꧁༺ Capítulo ༻꧂
11
É realmente cativante a forma como os dias em valfenda se passam com rapidez.
Severus já havia perdido a conta de quantas dias, semanas, estava no reino. Mas, sinceramente, não importa muito. Ele nunca foi tão feliz.
Era meio assustador a perspectiva que ele não só estava feliz, mas ele era feliz.
Não iria mentir e dizer que o medo de que tudo aquilo acabasse, ou fosse tirado dele, tinha passado. As vezes ainda tinha medo de Legolas cancelar o cortejo, que estava indo muito bem, e ir encontrar Tauriel em algum lugar do mundo.
A própria elfa ruiva foi sua inimiga silenciosa por um bom tempo. Mesmo tendo ouvido de Legolas que ela foi algo de seu passado, seus medos só passaram quando descobriu que ela saiu de valfenda e, daquela vez, era para sempre.
─ em que tanto pensa? ─ Thor o perguntou.
O loiro se tornou o seu melhor amigo.
Draconis ainda não estava muito feliz com isso, mas aceitou.
Não foi tão surpreendente assim. Eles eram bem parecidos. Tinham inseguranças comuns, medos semelhantes e uma personalidade similar.
Thor era tímido, reservado e, por muitas vezes, irônico. Severus tinha todas essas características e mais um pouco de sarcasmo para completar a mistura.
─ nada importante. Só... ─ ele hesitou por um instante e olhou ao redor.
Estavam no quarto de Amarílis. Esperavam a rainha para mais um chá, que se tornou uma tradição diária entre os três.
O cômodo era como o esperado para alguém que era apaixonada por flores, ou seja, florido. Tudo em tons de azul cristal e lavanda. Uma borboleta branca voava por todo o local.
─ só? ─ Thor o incentivou a continuar.
─ tudo está indo tão bem ─ confessou.
O loiro franziu o cenho.
─ isso não é bom?
─ sim, claro que é bom. É ótimo até.
Apertou a camisa de algodão que usava.
─ então, o que te preocupa?
Severus suspirou.
─ ainda não me acostumei as coisas dando tão certo em minha vida ─ sorriu tristemente.
Thor ficou em silêncio por um tempo.
─ eu acho que você merece tudo o que está acontecendo com você.
─ você é o terceiro a me dizer isso.
Os dois sorriram.
─ Severus, o que você sente com o príncipe Legolas?
─ eu gosto de estar com o Legolas ─ falou depois de um tempo.
Thor sorriu e acariciou seus cabelos.
─ o que mais? ─ perguntou.
Severus ficou em um lindo tom de vermelho.
─ gosto de quando ele segura minhas mãos e gosto de quando ele sorrir para mim ─ sorriu com a lembrança ─ gosto do toque dele. Eu gosto quando seus olhos estão em mim, sempre quero os olhos deles em mim.
Eu quero que ele me beije.
Ele não iria compartilhar essa parte. Era pessoal. Começou em um dia na biblioteca, duas noites após o baile, Legolas estava o explicando sobre valfenda e ele parecia tão tentador. Severus olhou para os lábios dele e, de repente, se perguntou como seria sentir ele nos seus.
Isso tinha o assombrado até então.
─ você gosta dele, Severus ─ Thor parecia está prestes a dar pulinhos.
─ meninos, venham aqui! ─ a voz de Amarílis veio de trás da porta em que ela estava.
Severus e Thor se levantaram do pequeno sofá em que estavam e foram até o local.
Os olhos ônix do sonserino se arregalaram ao ver o que estava dentro do cômodo.
Uma prateleira repleta de tiaras em prata, ouro e bronze. Diversas pedras. Diversos designs.
Severus já suspeitou sobre sua pequena queda por joias, mas agora tinha certeza sobre esse fato sobre ele mesmo.
─ estou vendo que minha humilde coleção o agradou muito ─ Amarílis sorriu ao ver a animação do menino.
Ela iria lembrar de comentar esse pequeno detalhe com seu filho mais tarde.
─ é lindo, Amarílis ─ olhou admirado para todo aquilo.
─ escolham uma delas para vocês ─ a elfa mandou.
Em outros tempos, alguns dias atrás, Severus iria fazer exatamente o que Thor estava fazendo, negar e dizer como não podia aceitar. Mas ele não se sentia mais acanhado. Ele aceitaria todo o que fosse dado a ele livremente.
Ele tinha esse direito.
Seus olhos vagaram pelas tiaras e avistou uma modesta tiara com um diamante azul no centro. A pedra era quase do tom dos olhos de Legolas.
─ posso ficar com essa? ─ perguntou para Amarílis apontando para a que desejava.
A rainha pareceu aprovar sua escolha.
─ claro. Ela é sua.
Ele a pegou apreciando a delicadeza da prata.
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─ estou começando a ficar preocupado. Devo mandar um acompanhante com você e o bruxinho?
Legolas jogou uma pedra em seu melhor amigo/irmão mais novo enquanto o mesmo gargalhava ao seu lado.
Estavam voltando para o castelo depois de patrulhar o reino junto com a guarda. Legolas decidiu contar a seu irmão como estava sendo difícil manter o auto controle perto de Severus desde que começou a ensiná-lo a atirar com arco e flecha.
Era uma deliciosa tortura quando Severus se aproximava com aquele delicioso cheiro se frutas cítricas e sorria para ele.
A cada dia que se passava, se podia ver a melhora em Severus. Parecia que uma enorme ferida estava sendo curada.
Ele não andava mais com medo pelos corredores e não se encolhia quando era tocado. Seus comentários sempre tinha um tom ácido e espirituoso quando falava com alguém de quem gostava como Eru, Thor, Draconis e ele próprio.
Isso era bom.
Céus, era maravilhoso.
Mas era uma tentação.
Severus o deixava chegar mais perto agora. Retribuia seus flertes e chegava mais perto dele.
Claro que o pequeno bruxo ainda era um poço de mistério sem fim.
Indecifrável.
Mesmo vendo a melhoria constante em Severus, Legolas tinha a impressão que algo ainda tinha que ser esclarecido, coisas sobre o passado de Severus. Sobre sua família. Sua vida conturbada na escola.
Ele não ousava falar sobre seus pais. Não mencionava o ataque do lobisomem e, muito menos, sua vida antes de valfenda.
Mas cada vez que era mencionado, parecia que machucava Severus fisicamente.
Isso só tornava sua curiosidade mais opressiva.
Mas não iria precionar.
Severus o contaria quando estivesse pronto.
─ isso não tem a menor graça, Draconis. Se mamãe ao menos suspeitar sobre minhas intenções nada puras com Severus, ela me mata ─ alertou seu irmão.
─ acho que assassinato é muito grave. Castração parece ser a melhor opção ─ voltou a gargalhar como um idiota que era.
Legolas revirou os olhos.
─ eu te odeio.
O acastanhado, o abraçou de lado.
─ você me ama, maninho. Mas, falando sério, é tão ruim assim? Quer dizer, no mundo dele, ele já é um adulto, não é?
Sim. Severus já era considerado um adulto no mundo mágico e no mundo humano com seus 18 anos de idade, mas não em Valfenda.
─ não é a mesma coisa. Ele ainda não é um adulto aqui. Não perante nossas tradições ─ suspirou.
─ então você vai ter que esperar mais dois anos para beijar os lábios dele e...
─ basta!
Draconis o soltou e voltou a gargalhar ao ver as pupilas dilatadas e o rosto vermelho de seu irmão.
Aquilo era hilário.
Nem em sua puberdade, Legolas foi tão desesperado. Tão ansioso.
─ talvez você realmente precise de um acompanhante de agora em diante ─ falou ao notar a seriedade do assunto.
─ talvez ─ Legolas tinha que concordar.
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─ a aula foi boa?
Severus não se assustava mais com as chegadas silenciosas de Legolas quando ele estava na biblioteca ou em seu laboratório. Se bem que, já não eram mais tão silenciosas, pois ele sempre conseguia distinguir os passos de Legolas agora.
─ eu acho que consegui quebrar a tradição de me assustar com suas chegadas ─ sorriu para o maior ao pegar a maragarida em sua mão ─ obrigado ─ ele ainda corava toda as vezes que recebia uma flor do príncipe.
Legolas sorriu ao ver o colar que fez ainda bem firme no pescoço de seu bruxo. Ele nunca o tirou depois de ganhá-lo.
─ acho que temos uma nova tradição. Sempre te encontro aqui e te levo para um passeio ─ ofereceu o seu braço para o mais novo ─ quero te mostrar meu lugar preferido no castelo, vamos?
Severus guardou a flor em um vaso em cima de seu baú e aceitou o braço de Legolas.
─ respondendo sua pergunta, a aula foi ótima. Tom está me ensinando muito bem. Estarei pronto para meus exames finais ─ falou ao sair de seu laboratório ─ para onde está me levando?
Legolas sorriu para a curiosidade de Severus.
─ você irá descobrir eventualmente ─ sorriu para a carranca de seu companheiro.
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Remus não aguentava mais olhar com expectativa para cada pessoa que passava nos corredores e se perguntar se seria Severus.
Já fazia seis semanas que o sonserino estava em seu intercâmbio.
Seis semanas em que as aulas de poções eram regadas de perguntas sem resposta, pois só Severus as respondia.
Seis semanas sem que visse o Snape escondido atrás de uma pilha de livros na biblioteca.
Seis semanas sem que o nome de Severus aparecesse no mapa.
Aquelas foram as seis semanas mais longas de sua vida.
Ele até pediu a Lilian para escrever uma carta em seu nome e mandar para Severus, mas a ruiva falou que os responsáveis por Severus não queriam que ele mantivesse nenhum contato com hogwarts.
Agora só reparava aguardar até que o período de exames finais chegue, em três meses, pois só assim para o mestiço possa voltar.
Era agonizante a espera incessante em que se encontrava. Onde vinha até a comunal da sonserina todo os dias para ver se Severus havia voltado. Ele ia até o local em que o sonserino sempre ficava e esperava o ver lá, mas sempre voltava decepcionado.
Ele também buscava Severus nas ruas do vilarejo que visitavam nas férias.
Em seu subconsciente, usava a desculpa de que precisa ver o sonserino para se desculpar pelo incidente para que o mesmo guarde seu segredo. Mesmo que essa desculpa não explique o motivo dele procurar qualqer resquício do cheiro do menino pelos corredores.
Mas isso não era importante agora.
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Severus estava encantado.
─ esse é o meu jardim preferido. Eu mesmo ajudei a construí-lo.
Eles estavam em um labirinto. Na entrada de um labirinto, para ser mais exato.
Um grande portal, feito de ouro puro, guardava a entrada para uma construção feita de paredes cobertas de flores e folhas. O caminho era coberto por uma grama curta e bem cuidada.
─ ele parece ser encantador, Legolas ─ sorriu para o mais alto.
Legolas sorriu ao ver os olhos ônix, que eram tão negros quanto a noite mais bela, brilharem como uma estrela em ascensão para ele.
Ele faria tudo para que aquele brilho nunca se apagasse dos olhos de Severus.
─ quer ver ele por dentro?
Severus pareceu pensativo por um instante.
─ e se nos perdemos?
Legolas sorriu.
─ eu conheço esse labirinto como a palma de minha mão e, caso esqueça, basta eu me tornar um pássaro e te guiar para fora ─ estendeu a mão para o menor.
Severus ainda não tinha muita certeza se era uma boa ideia.
─ tem algo que quero te mostrar lá dentro.
Severus aceitou a mão do príncipe no mesmo instante e, juntos, entraram no labirinto.
Era ainda mais encantador a medida que se aprofundavam no local. As flores ficavam mais coloridas e diversificadas. As paredes eram mais escuras e o ar ficou mais fresco.
─ o que tinha para me mostrar? ─ perguntou apertando a mão do elfo.
─ estamos chegando ─ o loiro prometeu e o puxou para mais fundo no local.
Eles chegaram no que parecia ser o centro do labirinto. Era um corredor com alguns bancos de madeira branca e diversos arranjos de flores sobre o chão.
Legolas se sentou e pareceu estar esperando algo, quando Severus iria perguntar o que eles estavam esperando, diversos pavões brancos apareceram.
O sonserino olhou para os mesmos com empolgação e encanto.
Eles eram mágicos. Conhecidos como pequenas fênix.
─ pensei que estavam extintas ─ sussurrou olhando para as diversas aves.
Algumas delas eram tímidas e se escondiam por entre as flores, outras ousavam se aproximar dele e o beliscar.
─ na verdade, elas quase foram extintas, mas minha mãe decidiu as resgatar e as trazer para o reino. Se adaptaram bem aqui e estão por toda Valfenda ─ uma fênix se aproximou dele e posou em seu colo.
Severus tinha lido que as pequenas fênix, ou pavões albinos, como os trouxa os chamavam, eram extremamente raros. Elas eram caçadas entre os trouxas e os bruxos.
─ elas são belíssimas ─ falou se ajoelhando ao lado de uma pequena ave que o olhava com curiosidade.
─ tem um pequeno segredo que nem mesmo os bruxos sabem sobre elas ─ Legolas falou acariciando a que estava em seu colo.
Severus o olhou com expectativa.
─ elas são metamofos. Podem se transformar em alguns insetos.
Severus achou fascinante. Ele iria falar algo quando sentiu um puxão em sua roupa, olhando para baixo, viu a pequena fênix, ela parecia ser a menor delas, o puxando com seu pico. Com gentileza, ele acariciou a criatura, que se manteve próxima para mais contato.
Ele soltou um suspiro alto quando a criaturinha se transformou em uma bela borboleta branca e pousou em seu dedo.
Legolas o olhou com espanto antes de sorrir.
─ você acabou de ganhar um amigo para a vida inteira, Severus ─ sorriu para seu companheiro.
─ o que quer dizer?
─ se uma delas se transformar em sua frente quer dizer que ela se alinhou a você. Em outras palavras, você se tornou o mestre dela.
Severus olhou espantado para a pequena borboleta em sua mão e sorriu.
Ele sempre quis um familiar, mas nunca teve a oportunidade de ter uma. Agora uma criatura mágica o escolheu entre todos.
─ qual o nome dela? ─ perguntou olhando para Legolas.
─ você quem decide.
A borboleta se transformou em uma fênix novamente e mostrou suas penas para ele. Ela parecia orgulhosa.
─ amor-perfeito ─ ele sorriu para a ave ─ o nome dela sera amor-perfeito.
─ minha mãe vai amar saber disso ─ Legolas sorriu.
─ como assim?
─ essa aqui ─ apontou para a fênix em seu colo ─ é a safira. Ela é da minha mãe.
─ devo deixar ela aqui?
─ ela vai ficar aqui com sua família, mas vai aparecer magicamente para você as vezes. Elas não são dependentes de seus mestres como algumas criaturas. Elas são livres mesmo pertencendo a alguém.
Severus gostou disso.
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─ faça um desejo ─ Legolas o disse ao verem uma fonte.
Severus sorriu.
Ainda estavam no labirinto, em uma parte mais afastada, longe do centro e mais próximo do final.
─ qual é o fascínio de vocês com fontes do desejo? ─ perguntou ao colocar uma flor na fonte e desejar, com olhos fechados, o que mais queria.
Era uma fonte como a do jardim preferido de Amarílis, ela era branca e tinha uma estátua de Poseidon no topo.
─ acho que é coisa da minha mãe, mas, então, o que desejou?
Severus sorriu de forma provocativa enquanto se apoiava na parede atrás dele e viu Legolas fazer seu desejo.
─ segredo.
─ isso não é muito justo, não acha? ─ pegou uma flor azul da parede.
─ acho muito justo.
Legolas ficou em frente a Severus e sorriu para como ele parecia relaxado.
Eles estavam próximos.
Muito próximos.
─ como eu vou realizar seus desejos se não sei quais são eles? ─ colocou a flor atrás da orelha do menor.
Severus se arrepiou ao sentir os dedos frios de Legolas em suas orelhas quentes.
─ talvez seja o destino que tem que realizar meus desejos, não você ─ Severus não notou que Legolas o tinha praticamente contra a parede do labirinto.
─ não gosto desse plano de seguir o destino.
─ ele me trouxe até você, não foi?
Legolas tinha suas duas mãos acima da cabeça de Severus, se equilibrando na parede.
Eles estavam muito próximos.
─ sim.
Seus lábios estavam a centímetros de se tocarem.
─ você me beijaria, Legolas? ─ Severus sussurrou a pergunta olhando diretamente para os lábios convidativos de Legolas.
Em outros tempos, uma semana atrás, ele nunca ousaria perguntar isso. Mas como tudo com Legolas tem uma revolução rápida, isso também foi.
Ele nunca tinha beijado ninguém e nunca desejou confiar isso a alguém.
Legolas mundou isso.
Severus passou dias desejando beijar os lábios do loiro. Semanas. Desde do baile ele tinha esse desejo oculto.
Se afasta.
Se afasta.
Se afasta.
Legolas ingnorou todos os seus pensamentos racionais e beijou Severus.
Não tinha como ele resistir. Severus estava entre seus braços, o olhando com aqueles olhos brilhantes e lábios perfeitos. Ele nunca teve chance de dizer não.
O beijo foi um simples selar de lábios a princípio.
Legolas estava a um passo de se arrepender quando Severus agarrou seus ombros e moveu seus lábios contra os seus. Com seu reflexo, ele não ousava dizer que era outra coisa, agarrou a cintura de Severus e o aproximou mais seus corpos.
Severus continuou a mover os lábios com total inexperiência e desespero. Não podia decepcionar. Ele tinha que mostrar que estava interessado, que queria aquilo mais que tudo, que não tinha nenhuma dúvida ou receio.
Ele tinha lido em livros de romance que beijos era construido por partes e ele tentou seguir cada uma delas.
Ele queria mostrar que sabia o que estava fazendo.
Legolas o achou adorável em sua tentativa.
Com lentidão, ele moveu seus lábios capturando um suspiro baixo de Severus. Quando sua língua percorreu os lábios do outro, pedindo passagem, o mesmo o deu de bom grado.
Ao sentir o gosto de café nos lábios de Severus, ele gemeu a apertou mais o corpo de Severus contra a parede. O cheiro de frutas cítricas era ainda mais forte de perto e Legolas notou que vinha de seus cabelos, não de sua boca como ele suspeitou. Mas o gosto forte de café era divino. Era sua bebida preferida agora.
Com fome, ele mordeu o lábio inferior do bruxo e sugou sua língua, na intenção de conseguir mais daquele sabor maravilhoso.
O gemido alto do bruxo, o despertou de seu transe. Ele afastou seus lábios, ouvindo um chiado de protesto do outro ao fazer.
O som quase o fez voltar.
Quase.
Olhou para a figura a frente dele. Lábios inchados, olhos nublados e brilhantes, bochechas extremamente coradas e roupas amassadas.
Céus, ele queria o beijar de novo.
─ eu não devia ter feito isso ─ sussurrou.
─ por que não? Não foi bom? ─ a decepção na voz de Severus partiu seu coração.
Suas mãos foram para as bochechas do menor.
─ foi o melhor beijo de minha vida, Severus ─ beijou o nariz vermelho do mesmo.
Severus não pode ter uma única dúvida sobre a atração que Legolas sente por ele. Sobre o poder que tem sobre ele.
O bruxo corou.
─ então, por que você não deveria me beijar?
Legolas sentiu todas as células de seu corpo reagir ao ouvir o tom suplicante de Severus. Não passava de um doce sussurro.
Estou perdido.
─ você ainda não é um adulto ─ explicou para ele.
─ eu tenho 18 anos, Legolas, sou um adulto legal ─ o sonserino avisou.
─ em Valfenda, para ser um adulto, apenas com 20 anos. Eu não deveria ter te beijado.
Severus ficou na ponta dos pés e depositou um selinho nos lábios do príncipe.
─ como um adulto, em meus dois mundos, eu digo que você deveria ter me beijado, afinal, esse foi meu desejo na fonte. Você falou que me daria tudo o que eu desejasse. Você me prometeu e você nunca quebra sua palavra, estou errado?
Com certeza eles precisavam de um acompanhante.
O mais rápido possível.
────༺༻────
Severus estava envergonhado de sua atitude mais cedo em relação a Legolas, mas não podia deixar de se sentir orgulhoso.
Foi seu primeiro beijo.
Parecia tão certo que Legolas quem o tivesse e, mesmo que fosse curto e castro, foi perfeito. Se ele ousassem fantasiar sobre aquele momento, seria da forma que aconteceu hoje.
Só lembrar dos lábios macios de Legolas contra os seus, ele levou seus dedos aos seus lábios como se quisesse sentir o calor que ficou sobre eles.
─ você está muito pensativo hoje ─ Thor o chamou de sua distração.
Ele estava em seu quarto. Já passava das oito da noite.
Thor estava em seu quarto enquanto Eru fazia tranças em seu cabelo.
Ele descobriu que Eru havia sido aluno de Thor e, agora que o loiro estava praticamente morando no castelo, ele estava sendo designado para ser o servo deles.
─ eu beijei ele ─ sussurrou seu segredo ─ beijei Legolas.
Thor deixou seu livro cair de seu colo sobre a cama e Eru parou seu trabalho imediatamente. Ambos o olharam com olhos dilatados e pasmos.
Severus estava vermelho.
─ você ainda não tem a maior idade elfica ─ Thor o alertou.
Severus revirou os olhos.
─ eu já sou um adulto em meus mundo e consenti tudo ─ ele passou a alisar o cabelo com ambas as mãos.
Os dois elfos ainda estavam pasmos.
─ foi bom? ─ Thor quem o perguntou depois de um tempo.
Severus corou totalmente, mas assentiu.
─ se a rainha descobri... ─ Eru começou, temeroso.
─ Amarílis nunca machucaria seu filho e não é como se fosse um crime grave. Eu li sobre isso. Eu já sou um adulto em meus mundos, não é exatamente um crime. O Legolas não fez nada de errado.
─ ela não o machucaria, mas com certeza colocaria ele de castigo ─ Thor interviu.
Os três homens sorriram ao imaginar a cena.
─ posso contar um segredo? ─ Eru perguntou ─ minha esposa é alguns séculos mais velha que eu e eu a beijei quando tinha apenas 193 anos.
─ fico aliviado ao saber que não sou o único infrator aqui ─ Severus gargalhou.
─ vocês não tem jeito. Ainda acho que a rainha vai castigar Legolas caso descubra ─ Thor balançava a cabeça em descrença.
─ o que ela poderia fazer com o príncipe? Retirar o arco dele? ─ Eru perguntou segurando a risada.
─ não, ela retiraria o Severus ─ Thor falou antes dos dois voltarem a sorrir.
Severus não havia notado quando foi exatamente que tinha ganhado dois amigos e momentos como esses.
Ele lembra de ver isso acontecer em alguns locais da comunal da sonserina.
Grupos de amigos juntos, rindo e conversando. Secretamente, ele desejava ter isso.
Agora não era apenas um desejo distante, era sua realidade.
Continua
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