.

- Hey! – me coloquei melhor sentada no sofá. – Obrigada por acabar com toda a graça do filme!

- Disponha. – ele falou humorado e correu pras escadas as subindo.

Meu humor estava horrível, não precisava ficar pior. Peguei o controle e passei pelos canais. Quando ouvi batidas na porta. Visita a essa hora? Sério?

Levantei desanimada praticamente me arrastando, fui até a porta e a abri...

- Damon?

Meu coração entrou em desespero ao ver Damon ali, usando um terno preto com uma gravata vinho (Ele estava tão elegante, que fiquei com vergonha de aparecer na frente dele usando um vestido branco rodado simples). Em uma mão ele trazia uma garrafa de champanhe e na outra um aparelho de som.

- Oi. – ele falou e me sorriu.

- O-o que está fazendo aqui? – perguntei assustada.

- Me perdoa? – ele pediu desmanchando o sorriso.

- Não tem nada que se desculpar. – tentei manter a voz firme, mas eu estava tremula. – Nada que eu sinta interessa a você. – cruzei os braços. – Assim como nada que você sinta interessa a mim.

- Você sabe que isso não é verdade. – ele falou sério. – Eu agi como um idiota, você não merecia ter ouvido aquilo.

- Você é um idiota. – eu falei em tom de brincadeira. – Então, não estou surpresa.

- Isso significa que estou perdoado? – ele abriu um sorriso.

- Depende. – olhei o analisando. – Vai me pedir desculpas só por ontem?

- Não. – ele deu um longo suspiro. – Quero pedir desculpas por todas as vezes que fiz algo que te magoou. Você não merece que façam nada de ruim com você

Oh Céus.

- Está... Perdoado. – falei fraco, e encarei a garrafa na mão dele. – Está indo ao baile?

- Não. – ele deu um passo para o lado e colocou o aparelho de som no chão da varanda.

- Por quê? – fiquei olhando o movimento dele.

- Não tem ninguém lá que me faça querer ir. – ele estendeu a mão pra mim.

Minha respiração falhou. Demorei um pouco pra entender o que ele queria. Damon olhou pra mão dele como indicando que eu a pegasse. Descruzei os braços, e peguei a mão dele, e ele me guiou até o gramado em frente a casa.

- Porque está fazendo isso? - perguntei com a voz fraca.

- Toda garota merece ter um baile de formatura. – ele parou e soltou minha mão. – Merece beber um champanhe e dançar com um garoto bonito. – ele apontou pra si.

- Não estou vendo nenhum garoto bonito – provoquei e ele riu.

- Achei que o meu terno fosse ajudar – ele brincou e começou a abrir a garrafa de champanhe.

- Só um pouco – dei um sorriso de lado e observei o movimento dele. – Está mesmo determinado a agradar um nerd antes de se formar.

- Estou. – ele confirmou terminando de abrir. – Mas eu faria isso mesmo que não estivesse.

Damon me olhou por alguns segundos. Eu estava surpresa demais pra processar tudo que estava acontecendo. Eu só sabia que estava gostando.

- Reze Elena – ele pediu e começou a sacodir a garrafa.

Eu me afastei e ele a sacodiu com mais força, a pressão aumentou e a tampa saiu, fazendo a espuma escapulir da garrafa.

- Você não se esqueceu de nada não? – eu tentei conter o riso, e ele olhou para os lados.

- As taças! – ele fez uma careta que chegou a me dar dó. – Sério que eu esqueci? Não acredito!

- Não tem problema! – eu disse rápido, o vendo envergonhado.

- Desculpa, eu não sou bom com isso de ser romântico. – ele sacodiu a mão pra tirar o champanhe.

Hãn? Ele estava tentando ser romântico?

- Eu vou lá dentro buscar taças. – eu me virei pra sair, mas senti a mão dele no meu braço.

- Deixa pra lá, não vamos deixar minha burrice estragar o clima. – ele me soltou. – Ainda podemos ter uma dança perfeita.

Damon passou por mim, foi até a varanda, deixou a garrafa lá e pegou o aparelho de som. Ele colocou o aparelho no primeiro degrau da escada e o ligou. Damon seguiu até mim e me estendeu as mãos e eu as segurei. Logo um som de valsa preencheu o ambiente. 

Ouçam: Why Don't You Love Me – Hot Chelle Rae ft. Demi Lovato

Por que você não me ama? Me beije

Eu consigo sentir o seu coração está noite, isso está me matando

Então por que você não me ama? Me toque

Me diga que eu sou seu tudo

O ar que você respira

E por que você não me ama, baby?

Abra o seu coração esta noite

Pois eu poderia ser tudo o que você precisa...

Ele juntou o corpo dele ao meu e começou a me guiar de um lado para o outro. Eu não sabia muito bem o que fazer, minha experiência com dança era zero, mas Damon fazia aula de dança, e estava conseguindo guiar meus movimentos.

O contato visual que fazíamos parecia me hipnotizar, eu estava completamente entregue.

- Você está indo bem – ele sussurrou após um tempo, segurando uma das minhas mãos e me rodando.

- Você é um bom professor – respondi quando voltamos a nos unir e ele segurou firme a minha cintura.

- Acho que as aulas de dança deram resultado... – ele me tombou pra trás.

- Aprendeu muito bem. – ele me levantou novamente. – Você está perfeito...

- Estou? – ele me olhou com um sorriso charmoso. – Então cuidado pra não se apaixonar por mim... – ele disse com um tom divertido, mas meu coração estava tão sensível que aquilo me doeu.

Ele não queria quebrar o clima por causa de uma taça, mas podia falar aquilo? Idiota!

- Não se preocupe, você não corre esse risco. – não disfarcei a irritação na minha voz. – Você não faz o meu tipo.

- Você também não faz o meu – ele me encarou e parou a dança. – Mas isso não me impediu de me...

A valsa parou, e por algum motivo ele não conseguiu terminar a frase. Ele manteve os olhos fixos nos meus lábios, e eu fiz o mesmo. Oh Deus, como eu queria aquilo! ...

Mas Damon não queria o mesmo, pois se afastou.

- Eu tenho que ir. – ele falou se separando totalmente de mim.

- Ah... Tudo bem. – tentei dar um sorriso.

- Boa sorte Elena. – ele me estendeu a mão. – Que você seja uma ótima economista.

- Obrigada. – eu apertei a mão dele. – Boa sorte pra você também, e que quando você for um publicitário consiga criar coisas melhores do que 'De onde vêm os bebês?' – eu ri e nós soltamos as mãos.

- Você é muito chata mesmo! – ele se aproximou e apertou de leve a minha cintura. – Pelo menos funcionou! – ele protestou.

- É, e não dava pra esperar nada diferente vindo de um idiota como você. – brinquei e ele riu.

Nós sustentamos o olhar. Meu coração implorou por uma nova aproximação dele. E aconteceu. Eu fechei os olhos e senti os lábios dele encontrarem...

A minha bochecha. Voltei a abrir os olhos e o olhei um tanto decepcionada. Damon sorriu e seguiu até a varanda pegando somente o aparelho de som, e depois se aproximou novamente de mim.

- Nos vemos por aí Elen. – Damon disse.

- Nos vemos por aí Dam. – eu dei um meio sorriso.

Eu apenas assisti ele sair e seguir até o carro dele estacionado na rua. Ele entrou no carro e quando foi sair me acenou brevemente e eu retribui o aceno.

Depois disso eu nunca mais voltei a vê-lo. E eu nunca mais me senti mal, ou tive o 'pesadelo', porque eu sabia que eu estava completamente perdidamente apaixonada por Damon salvatore.