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História Euphoria - The Addiction


Escrita por: K-Minnie

Notas do Autor


Imagens não são minhas, mas achei lindas e as coloquei para combinar.
É como a série, com personagens diferentes.
Yoongi é quem narra tudo, alguns momentos serão voltados a ele e em outros momentos a história está nos outros personagens. Yoongi e Taehyung sempre como principais.
Ela é grande por que terão apenas oito capítulos e penso em dois extras. Qualquer dúvida podem me falar.
Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 1 - The Addiction


Fanfic / Fanfiction Euphoria - The Addiction

Passar as férias de verão dentro de um hospital, em coma sem poder se levantar ou fazer algo, deve ter sido uma tortura para minha família. Eu não sabia o que estava acontecendo no mundo lá fora, mas eu podia escutar tudo o que diziam ao meu redor. Poderia ser coisas boas ou ruins, eu gostava de ouvir. Era a única coisa que eu poderia fazer, além de respirar, é claro. E realmente Deus ou o satanás não me queriam no céu ou inferno, já que me deixaram sofrer por um bom tempo e depois me mandarem de volta pra esse mundo.

Mas sendo bem sincero, eu queria mesmo ter morrido.

E que se foda se acham que isso é drama, tem gente que me entendem por aí.

A vergonha de olhar para o mundo agora é mais grande do que a coragem de enfrentá-lo. Mesmo ainda não me revelando para o sol e as ruas, eu já poderia escutar:

"Que sorte!"

"Como ele ainda pode estar vivo?"

"Deveria ter morrido para dar logo o fim no sofrimento dos amigos e familiares."

"Tinha um futuro incrível pela frente, se estragou."

"Ele sabia que isso ia dar merda, por que continuou?"

"Ele quase acabou com a vida dele."

"Ele não vai mudar mesmo, não é?"

Se nas ruas poderia ser assim, não queria nem pensar quando eu pisasse na escola novamente.

Mesmo com os olhos fechados, os ouvidos ficam bem apurados. Não posso te ver, mas eu posso te ouvir. Ouvir os comentários e noticiários não eram nada fáceis, infelizmente o mundo que eu vivo te julga sem querer saber se aquilo te machuca de certa forma ou não. Que se dane, se é para machucar, então que a verdade seja dita como músicas em alto falantes.

Não que o ocorrido tenha mudado minha vida de alguma forma, longe disso. Não passou nem perto. Eu continuo sendo o mesmo, fazendo as mesmas coisas. Infelizmente a esperteza continua na merda, por que disso eu tenho muito pouco e de todo o resto eu tenho muito mais. Mas tudo bem, eu pelo menos tentei ser alguém diferente. A diferença é que quando algo te prende, te puxa, muita das vezes você não tem forças o suficiente para seguir o contrário disso. E é por isso que é ruim. Não é fácil, não dar para controlar.

Humpf! Quem dera!

Quando se é criança, não sabe muito bem das coisas que acontecem ao seu redor. É apenas um bebê que está aprendendo sobre o mundo, e nem é tudo, por que não entende.

Meus pais ficaram um bom tempo no hospital depois que eu nasci. Fiquei internado metade do ano. Mas eu observava minha mãe na maca comigo nos braços enquanto assistia algo com meu pai.

Conforme meu crescimento foi evoluíndo, aos poucos meus pais perceberam o quão sensível eu era. Eu tinha apenas 5 anos, então não me importava se tinha problemas maiores na minha vida. Mal tinha chegado na casa dos 10 da minha idade e foi ali que soube o que realmente poderia ser um ataque de pânico e dificuldade para respirar.

Só não achei que viria no dia em que meu pai tivesse sofrido um acidente de moto com meu tio.

Já não bastava meu pai todo machucado em uma sala, e eu na outra com um balão de oxigênio. Esse dia eu tive pena da minha mãe.

Já era sacanagem na escola. Sempre quando eu parava para prestar muita atenção na minha respiração, eu entrava em desespero, tudo girava e eu via tudo escuro. E eu odiava o fato de acordar com uma sacola na boca, respirando rapidamente enquanto olhava pra cima e via meus colegas de classe com os celulares todos virados pra mim. Eu evitava olhar para as duas luzes. A do teto e as lanternas dos celulares.

O que houve? — virou o rosto para ver minha expressão. Eu simplismente virei meu rosto e olhei para minha mãe.

— Eu tô cansado disso tudo. — foi simples para uma criança como eu. Mas era como eu me sentia.

— Como está se sentindo hoje, Min? — meu pai dizia após entrar na cozinha com Hoseok ainda um bebê nos braços.

— Sinceramente, um merda.

Eu tinha de aprender com o tempo a lidar com essas coisas, esses desafios já estavam sendo demais para mim. Mas não é como se fosse fácil, eu pisava em espinhos quase que o tempo todo. Era foda, mas o que eu poderia fazer a respeito? Sinceramente, apenas lutar.

Não precisei de influências nas coisas, eu aprendia tudo sozinho.

Eu ainda era apenas um menininho, mas já odiava quando meus pais chegavam para mim, me empurrando a tentar aprender alguma palavra. Papai... Mamãe... Mesmo sendo um bebê, eu não suportava, eu chorava. Eles nunca entenderam o por que, mas a verdade era que eu simplismente odiava o fato de ser ensinado. Eu gostava de aprender sozinho.

— 27... 28... 29...

— Yoon, o que está fazendo? — minha mãe me interrompe, eu que tinha meu olhar mantido nos quadrinhos pequenos do teto da casa. Dei ouvidos, e então, acabei me perdendo na contagem.

— 1... 2...

— Yoongi, o que você tá fazendo?

E então, eu comecei a chorar. Meus pais se entreolham por um tempo, tentando entender o motivo de eu começar a ter chorado do nada. Eu senti raiva. A verdade era que eu também odiava ser interrompido por alguém. Seja lá quem fosse, seja lá o que fosse que eu estivesse fazendo. 

Eu vivia em um mundo onde as regras foram feitas para serem seguidas de forma correta, mas sempre se esquecem de que só as seguem quem quer. Havia virado um tanto faz as coisas que você fazia ou deixava de fazer. O mundo ficava cada vez pior, e eu não me sentia nem um pouco empolgado em nascer nesse século. Era um porre.

Quanto mais eu crescia, mas eu podia ver que o mundo ao meu redor evoluía ao mesmo tempo que não. Eu via o que os outros não viam. E as vezes me perguntava se quem estava cego era eu ou os outros.

Eu lembrava do tempo que eu sabia que aquele cara só queria tirar a virgindade o meu amigo e depois largá-lo. E assim ele fez, meu amigo não quis me ouvir. Preferiu ouvir o coração enquanto o outro ouvia o próprio caralho.

Lembro do tempo em que eu sabia que aquela festa de 5 anos do meu primo iria dar merda, e deu. Minha família também não me ouviu. Mas se arrependeram de ter colocado um pula-pula no aniversário.

Das notas baixas; Das confusões dadas; Os ataques; As consequências e todo o resto. Mas diferente dos anteriores era que eu havia parado de avisar, e deixei tudo acontecer. Não prevejo o futuro, não sou vidente. Isso não é como nos filmes de premonição, mas é pressentimento e na maioria das vezes, eu acertava.

Eu não gostava do meu corpo. Odiava me olhar no espelho e ver que minha barriga crescia a cada caloria dada, sem contar das pernas finas e o rosto redondo, a pele pálida. Via os meninos com o tanquinho definido e olhava para o meu, gordinho e nada atraente. 

Minha família achava...

Fofo e lindo, meu filho! — meu pai dizia enquanto se encostava no batente da porta, cruzando os braços enquanto me olhava de frente do espelho com a maior cara de bunda. E eu havia acabado de comer.

Pai, pelo amor da vovó. — revirei meus olhos e me afastei do espelho. — Eca!

Yoongi, a maioria dos jovens tem esse problema a lidar com o próprio corpo, mas um dia você vai aceitar. — devagar eu virei meu rosto para olhá-lo com a maior cara de tédio que poderia ter. — Alguns aceitam... Bom, muito jovens aceitam.

Não faço parte dessa sociedade "aceitável". — fiz aspas com os dedos e me joguei na cama. — Mundo, eu odeio você!

Minha primeira vez foi com um garoto e uma garota, os dois eram dois anos mais velho que essa pessoa que vos fala, e olha que eu tinha apenas 13 anos na época. O nome dele era Kevin Benneton, líder de um dos grupos mais paparicados da escola, que só pensava em si e na fama. A namorada dele era Lucie Kemett, considerada uma das mais putas dali, filha de policial e apenas brinquedo do próprio Kevin. E eu? Bom, eu era apenas um garoto que ainda descobria toda a porra do mundo e, sinceramente, eu não sei até hoje o que deu em mim ou o que eu tinha para eles me enxergarem. Mas eu poderia me lembrar de tudo.

Me lembro de estar completamente chapado na cama de Kevin, com o olhar sob o teto que mudava de cor por causa das luzes coloridas a cada segundo. Vermelho, azul, rosa, roxo... O som alto que tocava lá debaixo, uma festa que rolava, as pessoas lá embaixo gritando. Minha respiração estava lenta, eu estava viajando nas cores e então, aquele frio gostoso do ar condicionado na pele que me fazia se arrepiar. Eu nunca experimentei tal droga e só percebi quando senti aquilo entrando dentro de mim e em meio a uma dor insuportável que me fez tirar a voz da garganta de forma tão cortada, que jurei ter perdido meu ar por alguns segundos. Sem contar do meu pau entrando nela na medida que ele entrava mais dentro de mim e foi tudo tão rápido que não assimilei o que fazer, nas dores que senti. Sinceramente, parecia que eu ia morrer por um tempo... Por que depois... A ficha caiu de que eu estava em um threesome. Eu estava transando pela primeira vez. De todas as formas possíveis. Mas aparentemente, eu estava gostando.

Não que a dor tenha se transformado em prazer. Aquele não era eu, era a droga. Pois eu tirei coragem não sei daonde e fui no ritmo de tudo aquilo. Uma mistura de safadeza com selvageria que no dia seguinte eu pude me perguntar: 

QUE PORRA FOI AQUELA?? — me perguntei em frente ao meu espelho quando vi várias marcas no meu corpo. Arranhões, chupões, marcas de tapas e os lábios inchados. — Nunca mais vou cheirar aquele caralho!

Pois é, eu achei que pararia mesmo.

Bom, eu parei de fazer sexo. Mas de usar, não...

E eu só piorei com o tempo. De festas em festas, com pessoas desconhecidas, fumando ou cheirando algo diferente, provando de algo diferente, mas sempre com as mesmas preferências. Sendo na rua ou em casa, era um sensação tão gostosa, que eu não tinha motivos naquele momento pra parar. 

E então, acontece. Aquele momento que sua respiração começa a ficar mais lenta. Você respira todo o oxigênio que tem, toda vez que você respira. E tudo para. Seu coração, seu pulmão e finalmente, o seu cérebro. E tudo que você sente, deseja e quer esquecer, afunda de uma vez só. Aquela sensação, aquele sentimento, aquele momento. As vezes se torna tão fácil, e as vezes tão difícil de descrever tudo que sente.

E aí a sua respiração volta novamente, tudo volta. Você começa a ouvir novamente, a respirar novamente, sentindo seu coração e todo o resto bater. Tudo parecer voltar ao normal, mas aquela sensação... Aquela sensação ainda permaneceria lá.


— Hospital San Liverpool 

Agora — 9:00 AM

— Mano! — sorridente, ele corria em minha direção e me abraçava calorosamente, enquanto eu dava alguns passos para trás pelo tombo, quase que perdendo meu equilíbrio. Ele me apertava com força, o que me fazia gemer em conforto e desconforto, só faltando quebrar meus ossos. — Eu achei que você não voltaria mais. — e então, veio o choro.

— Yah, não precisa fazer isso. Eu tô bem, eu tô vivo e é isso que importa. Tô limpo e lindo. — sorri largo, o fazendo olhar para mim enquanto enxugava suas lágrimas, afastando seus fios ruivos da testa. — Cadê a mamãe?

— Ela tá na recepção. — disse Hoseok e logo segurou na minha mão, me puxando. 

Após sair do elevador, comecei a fazer uma dancinha engraçada atrás de Hoseok, chegando até minha mãe e acenando para ela.

— Oi, mãe! — sorri largo e ela apenas continuou falando com a recepcionista. Eu tava elétrico e chamando sua atenção, ou pelo menos tentando. Mas eu simplismente não consegui. Ela se virou para mim. — Mãe! 

— Vamos. — foi apenas o que a senhora Min disse antes de sair e Hoseok segurar novamente na minha mão, me puxando para fora.

Depois de tanto tempo, eu senti minha pele queimar naquele sol ao pisar para fora daquele lugar. Não só a pele, como os olhos também. Tive de cobrir com a sombra do meu braço, por ser tão insuportável e minha pele está em um nível tão sensível, tão delicado ao sol. O barulho dos carros e do movimento ainda de dentro do hospital, junto das pessoas falando e alguns pássaros.

E só percebi que viajei quando ouço a buzina do carro da minha mãe. Olho para o carro e vejo Hoseok acenando para mim da janela, enquanto minha mãe me olhava, esperando que eu entrasse. Ela não parecia estar feliz, e eu me perguntando o por que. Mesmo sabendo da resposta.

O caminho foi um tanto quanto longo. Nenhuma palavra foi dada, principalmente entre eu e minha mãe. Olhando para a janela do carro, me perguntei como seriam as coisas daqui para frente. Se iriam melhorar... Piorar... Sei lá, mas não tô nem um pouco ansioso por isso. É uma droga ter que pensar em tudo que aconteceu durante muito tempo em toda minha vida. A bagunça que tudo aquilo ficou e me perguntei se aquilo permaneceria de tal forma e até quanto tempo.

Eu não poderia controlar.

Eu também não sabia o que o destino me guardava. As vezes dava um certo medo, as vezes não. Eu só tinha de deixar tudo acontecer. Mesmo na intenção de que dessa vez eu iria melhorar, não conseguia. Infelizmente. Mas me esforço a tentar.

— Está decidido. — Ouço a voz da minha mãe, quase não a ouvia. Então virei meu rosto em sua direção e a olhei por um bom tempo, até ela respirar fundo e dizer: — Você vai voltar para reabilitação.

Essa não!

— Eu já disse que eu não quero. 

— Você não tem querer, Min. Todo esse tempo foi o suficiente para eu pensar nisso, e decidi. Não vou voltar atrás. Isso é para o seu bem. — ela dizia em um semblante muito sério. Seu olhar fitava a estrada vazia, naquele sol extremamente quente. Sabia que era assim que estava lá fora, mesmo o vidro, do lado de dentro, demonstrar que estava completamente nublado.

Ah, quem dera...

— Mãe!

— Está decidido, eu já disse! — ela me olha. — É para o seu bem, Yoongi. Aceita!

Porra...

E foi o que aconteceu. Eu não tive chance de falar ou poder fazer algo, somente aceitar que, de fato, minhas palavras não mudariam e fariam nenhuma diferença ali. Eu sabia.

E eu já fui para reabilitação antes, quando minha mãe descobriu do vício e todo o resto. Eu fui para a NA Central. Narcóticos Anônimos que ajudavam pessoas como eu, mas com problemas diferentes a lidarem com eles e superarem. Fiquei um bom tempo por lá, era como se fosse uma moradia por um mês. E quando minha mãe foi me buscar, eu via nos olhos dela esperança. Mas aprendi muito pouco. E não foi o suficiente.

Mas minha mãe sempre acha que se o resto não ajuda, a reabilitação pode.

Olhando para a estrada vazia, algo me chamou atenção. Um grupo de mulheres, no máximo umas seis e um garoto ali. Todas de braços cruzados e expressões incrédulas. Todas bem vestidas, pareciam ser de alguma igreja. Enquanto um garoto dos fios escuros estava falando algo para elas, apontando seu dedo no rosto de cada uma. Não vi seu rosto pela franja que cobria praticamente seu rosto inteiro. Mas os pouco detalhes que vi, despertou um certo interesse de saber quem ele era. Fiquei até interessado.

Mas foi rápido... Eles se tornaram pequenos e eu não vi mais nada.

{...}

— Aí! Tem um garoto novo aqui na área e eu acho que você vai ser amigo dele.

— Quem?

— Ah, cara. Eu não sei. —  Changbin passa a mão na nuca. — Ele veio aqui ontem todo descolado, cheio de marra e completamente doidinho. Mas parece que seu rosto foi esculpido por anjos de tão lindo e adorável que é. E então eu pensei: É alguém com quem Yoon se daria bem. 

O que foi uma observação muito bem feita e correta do Seo, que geralmente não fica na mesma rotação que a terra.

— E aí, Seung está na área? — pus as mãos nos bolsos e tombei a cabeça para o lado. — Preciso sorrir hoje.

— Eu achei que você tinha parado depois do... Ocorrido. — ele também tomba a cabeça para o lado. — Como se sente?

— Bom, depois de quase morrer, rever meus erros e procurar mais a deus, me sinto mais que melhor e disposta a viver mais a minha vida.

— Essa parada é séria? — seus olhos aumentaram mais que o normal, e se eu não fosse tão lerdo em observação, diria que vi seus olhos brilharem.

— Claro que não, eu... Eu tava brincando, seu bobo. Não leve a sério. — bati de leve em seu ombro e ri, junto dele. — Ver a vida me dando lição de moral não é lá tanta coisa.

— Mas não é essa a intenção? — ele arqueia a sobrancelha e caminho até a porta do freezer de trás, logo me virando pra ele.

— Bom, minha vida sempre foi um caos, pode ser que ainda esteja começando e eu ainda nem terminei o ensino médio. — sorri, antes de me virar e entrar. 

Logo vi Seungmin jogando algo qualquer no celular enquanto mantinha um bombom de cabo na boca, até me ver e colocar o aparelho na pequena mesa.

— Eu achei que você tava morto.

— E eu achei que cê tinha parado de ser um babaca. 

— Impressiona fácil e não me pergunte que mundo eu vivo. Sentirá inveja pelo o meu ser mais belo que o seu. — se ajeitou na cadeira, mexendo levemente no piercing.

— Para uma criança, você pode ser bem realista quando quer, Seungmin.

— É o meu jeito, espero que não seja surpresa ou então colocarei essa notícia nos jornais de Chicago.

— Também preciso de Morfina, Oxycotin e LSD.

— Também preciso lhe dizer que LSD já acabou, ontem mesmo. Sinto muito, tio! — ele se senta novamente e começa a mexer no bolso de sua jaqueta. — Mas temos novidades no mercado.

— Não, obrigado. Não tô afim de experimentar algo novo. — disse simplista. Claro que eu não estava pronto para morrer, principalmente por algo novo que nunca havia provado na vida. 

— Uma pena. — meus olhos são levados a Seungmin que pôs três pacotinhos na mesa. Duas pílulas em cada uma. E só uma delas tinha uma cor diferente do branco de todo o resto, pegou a primeira. — NBOMe.

— Que porra é essa? 

— Uma coisa nova, ela é um pouco semelhante a LSD, mas com algumas diferenças... e já matou pessoas, não é demais?

— Não, não é demais... Ah, tanto faz!

— Tô sabendo. — ele gargalhou, logo dizendo que era zoeira.

Eu sabia que não, tanto que mais tarde eu fui fazer uma breve pesquisa do que era a NBOMe. Ela tinha vários efeitos e muitos não eram nada bons.

Ele era um pouco mais amargo e com efeito retardado quanto à substância similar, imita os efeitos alucinógenos com riscos significativamente maiores. Além da euforia e alterações de percepção causadas, ela também causa paranóia, espasmos, náusea, hipotermia, amnésia e convulsões que podem resultar até em morte.

— Tô sabendo...

— Bom, estamos vendendo ele não só em forma de pílulas, mas também pó, ampolas e blotters. Cê sabe, os pequenos pedaços de papel impregnados com ela. E repito, ela é bem semelhante a LSD. Vai querer?

— Não, deixa pra próxima. — peguei no pacotinho seguinte. — E esse?

— Pó de anjo, vai querer?

— Não, eu sei o que isso é capaz de fazer. Não quero usá-lo por um bom tempo. — neguei com cabeça.

— Hum... Que relacionamento mais estranho.

— E esse? — peguei no último.

— 3,4-metilenodioximetanfetamina. Falando na sua língua, a MDMA. Os mais íntimos a chamam apenas de MD. Ela é também conhecida por Michael Douglas, Madonna e Molly.

— Já ouvi falar dessa Molly... — sussurrei a mim mesmo, mas acho que ele ouviu.

— Então, tio. Te apresento a princesa. — ele sorria de forma fofa. Achei adorável. — Os jovens usam muito pra trepar, sabe.

Não tem nada de adorável mais.

— Que horror. — fiquei um tanto receoso, mas eu fiquei curioso. — Bom, vou querer.

— Não era você que não queria "experimentar" algo novo? — ele fez aspas com os dedos.

— Ah, cala a boca. — peguei o pacotinho e pus no bolso junto das outras. 

Só esperava o alívio, somente. Aceitei de bom grado, eu levei.

Apenas para experimentar.

— Deu 120 pratas, Min. 

— Hmm... O Changbin disse que pagaria essa por mim. — menti, por fim. Após colocar os pacotes nos bolsos da frente do moletom e dar de ombros. 

— Ele disse isso? — arqueou a sobrancelha e vi total desconfiança naquele olhar. Ele conhecia a peça que eu era.

— Sim, claro. Pode perguntar a ele. 

— Vou perguntar sim, por que é o maior fuleiro que conheço. — sorri após ver o seu dedo do meio, saindo pela porta dos fundos.

Foi então que o vi durante toda a féria do verão. Enquanto Changbin dava algum pacotinho para ele.

Jeon Jungkook.

O cara que você pode falar, até não querendo, com orgulho, que ele é o maior. O dono da porra toda, se é assim que deve chamá-lo. Quem conhece ele, tem história para contar. Nunca fui com a cara do rapaz e desde o dia em uma festa que ficamos totalmente bêbados, em que ele tentou me dar uma dedada, ódio ainda não era uma palavra certa para meus sentimentos em relação a ele. E não demorou para ele entrar no carro depois de colocar os barris gigantes no carro e vir, passando do meu lado.

Vendo Jungkook colocando alguns barris de cerveja atrás de sua bicapi, foi uma conclusão de que haveria uma festa. E se Jeon Jungkook fosse dar uma festa...

— Aí, ainda quero te comer viu, Yoonie?! — Jungkook grita após passar de carro ao meu lado, logo gargalhando.

É claro que eu iria tá lá.

Casa dos Hwang's

— Eu não tô afim de morrer, Jeon Jungkook. — cruzou os braços e se encostou na parede da casa, vendo o moreno adentrar sua casa com um dos baldes de cerveja. Utilizando toda a sua força para colocar na grande mesa e prepará-la. — Sério, você conhece o meu pai, você sabe que ele-

— Não pense nisso, ele só voltará semana que vem. Nem vai reparar, pois vai está tudo em seu devido lugar no dia seguinte. Foque na festa, nas garotas e garotos que vamos comer hoje, Hwang. — ele se vira apenas para mostrar seu sorriso com os dois dentes da frente a amostra. — Vamos pensar no hoje e amanhã vamos concertar as merdas que fizemos. 

— O Jimin... Ele vai tá aqui?

— Não sei. Ele terminou comigo, então que se foda. 

— Você sabe que ele é maluco, não quero isso dando merda, acabando em consequências, principalmente na minha casa, eu não quero. 

— Hyunjin, se ele fizer merda você simplismente soca a cara dele. Isso é simples. — revirou os olhos.

— Eu prefiro ter o meu rosto limpo do que marcado pelas suas mãos, Jeon. Não quero fazer parte dos caras que apanharam por tocar no seu loirinho de ouro. Sinceramente, não importa o que aconteça aqui. De qualquer forma, a culpa será toda sua.

— Aceito a derrota. Mas antes, foder gostoso e ficar chapado é o meu propósito de hoje a noite. — piscou para o Hwang e subiu as escadas.

Foi a resposta final. E Hyunjin sequer conseguiu fazer Jungkook mudar de idéia. E deixou que seu amigo fizesse o que queria. Estava acreditando que Jungkook realmente iria fazer tudo pela manhã.

Era o que esperava.

E sabia que a noite seria realmente muito longa. Só precisava aproveitar um pouco disso. Nem que fosse só um pouco.

Mas era inseguro o suficiente para saber que tudo poderia acontecer. Ficaria mais tranquilo se fosse em outra casa, mas na sua, teria de ter certo controle. Era o que achava.

Mas só o momento poderia descrever o que aconteceria.

Só o momento.

— Não fique tão pensativo, pode estragar meus planos. — Ouviu Jungkook após vê-lo descer as escadas e voltar para sala. Hyunjin suspirava de modo fraco, queria tanto mudar tais planos, mas Jungkook fazia de momentoa como estes raros.

Momentos que Jungkook parava para ouvir.

E não era só com ele, era com todos.

— A vontade é sua, faça o que quiser. — foi a última frase do Hwang, antes de ouvir um "olha só" baixo do Jeon e vê-lo indo até a porta de entrada. Hyun o acompanhou, claro, curioso. — O que foi?

— Carne fresca? Que coisa, não? Gosto disso. — Jungkook cruzava seus braços e se encostava na porta de entrada da sala da casa, observando um garoto de fios escuros e de óculos passando a frente. Com o rosto fixado em algo brilhante em sua mão, parecendo um colar de ouro ou prata, seja lá o que fosse. E a medalha era brilhante, que chamava a atenção pelo sol batendo ali.— Hey, coisa linda. Nunca te vi por aqui. — ele dizia alto o suficiente para que o garoto pudesse ouvi-lo.

Nada feito.

— Deixe o desconhecido, Jeon. Não perturbe. — pediu Hwang, mas claro, não foi ouvido. Jungkook continuou infernizando o garoto. Ele continuava andando e Jungkook não parava de chamá-lo a todo momento, logo, o garoto virou bruscamente e mostrou um dedo seu. Mas ele não percebeu que estava no meio da rua que uma bicicleta bateu no mesmo, fazendo com que o ciclista e ele caíssem no chão.

Foi de inesperado, aquilo foi tão rápido que Hyunjin não conseguiu acompanhar. Estava assustado enquanto Jungkook apenas ria da situação. O garoto rapidamente se levantou junto do ciclista que lhe chamou de maluco, subiu em sua bike e saiu. O garoto, só ajeitou suas roupas sujas e correu para longe dali.

— Precisava perturbar o garoto? Precisava, Jeon? — Hyunjin o puxou pra dentro e fechou a porta. O mesmo apenas se jogou no sofá e cruzou os braços.

— Não tive culpa, ele deu atenção por que quis. Coitado, não? — ele fez um leve bico, voltando a rir.

E o garoto foi caminhando para sua casa de cabeça baixa, se sentiu humilhado e aquilo o fez abaixar a própria guarda.

Como se já não bastasse passar por tantos constrangimentos na vida, ter justo de aturar este. Havia uma primeira vez para tudo na vida, e sempre é estranho.

É sempre estranho está em um lugar novo, com pessoas novas, isso te faz ser diferente de tudo e de todos e, certamente, demora muito para se adaptar daquilo.

As vezes o novo não era muito legal.

E era assim que Taehyung se sentia. Era do novo que ele tinha medo as vezes. Não era sempre que acontecia, ele gostava de fazer amigos, o negócio era que nem todos os amigos novos tinham intenções boas. Mas Tae conseguia reconhecer quem lhe faria bem ou mais. Mas apenas se ele for bem observador. Certos aspectos o deixa cego.

Taehyung caía tão fácil nas coisas, que era meio difícil enxergar a bondade e a maldade ao seu redor. E ele aprendia, sempre, nas melhores e piores formas.

— E então? Fez algum amigo? — perguntou o senhor Kim quando o garoto entrou na sala de forma tão rápida que não percebeu seu pai ali, sentado no sofá, e Taehyung apenas olhou para ele, ainda de óculos e sorriu quadrado, balançando a cabeça devagar em sinal de negação. Um pouco confuso.

Não, ele não fez nenhum amigo. 

Então subiu as escadas e caminhou devagar até o seu quarto, atordoado, fechou a porta atrás de si e caminhou para frente se seu espelho. Retirou sua camisa, sua calça e suspirou ao ver em seu braço direito e sua coxa marcas grandes roxas. Se perguntou como aquela simples queda poderia ter causado aquilo.

Ele se perguntou se todos os dias poderiam ser assim. Mal o dia começou e já estava péssimo, uma porcaria. E não queria que fosse assim o resto do dia. Mas ele sabia quando nada estava bom. E torcia para que fosse coisa de sua cabeça.

Pegou seu celular e entrou no aplicativo de sempre. Um aplicativo no qual ele encontrava pessoas de seu interesse e marcavam algo. Viu algumas fotos, algumas notificações e se interessou por um. Daddy Dominador. Na mesa cidade, não era tão longe e ele adorou a bio dele, além da foto de seu ABS bem definido. Puxou para um lado, e logo marcou um encontro com ele. Depois disso, veio uma notificação no chat de seu amigo.


Mensagem de Jin

• Hyunjin vai dar uma festa hoje, bora?

Foi mal, vou tá ocupado. ✓


Casa dos Park's

— Eu só tô dizendo que minha bunda tá pequena, caralho! — bateu o pé no chão e bufou. 

— Jimin, pelo amor de Regina George. Você tá viajando, cada dia que passa a sua bunda vai crescendo mais e mais. Por que você não cala a porcaria da sua boca? — Jisung bufa ao se virar da sua cadeira e largar a máscara facial na mesa.

— Regina George nem amor tem, eu acho, só por ela. Eu só tô dizendo a verdade. Eu vejo o que os outros não vêem... — revirou seus olhos ao se olhar no espelho mais uma vez. — Mas eu continuo gostoso.

— Será que eu vou mesmo hoje? — Jin rola na cama ao largar seu celular no colchão e fitar o teto, tirando seus óculos. — Sei lá, bateu um desânimo do caralho...

— Hoje é seu dia, vadia. Hoje você fode! — Jisung bate palminhas e comemora. — Se anima, Jin. Sério, de todas as festas que teve, você só bebeu e não passou disso.

— Por que nunca vinha o tesão, oras. — revirou os olhos. — Só o que eu preciso é de alguma bebida e só isso.

— E de um pau. — Jimin completou com um sorriso assustador e perverso. — Te digo uma coisa: Quando você provar pela primeira vez, não irá querer parar. A vadia que tá presa aí vai se soltar!

Mas Jin precisava pensar no caso de que se ele continuar a guardar para quem não existe, ele não transaria nunca. O problema era que ele nunca ficava bêbado o suficiente para dar sem olhar a quem estivesse comendo.

Era isso que seus amigos faziam.

Era só... Diversão.

— Para de falar merda! — Jin passou a rolar na cama novamente, suspirando pesado. — Os caras não prestam daqui.

— A intenção não é essa, e sim, se divertir. Seja lá com quem for. — Jisung se jogou em cima de Jin, que reclamou e o empurrou. — Sexo por telefone as vezes é sem graça, tem que concordar comigo. Para de fazer essa porra. Não dar em nada.

— Como você-

— Jisung, o banheiro fica na porta a esquerda para você cagar as merdas que tá saindo da sua boca. — Jimin apontou para a porta e Jisung só soube rir. — Você não tem argumentos para falar-

— Se eu tomo uma sopa de letrinhas eu cago um argumento melhor que o seu. — ele joga seus fios para trás e levanta seu indicador para cima, logo se levantando e voltando a se olhar no espelho. — É muito raro Hyunjin dar festas e quando ele dar, são as melhores. O foda é quando o JK tá lá, na maioria das vezes ele estraga tudo.

— Por causa desse embuste aqui que não consegue manter esse rabo no lugar. — Jin apontou para Jimin, que resmungou e deu de ombros.

— Ele que lute, pois eu sou livre agora e faço o que bem entendo com meu rabo. Já não é da minha conta as birras que ele faz. Assim como não é mais da conta dele o que faço e deixo de fazer. — Jimin abre seu closet e seus amigos só souberam rir. — Que foi hein?

— Vai e volta, vai e volta. Não é novidade. — Jin disse e Jimin bufou alto, antes de mandá-lo ir a merda.

— É o seguinte, meus amores. Vocês tem que entrar nessa festa como se o ânus de vocês valessem 1 milhão de dólares. — disse Jisung, jogando uma roupa em cima de Jin. — Hoje meu corpo tá comprometido.

— Já tô a ponto de vender meu rabo mesmo. — Jimin se virou de costas para o espelho, se olhando novamente. — Vai se foder, preciso colocar silicone nessa droga.

— Jimin dar para você ser naturalmente, corporalmente e psicologicamente completo? Sério, ninguém aguenta mais você reclamando.

Poderiam está certos, mesmo conhecendo o amigo que tinham. Jimin poderia reclamar de seu corpo várias vezes, mas ele sabia bem como usar aquele corpo e adorava isso. E agora sem estar com Jungkook, Jimin iria aproveitar o máximo que poderia.

Se soltaria, e faria o que sabia que Jungkook odiava o que ele fazia.

A própria vontade de Jimin.

Ele poderia ser um anjo e tudo de mais positivo que pudesse haver. Mas quando ele queria ser vadia, ele era.

— Primeiro, não! Segundo, eu tô me fodendo para o que vocês acham. MAMÃE! SOBE AQUI, EU TÔ PRECISANDO DA SUA AJUDA!!

{...}

Caminhando de volta para casa, fui pensando. Sei como o descontrole pairava no ar de forma prazerosa e horrível. 

Também sei que sou um merda, podem julgar. 

Coloco minha própria vida em risco e não ligo nem um pouco para as consequências. Eu apenas... Vivo o momento.

Eu lembro bem... E como lembro.

Lembro do grito, dos movimentos, das dores, de tudo. Não dava para esquecer. Eu era um puto sem noção e aceitava que não importava o que eu fizesse, nada mudaria. Eu gostava de encarar a morte de frente, eu a desafiava e isso nem era muita coisa. Uma merda simples.

Tudo que eu queria era apenas entrar em minha casa e ir pro meu quarto, dormir, descansar. Mas claro, nunca era possível graças a dona Min.

— Onde você estava?

— Fui dar uma volta. — disse rápido e cortado, continuando a andar pelo corredor da casa enquanto ela continuava no meu pé. Me enchendo de perguntas, como se eu tivesse feito algo de errado.

E eu realmente fiz.

— Você estava usando alguma coisa?

E eu sem querer tossi, antes de falar — O quê? — e eu soube que ela já tinha sacado. Então eu entrei no quarto, fechando a porta atrás de mim enquanto ela gritava.

— Não fecha a porra da porta na minha cara!!! — ela grita. E eu, baixo, respondo apenas um " foi sem querer".

— Eu não confio em você, Yoongi! Eu espero que não tenha usado nada, caramba. — minha mãe gritava e a porta ao seu lado logo abre, mostrando um Hoseok confuso, perguntando o que havia acontecido. Minha mãe só pediu para que ele voltasse para o quarto, e ele assim o fez. E minha mãe voltou a gritar. — Eu quero o teste, agora. Não vai sair para canto nenhum enquanto não fazer esse teste! — ela berrava atrás da porta, não deixando de batê-la.

— Eu acabei de xixi! — disse alto e impaciente, vendo as batidas e sua voz cessarem. Então eu percebi sua falta de presença, ela não estava mais ali. E eu suspirei baixo, me sentindo mais pressionado do que costumo não me sentir.

E eu estava absurdamente ferrado se ela visse o teste e ter suas conclusões certas. Eu estaria realmente ferrado, não poderia deixar que aquilo acontecesse.

Procurei por opções, lógico.

Há várias opções de sair disso.

A primeira é simples, parar de usar drogas. Mas se você estiver na saia justa, ferrou.

Segunda opção: Niacin. É uma vitamina B que remove gorduras e substâncias químicas e sei lá o quê. Se tomar bastante uns dois miligramas e uns seis litros de água, consegue limpar seu sistema em dois ou três dias. O único problema é que tem uns efeitos colaterais. Vermelhidão na pele, tontura extrema, vômito, ataque cardíaco e as vezes morte. Eu não recomendo, e nem um site de drogas confiável na internet. 

Terceira opção: Urina sintética. No qual, lhe tira 89 dólares de mais taxas e entregas. 

Ah, tá bom. 

Quarta opção: Pede pra um amigo careta fazer xixi para você. 

Mas os testes medem a temperatura da urina. E se seus pais forem do tipo que lhe acompanha até o banheiro, então não dar para fazer o truque da água morna.

Casa dos Yang's

— Oh, Yoonie. — ele abre a porta depois de uma três batidas minhas. Ele parecia não está surpreso ao me ver. Eu esperava um abraço do tipo "Que bom que está bem ou sentia sua falta" sei lá. Mas nem isso. — Precisa de alguma coisa?

— Eu preciso urgentemente de sua ajuda, Inie. — me aproximei e sussurrei em seu ouvido o que queria. De forma rápida. O suficiente para olhar em seus olhos e ver sua cara como se dissesse:

— Porra, tá de sacanagem... — e então, ele saiu dali, dando espaço para que eu entrasse. Subiu as escadas e sumiu da minha vista.

— Min Yoongi? Como você está, meu bem? — eu reconheci, era a senhora Yang.

— Boa noite, dona Decker. Estou muito bem, obrigado. — a cumprimentei após entrar na sala. Estava tudo escuro e apenas a luz da tv iluminava o local. Ela estava sentada em uma poltrona, fazendo carinho nos fios de seu filho mais velho.

— Isso é ótimo. Uh! Se lembra do meu filho, Felix?

Ah, claro que me lembro. Quem não lembraria dele?

O menino de rosto angelical e sorridente, que enganava todos com seu jeitinho tão inocente de ser.

— Oi, Yoon. — o Lee me cumprimenta após tirar seu olhar do programa, para então, olhar para mim e sorrir doce.

— Oi, Lix. Como você está? — perguntei apenas para puxar assunto, mesmo não estando nem um pouco interessado em saber. Eu só queria ir embora.

— Estou bem, sim. Obrigado.

— Isso é ótimo. É bom saber que você está vivo, meu filho. Ainda bem que tudo deu certo e você voltou para casa e não para um caixão e-

Puta que pariu...

— Aqui está o airphone, você me entrega na escola. — Jeongin aparece — ainda bem — e me entrega sua pequena cápsula que continha seus fones sem fios lá dentro. Enquanto, discretamente, me entregava o pequeno litro que continha o seu xixi ali. Coloquei no bolso do moletom, agradeci e me retirei dali rapidamente. 

Eu fazia de tudo para esquecer tudo que aconteceu, e ter alguém para lembrar do ocorrido e falar merda, eu certamente, não precisava mesmo.

Após chegar em casa e ver que minha mãe e Hoseok estavam no quarto assistindo um filme, caminhei devagar até o corredor, para então gritar.

— Oh, mãe! Eu quero fazer xixi! 

Você percebe a falta de confiança que sua mãe não tem mais de você quando ela simplesmente RESOLVE ACOMPANHAR TODO O PROCEDIMENTO DO SEU XIXI! No mesmo banheiro, querendo observar tudo. Sei que sou homem, mas por favor, é minha mãe.

— Sei que devo ter pegado no seu pé agora e você mau saiu do hospital. — ela começou e movi com a cabeça para que ela pelo menos ficasse de costas enquanto eu fazia o falso procedimento, e ela continuou. — Mas você sabe que desde o acidente, coisas muito ruins aconteceram. Eu e seu irmão sofremos tanto, tanto, meu filho. Sabe o que a gente pensava? Que ficaríamos no mundo só eu e Hoseok. Seu pai foi embora, e você também poderia ter ido e estávamos com tanto medo de isso acontecer... Eu não sabia como lidar e pedia a deus todos os dias para que você melhorasse logo, por que... Nós não queríamos que você também fosse embora, assim como o seu pai. 

E tais frases foram o suficiente para que eu pudesse pensar que ela realmente estaria certa. Eu poderia ter morrido, teria ido embora assim como meu pai foi. E, sinceramente, eu não consigo imaginar eu mesmo indo embora e deixando minha mãe e meu irmão aqui, sozinhos. Eles sofreram muito, por uma coisa que eu mesmo causei, e isso é o cúmulo de tudo.

Demorei um pouco para perceber que estava chorando e soluçando... Assim como ela. Eu ouvia seus soluços e fungadas.

Aquilo me pegou de jeito. Não que eu tenha orgulho da minha pessoa, mas o costume de ser aquilo que me tornei fica mais frequente. Então, tanto faz.

Mas, eu admito. Se fosse para ser uma outra pessoa, eu juro que seria. Não por que eu queira, mas por que eles querem. E também que... Eu devia isso a eles, as pessoas que sofreram por minha causa. Bom, ainda sofrem por que não mudei porra nenhuma.

— Pronto. — entreguei o pequeno copinho a ela, logo me ajeitando e caminhando até a porta de saída. Até ela me parar e ficar de frente a mim, segurando em meu rosto e fazendo um leve carinho. 

— Eu te amo, meu filho. Eu te amo muito mesmo... Por favor, faça isso, por nós. — foi o que ela disse antes de deixar um beijo em minha testa. Apenas abaixei a cabeça e me afastei, logo abrindo a porta. 

— Mãe, hoje posso dormir na casa do Jeongin? 

Ela demorou um pouco para responder, mas me deu a resposta quando olhou para o pequeno copinho, enxugando suas lágrimas e vendo o resultado. — Sim, claro.

NEGATIVO

E como a noite já havia chegado, todos estavam se arrumando para a festa.e Taehyung foi um deles. Bom, era o que parecia.

— Onde você vai? — seu pai tirou os olhos da tv quando o viu descer as escadas. Tão arrumado, tão cheiroso, tão ele.

— An... Para uma festa, tipo isso. — ele responde ao colocar o celular no bolso. 

— "Tipo isso?" — seu pai lhe encara, o que fez o mesmo engolir em seco. Não tirando os olhos do pai por um segundo sequer, o vendo se levantar e ir até ele. Taehyung esperava uma bronca, mas nada. — Olha, você é novo na cidade, eu me preocupo. Por favor, se cuide. 

— Pode deixar, pai. — sorriu, enquanto seu pai lhe deixava um selar na testa. Ouvindo o mesmo dizer que lhe ama. — Eu também te amo.

Se despediu e saiu da sua casa, subindo em sua bike e andando pelas ruas escuras da cidade. Sentindo a brisa batendo em seu rosto, se sentia livre. Se sentia em paz, em rumo a festa.

Não... Era um outro lugar.

Após parar no local que parecia mais uma mini cidade de motel, guardou sua bike e pegou seu celular.


Daddy Dominador

Você está aí? ✓


• Sim. Creio que você também.

Como vou saber que você não é um maníaco querendo me matar? (Risos) ✓


Daddy Dominador lhe enfiou uma foto

"Uma foto de uma pequena mesa com um champanhe e duas taças foi o suficiente para que ele acreditasse que a resposta para isso seria um "não vou matar você"."

• Espero por você.


Respirou fundo.

Caminhou até a porta do quarto com o número que lhe foi dado de forma lenta. Sentindo os poucos pêlos de seu corpo se arrepiarem. Sempre tinha encontros com alguns homens, mas dessa vez, se sentia um pouco desconfortável. Tal coisa que não impediu que ele sorrisse meigo quando a porta foi aberta. Revelando um homem alto, vestido com um terno bem passado e um sorriso tão encantador quanto ele próprio. 

Ele parecia ser... Importante.

Com as mãos dentro do bolso, sua cabeça tombava para o lado, olhando para o menor a sua frente, de cima a baixo. Este que se encolheu timidamente. Mas voltou a sua postura, com um sorriso ladino, fez o mesmo que ele e tombou a cabeça para o lado para então, dizer algo.

— Olá!

E já na festa...

Casa/festa de Hyunjin

— Você tá de sacanagem com a minha cara, porra!

— Ah, gente qual foi, hm? — Hyunjin cruzava os braços, encarando seus amigos a sua frente. So foi tocar no nome do garoto que o assunto se revirou de tal forma. O Hwang não teria sossego por hoje.

— Felix é uma putinha. Pronto, falei.

— O Felix? De tantos garotos interessantes aí você escolhe justo o anjinho, é? — Jungkook gargalhava, sentado no sofá. A festa ainda nem havia começado, mas claro, os meninos resolvem colocar alguns papos enquanto bebem um pouco.

— Esse não tem jeito. — um dos gêmeos ria após descerem as escadas.

— O que vocês estão fazendo aqui? Voltem lá para cima, coisa um e coisa dois. — Hyunjin os expulsava, mas é claro que eles não iriam. O que fez o moreno ali bufar em raiva e falta de paciência.

— Hyunjin, é sério, você tá se metendo em roubada. 

— Todo mundo conhece a fama do garotinho de rosto angelical, e só você não? — Jungkook puxa o garoto para sentar ao seu lado.

— Sério, gente. Ele é super gente boa, e entende de carros. — suspirou, e seus amigos riam mais uma vez. Na verdade, tudo que o Hwang falava era motivo de muita gargalhada para os parceiros ali presentes.

— Qualquer garoto pode conhecer sobre carros, ele não deve ser o único. — Jungkook entortava os lábios, então um garoto ruivo levou o celular para frente dos olhos de Hyunjin.

Aquilo era uma porcaria.

Parecia uma cena pornográfica, vendo Felix naquela posição, gemendo alto, enquanto o homem atrás de si socava com tanta força que o corpo do menor ia para frente brutalmente. Os dedos do homem penetrando a boca do loirinho, desferindo tapas fortes e o olhar entregue do garoto no vídeo fez com que Hyunjin travasse de uma só vez.

Havia até fotos do próprio garoto tiradas por ele, na frente do espelho e de frente, sem contar de vídeos. E aquele não era o único vídeo. Foi mostrado mais outros para Hwang. Outros que haviam mais homens, vídeos mais piores e os seus colegas imitando algumas coisas que Felix e os homens faziam nos vídeos, eles rindo, bagunçando com Hyunjin por ele ter escolhido um garoto nada mais e nada menos que o próprio "garoto rodado".

O mundo era voltado onde a relação sexual de alguém poderia ser, de fato, um dos melhores assuntos que há. A vida pessoal de alguém, sexual de alguém poderia ser algo tão importante quanto outra coisa. E rir disso era o próprio remédio para aquele que gosta de falar da vida dos outros.

É, o rosto do Lee enganava tão bem que Hyunjin se sentiu enfeitiçado.

Por um certo momento, Hyunjin sentiu nojo, mas ele não poderia mudar o fato de que ainda era interessado no garoto, mesmo com aqueles vídeos e tudo a mais que viu. Certas coisas mudaram. Porém, ele ainda continuava interessado no Felix.

E naquela mesma noite..

— Por que tá me olhando assim? — o mais novo ficou nervoso, se ajeitando melhor para se sentar na escada. Hyunjin apenas negou com a cabeça e sorriu sem mostrar os dentes. — Tá tudo bem?

— Eu viajei um pouco. Te incomoda?

— Não você é um fofo. — disse sem jeito.

— Oh... — ele passa as mãos nos fios e olha mais uma vez para Feliz. — É que você é tão lindo que não consigo tirar o olhar de você.

O menor abaixou a cabeça, corando levemente pelo o que acabou de ouvir, e sorriu totalmente bobo para tomar coragem e olhar para ele e agradecer.

— Eu... Posso ser sincero com você? — perguntou e o garoto assentiu devagar com a cabeça.— Você é o garoto mais lindo que já vi em toda minha vida. 

Bingo!

Foi o suficiente para que o garoto sorrisse largo e não pensar duas vezes em avançar no Hwang e beijá-lo com vontade.

Até chegarem no quarto do Hyunjin, na cama dele e o beijo ficar cada vez mais quente, descendo sua mão ao membro dele e apertando devagar. Felix gemeu baixo e Hyunjin não se segurou.

— Eu já volto. — foi o que disse antes de sair de perto do garoto. E claro, ele entendeu o recado e foi tirando sua roupa aos poucos.

Quando Hyunjin voltou, empurrou o mesmo na cama e ficou em cima dele, logo entre suas pernas, beijando seu pescoço e não demorando para penetrá-lo tão rápido que o menor soltou um grito cortado, vindo do nome do Hwang, ele se contorceu e não entendeu quando a mão do mais velho foi de encontro ao seu pescoço. Estava lhe sufocando, não conseguia nem gemer mais, nem respirar direito.

Não esperava por isso.

— Hyun, t-ta me sufocando... — ele tentava empurrá-lo, mal conseguindo falar. — Hyunjin, para... PARA!

Foi um pouco preocupante, eu sei. Mas aquilo não era novidade. Não que aquilo chegasse a ser um estupro ou sei lá o que fosse. Mas é o seguinte...

Todo mundo assiste pornô, é fato.

E hoje em dia se você abrir um vídeo ou filme pornô, tudo que vai encontrar é mãos no pescoço, pessoas implorando por mais, gostando de apanhar, agradecendo ao seu "daddy" por ter gozado dentro. A brutalidade já faz bastante parte do que alguns chamam de "trepada."

Mas todos nós sabemos que essa porra aí não é novidade para ninguém.

— O quê, que foi? — Hyunjin ficou assustado e se afastou. Felix apenas conseguiu alguns segundos para voltar a respirar novamente e olhar para ele.

— Você tava me enforcando, tava me sufocando. — ele o encara com os olhos cheio de lágrimas.

— E-eu achei que você gostasse-

— E POR QUE EU GOSTARIA DISSO?? — o garoto gritou, cobrindo seu corpo com o cobertor e Hyunjin respirou fundo. Pedindo desculpas para ele várias e várias vezes. Se sentou na cama e pôs as mãos no rosto, se perguntando o por que de ter agido daquele jeito com o mesmo.

Talvez os videos que seus amigos lhe mostraram de Felix fizeram tanto sua cabeça... Mas ele havia percebido que o mesmo Lee no vídeo não era aquele que estava ao seu lado. Ficaram ambos sentados, olhando para o nada. O clima havia ficado tenso.

— Me desculpa, Lixie...

— Não faz denovo. — eles disse e então, se aproximou do ouvido de Hyunjin, subindo em seu colo e deixando beijos pelo seu pescoço. — Só com minha permissão, ou... se eu pedir.

E ele sorriu para o menor, abraçando sua cintura para então resolverem voltarem a fazer o que estavam fazendo antes. Só que melhor.

{...}

É, eram exatamente nove horas da noite. E eu, Min Yoongi, simplismente sentia falta da minha bike agora, mas aprendi uma lição para eu ter ido a pé para festa do Hyunjin. Nada de beber e andar de bicicleta.

Até por que já passei por muita coisa. Já caí em vários lugares e acredite, na última vez eu atravessei um capô de um carro por não ter visto ele. Então eu vou andando dessa vez mesmo. Poupa minha pele e a minha bicicleta, mesmo eu sendo um sedentário do caralho.

— É ele? —  dentro de um carro, Jimin dizia, dirigindo devagar seu carro ao ver o garoto andando pelas ruas a frente. 

— Caramba, eu achei que ele tava morto. — Jin, dizia um pouco abismado pelo que via. Tentando entender, não era o único que havia o visto.

— Ah, merda. Eu odeio fantasmas. — Jisung fazia o sinal da cruz e negava rapidamente com a cabeça. Então Jimin resolveu parar ao lado do Yoongi, que parou também ao perceber que o carro parou por ele realmente.

— Aí, Gasparzinho! — Jin o chama, então rapidamente Yoongi lhe olhou. Sereno, mas por dentro, surpreso. — Quer uma carona? 

— Claro. — ele sorriu sem mostrar os dentes, logo entrando e sentando no banco de trás.

O caminho não foi lá tão longo. Eu sei lá, fazia tanto tempo que eu não via essas pessoas que estranhamente não era novidade para mim. Eles conversavam enquanto fumavam um narguilé, cantando, fazendo dancinhas, rindo. Entre eles por que eu, tava normal, por que nada daquilo tinha graça, não era interessante ou seja lá o que fosse. Então apenas virei meu rosto e fiquei olhando as ruas, olhando as casas, os comércios, os motéis.

Apenas.

Motel San Julians

— Você é muito bonito, seu nome? — ele sentou em uma cadeira de frente a cama, onde o garoto se encontrava sentado. Apoiado com as mãos no colchão enquanto olhava para o local nada luxuoso e logo para o homem a sua frente. Que logo lhe entregou uma taça de champanhe, lentamente bebia, sentindo o gosto do líquido que não curtia muito. Mas ele não seria educado, de forma alguma.

Não gostava, mas fazia por educação.

— Taehyung. — ele respondeu com um sorriso. — E o seu?

— Hm... Quantos anos você tem? — ele perguntou novamente. Não respondeu a pergunta do garoto. 

— 20 anos. — mentira, ele tinha 17.

— Mora por aqui? — ele pergunta mais uma vez e Taehyung somente balançou a cabeça em resposta para um "não". 

— Vim visitar minha avó. E você? Mora por aqui? — ajeitou sua postura, sorriu mais largo, como se estivesse interessado. Um pouco receoso de que ele pudesse ignorar sua pergunta mais uma vez.

— Não, vim a trabalho. — apenas respondeu e se levantou, tirando a taça de sua mão delicadamente e colocando sobre a mesa. — Você é muito lindo, sabia? Gosto de garotos assim, como você.

— Sou tão normal... — Taehyung sorriu timidamente, abaixando a cabeça quando o mais velho segurou em seu queixo, logo o fazendo olhar para ele. — Assim como eu? Mas como?

— Angelical, um jeito tão inocente que pode enganar qualquer homem com apenas um sorriso seu. Tão sereno, tão lindo... Vocês, jovens... Gosto da geração de vocês, é impressionante. Não se importam com regras, vivem da forma que querem. — ele disse e Taehyung lhe olhou com os olhos brilhando, e então ele sorriu. O homem aproximou os lábios dos seus e lhe beijou de forma muito lenta, e o menino tremeu, rapidamente se entregou.

Quando o homem percebeu, virou ele de costas para si, lhe fazendo deitar de bruços na cama. Foi rápido, Taehyung não soube raciocinar direito. Mas ele sabia o que estava prestes a vir, não era surpresa. Mas sempre que tinha encontros como esses era como se fosse a primeira vez, e seu corpo sempre causava reações. 

Ouviu o barulho do cinto do homem sendo retirado, ouviu-se um leve suspiro vindo do mais velho. E se sentiu que suas vestes de baixo estavam sendo retiradas de forma rápida, o homem parecia está muito necessitado por aquilo que Taehyung apenas se deixou levar pelo momento. Mesmo não sendo dele. 

Quase se engasgou quando sentiu os grande dedos do homem em sua boca, apenas para lhe lubrificar, pedindo que ele cuspisse. E apertando o cobertor, um grito foi escapado de seus lábios quando o sentiu tão rápido e tão fundo dentro de si. Parecia que estava o rasgando e ele se segurava para aguentar tudo aquilo.

Taehyung me contou uma vez que quando era mais novo, ele se ajoelhava todas as noites para rezar. Pedindo a Deus que quando tivesse 25 anos, estaria deitado na cama, de frente e com a pessoa que ele pudesse confiar e que cuidaria dele para o resto da vida. Em Nova York, em um pequeno apartamento onde os dois dividiam, dividam tudo que eles tinham, até as próprias almas. Sorrindo tão verdadeiro que poderia sentir que aqueles momentos era o que queria ter para sempre, ao lado de quem o amasse e lhe valorizasse, lhe amasse do jeito que ele era, o tratando da forma que o Kim merecia.

Eu juro que quando ouvi tudo aquilo eu chorei, de verdade.

Ele me perguntou o que havia acontecido, o por que que eu tava chorando. E então percebi que aquele garoto de ouro merecia tudo que houvesse de bom no mundo. E que todos os homens babacas que apareceram na sua vida fossem apenas miragem. Taehyung merecia ser feliz naquela vida tanto quanto eu.

Depois disso não se ouvia mais nada além dos gemidos do homem. Por que Taehyung estava se sentindo tão sujo, tão dolorido, que não se ouvia nem suspiros vindo dele. Parecia tudo muito novo, mesmo que ele já fosse acostumado com isso. Ele só estava aguentando o quanto podia, pedido que aquilo logo acabasse.

— Você é muito limpo, não tem noção do quanto que isso é raro. — ele sussurrava no ouvido do Kim, logo se levantando de cima deste e indo para o banheiro.

Taehyung ficou um tempo jogado na cama, olhando para o nada e pensando no por que daquilo. Ele estava, sim, arrependido, na medida de que também não estava. Mesmo essa noite sendo guardada, ele não gostava da sensação, nem um pouco. No criado mudo ao seu lado, viu o celular do homem vibrar e acender. Pegou o celular, viu o horário e a foto de sua família no papel de parede. Uma foto dele, sua esposa e dois garotinhos que aparentavam terem uns treze anos. O homem parecia ser bem mais novo naquela foto, o que lhe deu a entender que era uma imagem antiga. E sua família era linda.

Se levantou da cama, vestiu suas roupas e saiu daquele quarto enquanto se ouvia apenas o barulho do chuveiro no banheiro. Fechou a porta e foi até sua bicicleta, subindo nela e saindo dali rapidamente. E o trajeto todo, foi calado por si só.

Parou em frente a uma casa luxuosa, de dois andares. Havia mais pessoas dentro do que fora pelo que parecia, muitos jovens, bebidas e música alta. Assim estava fora também. Guardou sua bike e logo entrou, passando por aquelas pessoas. Logo com seu celular na mão.


Chat de Jin

Jin? Cadê você? Eu tô aqui na festa!


Mandou a mensagem, passando por um garoto que sabia que conhecia.

— Jisung?

— Oh, eu? — ele dar um pulinho e olha para ele. 

— Você viu o Jin? — Tae pergunta e o garoto parecia está bem chapado para pensar em algo.

Ele rapidamente negou com a cabeça.

— Não vi, não. — e se retirou. 

Taehyung suspirou, achava que não encontraria o garoto naquele lugar com várias pessoas ali. Mas continuou caminhando, procurando por ele.

E o Jin? Bom... Estava curtindo com as tais "galeras novas". Já que Yoongi não havia concordado que iria para a festa, não esperaria pelo amigo. Então aproveitou.

Sentado em uma cadeira dentro de um quarto colorido, cheio de fumaça de muito narguilé, bebidas jogadas por toda parte e três garotos sentados ao seu redor. Garotos que estavam tão loucos para tocar no corpo do garoto que aparentava ser tão angelical.

Mas nem tão anjo assim.

— Então, você é virgem? — um dos gêmeos ali presentes perguntou para ele, que com uma garrafa na mão, bebeu um pouco e olhou para ele.

— O que você acha? — sorriu se forma sacana, os outros também responderam da mesma forma.

— Eu acho que você é virgem.

O problema era que Jin sempre foi um tanto quanto inseguro em relação a perder a virgindade com qualquer um. Não que ele fosse daquilo de ser que queria que sua primeira vez fosse com alguém especial e em um lugar especial. Ele só queria que o sentimento transbordasse. Mas ele sabia que, infelizmente, o mundo em que todos nós vivíamos, a primeira vez pode não ser lá muita coisa e da forma que esperamos. As vezes, pode até ser pior.

O grande problema é que ele demora demais. Poucos sabiam que Jin era virgem, e na escola, nas aulas de verão que Taehyung soube disso... Não perdoou.

Gato, isso não são os anos 90, você precisa arranjar um pau!

Mas ele estava disposto a começar duas experiências como homem de moral questionável. E se ele continuasse daquele jeito, esperando, provavelmente perderia muita coisa. Seus amigos estavam criando suas asas de demônio e indo embora fazer o que gostam. Enquanto Kim Seokjin ficava para trás. 

Se nem seus amigos tiveram a honra de ter uma primeira foda especial, por que ele teria?

A primeira vez é sempre inesquecível, mas não diz que sempre será boa, do jeito que pretendia perder. 

— Está errado. — respondeu Jin.

— Estou certo. Já assistiu filme pornô? — um garoto branquinho e ruivinho nem tão bonito assim perguntou. Estava sentado a frente de Jin, mas com um pouco de distância. Pelo seu olhar parecia querer tirar qualquer dúvida sua com seokjin. Deixá-lo pressionado a parede.

— Todo mundo assiste pornô. — Jin riu sem jeito.

— Não, só os safadinhos assistem filmes pornôs. — ele sorriu depois de mais um gole. — Pessoas santinhas é que não assistem. — O garoto riu. — Quanto de putaria curte então?

— Nível supremo. — encarou o ruivo, que riu baixo.

Jin não disse nada, apenas continuou bebendo, para então, um dos gêmeos continuar o assunto.

— Com quantos caras já transou?

— Tanto que nem sei contar. — Jin respondeu rápido.

Os garotos se olharam, sorrindo ladino para então voltar a encarar Seokjin, e para não se mostrar fraco, fez o mesmo.

— Qual é a do teu amigo? O loirinho.

— Quem? o Jimin? — os três assentiram. — Puta, com certeza. — riu nasal.

— E você? 

— O que tem eu? — passou a mão na nuca, mas não deixou que sua postura caísse.

— É puta? 

— Tá, eu sou tipo selvagem. — mordeu seu inferior e jogou sua cabeça para o lado, encarando o ruivo a sua frente não muito longe de forma sedutora e desafiadora. E era somente isso.

— Não parece, parece que você é inexperiente nesse negócio. Nunca trepou e tá se achando o fodão por que?

— Posso ser muita coisa e você não tem noção. Eu não falo, eu faço. A parada é completamente diferente. — disse claro e direto. Um dos gêmeos acabaram se engasgando e tossindo. De tão engraçado o garoto estava sendo.

E Jin percebeu ali que palavras não te provam nada até que você faça, para que vejam, para que acreditem. Falar é fácil, eles querem ver é fazer.

— Se eu colocar meu pau para fora, você chupa? — o ruivo pergunta.

— Não sei, deixa eu ver. — disse como se não estivesse interessado. O ruivinho riu, negando com a cabeça.

— Não tá duro agora. — e Jin se calou, se encostando na cadeira e suspirando. Não se sentindo desconfortável.

Bom, por enquanto.

— Vou acreditar que você é isso tudo se tirar a camisa. — o gêmeo a sua esquerda disse e Jin travou.

— A-aqui e agora? — ele se encolheu. Estava nervoso.

— É, aqui. Vai, deixa a gente ver. — o ruivo disse. — Você não tem nada a perder. Só ganhar.

E Jin respirou fundo, aos poucos e lentamente retirando sua camisa, mostrando o seu corpo não muito definido. A pele branquinha e naquele momento, abraçando o próprio corpo para esconder as falhas, parecia tão pequeno e puro. Os meninos gostaram e olharam de cima a baixo para ele. Principalmente o ruivinho, com o seu desejo mais grande de tocá-lo.

E o gêmeo novamente se engasgou rindo, para então dizer. — É como dizem, né? Os magrinhos fazem os melhores boquetes.

E Kim Seokjin foi se relaxando em meio as risadas dos meninos ali dentro daquele quarto. Parecia que a música havia ficado cada vez mais alta, a bebida estava dando mais efeito. Ele foi devolvendo o mesmo olhar intenso que o ruivo dava nele para ele. Estava mais a vontade, e parecia está mais pronto. E não teve dúvidas.

Naquela noite, ele transaria, sim.

Seja lá com quem fosse.

Quando eu cheguei na festa, subi as escadas e fui para o banheiro. Fiquei um tempo me olhando, até tirar uma das pílulas e fazê-lo está em pó. Eu rapidamente inalei-o por inteiro e me ajeitei novamente antes de sair do banheiro.

E foi rápido quando deu efeito. Já que tudo começou a girar e eu fiquei fora de mim. Eu viajei, e meus pés começaram a escalar as paredes enquanto as pessoas ficavam até de cabeça para baixo. Fiquei me segurando nas coisas com um medo enorme de que eu pudesse cair ou sei lá. Sensação mais louca e alucinante. Estava tonto.

Yoongi, que porra foi essa...?

Quando percebi que tudo estava voltando ao normal, olhei as pessoas ao meu redor, que me olhavam estranho. Então apenas dei as costas, meio atordoado e desci. Muita coisa havia acontecido ali, e qualquer um poderia contar. Até por que eu não era o melhor narrador.

Quando se está em uma festa, tudo pode acontecer. E sempre você verá as mesmas pessoas, em um mesmo local, em um mesmo momento, segurando e fazendo as mesmas coisas. Era uma putaria só. As pessoas pareciam se divertir ao encherem a cara, todo mundo parecia se divertir realmente.

Menos Jimin e Jungkook. Jeon tava chapado e na merda, e Jimin não estava diferente.

Ambos se pegavam com outras pessoas. Jungkook com a mão apalpando a bunda de uma garota qualquer e Jimin rebolando no colo de algum cara. E não estavam se divertindo enquanto os olhos se mantinham no outro. O clima ficava tenso para eles.

— Eu quero ir para a piscina. — se levantou e puxou o garoto que lhe acompanhava como um cara completamente encantado com a beleza do Park. Jungkook os perdeu de vista, mas também não foi atrás.

— Você é tão gostoso... — o garoto dizia ao que seus olhos fixavam em Jimin tirando sua roupa. Este que só soube rir convencido.

— Eu sei.

Ele sempre sabe, não é a primeira vez que um cara chega nele e começa a simplismente dizer o mais óbvio que há.

Park Jimin era bonito. E como era bonito. Vindo de uma beleza surreal que ninguém poderia negar e apenas assumir. Eu era uma dessas pessoas. Não que eu fosse interessado, mas vamos assumir aqui que o Park era demais que apenas bonito. Isso todo mundo sabia.

Inclusive o próprio.

Ao entrarem na água, não demorou muito para que o loiro abraçasse o pescoço do homem que abraçava sua cintura. Chocando seu corpo ao dele e sentindo um pequeno choque percorrer em seu corpo. 

Não era novidade sentir um homem tocando sua pele macia, mas os toques eram sempre diferentes. Causavam sensações e efeitos diferentes. E se tem uma coisa que Jimin gostava em sua vida, era experimentar sempre algo novo.

— Caramba, você é muito doido. — o garoto dizia.

— Nada só tô dando o troco no meu namorado idiota. — o garoto ficou sem entender e logo Jimin sussurrou em seu ouvido.— Eu quero que você me coma aqui e agora. — sussurrou no ouvido do rapaz, que enlouqueceu com poucas palavras e a mordida dada no lóbulo de sua orelha.

Park Jimin realmente está pedindo para ser alvo naquela noite. O garoto sem limites, a noite seria bem longa 

{...}

Tudo gira, ouço os barulhos e era como se nada daquilo fosse algo importante. E realmente não era. Esperava por algo a mais em mim, e sinceramente, ao mesmo tempo não esperava nada. Quer dizer, tanto faz as coisas que aconteciam ou deixavam de acontecer. Tento me afastar de tanta coisa que me impede, e de casa, nem que fosse por uma noite seria essa fuga. Mal saí daquele lugar e fui para uma festa. Eu estava sem opções no momento. E seria assim por um tempo até que eu me decidisse.

— Eu sabia que poderia te ver aqui. — ouço a voz do mesmo e viro meu rosto devagar para vê-lo sentado no sofá ao meu lado, próximo a piscina. E sorri fraco, também sabia que poderia vê-lo lá.

— Posso dizer o mesmo?

— Eu sabia que poderia dizer. — Changbin olhava para mim e tombou a cabeça para o lado. — Chapado novamente, não é?

— Cê sabe... — suspirei.

— Cara, cê tá me devendo 120 pratas. — Changbin bufou e olhou para mim. — Cara, sério, você é tão de boa... Eu fico mó nervoso com o assunto que é você, coisas em relação a você. Você é diferente. Eu vi muita gente morrer na vida e ninguém como você. Eu não sei que tipo de doideira tem aí dentro você, não sei o por que de usar drogas e não sei como te ajudar, mas posso te dizer uma coisa: Usar drogas não é a resposta, não é a solução.

— Aos onze anos de idade, meu pai chegou com uma notícia do tratamento e resultado foi bom. Nós comemoramos pedindo comida chinesa. Depois, fiquei deitado entre os pais na cama e do nada eu não consegui mais respirar. Meus pais acharam que deveria ser uma reação alérgica ou sei lá. E eu fui para o hospital, eles me deram Valim em gotas para se acalmar. Aquilo bateu e eu pensei: é isso. Essa é a sensação que eu vinha buscando a minha vida inteira desde que eu me conhecia por gente. O mundo estava em silêncio para mim, eu estava tão bem... Dois anos depois o meu pai morreu. E eu encontrei um jeito de viver. Se aquilo vai me matar? Não sei, que se foda. Eu só... Vivo meu momento do jeito que eu posso. Aquelas coisas foram sendo minhas soluções e foi aí, mais uma vez que-

— Que você percebeu o quanto que essas drogas também poderia te dar tranquilidade em momentos tão intensos. Um remédio para seus problemas. — Changbin completou e lentamente balancei a cabeça.

— É como gilete para quem se mutila; Remédio para os doentes; Desenho e brinquedos para crianças que choram; Comida, casa e roupa para os necessitados; É a vida eterna para quem não quer morrer; A solução para todos os problemas do mundo. — o olhei e sorri sem mostrar os dentes. — Todo mundo tem algo que lhe acalma e lhe faz bem. Queria que houvesse outra solução, mas eu ando sem chances novas por enquanto. Até eu não me resolver, vou flutuar no que me faz bem e o que faz mal para os outros. E aí, vai continuar sendo meu fornecedor?

Ele suspirou e me olhou. — Pow, Yoon... Cê é foda. Eu tô muito chapado pra ter essa conversa.

Eu ri, olhei nos olhos de Changbin e vi o quanto que ele me compreendia, fiquei feliz por não ver pena em seu olhar. A última coisa que eu quero nesse mundo é que as pessoas sintam pena de mim.

As vezes quando há opções, escolhemos os únicos caminhos que nos restam, e quando entramos nesse caminho, percebemos que haviam outras oportunidades, mas não enxergamos no começo, e então já é tarde demais para alguns.

Eu só esperava um momento certo para desistir ou continuar.

Estava assim de saúde.

Jin descia as escadas um pouco sem jeito, observando as pessoas ao seu redor que dançavam e logo deu de cara com Jisung, lhe olhando sorridente.

— O que foi?

— Eu é quem pergunto, garoto, onde estava? — o garoto estava muito chapado e Jin passou a mão na nuca.

— E-eu tava... Cê sabe. — disse mais vermelho que um pimentão. — Eu transei.

— Perdeu a virgindade? Ohwn! Parabéns, minha piranha! — o garoto lhe apertava com bastante força em um abraço, logo o arrastando para meio da multidão.

E enquanto tudo acontecia, Jungkook estava sentado em uma mesa tomando uma latinha de cerveja, quando um de seus amigos chegam.

— Ele tá na piscina, você precisa vir. — o moreno dizia para o Jeon, que logo se levantou e foi até a piscina da casa. Vendo vários celulares filmando Jimin e o seu parceiro na piscina. Abraçado no pescoço do rapaz e lhe beijando de forma selvagem.

O movimento na água não passou despercebido.

— Tu é bem escroto, né? Puta! — Jungkook disse furioso e cheio de ódio, cerrando seu punho enquanto os olhavam. Jimin lentamente separou seus lábios do rapaz e virou seu rosto, olhando para Jungkook com um sorriso debochado.

— Chupa o meu pau! — ele disse rindo, assim como os outros também ria. 

Puto, ele saiu dali derrubando as coisas e voltou para a cozinha. Pegando vários copos e bebendo rapidamente, jogando um deles na parede e gritando. A música parou.

— TODO MUNDO SAI DAQUI, PORRA! SAIAM DAQUI, AGORA!! — estava completamente bêbado, expulsando as pessoas da cozinha e de seu caminho. Não estava totalmente fora de si, mas estava em seu limite. E então, ele enxergou Kim Taehyung, assustado, e encostado na parede apenas observando o que acontecia. Coitado, estava apenas bebendo e procurando seu amigo, Jin. — O que você tá olhando?

— Nada, eu sou estava-

— Quem é você? — Jeon o interrompeu, se aproximando de seu corpo enquanto todos observavam. Inclusive eu.

Sim, eu, Min Yoongi estava observando tudo. Afinal, não sou de perder tretas. Mas achei aquele garoto bem familiar. 

— Meu nome é Taehyung, eu sou amigo do-

— Amigo de quem? Por que você não é meu amigo, você é amigo de quem? —o interrompeu novamente, estava brincando com o garoto. Ele não se lembrava. Ou lembrava do garoto que passou por frente a casa de Hyunjin de manhã? — Alguém sabe quem é esse tal de Taehyung? Alguém conhece esse Taehyung? — ele pergunta e ninguém fala nada. — Viu? Ninguém conhece você.

— Cara, eu tô numa boa, não precisa disso! — Ele dizia e suspirou, se encostando novamente e Jungkook aproximava seu rosto novamente, o menor virava seu rosto para o lado contrário. Querendo distância.

É, ele parecia ter uma noite de merda, mesmo!

— Não, nao. Pessoas como você é não ficam de boa. — se aproximou. — Ah, eu já saquei. Você tá querendo um pouquinho de atenção, não é? — o novato parecia sentir sua respiração, ele tentava o afastar e não conseguiu. Ficou imóvel e seu rosto aparentava já um ódio completo pelo Jungkook. — eu vou te dar um pouco de atenção. — disse antes de gritar e o garoto menor fechar os olhos. — Eu quero saber quem conhece esse tal de Taehyung? ALGUÉM CONHECE ESSA PUTINHA?? ME DIGAM!! POR QUE SE NAO ME DISSEREM, ESSA PUTINHA AQUI VAI SE MACHUCAR!

O menor pegou uma faca que estava na pia e se aproximava do Jeon que se afastava, assustado. Todos ficaram surpresos.

— FICA LONGE DE MIM! — ele gritava e quem estava na parede, agora, era Jungkook.

— LARGA ESSA FACA! CALMA! EU TAVA BRINCANDO!

— NÃO TOQUE EM MIM! QUAL É O SEU PROBLEMA? — Taehyung se aproximava mais de Jungkook com a faca.

— POW! RELAXA!

— Não sabe do que eu sou capaz! — e de surpresa, o garoto passou a faca em seu braço, e eu vi um corte ali, no qual o sangue desceu rapidamente e ele sujou Jungkook com o seu sangue. — Eu sou invencível!

— Ah, que porra é essa! Para com isso! — Jungkook baixou sua guarda, já desnorteado. O menor ainda com o braço levantado, viu que Jungkook parou e ficou quieto, ele pôde respirar melhor. Só então lhe deu conta de que todo mundo ali ainda os olhavam. Ele abaixou o braço, jogou a faca novamente na pia e olhou a todos.

— Deixa eu me apresentar, meu nome é Taehyung. Eu acabei de me mudar. — disse e logo saiu dali, indo para fora. Aquilo foi inédito. Não só para mim, certeza.

É, o negócio foi foda ali.

Claro, eu o segui.

— Hey! — o chamei já do lado de fora quando o vi levantar sua bike e então, me olhar. — Hãn, muito louco o que você fez lá. Cê tá bem?

— Ah, tô bem, sim. Eu vi que a parada ia ficar violenta e eu não queria sair com um braço quebrado. — disse e sorriu para mim, logo subindo na bike.

Nossa, que vergonha. Faz alguma coisa, Yoon!

— Está indo para casa? — perguntei e ele assentiu. — Eu... Posso ir com você?

Que pergunta mais estranha!

Nossa, ele vai dizer "não!"

— Sobe aí! — ele sorriu largo, logo se ajeitando e dando espaço para que eu subisse e assim fiz.

Enquanto ele pedalava nas ruas escuras e vazias da cidade, eu pude me lembrar de onde eu o conhecia. De quando eu o via ao sair do hospital, com aquelas mulheres e ele tipo falando alto. Eu me lembrava dele.

Eu abraçava sua cintura naquele momento, e sentindo a brisa, eu também sentia o seu perfume. Era gostoso de se sentir, eu estava me sentindo tão leve. Estava bem. Que sensação... Boa.

E parecia que ele não morava muito longe, já que paramos em frente a sua casa, e ela era muito bonita por fora. Não imagino como seria por dentro, talvez até melhor. Ele guardou a bike e logo entramos, e acertei quando disse que era bonita, apesar de escura. Ele pediu que eu fizesse silêncio por que seus pais poderiam está dormindo. Eu ri, e logo subimos as escadas e entramos em seu quarto.

Estava nervoso, me sentei na cama e observava ele tirando sua própria roupa para colocar outra. Não parecia se intimidar comigo. Sua pele era branquinha, os fios castanhos e soltos, o rosto bem esculpido e para dizer a verdade, ele era demasiadamente lindo, e como era lindo. O sorriso quadrado fazia o charme dele, e as bochechas grandinhas... Porra, muito lindo! O rosto parecia ter sido esculpido por anjos de tão lindo e adorável que ele é...

Perai...

Quê???

Eu me lembro de alguém ter dito isso.

Oh... Changbin...

— Puts, vem cá.

Segurei-o e o fiz sentar na ponta da cama, vi que no criado mudo havia uma malinha de pronto socorro. O peguei e comecei a fazer um breve curativo naquele corte que ele mesmo fez

— Não sei como teve coragem de fazer isso.

— Faz tempo que eu não faço isso, tô até surpreso com minha quantidade de coragem. — ele ria ao dizer. Parecia bem normal isso para ele...

— Longa história?

— É... Longa história. — me dizia ao me olhar, então terminei tudo. Ele agredeceu dócil.

Me deitei na cama e ele fez o mesmo. Me virei de frente para ele e ele fez o mesmo. Do nada começamos a nos olhar, e eu senti os pêlos do meu corpo se arrepiarem ao sentir seu olhar fixado no meu.

Puta que pariu!

— Aliás, meu nome é Yoongi. — disse após uma breve alta de coragem, e ele riu, afastando alguns fios do meu rosto.

— Meu nome é Taehyung. — continuou me fitando e não pude deixar de fazer o mesmo.

— É, eu sei. — ri e então tudo ficou silencioso. Respirei fundo e ajeitei minha postura, sem tirar meus olhos dele. Demorou um tempo enquanto ficamos nos olhamos até eu criar coragem e dizer. — Tive uma idéia.

— Qual?

— Quer ficar doidão?


Notas Finais


Espero que tenham gostado e me desculpem pelos erros ortográficos. Se a fic der certa irei continuar, sim.
Dúvidas me chamem e me digam o que acharam.
Até o segundo capítulo.


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