Capítulo II
Depois do jantar, Minho e Jisung escaparam de fininho da sala, onde os meninos estavam aproveitando o tempo livre ー para jogar cartas, ler e também "vegetar" no sofá assistindo séries ー e voltaram ao quarto do mais novo.
ー Tive uma idéia!
Minho fazia cara de paisagem, enquanto chupava um pirulito de cereja e via o Han começar a dedilhar as teclas de seu computador portátil.
"O relógio marcava quase meia-noite, a casa estava em silêncio e coberta pela escuridão. Caía uma chuva forte do lado de fora e raios cortavam os céus de Seoul. Jisung e Minho estavam no quarto do menor assistindo um filme de terror. As únicas luzes que existiam ali eram da tela do notebook do Han e os relâmpagos que vez ou outra, adentravam pelo vidro da janela…"
ー Vai fazer uma fanfic de terror, Han?
Minho pergunta, parando sua leitura para encarar o mais novo.
ー Para de reclamar e termina de ler!
O Lee bufou e voltou sua atenção ao texto recém-escrito.
"O filme era realmente assustador, e mesmo que os dois estivessem acostumados a assistir aquele tipo de película…"
O mais velho parou de ler e soltou um risinho.
ー Como o vocabulário dele é rico, "película". Hahaha.
Jisung revirou os olhos.
ー Aish, hyung. Pare de pegar no meu pé e lê essa droga logo!
ー Calma, esquilinho. Só estou brincando.
O Han fitou-o com tédio e o Lee pressionou os lábios para parar de rir, levantando as mãos em sinal de rendição e voltando a ler.
"O filme era realmente assustador, e mesmo que os dois estivessem acostumados a assistir aquele tipo de película, calafrios tomavam conta de seus corpos e os olhos de ambos estavam relativamente mais arregalados.
No exato momento em que a tela escureceu ー segundos antes do protagonista fazer a cena clássica de vasculhar a gigantesca casa em que morava sozinho ー um som estrondoso de um trovão bradou, fazendo o Lee dar um pulinho assustado em seu lugar…"
Minho parou mais uma vez de ler e encarou o mais novo.
ー Tá de sacanagem, né? ー indagou, recebendo uma carinha confusa de Jisung ー O medroso de nós dois é você, não eu!
ー E daí? É uma fanFICTION, seu tapado. Os personagens não precisam fazer jus aos originais.
Respondeu dando de ombros e deitando-se na cama com os braços para trás e flexionados apoiando a cabeça.
O Lee fez uma careta de reprovação, dando um tapão na coxa do Han, que levantou exasperado.
ー Por que me bateu?!
ー Respeite o seu hyung!
ー Ah, desculpe... Hyung TAPADO!
Falou debochado e o Lee não pensou duas vezes antes de avançar no menor.
Jisung começou a rir, pois o mais velho o atacou com cócegas.
ー P-para… hahaha! PARA!
Minho não tinha misericórdia, pelo contrário: ouvir a gargalhada quase desesperada de Jisung, ver os cantos de seus olhos marejados, o rostinho fofo vermelho pelo esforço e de quebra poder tocar sua pele macia com a desculpa de fazer cócegas? Ah, para ele, aquilo era mais do que satisfatório.
ー Para o quê…?
O Lee estava por cima do Han, o prendendo com suas coxas, enquanto as mãos percorriam aleatoriamente pelo abdômen do menor por baixo da camiseta.
ー P-para, hyung!!!
Na hora, Minho parou. Apoiou seus braços no colchão e encarou a bagunça que Jisung ficou depois de seu ataque malvado.
O garoto respirava alto, as lágrimas escorriam pela face e a boca estava entreaberta em busca de fôlego. Lindo.
ー Pare de me olhar com essa cara, hyung.
O Lee esticou mais o sorriso.
ー Que cara?
ー Essa aí! Eu me sinto uma grande tigela de ramén!
Riu, enquanto ajeitava os cabelos na testa.
ー Está sugerindo algo, Hannie?
O sorriso agora era malicioso e Jisung que estava quase recuperado, sentiu o coração falhar uma batida e a respiração acelerar novamente.
ー O-o quê? N-não! Sai de cima de mim!
O Lee nem deu bola. Desceu mais o corpo e soltou seu peso sobre o mais novo.
ー Ah, mas agora eu tô com vontade de comer ramén… Bem quentinho e com bastante carne!
Ditou mais baixo e ー na cara de pau ー deu uma mordida na barriguinha do mais novo.
Jisung quase teve um treco.
ー HYUNG!
Minho começou a rir e levantou-se.
ー Você é uma graça, Jisunggie.
O Han sentou-se na cama e fitou o mais velho, que despreocupadamente abriu outro pirulito e o colocou na boca. O Lee percebeu o olhar e o encarou de volta.
ー O que foi?
Jisung engoliu em seco.
ー N-nada! Termina de ler…
Falou desviando o olhar e Minho sorriu colocando o notebook em seu colo novamente.
"ー Calma, hyung. Eu protejo você.
Jisung era mesmo um amor de pessoa e sempre cuidava de seu hyung.
ー Estou com medo, Hannie… Não quero mais ver esse filme."
Gargalhando.
Minho estava gargalhando.
ー Aish! Por que está rindo agora?!
ー Porque me enganei. Não é terror, é comédia!
Jisung bufou irritado e tomou o computador portátil do outro.
ー Você é um mala, sabia? Esquece. Não quero mais que leia.
Minho foi parando de rir e quando viu o menor de braços cruzados e com um bico enorme nos lábios, quase suspirou. Fofo demais.
ー Ah, Jiji… Você não vai ficar irritado comigo por isso, né?
Falou manso e aproximando-se do Han.
ー Sai daqui. Estou bravo com você.
ー Hannie ー Chegou mais pertinho e o menor virou a cara. Minho sorriu. ー Não fica assim comigo não.
Jisung nada disse e o mais velho subiu em seu colo, levando as mãos à cinturinha bem marcada dele.
ー Hannie-ah, eu só estava brincando. Isso era pra ser divertido, hum?
O Han sentiu um aperto, seguido de um carinho suave em sua pele e então a respiração quente do mais velho chocou-se contra a curva de seu pescoço.
ー Linoring…
Disse baixinho, sentindo vários beijinhos naquela região, enquanto os carinhos em sua cintura continuavam.
ー Desculpa, vai. Eu não vou te zoar mais… ー Um selinho mais longo foi deixado próximo ao queixo do Han, este que sorriu envergonhado ー por cinco minutos inteiros. Eu prometo!
Jisung fechou a cara e empurrou o mais velho, impedindo-o de continuar com os selares.
ー Eu sou uma piada pra você?
Perguntou com os olhinhos semicerrados e um bico emburrado.
O Lee fitou-o em silêncio por alguns segundos e segurou o rosto rechonchudo com as mãos.
ー Han Jisung ー Aproximou o rosto e deixou um beijo na testa do mais novo, afastando-se novamente e sorrindo enquanto sentia a temperatura facial de Jisung aumentar ー, você é muitas coisas para mim, mas piada não é uma delas.
Sorriu e recebeu um sorriso tímido do mais novo.
ー Você me desculpa?
ー Claro, hyung.
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