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História Eu te odeio, mas... - Tetta Kisaki - Moebius


Escrita por: lettyeager

Capítulo 2 - Moebius


Fanfic / Fanfiction Eu te odeio, mas... - Tetta Kisaki - Moebius

01 de julho de 2005

⏤ Desculpe a demora. ⏤ Pediu ela.

Tinha acabado de sair do quarto, aceitando de vez sua nova realidade como “ Helin Baji ”. Voltou à cozinha e observou o lugar, precisaria se familiarizar com aquilo até acordar de sua DR.

⏤ Acabamos de arrumar o quarto pra você. ⏤ Informou a mulher mais velha. ⏤ Keisuke, ajuda ela com a mala.

⏤ Já sei ⏤ O jovem assentiu e levantou da cadeira, caminhando até um corredor e acenando para que a garota o seguisse.

Helin o observou. Ele parecia diferente do personagem que havia lido. Keisuke Baji naquele momento aparentava ser alguém calmo e tranquilo, nada parecido com o personagem de personalidade selvagem e bruta que ela conhecia.

Todavia, ela levou em conta o fato de que ele não estava com sua gangue, mas em casa com a família.

E, naquele instante, ela havia se tornado uma parte daquilo também, era sua irmã mais nova. Ela precisava se acostumar com a ideia.

⏤ Sua cama é aquela. ⏤ Informou ele ao entrar no quarto, apontando para uma das duas camas do cômodo cercado por paredes de uma tonalidade clara.

⏤ Meu quarto não era aquele? ⏤ Perguntou ela.

⏤ Claro que não. ⏤ Negou começando a caminhar e arrastar a mala da garota até próximo de sua cama. ⏤ Aquele é da mamãe, não lembra?

⏤ Ah... Lembro... ⏤ Concordou.

O quarto era pequeno, já que montava duas camas, mas era bonito e arrumado, cheiroso também. Tinha apenas um guarda-roupas que ficava em frente as duas camas, esse um tanto grande e de cor escura. Também tinha duas plaquinhas com os nomes  Helin ❞ e ❝ Keisuke ❞ em suas duas portas.

Havia uma mesinha entre as camas com um pequeno abajur. Um espelho grande ao lado da porta e alguns objetos pelo quarto. Esses uma bola de futebol, skate, um computador antigo e até capacetes de motocicleta.

⏤ Keisuke!

Espantou-se ao ouvir o nome de seu novo irmão soar pelo corredor.

⏤ Chifuyu tá aqui!

⏤ Já vai! ー Respondeu o moreno, logo correndo para fora do quarto.

Helin voltou a forçar suas memórias para lembrar de Chifuyu não demorando muito para reconhecer de quem se tratava. Um jovem loiro de olhos verdes.

Ela arrumou sua mala ao lado da cama, decidindo voltar para desfaze-la à noite. Ficou rente ao espelho, amarrando seu cabelo em um rabo de cavalo e ajeitando a roupa que vestia; Um vestido rosado um tanto curto e rodado, as alças finas formavam dois pequenos lacinhos sobre seus ombros. Um vestido de tecido macio como de um cardigã.

Bonito.

Respirando fundo, a menina voltou a abrir sua mala, puxando sua carteira e algumas moedas de dentro, fechando-a e aguardando-a novamente na mala. Começou a caminhar para fora do quarto, diretamente até a porta do apartamento.

⏤ Keisuke! ⏤ Chamou seu irmão ao sair, vendo-o alguns passos à frente. ⏤ Pode me fazer um favor? ⏤ Pediu com um sorriso gentil, aquele que se desmanchou ao notar o loiro ao lado do irmão. ⏤ Ah, foi mal... Não sabia que tinha visitas... ⏤ Inclinou-se em um pedido de desculpas.

⏤ Ah, Chifuyu, essa é minha irmã. ⏤ Informou com um sorriso.

Helin sem jeito apenas acenou.

⏤ Ah... Nunca me disse que tinha irmã. ⏤ O loiro sorriu, oferecendo sua mão em uma forma de cumprimento e apresentação para a garota. ⏤ Chifuyu Matsuno.

⏤ Helin Baji. ⏤ Ela sorriu, apertando forte a mão de Chifuyu. ⏤ É um prazer.

⏤ Minha mãe achou melhor não contar. ⏤ Disse Keisuke. ⏤ Vamos.

Chifuyu abriu sua boca para dizer mais à garota, ficou encantado com sua beleza. Não se parecia tanto com seu amigo, mas havia uma certa semelhança. Nunca ouvira nada sobre ela, mas ela lhe passava uma boa impressão.

⏤ Ei, Chifuyu, idiota!

O loiro acordou dos seus devaneios com um chamado irritado de Keisuke atrás dele, rindo fraco e soltando a mão da garota.

⏤ Já vai, merda! ⏤ Correu em direção ao amigo que ainda o encarava impaciente.

Helin sorriu, adorava a amizade deles. Chorou rios com a morte do mais alto, mais ainda com a forma de como Chifuyu ficou.

⏤ Ei, o que você queria?

A garota também acordou de seus pensamentos com a voz de Keisuke.

⏤ Ir no mercado, queria que me mostrasse onde é. ⏤ Informou, aproximando-se dos dois rapazes. ⏤ Eu esqueci. ⏤ Explicou ao notar o olhar desconfiado do irmão.

⏤ Tá, vem. ⏤ Sorriu mínimo.

⏤ Obrigada. ⏤ Retribuiu o sorriso de modo amigável, vendo-o novamente desconfiar.

⏤ Obrigada?

⏤ O que foi? Não posso mais ser educada? ⏤ Riu nervosa, um pouco assustada com aquela reação.

⏤ Você sempre me tratou tão mal, é estranho.

⏤ Talvez você provocasse... ⏤ Murmurou ela.

⏤ Ah, você ainda lembra de quando te joguei na fonte da praça? ⏤ Indagou, sendo sua vez de rir.

⏤ É, você que provocava mesmo.

Helin não aguentou e acabou por rir junto, sentindo seu irmão rodear o braço por seus ombros, abraçando-a forte.

⏤ Sabe, irmãzinha, eu senti saudade ⏤ Sorriu, fechando seu olhos e ostentando seus caninos. ⏤ E como era lá? Você sempre teve obsessão por coisas chiques e frescas, né? Deve ter sido divertido morar naquele casarão de rico besta.

Helin fechou os olhos por alguns segundos, tentando recordar de algo sobre a irmã de Keisuke, mas ela tinha total certeza de que essa nunca foi citada em momento algum no mangá. Contudo, pelo visto, a garota era alguém esnobe.

⏤ Talvez eu tenha mudado de idéia no decorrer do tempo... ⏤ Respondeu de uma forma pensativa, tentando não transparecer seu nervosismo com a idéia de não saber fingir.

⏤ Sério? Eu também ficaria, vivendo tanto tempo naquele lugar chato. ⏤ Riu.

Os três Jovens começaram a descer pelas escadarias do prédio, Helin observando o local para não se perder na volta.

⏤ Já faz anos, né... ⏤ Murmurou ela, fingindo entender o assunto.

⏤ Quase três anos. ⏤ Keisuke disse olhando para o teto. ⏤ Você foi com a desculpa de estudar e voltou ainda mais burra. A mãe viu suas notas.

⏤ Nossa! ⏤ Helin arregalou os olhos.

Havia encontrado algo em que ela se assemelhava finalmente à irmã do garoto.

⏤ Se continuar assim, eu vou te passar. ⏤ Ele tornou a rir, soltando-a e começando a andar na frente com seu amigo loiro.

⏤ Você não sabe nem falar cérebro. ⏤ Debochou ela.

⏤ Cala a boca! ⏤ Bradou irritado fazendo eco pelos corredores vazios do prédio com sua voz poderosa. ⏤ Você também não nasceu sabendo!

Helin riu olhando para Chifuyu que sorria enquanto ouvia a discussão.

⏤ Chifuyu, deve ser difícil pra você. ⏤ Ela comentou.

⏤ Diz que não. ⏤ Keisuke bateu leve no ombro do mais novo.

⏤ Não force os outros a mentir. ⏤ Helin repreendeu e apressou o passo para andar ao lado dos meninos.

Saindo finalmente do prédio, ela observou a rua, ela admirava a cidade japonesa retratada no mangá, estava encantada com o quão bonita ela poderia ser pessoalmente também.

⏤ A praça, fizeram há dois anos, mas é pouco frequentada. ⏤ Disse Keisuke, apontando para uma pequena praça com um pequeno parque de dois balanços e um escorrega. ⏤ Tem outras, mas são mais pra lá.

Ela assentiu ouvindo-o atentamente.

⏤ O mercado é bem alí. ⏤ Keisuke voltou a falar e apontar para o respectivo lugar. ⏤ Vai comprar o quê?

⏤ Balas. ⏤ Mentiu.

Ela queria apenas conhecer Chifuyu pessoalmente e conhecer um pouco do prédio para se acostumar, queria conhecer um pouco da rua para não se perder também.

Helin pretendia procurar por Takemichi e conversar com ele. Ela tinha como ajudar, sabia que não mudaria nada no mangá original, mas queria que a história tivesse um rumo melhor mesmo que só para ela.

Se dirigiu até o mercado, enquanto via o irmão e seu amigo se distanciarem, queria segui-los, mas optou por ficar quieta em seu canto por enquanto. Ela não tinha certeza de como era a relação da irmã verdadeira com Keisuke. Pelo que ouvira, a garota era esnobe e gananciosa, que gostava de “coisas chiques”.

❝ Você sempre me tratou tão mal. ❞

Ela ouviu Keisuke dizer.

•••

Caminhando pelo apartamento após um banho, ela vestia uma calça preta moletom, bem folgada, e um top de alcinhas finas também da mesma cor que a calça. Calçava um chinelo confortável e mantinha seu cabelo solto.

Seu irmão não tinha voltado para casa desde à manhã e já estava ficando tarde da noite. Ele era um delinquente e bom de briga, mas ela estava preocupada.

Saiu pela porta do apartamento e apoiou seus cotovelos no parapeito da varanda, observando os outros prédios ao redor.

O vento forte da noite circulava por todo o lugar, fazendo-a estremecer de frio, dando a ela também uma sensação boa de relaxamento.

Começou a caminhar e a descer as escadas do prédio, decidindo dar uma volta em uma das pracinhas.

Mesmo sendo tarde da noite, ela via crianças brincando em frente aos prédios e alguns adultos conversando enquanto vigiavam seus filhos, até casais namorando eram vistos.

Ela lembrava de sua vida de Sol, ela gostou de vários garotos, mas nunca chegou a namorar algum, por sua timidez e também por não se achar boa para nenhum, ou nenhum bom o suficiente para ela.

Não gostava de sua personalidade, mas isso não a impedia de sustentar um amor platônico. Contudo, ela lembrava de ter sido rejeitada no sétimo ano.

Rindo ao relembrar da tarde chorosa que teve, ela continuou a caminhar para rua, avistando logo a praça, mas passando direto, continuou a andar para um pouco mais distante.

O vento estava bom o suficiente para fazê-la andar um pouco mais.

Helin sabia que estava tarde e que não poderia ir longe, ela também não estava com roupas apropriadas para ir tão distante. Só iria andar pelos prédios e voltar logo pra casa. Decidindo ir apenas no início da rua e voltar.

Parou ao ouvir gritos femininos vindo de uma praça, uma praça que estaria vazia se não fossem pela quantidade de homens altos e musculosos alí.

Todos eles vestiam um macacão jeans claro, exceto um que estava sendo espancado. Também havia uma garota, ela era impedida de fazer algo para defender o outro alí, que talvez fosse seu namorado. Então apenas gritava e se debatia, enquanto era presa nos braços de dois daqueles homens enormes.

Helin semicerrou seus olhos e forçou sua visão para ler a logo que tinha estampada nas costas de um dos homens.

Moebius

Recuou alguns passos ao recordar da gangue, recuando mais alguns ao relembrar o que acontecia com a garota presa alí, no começo da obra.

Só podia ser ela...

Ela que era abusada bem na frente do namorado.

Aquele seria o amigo do Pah-chin? As coisas iria acontecer naquela praça próxima de sua casa?

A garota entrou em desespero e ficou sem saber o que fazer, mas ela sabia que precisava fazer algo para impedir.

E ela faria.




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