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História Fear Of The Shark (Kisaita) - O tubarão vai te pegar!


Escrita por: Morfairy

Notas do Autor


Rélou!!! Finalmente revisado e complementado o cap final! Para quem leu a primeira versão, vai perceber que o lemon foi estendido e conta com novos detalhes :}

Boa leitura!!

Para quem se lembra e pra quem quiser visualizar (+18 HEIM, PLMDDS), essa será a amarração que vai rolar: https://pbs.twimg.com/media/EOG776dXUAEIWWg?format=jpg&name=900x900

Capítulo 3 - O tubarão vai te pegar!


Eu estava andando para a área externa, pensando no quanto amo café da manhã de hotel. Especialmente café da manhã de hotel após horas de bebedeira. Neste momento, minha linda barriga se encontrava lotada, como se eu tivesse comido por dez maconheiros com larica de uma só vez.

Apoiei minhas coisas numa das mesinhas disponíveis, começando a passar protetor. Eu estava morrendo de calor, mas me recusava a resolver isso com ar-condicionado. Quem paga caríssimo numa viagem dessas pra ficar dentro do quarto, com ar-condicionado? Apenas burros. Fora isso, eu também queria pegar um pouco de sol, uma leve corzinha saudável, sabe?! E tentar superar aquela dorzinha de cabeça meio ranço que dá na ressaca. Parece coisa de retardado querer superar dor de cabeça pegando sol, eu sei. Mas eu não pretendo ficar fritando igual a uma linguiça de frango na chapa, ok? É só um pouquinho. 15 minutinhos. 

Terminei de passar meu protetor, peguei meu enorme chapéu, que mais se parecia com um sombreiro mexicano de tão grande, e andei na direção da piscina infantil. Sim, piscina infantil! É a opção menos arriscada para aparições de tubarão. Percebam que eu disse MENOS ARRISCADA, porque, acreditem, tudo é possível quando se trata de tubarões e Austrália. Vocês acham que é piada? IRMÃO, TEM UM COSPLAY DE TUBARÃO ANDANDO POR AQUI, UM MALDITO GOSTOS- é. Muito inseguro esse lugar. Também porque a piscina infantil era relativamente grande – o suficiente pra eu ficar no extremo oposto às duas crianças escandalosas que brincavam num dos cantos.

Entrei com muita cautela, sentindo a água quase morna bater um pouco mais abaixo do meu joelho. Espero que isso seja porque a piscina é pequena e o sol já a esquentou. Porque se essas duas crianças encheram essa porcaria de xixi a ponto dela ficar quente... Eu não respondo por mim.

Fui até a borda mais afastada, me sentando e apreciando aquela sensação gostosa de flutuar quando a gente tá dentro da água. Queria dizer que eu fiquei completamente relaxado e tranquilo, mas minha cabeça estava plenamente atenta a todos os barulhos em volta, para evitar ataques surpresas. 

Na verdade, a gritaria das crianças brincando era até boa, porque enquanto elas estivessem rindo e conversando, eu saberia que não tinha nenhum tubarão saindo do ralo. E se ele aparecesse, iria primeiro nas crianças que estão se mexendo, porque elas iam atrair a atenção dele. SIM. Eu aprendi isso no Discovery. Cultura, meus amigos. 

Ah, e por que estou aqui sozinho na piscina infantil? Bom, porque o pau no cu do meu melhor amigo, que chegou muito mais tarde do que eu no hotel, trouxe o namorado dele pro quarto e certamente se engoliram até o dia raiar. Se eu tivesse a chave, ia lá agora bater panela.

Aliás, eu sinto piripaques anais só de lembrar daquela festa de ontem. TUDO que NÃO era pra acontecer, ACONTECEU! Eu não tava bêbado, tava era trêbado mesmo, falei um monte de bosta constrangedora, me expus, quebrei um vaso, descobri que Kakuzu tem um diário – tem condição um homem daquele tamanho e cara de sobrevivente de guerra, ter um diário? Eu preciso MESMO saber a razão disso.

E TEVE AQUELE TUBARÃO MALDITO. PUTA MERDA. PUUUUTAAAA MERDAAAAA. O QUE FOI AQUILO? Parecia que até agora eu tava sentindo o apertão que ele deu no meu pau – e o motivo não era nada a ver com dor, sabe? Meu rosto esquentava só de eu me lembrar da cara ameaçadora dele dizendo que ia me disciplinar.

E ele ainda me chamou de brat... Como esse filho da puta me descobriu tão rápido? A gente nem interagiu o suficiente pra sequer falar de sexo, quem dirá esse tipo de sexo... Isso me leva a concluir que ele deve ser bem experiente. E pensar isso me deixava ansioso e quente.

MAS EU NÃO VOU IMPLORAR POR ELE COMO ELE TÁ ACHANDO, OK? DESGRAÇADO. ELE QUE VAI SE ARRASTAR POR MIM, OU EU NÃO ME CHAMO ITACHI UCHIHA!

Não acredito que eu to aqui sozinho numa piscina infantil refletindo sobre o sharkboy... Em que momento eu aceitei que estou morto de vontade de dar pra ele? Ah sim, foi quando eu acordei de bruços, a ponto de abrir um buraco no  colchão de tão duro, porque tinha sonhado a noite toda com possíveis continuações do que aconteceu naquele corredor. Eu odeio muito esse cara.

Meus pensamentos e viagem na maionese foram interrompidos por alguma coisa tocando a aba do meu chapéu. Olhei naquela direção, um pouco impaciente, entretanto…

— AAAA! — Gritei me assustando, enfiando um soco na cara daquele bicho. UM TUBARÃO. MEU KAMI, É REAL O TUBARÃO NA PISCINA. PUTA QUE PARIU. E EU NÃO OUVI NADA! SOCORRO! Me levantei desengonçadamente e consumido pelo desespero, pra voar pra fora da água, porém reparei que aquele tubarão tava muito estranho.

— Você é louco? — A voz de uma mulher chegou aos meus ouvidos, enquanto ela vinha na minha direção. — Por que fez isso com o meu filho?

— O que? — Eu perguntei ainda abobado pelo susto, finalmente constatando que eu tinha socado uma boia de tubarão e derrubado a criança de cima dela na piscina. ESSA MULHER VAI ME MATAR, EU TO VENDO.

— SEGURANÇA? — Ela gritou, enquanto pegava a criança que tossia loucamente por ter engolido água. — SEGURANÇA? ESTE HOMEM AGREDIU MEU FILHO!

— O SEU FILHO ME AGREDIU COM ESSA BOIA! — Me defendi, indignado. Se eu tivesse uma faca, cortava essa merda flutuante todinha agora. QUAL A NECESSIDADE DE FAZER BOIAS NESSE FORMATO INFELIZ, PORRA? E AINDA PERMITIR A ENTRADA DELAS NA AUSTRÁLIA? ÓDIO.

— É UMA CRIANÇA! — Ela respondeu com raiva.

— E daí que é uma criança, minha filha? Pior ainda! Crianças são cruéis.

E CRIANÇAS COM BOIAS DE TUBARÃO SÃO COM CERTEZA O QUE EXISTE NA PORTA DO INFERNO, JUNTO COM UM TUBARÃO GIGANTE DE TRÊS CABEÇAS.

— Me perdoe pela inconveniência, senhora. — Senti mãos nos meus ombros, o que tomou minha atenção. — Meu amigo tem um pequeno nível de retardo. É até por isso que ele está aqui na piscina infantil. Vamos, Itachi.

Olhei com todo o meu ódio e indignação pra Sasori, mas me deixei ser carregado para longe dali, junto dele e de Deidara, que inclusive tinha pegado minhas coisas lá na mesa.

— Que merda você fez pra arrumar briga numa piscina infantil, Uchiha? — O ruivo me perguntou, assim que já estávamos lá do lado de fora do hotel, no estacionamento.

— Eu não fiz nada, o filho dela veio pra cima de mim com uma boia de tubarão. E eu dei um soco na boia, né?! Lógico. Agora, se ela virou e a criança caiu na água, aí ela que se resolva com Isaac Newton.

— Você socou a boia? — Deidara perguntou começando a rir. Ah, ótimo. Mais um que vai descobrir do meu medo e me zoar pra sempre.

— Impressionante, Itachi. Eu não posso tirar os olhos de você por um minuto sequer, que você já se mete em confusão. Não sei como você não arrumou uma ontem na festa...

DEVE SER PORQUE EU ESTAVA SENTADO NUM APARADOR, COM KISAME ME PROVOCANDO. ELE FOI A CONFUSÃO QUE VEIO ATRÁS DE MIM.

— O Tobi me contou que viu o Itachi subindo pro segundo andar e logo depois o Kisa indo atrás dele... Pode ser por isso que ele não aprontou nada. — Deidara disse com um sorrisinho debochado no rosto.

EU VOU ARRANCAR ESSE CABELO LOIRO COM UM CORTADOR DE GRAMA.

— Então o sharkboy já deu o bote? — Sasori abriu um sorriso malicioso pra mim. EU TE ODEIO, PALHAÇO ITI COM METADE DO TAMANHO.

— Eu não vi o Kisame ontem depois do jogo. — Menti, fingindo estar bravo.

— Por que você tá vermelho então? — Ele aumentou ainda mais o sorriso.

— Tá calor, está sol e eu estou irritado porque briguei com a mãe de um capetinha. É lógico que eu estou corado. CORADO COM O ÓDIO DO INFERNO, QUE DAQUI A POUCO VOU DESCONTAR EM VOCÊ.

—  Vamos nos acalmar, pessoal! — O loiro se meteu entre nós dois, sorrindo amarelo. EU CACETO VOCÊS DOIS, MINI TRAKINAS AMARELO!

— Eu nem me afeto, Dei, pode ficar tranquilo. To acostumado com esse maluco já. A gente sempre sai no soco sem perder a amizade.

— Preocupante... — Deidara murmurou, trocando olhares entre nós dois. — Bom, vamos para o passeio do dia e esquecer esse pequeno incidente?

— Aonde vamos? — Perguntei, disposto mesmo a fazer de conta que ninguém sabia que Kisame subiu suspeitamente atrás de mim. Pelo menos eu ia fingir isso externamente, porque por dentro eu quero surtar pela confirmação de que ele realmente veio atrás de mim. Meu estômago está dando piruetas dentro da minha barriga. VAMOS VER QUEM VAI IMPLORAR PELO OUTRO, QUERIDO.

Deidara abriu seu carro e nós logo tratamos de subir. Ele não encrencou com meu calção molhado da água da piscina, até porque o banco era de couro. Ele que não se atrevesse também a caçar confusão comigo, porque já teve aí um gostinho de que eu sou virado no jiraya. 

— Vamos numa das praias mais famosas daqui. — O loiro finalmente respondeu, já começando a tirar o carro do estacionamento.

PRAIA? NA AUSTRÁLIA? NO PAÍS DOS TUBARÕES? ESSES DOIS NANICOS SÓ PODEM ESTAR DE BRINCADEIRA COM A MINHA CARA.

— NÃO. EU NÃO VOU. PARA ESSA CARALHA MOTORIZADA AGORA, PORQUE EU VOU DESCER. — Berrei muito puto.

— ITACHI UCHIHA, VOCÊ NÃO VAI SAIR DA AUSTRÁLIA SEM CONHECER UMA PRAIA.

— SASORI AKASUNA, FODA-SE VOCÊ E A PRAIA. EU QUERO VOLTAR COM TODOS OS MEUS PEDAÇOS INTEIROS PRO JAPÃO.

— Isso é mesmo medo de tubarão? — Deidara perguntou, parecendo querer rir.

GENTE, QUEM TROUXE ESSA PAQUITA DO CAPETA PRA CÁ PRA FAZER ESSAS PERGUNTAS? NOSSA, HOJE NÃO É MESMO MEU DIA. TENHO QUE VOLTAR PRA CAMA E FICAR LÁ ATÉ O DIA DE VOLTAR PRA CASA.

— Não para o carro, Dei, nós vamos pra praia sim. — O ruivo falou pro namorado, mas sem desviar seu olhar bravo de mim. — E você vai se comportar como um ser humano normal.

Cruzei os braços, decidido a não sair do carro quando chegássemos lá. Minha vontade era encher a cabeça de Sasori de cascudos na areia da praia até ele atolar e ficar só os cabelos vermelhos pro lado de fora. Com certeza ninguém ia nem notar, afinal, estamos na Austrália, e um troço vermelho peludo na areia certamente não deve ser nada perto das aranhas gigantes que comem pássaro.

— Vai ser legal, Itachi. O pessoal vai também. Você vai conhecer a Konan. — Deidara tentou soar animado, me olhando pelo retrovisor.

PUTA MERDA. O PESSOAL VAI.

SABE O QUE ISSO SIGNIFICA?

KISAME.

NA PRAIA!

NÃO TO PREPARADO. KAMI AMADO, COMO EU VOU ENCARAR ESSE HOMEM DEPOIS DE ONTEM?

— Ficou quietinho sabendo que o pessoal vai, né?! Eu te conheço, Itachi. Essa bunda tá piscando já, e eu sei por quem. — Sasori me provocou.

— Eu não estou entendendo o que você tem a ver, Sasori. — Respondi com cara de ódio, fazendo ele gargalhar. Notei Deidara dar uma risada discreta também.

— Itachi, por favor, não se ofenda, ok? Não vou perguntar por mal. Como funciona esse seu medo? — O loiro usou um tom de voz ameno e eu nem me dei o trabalho de responder, porque eu já sabia que aquele capeta ruivo ia fazer isso por mim.

— Nossa, é uma coisa ridícula e obsessiva. Ele precisa urgente de terapia — Sasori exasperou, começando a explicar toda a minha fobia e contar algumas cenas traumáticas de surtos de medo que eu já tive. Inclusive contou o meu susto no píer com o Kisame, e nessa parte o loiro riu muito.

— O Kisa é assim há anos já. Ele ama muito os tubarões e dedica muito da vida dele para a preservação das espécies e combate à pesca predatória. — Deidara começou a explicar e aí eu finalmente prestei toda a minha atenção na conversa deles.

— Tipo trabalho voluntário? — Perguntei.

— Também. Ele trabalha no centro de vida marinha aqui de Sydney, mas participa de várias coisas voluntárias, não só sobre tubarões. Ele faz trabalho voluntário num asilo e num abrigo de cachorrinhos abandonados, ele até adotou uma vira-lata muito fofinha que foi resgatada. O nome dela é Samehada. O Kisa também participa de uns voluntariados pra limpar a praia ou mesmo resgatar animais silvestres da nossa fauna de situações de biopirataria.

— Nossa, quanta coisa legal. — Eu estava mesmo muito impressionado. Quer dizer, quem ia imaginar que alguém com a cara de um animal assassino e que quase esmagou meu pau no corredor, é uma pessoa que se doa tanto a causas importantes, não é mesmo? Chorrindo. Não disse por onde que é o choro. Enfim...

— Viu? — Sasori se virou para me olhar. Ah, pronto. Lá vem. — Um homem com um coração de ouro e um pênis gigante. Vai que é sua, Itachi.

Deidara deu um berro e começou a gargalhar, e eu peguei minha bolsa, usando-a pra bater de forma desengonçada no ruivo, que se desviava rindo da minha cara.

Chegamos na praia e eu desisti da ideia de ficar no carro. Estava ainda mais quente e eu poderia facilmente cozinhar ali. E embora eu não fosse admitir em voz alta, eu quero MUITO ver o sharkboy depois de descobrir todos esses detalhes. Estou torcendo pra ver ele saindo do mar, pra eu surtar de medo e tesã- oi? Foco em descer do jipe sem cair, Itachi. Ótimo. Ajeitei meu chapéu e botei meus óculos escuros, que graças a kami eu mandei colocar grau pra minha miopia parar de me deixar cego.

Encontramos o mesmo pessoal de ontem e fomos apresentados à Konan, que não era uma mulher de dois metros como eu pensei ontem. Ela era pouca coisa mais alta que Deidara e Sasori, e definitivamente linda e delicada.

Quer dizer, nem todo mundo estava ali na areia, mas eu reconheci a mochila de Kisame. Meu humor melhorou instantaneamente. E foi Yahiko que nos contou que ele, Kakuzu, Hidan e Tobi estavam surfando. Deidara logo pegou uma prancha fincada na areia, perto do grupo, e falou que surfaria um pouco também.

Ainda bem que eu botei óculos bem escuros, viu? Assim posso fingir demência enquanto olho pro mar procurando desesperadamente uma cabeleira azul e tatuagens de guelra.

— Vamos lá?

— Lá aonde? — Desviei os olhos pro meu ruivo baixinho favorito. É, eu já estou perdoando ele por toda a palhaçada lá no carro. Nossa relação é assim mesmo. Amor e ódio.

— Lá perto olhar, ué. Eu quero ver o Deidara surfando.

— Eu não vou entrar no mar, heim, já vou logo avisando.

— Você é surdo, Itachi? Nós só vamos lá perto olhar. — Ele fez cara de bravo. Viu? Ódio outra vez.

Fiz um bico de pirraça, começando a andar ao lado dele. Paramos a uns 3 metros da água, o que me deixou tranquilo, e nos sentamos na areia mesmo. Sasori tirou protetor solar de sua bolsa, começando a passar e me oferecendo. Passei também, para reforçar o que já estava em mim, porque não queria voltar como o Seu Siriguejo pro hotel.

— Olha eles ali! — O ruivo falou, apontando um lugar no mar. Acompanhei, logo achando todos. Nem vou fingir sonseira, olhei direto pra Kisame mesmo, analisando-o sentado na prancha enquanto conversava com Kakuzu, que estava da mesma forma. Olha, eu não tenho NADA a reclamar dessa vista. Especialmente vendo ela em HD por causa dos óculos com grau. PUTA MERDA, VIU? Mentira, eu tenho uma única reclamação: eles estão de bermuda, e não de sunga. Queria ver as coxas. Mas segue o baile.

Vi Hidan se aproximando na prancha dele, jogando água nos dois e apontando pra trás. Era uma onda relativamente grande chegando. Fiquei imediatamente nervoso, pensando naquela cena de Águas Rasas, quando o tubarão vem na onda e acerta a prancha da menina com tudo. PUTA QUE PARIU. E se acontecesse isso agora?

E se o tubarão confundisse Kisame com outro tubarão? Ia dar merda? Acho que sim.

Nem notei que eu estava segurando a respiração até eles terminarem de surfar a onda e eu soltar o ar com alívio. Quer dizer, Tobi e Deidara quase se atropelaram e caíram na água antes de terminarem a onda, e agora pareciam brigar por causa disso, mas estavam bem.

— Definitivamente não tenho maturidade para ver tanto homem gostoso surfando de uma vez só. E ainda precisar lidar com o Deidara de cabelo solto e molhado. — Sasori rompeu o nosso gay silence de quem estava observando atentamente cada movimento deles na água.

Gargalhei, até porque eu não podia discordar.

— Pelo menos você passou a madrugada se divertindo, né. Imagina a minha situação. — Falei e logo completei mentalmente: IMAGINA A MINHA SITUAÇÃO QUE FIQUEI SÓ NA PROMESSA DA DISCIPLINA... EU TE ODEIO TANTO, KISAME.

— Deixa de ser idiota, Itachi, pega logo um deles. Aposto que você consegue o que quiser. Até o Kakuzu, aquela pose de desinteressado não me engana.

— Não, o Kakuzu não. O jeito que o Hidan olha trouxa apaixonado pra ele é muito fofinho. Não posso fazer isso.

— Pois então chama o Hidan e faça um ménage. — Sasori deu de ombros, como se fosse a solução mais óbvia do mundo. Acabei rindo. — Já vai pensando logo, porque hoje à noite faremos algo mais reservado na casa do Yahiko. Só o nosso grupo. E você já se resolve lá.

— Ok, pensarei.

— Mas eu já sei quem você vai pegar. Aliás, quem vai pegar você. — Ele sorriu malicioso na minha direção. — É sempre igual. Você nega até o último segundo, depois vem me contar uma pá de atrocidades sexuais que fez com o cara.

— Não fala comigo, Sasori. Você sempre estraga meu bom humor. — Respondi, fechando os olhos sob os óculos escuros e elevando meu rosto, pra sentir um pouco do sol nele, já que o meu chapéu não deixava.

— Tarã... Tarã. — NÃO ACREDITO QUE ESSE CHUPA-CU VAI CANTAR A MÚSICA DE JAWS. POR QUE SOMOS AMIGOS MESMO?

— Eu vou te fazer comer essa areia, estou avisando. — Ainda assim usei um tom de voz calmo.

— Tarã.

— Não me testa... — Murmurei, respirando fundo.

— TARÃ! — Ele gritou.

Segurei Sasori pela nuca, forçando a cabeça dele na direção da areia.

— SEU DEMÔNIO, CABEÇA DE PALITO DE FÓSFORO, CALA ESSA BOCA E PARA DE CANTAR ESSA MÚSICA.

— AAAAAAA — Ele gargalhava, tentando se desvencilhar. — TARÃ TARÃ TARÃ.

— SASOOOORIIII! — Berrei, ficando de joelhos pra empurrar ele. As pessoas em volta já olhavam com curiosidade, rindo.

O ruivo me puxou junto e fomos rolando na areia. Enquanto ele cantarolava a música e gargalhava da minha cara, eu ia jogando mãos e mais mãos de areia nele, xingando até a décima geração da família Akasuna.

— Eu talvez queira participar da putaria na areia, mas não entendo um “a” do que esses japoneses estão falando. — Fomos interrompidos pela voz de Hidan, que sorria na nossa direção, com sua prancha embaixo do braço.

Notei os demais surfistas com ele e parei imediatamente de tacar areia no meu melhor amigo, sentindo vergonha e me perguntando se eles escutaram a música.

— Sonha, Hidan. — Deidara advertiu. — O que rolou dessa vez, queridos? Achei que o clima do carro tinha passado já. — Ele nos olhou, rindo.

— Eu estava cantando a música favorita do Itachi pra ele. É um clássico composto pra um filme ainda mais clássico. Aí ele surtou de emoção.

— Qual filme? Eu amo clássicos. — Tobi perguntou.

— Jaw- — Voei em Sasori outra vez, enfiando sua cara na areia, enquanto ele ria ainda mais.

— Nossa, eu não sabia que Itachi era agressivo assim. — Hidan falou. — Imagina na cama. Deve cuspir até fogo. — Ele gargalhou.

Eu travei de vergonha ao ouvir aquilo, mas o que veio em seguida foi ainda pior.

— Po, Kisame, se vocês dois transarem vai ser o sharkboy e a lavagirl então. — Tobi disse, fazendo Hidan dar um berro. Deidara botou a mão na frente da boca pra disfarçar a risada, e Sasori estava quase se engasgando de tanto rir. Kakuzu apenas olhou com um sorriso pequeno pra Kisame.

Por falar nele... Olhei-o, constatando que ele estava com aquele maldito sorrisinho torto na cara. Ô VONTADE DE ARRANCAR ESSE SORRISO NA BASE DO SOCO. QUE ÓDIO DE MIM. POR QUE ESTOU ARREPIANDO COM O OLHAR QUE ELE ME DEU DE CIMA A BAIXO? INFEEEERNO.

— Itachi, querido, por favor, não mate meu namorado. — Deidara se aproximou de nós e eu olhei pra ele, vendo-o começar a puxar Sasori pra longe de mim. — Ótimo. Por que não vamos dar um mergulho pra refrescar?

— Acho uma excelente ideia. — O ruivo falou, sorrindo pra mim enquanto tirava o excesso de areia do cabelo. — Vamos, Ita? — Esse demônio tá me atentando muito hoje, vou botar laxante no almoço dele pra ele aprender.

— Não. Bom mergulho pra vocês. — Falei, me levantando e batendo a areia da minha roupa, não querendo saber de mais nada. Comecei a andar até Konan, Yahiko e Nagato, sentindo todo o peso do meu constrangimento cair sobre as minhas costas.

— Olá, pessoal. — Me sentei numa das cangas cobertas pela sombra de um guarda-sol e tirei meu chapéu, prendendo novamente meu cabelo, que tinha ficado todo frouxo e bagunçado na briga com Sasori.

Conversei algumas trivialidades com eles, fazendo um pouco mais de amizade e fingindo demência quando olhava para o mar, caçando o sharkboy com os olhos. Até que Yahiko nos chamou para ir mergulhar também.

QUE INFERNO ESSE POVO AQUÁTICO. Por que todo mundo quer ir pro mar? Pelo menos eles não tinham intimidade suficiente comigo pra me encher o saco, então apenas aceitaram que eu queria ficar.

Fiquei de olhos fechados por um bom tempo, curtindo a brisa do mar e tentando não pensar em como seria passar a mão e apertar tudo ao meu alcance do corpo daquele sharkboy insuportável. Se pelo menos tivesse alguém aqui pra conversar e me fazer mudar de foco...

— Itachi! — OBRIGADO, KAMI! ALGUÉM PRA ME DISTRAIR. — Tá pensando em que? — Oh, merda. É Hidan. Logo a pessoa mais obscena e sem noção do grupo... Certeza que daqui a pouco ele vai falar de Kisame só pra me perturbar.

Abri os olhos frustrado, mas logo fiquei mais tranquilo porque vi que a Konan também veio. Ainda bem.

— Em nada. — Respondi, olhando-os se sentarem nas cangas do meu lado.

— Itachi, você me acha bonito? — O albino me olhou curioso. Ai meu kami amado, o que é isso agora? Eu to falando, essa viagem não teve UM momento que não foi aleatório. Será que eu to num reality show de palhaçadas? Enfim, voltando: qualquer resposta pode me render problema com esse maluco...

— Sim. — Achei melhor ser agradável e objetivo. E eu também não estava mentindo, né?!

— Se você fosse o Kakuzu, você me pegaria?

Ah... Então era sobre isso que falaríamos. Fiquei um pouco mais tranquilo.

— Hã... Eu... Eu não consigo imaginar como é ser o Kakuzu. Mas acho que pegaria sim,  aliás, eu não consigo entender porque ele desperdiçaria a chance. — Sorri amarelo, ouvindo a risada de Konan. Será que eu cantei de leve o Hidan? Bom, talvez, mas vamos levar em conta que eu preciso subir a autoestima dele nesse momento.

— Argh. Isso é muito frustrante! — O albino se jogou pra trás, deitando-se na canga. — Eu nunca tive dificuldade pra conquistar alguém.

— Mas você precisa reconhecer que, tirando eu e Kisame, que conhecemos ele há muitos mais anos, Kakuzu dá mais atenção a você do que a qualquer um do grupo. Ele deixa todo mundo falando sozinho, menos você. Mesmo que seja só um palavrão ou uma revirada de olhos, ele não te dá vácuo. — Konan disse.

— E isso deveria ser um bom sinal? — Hidan questionou parecendo meio nervoso. — Porque assim, ele me mandar tomar no cu ou calar a boca não parece muito com algo positivo.

— Hi, nós estamos falando do Kakuzu. É lógico que isso é um bom sinal. Tenho certeza de que ele é muito afim de você, só é muito orgulhoso por causa daquela briga de vocês na faculdade. Juro, ele é a pessoa mais orgulhosa da face da Terra e eu nem devia estar contando isso pra vocês, então guardem segredo.

— Já tem 7 anos isso! Puta merda. A gente nem se conhecia, eu só falei uns desaforos aleatórios. — O albino escondeu o rosto nas mãos, dando um pequeno grito de frustração. — E ele me deu 2 socos antes do Kisame segurar ele. Já estamos quites desde aquele dia. Por que o Kakuzu não supera isso?

TEM 7 ANOS QUE ESSES DOIS ESTÃO SE ENROLANDO? AH NÃO. NÃO ACREDITO. É. O Kakuzu é muito mais problemático do que eu sequer imaginava.

— Qual conselho você daria para o nosso amigo desolado, Itachi? — Ela me olhou divertida. Eu acabei rindo da cara arrasada dele na minha direção.

E agora? Eu conto ou não que o Kakuzu tem um diário que pode conter informações promissoras? Se o Kisame já fez tudo aquilo só por eu descobrir que o caderno existia, imagina se ele souber que eu contei pro principal interessado nos segredos do Kakuzu? Vai me partir no meio, no mínimo...

.

.

.

— Meu conselho é que você vasculhe a casa dele. Ele tem um diário. — Contei com um sorrisão enorme. — Eu o encontrei ontem por acidente, mas o Kisame chegou a tempo de não me deixar ler.

— O QUE? — Konan e Hidan quase gritaram ao mesmo tempo e o albino até se sentou outra vez. — E como assim o Kisa chegou a tempo? Onde isso aconteceu? — A arroxeada perguntou.

Puta merda. Por que eu não ponderei melhor a minha fala sobre o motivo de eu não ter lido todo o diário? Senti minhas bochechas esquentarem.

— Eu estava procurando o Sasori e acabei achando o diário dentro de um vaso branco, no corredor do segundo andar.

— EU SEI QUE VASO É ESSE! — Hidan berrou de olhos arregalados. É querido. Pena que o vaso virou pó, mas esse detalhe eu vou deixar pra lá mesmo, porque Kisame disse que me acobertaria sobre esse acidente.

— Como que você estava procurando alguém e de repente olhou dentro de um vaso? Eu sei que o Sasori é baixinho, mas... bom... deixa pra lá. Eu prefiro não entender. — Konan disse, nos fazendo gargalhar.

— Será que tem alguma coisa sobre mim nesse diário? — Hidan nos entreolhou com esperança.

— Pode até ser, Hi, mas eu realmente sugiro que você não leia. O Kakuzu ficaria profundamente ofendido e, aí sim, talvez você nunca consiga o perdão dele. — Konan ponderou. — Eu mesma não fazia ideia que ele tinha um diário. 

— Eu posso não contar que li.

— Eu te conheço, você não vai conseguir. — A arroxeada zombou, o que me fez rir junto. 

— Koko, você é minha amiga! Precisa me contar se o Kakuzu já falou de mim pra você.  — O albino voltou a parecer devastado.

— Eu também sou amiga dele, oras. Não entrego segredo de ninguém.

— ENTÃO ELE JÁ FALOU? — Não posso mentir, eu estava com um sorriso quase tão gigante quanto o de Hidan.

— Hidan… — Konan abriu um sorrisinho malicioso. — Por que você não pergunta ao Kisame? Com essa mesma empolgação que está me perguntando. 

Ué? O que isso significa? Estreitei os olhos, começando a ficar desconfiado.

— Ao Kisame?! — Ele repetiu, ficando pensativo. Depois de alguns instantes em silêncio, ele sorriu de igual forma. ALGUÉM ME EXPLICA, PELO AMOR DE KAMI. POR QUE PERGUNTAR AO KISAME? — Mas agora a outra pergunta que não quer calar é sobre você e o Kisa. — Hidan voltou o olhar pra mim. Ah pronto. PRONTO. Por que isso veio parar na minha pessoa? Eu to fodido... — Então ele chegou a tempo de não te deixar ler? Claramente ele foi atrás de você, né?! AMO. Mas e aí? O que ele fez? Tomou o diário das suas mãos?

Muito pior do que isso, Hidan... Muito pior. E eu amei.

— Itachi, você tá muito vermelho. — Konan falou, começando a rir. — Não me diga que o Kisa já te mostrou o lado mais... “obscuro” dele...

— Ele e Kakuzu fizeram questão de esfregar isso na nossa cara ontem, durante o “eu nunca”. — O albino respondeu. — Agora que estamos falando sobre isso, acho que foi tudo proposital. Com certeza o Kakuzu tá sabendo que o Kisa tá afim de você, Itachi, e quis zoar com as coisas que falou. Ou foi uma armadilha, pros dois analisarem sua reação. Essa dupla é perigosa demais junta. Tobi brinca que eles são parceiros de caça.

Escancarei a boca em surpresa. FAZIA TODO SENTIDO ESSA SEGUNDA TEORIA. COM CERTEZA ELES ESTAVAM DE COMPLÔ PRA ME ANALISAR! O PRÓPRIO KISAME DISSE QUE VIU MINHAS REAÇÕES E ESTADO DURANTE O JOGO. MALDITOS! DESGRAÇADOS! BANDIDOS! TRUQUEIROS! QUE PENA QUE NÃO SE AFOGARAM ENQUANTO SURFAVAM.

Vou ignorar a parte do meu ego que está surtando por saber que eles dois se empenharam tanto em me sondar de forma sutil, só pro Kisame confirmar suas suspeitas sobre mim. Vocês têm alguma dúvida de que é ele que vai implorar pra me comer?

— Ai, sorte a sua que o sharkboy tá querendo seu corpinho submisso nu. — Hidan suspirou. — Eu continuo aqui, só na vontade do Kakuzu me destruir na chicotada.

Acabei rindo junto com Konan daquela fala, mas por dentro eu seguia no surto. É lógico que eu já sabia o que o Kisame queria comigo, ele mesmo tinha deixado claro ontem, mas ouvir da boca dos amigos dele me dava uns negócios doidos no estômago. E agora que Hidan falou de chicotes, minha imaginação voou longe.

— Puta merda. Falando no diabo... Olha essa visão. Destrói todas as minhas estruturas... Queria que o Kakuzu estivesse de cabelo solto. Vi ele assim tão poucas vezes... — O albino murmurou e eu acompanhei seu olhar, encontrando justamente os dois andando e conversando distraidamente. Ficamos em gay silence por alguns longos segundos, até ele falar: — Itachi, você bem que podia me ajudar, né?

— O que? — Perguntei confuso.

— A gente seduz eles dois, juntos, e faz uma super orgia. — Ele me olhou com um sorriso animado e malicioso, fazendo Konan gargalhar.

— Hidan? Achei que você fosse apaixonado pelo Kakuzu. — Respondi.

— E daí? Tô te chamando pra transar, não pra um casamento à 4. — Seu sorriso aumentou. — Vai dizer que não te agrada a ideia de ser cadelizado pelos dois ao mesmo tempo?

CADELIZADO? GENTE? QUE DELIC- EU HEIM. BAIXARIA. Eu estava chocado com aquela clareza toda do albino de saber diferenciar as coisas, mas inegavelmente me sentindo atraído pela possibilidade. E só piorou quando eu voltei a olhar Kisame e Kakuzu rindo de alguma bobeira, perto o suficiente pra eu já ouvir suas vozes.

— Para de arrastar os outros pras suas doideiras, Hidan. Deixa o Ita provar sozinho primeiro, a gente nem sabe se ele curte BDSM. — Konan praticamente sussurrou, para evitar que os recém chegados escutassem.

Eu vou ficar quieto sobre eu ser praticante um tanto regular. Ninguém precisa saber, não é mesmo?

PUTA MERDA. MEU KAMI. KISAME SENTOU NA MINHA CANGA, PERTO DEMAIS. OLHA O HIDAN DANDO UMA RISADINHA. EU VOU SOCAR A CARA DELE ATÉ ELE CRIAR MELANINA.

— Nossa, lembrei que preciso falar de um negócio importante com Yahiko. — Konan falou, se levantando para ir até o mar, deixando nós quatro sozinhos. Desgraçada!

Eu e o albino nos entreolhamos e eu fiz um esforço descomunal pra não ter mais um surto com a cara diabólica que ele fez.

— Hey, Kakuzu, como você vai pra social na casa do Yahi hoje? — Ele perguntou.

O moreno voltou sua atenção pra ele, mantendo uma expressão neutra. Prestei toda a minha atenção naquela interação, porque eu ainda estou indignado com o fato de que esses dois se enrolam há 7 anos.

— Vou de carro, como sempre.

— Então vou com você, tá? Não quero chegar sozinho pra segurar vela pros casais. Chego na sua casa às 4.

— Por que às 4 se tá marcado pras 7? — Interessante. O tom de voz continua neutro.

— Pra te perturbar, ué. — Hidan respondeu sorrindo como se fosse óbvio. Fiquei levemente tenso, pensando sobre o que Konan falou, do Kakuzu nunca dar vácuo no Hidan. Por fim, o moreno se limitou a suspirar e murmurar um “uhum”.

UAU. U. A. U. Vocês viram isso? QUER DIZER. VOCÊS VIRAM O KAKUZU ACEITANDO SER PERTURBADO PELO HIDAN NA PRÓPRIA CASA? Minha gente, se os dois brigaram na faculdade e o Kakuzu é a pessoa mais orgulhosa do mundo a ponto de não ter desculpado ainda, mas não consegue dizer um nãozinho desses pro Hidan…

ELE TÁ É HÁ 7 ANOS SE AFOGANDO EM ORGULHO E TENTANDO DESAPAIXONAR DO ALBINO. TENHO CERTEZA! POR ISSO QUE NÃO PEGOU ELE AINDA. APOSTO QUE NÃO CONSEGUE ACEITAR TOMAR A INICIATIVA DE PUXAR A CONVERSA DA BRIGA! GENTE! EU PRECISO FALAR COM O HIDAN SOBRE ISSO.

— Como você está? Dormiu bem? — A voz baixinha de Kisame chegou aos meus ouvidos e eu virei o rosto lentamente em sua direção, sentindo o princípio de piripaque chegando. Quase me mata e depois vem perguntar se dormi bem… ME AJUDA, KAMI.

Retirei meus óculos, medindo todo o seu rosto demoradamente antes de responder. Acho que eu realmente curto muito esse cabelo azul. Imagina ele no meio dos meus dedos, sendo puxado…

— To legal... Sim, dormi bem. — Apenas sonhei a noite toda com você, sharkmônio. Inventei essa agora. Sharkboy com demônio. Muito cabível, eu sei.

— Eu também. Tive alguns sonhos com você. — PRONTO! Ele sorriu, fazendo uma pausa proposital que me deixou ansioso e morto de expectativa. — Em todos eles você implorava pra eu te deixar gozar e eu te levava até o seu limite antes de permitir. — Seu tom de voz se manteve bem baixo, para que só eu escutasse.

Soltei ruidosamente todo o ar do meu pulmão pela boca, sendo atingido por suas palavras como se elas fossem um trem cargueiro. Meu corpo respondeu imediatamente àquela provocação, se aquecendo e mandando sangue pros lugares errados.

Desestabilizei um pouco mais quando ele começou a rir fracamente, analisando meu rosto.

— É uma graça o quanto você se afeta na minha presença, sabia? Eu gosto disso. — Seus dedos tocaram minhas bochechas e eu os senti extremamente frios, já que ele tinha acabado de sair do mar gelado e eu certamente estava com o rosto em chamas. — E agora que eu já sei mais algumas coisas sobre você... — Dessa vez ele riu com mais vontade.

Estreitei meus olhos. Não... Não. Não. Sasori não fez isso. Ele não pode ter me traído assim. Mas é a cara dele… 

— Eu nem sei ainda o que é que você descobriu, mas eu já estou me questionando se tem acordo de extradição de criminosos entre a Austrália e o Japão, porque eu vou matar o Sasori. Assim que ele sair do mar, é claro. — Respondi, fazendo ele gargalhar.

— Tá tudo bem, não precisa ficar bravo. É um medo muito plausível. — Seu sorriso carinhoso e empático na minha direção me desestruturou todinho. Como que esse homem vai de dominador destruidor pra fofo que faz trabalho voluntário em segundos? Kami, tira da minha mente todos os pensamentos sobre um casamento lindo, romântico e feliz com sexo selvagem todos os dias, por favor.

Pensei em mandá-lo calar a boca, mas agora que eu sabia o risco que eu corria de ser severamente punido por meu comportamento, precisava prestar atenção no que saía da minha boca. É bom evitar punições.

— Você pretende acompanhar o Sasori na casa do Yahiko hoje? — Ele me perguntou e eu agradeci mentalmente pela mudança de assunto.

— Acompanhar é uma palavra muito séria, já que ele e a paquita são grudentos e isso me dá um pouco de ranço. Mas, sim, acho que irei. — Respondi fazendo ele rir outra vez.

Ok. Eu estou descobrindo algo novo sobre mim nesse instante: eu gosto de fazer Kisame rir. Quer dizer, ver aqueles dentes pontudos ao som de uma risada gostosa era bom. Fazia o meu medo quase sumir. Parabéns pela coerência, Itachi. Pra quem acabou de reclamar de um casal grudento, você está bem emocionado pelo seu crush sharkboy.

— Então te vejo mais tarde. — Ele disse, segurando meu queixo, levantando um pouco meu rosto. — Quem sabe eu possa te levar para explorar seu medo de outras formas depois.

Aquilo me fez arrepiar em tantos níveis que acho que mesmo do mar seria possível ver meus poros eriçados. Mas então um pensamento me ocorreu e antes que eu pudesse realmente medir as consequências, minha rebeldia nata empurrou as palavras pra fora:

— Oh, pelos seus avisos de ontem achei que era eu quem teria que implorar por isso. Mas depois desse convite, tenho cada vez mais certeza de que será você quem implorará primeiro. — Estreitei meus olhos, dando um sorriso diabólico. Eu duvidava que ele fosse fazer alguma coisa ali na praia. Tinha muita gente em volta.

Eu sei que uns instantes atrás eu estava falando sobre prestar atenção no que falo, pra evitar punições. Mas eu esqueci de dizer um detalhe: eu gosto de evitar punições desnecessárias. A punição por desafiá-lo sobre o nosso pequeno impasse de quem cederia primeiro, em público, especialmente na frente de Kakuzu e Hidan, era uma que com certeza valia a pena.  

Ledo engano o meu pensamento de que ele não faria nada ali.

Sua mão que estava no meu queixo se abriu para vir envolver meu pescoço. Ele não aplicou nenhuma força, apenas segurou, o que mais uma vez me provava sua experiência e seriedade com a prática: ele não me asfixiaria sem antes conhecer meus limites e combinar os termos comigo. Isso me fez desejar ainda mais conhecer tudo que ele era capaz de fazer.

Escutei um assovio de surpresa, porém não soube se veio de Kakuzu ou Hidan, mas isso me fez morder o lábio inferior pra segurar a risada. Vi seu olhar se tornar ainda mais severo pela minha cara de deboche, o que me deu ainda mais calor. Eu tenho certeza de que a situação da minha bermuda está vergonhosa de tanto tesão.

Sustentei seu olhar e levei minhas mãos com delicadeza para tocar a dele, a que segurava meu pescoço. Fiz um carinho suave ao mesmo tempo em que fechava os olhos e erguia um pouco mais meu rosto, acomodando melhor sua mão ali. Lambi os lábios provocativamente.

— Vai, Kisame. — Sussurrei com a voz quase manhosa. — Eu sei que você quer apertar. Pode vir. Eu aguento até dois minutos de asfixia. — Dei uma risada quase maléfica ao terminar, que logo foi cortada pela interrupção da passagem do ar pela minha garganta.

Isso porque eu falei que não ia implorar ou não me chamo Itachi Uchiha, né? Merda. Qual será o procedimento pra mudar de nome? Essa mão é grande e gostosa demais para ficar onde está sem fazer nada. Não só a mão. Ele inteiro. INFERNO.

Sua mão pressionava das laterais do meu pescoço até o pomo de adão, poupando apenas ele, jogando na minha cara o quanto Kisame dominava a técnica por cortar a passagem do fluxo sanguíneo e do ar sem me machucar ou sequer provocar desconforto naquele ponto sensível.

Ainda bem que eu estava sendo asfixiado, porque senão provavelmente teria gemido, só por imaginar em quantas mais coisas ele era bom.

— Você vai descobrir que ninguém me desafia e faz essa cara de deboche pra mim sem sair impune, Itachi. E ainda não me esqueci da sua displicência de ontem. — Eu sabia pelo hálito quente batendo em meu rosto que ele estava muito perto.

Abri muito pouco dos meus olhos, confirmando minha suspeita. Sorri travessamente e depois tentei lamber sua boca. Ele usou a mão que me asfixiava para me afastar, mas apenas o suficiente pra desviar da lambida, e devolveu meu sorriso, só que de um jeito completamente sinistro, com os dentes à mostra. Kami amado. Primeiro veio o medo pelo impacto da visão, mas depois uma excitação ainda maior me inundou.

— Kisame, as pessoas estão olhando. — A voz calma de Kakuzu me fez abrir por inteiro os olhos. — Você não costuma perder a compostura em público. — Ouvi a risada debochada do mais velho e meu sorriso se aumentou ainda mais. Parece que alguém foi pego na mentira, não é, sharkboy? Ontem mesmo ele estava dizendo que eu teria que me esforçar muito para desestabilizá-lo e eu mal tinha começado minhas provocações.

Kisame olhou bravo para Kakuzu, mas o aperto em meu pescoço se desfez e eu puxei o ar com força, sentindo alívio, a leve tontura do sangue voltando com tudo a circular, e ainda mais tesão, pelo meu próprio nível de apreço pela asfixia e por descobrir que, sim, eu o afetava tanto quanto ele fazia comigo.

Ele se levantou e não disse mais nada, mas o peso do olhar que me lançou já de pé, foi o suficiente para deixar bem claro o aviso de que eu estava fodido. Literalmente. Sustentei seu olhar, gostando ainda mais de sua altura nessa posição. Era um olhar tão superior e imponente que eu poderia fazer qualquer coisa que ele mandasse, desde que ele continuasse me olhando assim.

Kisame andou até onde as pranchas estavam, pegando novamente a que lhe pertencia. Espero que ele saiba surfar de pau duro, porque eu sei que sou o submisso mais gostoso que ele já viu em toda a vida dele. Ri sozinho com o pensamento.

— Você tem coragem, garoto. — Kakuzu disse com um raro sorriso, se levantando também. — Agora entendi porque Kisame está tão interessado.

— Pena que ele vai descobrir que eu não posso ser disciplinado. — Respondi com os olhos ainda vidrados nele.

— É você quem vai descobrir que quer obedecê-lo cegamente. — Seu tom de voz foi tão obscuro que eu fui obrigado a olhar na direção dele. — Ele é excelente em disciplinar bratzinhos rebeldes como você. — Suas palavras me fizeram ter certeza que meu jeito também o afetou.

— Como você sabe disso? — Perguntei em desafio.

Inconsequente eu? Imagina...

— Porque eu fui o mestre dele. — Dito isso, Kakuzu saiu de perto da gente, pegando também a prancha para acompanhar Kisame.

Olhei com a boca escancarada para Hidan, que estava com a mesma expressão. Descobrir ontem que os dois praticavam já tinha sido uma bomba. Mas descobrir que Kakuzu foi Dominador de Kisame em algum momento foi pra cair o cu da bunda.

Essa amizade rende mesmo, heim... E eu achando que eu e Sasori éramos uma dupla imbatível...

— Tá. — O albino rompeu o silêncio. — Eu não sei em quem o meu tesão ta maior agora. Em você, por ter desafiado insanamente os dois. No Kisame, que certamente não vai ter piedade do seu cu. Ou no desgraçado do Kakuzu, que acabamos de descobrir que é o proprietário fundador do BDSM.

Eu acabei rindo. Não tinha como ter outra reação. Ri demais. Ele estava certo. Que kami tenha piedade do meu cu, porque Kisame, com certeza, não terá nenhuma depois disso. Amém.

— Bem que eu já tava desconfiando de tu, japonês. A história do ménage ontem, o negócio que o Sasori falou de caras com modificação corporal, a calcinha de renda e cinta-liga. Mas porra, essa cena aqui com o Kisa foi pra matar mesmo. Você é claramente uma vadia louca das minhas.

Gargalhei, sendo acompanhado por ele.

— É... Não tem como esconder mais. Você descobriu, Hidan. — Concordei, dessa vez sem corar. Eu ainda estava afetado por tudo que se passou, então não tinha saído por completo da personalidade que eu deixava fluir em momentos como aquele.

— O convite para algo entre nós quatro ainda está de pé, viu? Eu quero afrontar os dois com você. — Ele disse rindo.

— Me deixa, Hidan. — Respondi revirando os olhos, acompanhando sua risada. 

 

-*-

 

Eu fui obrigado a fazer as pazes com Sasori, mesmo ainda com vontade de matá-lo por contar do meu medo de tubarões pra Kisame. E por que eu fui obrigado a fazer as pazes?

Bom, primeiro, porque eu ainda ia voltar pro Japão com ele. Segundo, porque era minha pessoa de maior confiança aqui nesse país estrangeiro. Terceiro, porque eu amo demais esse filho da puta. Quarto, porque eu precisava lavar o cabelo e queria que ele ficasse lá no banheiro comigo, conversando, pra eu não ficar nervoso com o chuveiro.

Nos arrumamos no meu quarto exatamente como ontem e eu não aguentei segurar a fofoca, atualizando-o sobre todo o rolê com o sharkboy. Lógico que eu estava dando de mão beijada o combustível pra ele me zoar pro resto da vida, mas e daí, não é mesmo? Eu tenho armas pra zoar de volta também.

— Itachi, você só tem uma função essa noite, ok? Me escute bem: sentar nesse tubarão com tanta força que nem guindaste vai tirar. — Ele disse, me fazendo gargalhar.

— Amigo, eu provoquei tanto ele que to achando que ele não vai me deixar sentar nele por nada nesse mundo. — Suspirei um pouquinho triste. — Provavelmente ele vai me deixar de quatro, com a minha cabeça enfiada num buraco no chão. — Rimos juntos.

— Nem uma chancezinha de rolar um sexo normal entre vocês e ele te deixar sentar? Tem que ser grito no cu e dedaria mesmo? — Sasori me olhou curioso, terminando de colocar seus acessórios.

— Que sexo normal o que, garoto. Eu lá tenho cara de basiquinho? — Lancei um olhar óbvio pra ele. — Eu vou é ficar decepcionado se ele ceder e me deixar sentar.

— Argh. Nunca vou entender essas loucuras que você se mete.

— Relaxa, Saso. É sobre entregar o poder das escolhas na mão da outra pessoa e ela usar isso pra testar seus limites de prazer. Não precisa fazer sentido pra anões da branca de neve.

Ele me olhou com ódio, tacando o secador de cabelo na minha direção. Desviei gargalhando e agradecendo a kami pelo aparelho ter caído na cama. Se fosse pro chão, teria espatifado.

Novamente foi Deidara quem nos buscou. A casa de Yahiko não era uma mansão como a de Kakuzu, mas com certeza era uma boa e confortável casa. E TINHA INTERRUPTORES NORMAIS. Grande vitória.

Assim que chegamos, Hidan já veio na minha direção, me trazendo um copo de cerveja e começando a me empurrar pra um dos cantos mais afastados da sala conjugada com a cozinha.

— O vaso sumiu da casa do Kakuzu. Ele disse que o Kisame quebrou ontem. — O albino praticamente sussurrou. — Você tem certeza de que viu essa porcaria de diário?

— É claro que vi, Hidan. Eu abri e cheguei a ler ele falando sobre estar ansioso pra uma reunião de negócios uns meses atrás.

Ele arregalou os olhos.

— Como assim o Kakuzu ansioso? Eu nem consigo imaginar isso.

— Hidan, pelo amor de kami. Você já parou pra pensar que o Kakuzu, como qualquer outro ser humano, tem sentimentos? Ou você só usa todo o tempo junto de vocês pra fazer piada e dar em cima dele como se ele fosse apenas o corpo gostoso dele? — Ralhei. — O Kakuzu parece ser o mais sério do grupo, então você precisa mostrar que leva ele igualmente a sério.

— E você agora é terapeuta de casal, Itachi? Vá a merda. Não vem me criticar não. — Ele respondeu bravo e eu acabei rindo, porque era óbvio que eu tinha acertado.

— O que vocês fizeram essa tarde na casa dele? — Perguntei.

— Ele ficou fazendo umas coisas do trabalho dele, na escrivaninha, e eu fiquei deitado na cama dele, vendo filme, comendo e tentando convencer ele a deitar comigo. Ele recusava, claro, dizendo que estava fazendo coisas importantes. Também saí do quarto algumas vezes, falando que ia na cozinha, pra tentar achar o diário…, porém nada.

— Você ficou comendo a comida dele e vendo filmes na cama dele? Enquanto ele trabalhava no mesmo ambiente que você? — Repeti. — E você tem dúvida que esse homem te ama e quer estar perto de você? É isso mesmo? — Cruzei meus braços. — Acho que você olha muito pras suas expectativas não atendidas e ignora os sinais que são naturais dele.

Hidan se calou e pela primeira vez desde que eu o conheço, vi suas bochechas corarem.

— Puxa uns assuntos normais com ele, Hidan. Pergunta sobre ele, a vida dele, o trabalho dele, demonstra interesse pela personalidade dele. E fala da sua vida também, deixa ele ver mais sobre você do que seu humor retardado. Ele já gosta de você, só precisa da brecha certa.

— Tá. Tanto faz, japonês. — Ele me cortou, querendo soar bravo, mas logo corou ainda mais. — Como eu vou fazer isso?

Revirei os olhos, tomando a cerveja toda de vez. Não acredito que eu, Itachi Uchiha, zero experiência e noção de relacionamentos, vou tentar ajudar um desajustado mental a se acertar com outro. Mas o que posso fazer? Tenho um fraco por ships estranhos.

— Vamos dar um jeito de puxar assunto com ele. — Decretei, me virando e entrelaçando meus dedos aos de Hidan, para puxá-lo no momento certo para perto dos sofás e pufes onde o pessoal estava. Melhores amigos já. É isso mesmo. Perdeu, Sasori. Fica aí grudado no Deidara, parece aqueles cachorros na pracinha, um cheirando o cu do outro.

Analisei todos ali, constatando que Kisame e Kakuzu estavam dividindo um sofá de dois lugares. Chocando um total de zero pessoas, não é mesmo? Duplinha filha da puta gostosa do cacete. FOCO, ITACHI.

Meus olhos quase brilharam com uma ideia um tanto abusada quando o sharkboy se levantou, indo para a área da cozinha. Puxei Hidan rapidamente, nos levando para sentar no lugar dele, espremidos. Kakuzu nos olhou com uma cara de interrogação, mas acabou sorrindo.

— Itachi, toma cuidado... — Ele advertiu baixo o suficiente pra somente eu e Hidan ouvirmos. — E para de levar o Hidan pro mesmo caminho.

— Como se você não estivesse louco para me- AI. — O Albino interrompeu sua fala e me olhou indignado pelo beliscão que lhe dei. Continuei com minha melhor cara dissimulada.

— Você e Hidan são amigos há muito tempo? — Questionei, alternando olhares entre eles. A compreensão da minha atitude finalmente alcançou Hidan, porque ele sorriu e começou a falar animadamente sobre os tempos da faculdade e – PASMEM – não falou nenhuma bobeira sexual.

Demorou um pouco pro Kakuzu nos dar realmente alguma moral, mas ele não conseguia ignorar quando o albino falava com ele, então cedeu aos poucos e começou ele mesmo a dar alguns pitacos e a contar história. POR FIM, ELE JÁ ESTAVA RINDO COM A GENTE.

EU TO ORGULHOSO DO MEU CASAL. VAI QUE É TUA, HIDAN!

Quando eles já estavam sustentando o papo sem precisar mais das minhas perguntas, eu olhei em volta, estranhando que Kisame não tivesse falado nada por roubarmos o lugar dele – especialmente pelo aviso de cuidado que o moreno mais velho me deu.

Encontrei-o conversando animadamente com Yahiko e Nagato perto do longo balcão que servia de divisão entre os dois ambientes. Estreitei meus olhos, incomodado que ele sequer tivesse me olhado desde que cheguei. Será que repensou tudo e estava com raiva de mim pelo que fiz na praia?

Me levantei discretamente, decidido a sondar a situação. Andei até eles, e iria me aproveitar da proximidade maior que eu já tinha com Nagato, em razão daquela tarde quando cheguei.

— Isso é vinho? — Questionei, fingindo parar despretensiosamente ao lado dele.

— Sim. Eu não gosto de cerveja. — Ele sorriu pra mim. — Quer também?

— Quero sim. — Abri um sorriso amável.

— Vou pegar pra você. — Ele apoiou sua taça no balcão, indo até o armário pegar mais uma.

Olhei primeiro para Yahiko e depois para Kisame, mantendo meu sorriso inocente embora estivesse puto por ele estar olhando para qualquer canto irrelevante.

— Belo trabalho você fez para o casal enrolado ali. — O ruivo disse rindo.

— Oh, então você percebeu? — Eu me animei. — Eles parecem perfeitos um pro outro.

— E realmente são. — Yahiko continuava rindo. — Não é, Kisa?

Olhei com expectativa para o sharkboy, mas fervi mais ainda de ódio por constatar que seu olhar ainda estava perdido em algum ponto aleatório e ele parecia totalmente desinteressado no que falávamos.

— Kisame? — Eu mesmo chamei. Ele piscou algumas vezes, me olhando.

— O que? Falaram comigo?

— Sim. — Yahiko respondeu. — Falamos sobre Kakuzu e Hidan ali no maior papo juntos. E sobre eles serem perfeitos juntos.

— Ah! — Ele olhou na direção do casal e depois para o ruivo. — Realmente. Hidan sempre foi o ponto fraco daquele miserável. Espero que ele finalmente pare de fugir disso.

OLHA SÓ QUE INFORMAÇÃO PRIVILEG- OH! Então é por isso que Konan sugeriu que Hidan perguntasse para Kisame as coisas do Kakuzu? Será que o sharkboy não sabe guardar segredos? Será que solta sem perceber?

— Aqui, Ita. — Nagato me entregou uma taça tão grande e cheia quanto a dele. Agradeci e tomei o primeiro gole, apreciando o sabor. Eu gostava muito de vinho, mas ficava alto muito rápido com ele.

— Licença, pessoal. — Para meu completo desespero e decepção, Kisame falou isso e saiu dali. O QUE DEU NESSE CARA? Me segurei para não ir atrás dele.

— O Kisa tá bem? — Nagato perguntou.

— Sei lá, do nada ele ficou estranho e agora saiu. — Yahiko respondeu.

Tentei desconversar o mais rápido possível com os dois ruivos, pra fugir dali, e logo estava voltando para meu lugar anterior. Me sentei no braço do sofá, ao lado de Hidan, levando minha taça à boca, enquanto encarava Kisame, que agora conversava com Konan, Deidara e Sasori.

ELE ESTÁ ME EVITANDO. É CERTO. Não sei as razões. Ele ficou puto comigo? Perdeu o interesse? Está fazendo uma armadilha pra eu mesmo ir atrás dele? Todas as três hipóteses me dão raiva e ainda mais vontade de provocar a ira dele.

Peguei meu celular, mandando uma mensagem ao meu melhor amigo, pedindo pra ele ser discreto e pelo amor de kami, descobrir com Deidara o número do celular do sharkboy. Seus olhos castanhos vieram na minha direção na mesma hora que leu a mensagem, parecendo confuso, e logo começou a digitar de volta.

“Tá tudo bem? Deidara perguntou pra ele sobre vocês dois, e ele só deu de ombros parecendo desinteressado”. Pressionei os dentes com força, ficando ainda mais possesso . Digitei a mensagem de volta: É O QUE? Arruma o número desse desgraçado agora!

Se eu disse que Hidan ia roubar o posto de melhor amigo, foi a mais completa mentira ingrata da minha vida. Sasori é incrível e perfeito. Ele falou algo com Deidara, fazendo uma cara muito estranha de desconforto e imediatamente o loiro e o próprio Kisame pareceram preocupados. Logo Deidara guiou Sasori para o banheiro. EU TE AMO, DIABINHO RUIVO.

Eu continuei bebendo meu vinho com calma, não desviando os olhos do sharkboy por nem um segundo, e ele teve a audácia de relaxar a postura no pufe, bebendo a cerveja dele como se NADA ESTIVESSE ACONTECENDO. Eu quero quebrar minha taça e cortar a jugular dele.

Meu celular então vibrou e eu olhei ansioso. Era Sasori mandando o número. Sorri diabolicamente, adicionando como contato logo em seguida. Sharkmônio. Perfeito. Voltei ao aplicativo de mensagens, procurando o novo contato.

“O que você tem, babyshark?” mandei, junto de um emoji de tubarão. É, GENTE, O VINHO JÁ TÁ ME AFETANDO. FODA-SE. EU TO COM RAIVA. VOU DEBOCHAR SIM.

Só kami sabe o quanto meu ódio se multiplicou agora. Eu vi a luz do celular dele acender no bolso da calça, através do tecido, indicando a nova mensagem, e ele simplesmente IGNOROU. Comecei a digitar furiosamente e enviar uma atrás da outra:

“OLHA ESSA MERDA DE CELULAR, KISAME”

“NÃO ESTOU TE ENTENDENDO”

“PARA DE IGNORAR O CELULAR”

“AAAAAAAA”

“QUAL O SEU PROBLEMA?”

“POR ISSO QUE EU NÃO TE SUPORTO”

“OSIJVOEW”

“FLWOEJFIW”

“FOWIEJFOIW”

“OHWOIGHWE”

“SWDAALKFN”

O celular deve ter vibrado tanto que ele finalmente pegou o aparelho, com a cara confusa. Alguns segundos depois ele moveu só os olhos na minha direção, inexpressivo demais para o meu gosto. Fiquei ansioso quando ele começou a digitar.

“Quando eu te autorizei a me importunar por mensagens?”

Escancarei a boca antes que pudesse controlar minhas próprias reações. IMPORTUNAR? ESSE HOMEM PERDEU A NOÇÃO? Digitei a resposta ainda mais rápido:

“Não brinque comigo.”

A resposta chegou imediatamente:

“Ponha-se no seu lugar.”

ELE ME BLOQUEOU? ELE- SIM. BLOQUEOU. Olhei-o com ódio, mas novamente ele estava com seu semblante tranquilo e, para o meu completo azar, Tobi se sentou perto dele para puxar assunto.

— Eu te avisei, Itachi. — A voz de Kakuzu ganhou toda a minha atenção.

— Não sei do que está falando. — Desconversei, bebendo o final do meu vinho e saindo dali, para buscar mais.

Aproveitei que Sasori e Deidara voltaram e se juntaram a Kisame e Tobi, e fui grudar no meu melhor amigo, me sentando ao lado dele. Mas a verdade é que eu não tirava os olhos do sharkboy, e eu juro que se eu pudesse, queimaria ele só com o meu olhar. Faria ele entrar em combustão instantânea com o fogo mais preto do fundo mais fundo do inferno.

— Deu certo? — O ruivo sussurrou em japonês pra mim, muito discretamente.

— Ele me bloqueou. — Respondi da mesma forma. Sasori me olhou, mas logo começou a rir descontroladamente, atraindo toda a atenção pra nós dois. — Caralho, você é muito cuzão comigo, né?

— Não acredito que você enrolou tanto o cara, que ele realmente perdeu o interesse.

— A culpa certamente é sua, que contou pra ele do meu medo e cagou as minhas chances. O cara deve me achar um otário agora.

— Se ele te acha um otário, ele está coberto de razão, Itachi. Mas não deve ser esse o motivo. E que ótimo você admitindo que estava mesmo afim.

— Vamo parar de segredinhos em japonês? — Deidara interveio, nos fazendo olhar sérios pra ele.

— Ah, eu acho fofinho eles falando em japonês. — Tobi sorriu. — Me sinto vendo anime. Sem a legenda. Ou seja, não entendo nada. Mas é fofo.

Acabei rindo e olhei pra Kisame. OLHA LÁ. A CARA DE DESINTERESSE NO ASSUNTO. AAAAAAAAAAAAAAA. Eu to com tanto ódio que acho que posso chorar a qualquer momento. Me levantei sem dar explicações e fui pra pequena varandinha que tinha na entrada da casa. Sentei-me em uma das cadeiras, bufando.

Cara, eu não fiz nada demais. Como que ele tinha perdido o interesse? Por que ele não falava logo isso na minha cara então? Covarde. Repassei mentalmente várias vezes todas as minhas atitudes desde que ele me abordou no corredor da casa do Kakuzu e concluí que eu realmente não tinha feito nada além de provocá-lo. E até onde já tinha sido esclarecido pra mim, ele gostava disso.

Peguei meu celular outra vez, abrindo o aplicativo de mensagens, quase dando um pulo ao notar que ele tinha me desbloqueado. QUE JOGO É ESSE, KISAME? INFERNO.

Mordi o lábio inferior, decidido a tentar um golpe baixo para descobrir se eu tinha mesmo perdido ou não a chance com ele. Fui até o meu bloco de notas, copiando algo que preparei um tempo atrás, pra evitar ter que memorizar e falar sempre. Voltei à nossa conversa e colei ali. Enviei.

Era a lista de todas as práticas BDSM que eu gostava de fazer, bem como aquelas que eu não tolerava de forma alguma.

Fiquei ansioso quando ele visualizou, mas quis berrar com o celular quando ele ficou offline. E era isso que eu ia fazer se a porta da casa não tivesse sido aberta com brutalidade, me fazendo pular de susto, e fechada da mesma forma quando ele terminou de sair.

— Você sabe a principal razão para as pessoas terem medo de tubarões, Itachi? — Recebi todo o impacto de sua imponência, a ponto de perder até a voz, então apenas neguei com a cabeça.

Kisame se inclinou para baixo, ficando com o rosto muito próximo ao meu, apoiando suas mãos nos braços da cadeira onde eu estava, praticamente me cercando.

— É porque os seres humanos têm medo de perder o controle. Têm medo de serem devorados por um animal que é muito mais forte e claramente possui o domínio. — O modo como ele falava e os dentes pontudos apareciam me faziam ofegar, enquanto eu me lembrava de cenas de ataques que já vi, mas ao mesmo tempo lembrava dos breves contatos físicos que tivemos, que em nada se pareciam com aquelas coisas aterrorizantes. — Você sabe o que vai acontecer com você agora? — Sua voz continuou tão sinistra, que eu realmente estava paralisado, só conseguindo alternar olhares entre seus dentes, olhos e guelras tatuadas nas maçãs.

Grunhi de susto com o tapa acertado em meu rosto, e depois meu maxilar sendo agarrado, me forçando a olhar pra ele.

— Quando eu te fizer uma pergunta, você deve responder, cadela.

— N-não sei. — Praticamente sussurrei, sentindo meu corpo responder positivamente à agressividade da abordagem e ao próprio xingamento.

A mão largou meu maxilar e foi para o meu cabelo, puxando-o com a mesma força, tombando minha cabeça pra trás. Arfei pela surpresa.

— De agora em diante, não vou mais tolerar que se dirija a mim sem o devido respeito. Responda direito se não quiser que todos dentro daquela casa escutem você sendo punido aqui mesmo.

— Não, senhor, eu não sei o que vai me acontecer agora. — Respondi sentindo meu corpo se incendiar por apenas chamá-lo assim.

— Muito bem. — Ele sorriu com desprezo. — Eu vou te mostrar o que vai acontecer. — Ele se levantou, apertando ainda mais meus fios entre os dedos, me fazendo levantar junto. — Vamos. — Começou a me guiar daquela forma para o portão da casa. Se eu perdesse o ritmo de seus passos, meu couro cabeludo doía pelo puxão, então eu precisava andar com atenção e manter minha cabeça perto de sua mão.

Ele abriu a porta do passageiro de uma enorme caminhonete preta, me pegando pela cintura sem a menor dificuldade e me pondo sentado no banco. Fechou a porta e deu a volta. Eu acompanhei cada movimento, ainda respirando com força e adrenalina.

Sorri sozinho ali dentro do carro, analisando cada pedaço visível daquele homem. Na sequência, Kisame abriu a porta do motorista, entrando e me lançando um olhar tão irado que mordi o lábio inferior, sentindo meu medo e desejo brincando um com o outro.

— Posso perguntar para onde estamos indo, senhor? — Questionei com o sorriso ainda no rosto, me lembrando que ele não gostava de ser questionado sem permissão.

— Para a minha casa.

Vibrei internamente em expectativa só de pensar que tipo de acessórios esse homem deveria ter na casa dele, bem como que tipo de planos ele tinha em mente agora que tinha conhecimento das minhas práticas.

Não demoramos quase nada para adentrar a garagem de uma casa bonita. Ele estacionou e eu fiquei absolutamente parado, sem saber se eu deveria descer sozinho ou ele me tiraria dali da mesma forma que me botou. Mas minha resposta veio em forma de outro pequeno susto, quando fui puxado para me sentar em seu colo, de frente pra ele.

— Apesar da sua punição já ter começado, a partir de agora vamos precisar da safeword. Escolha uma. — Ele ditou enquanto soltava meu cabelo com gentileza e depois corria os dedos pelos fios, moldando-os como queria em volta do meu rosto.

Pensei um pouco em qual palavra escolher.

— Dango. — Respondi com um risinho fraco, que foi correspondido enquanto suas expressões se suavizavam. Oh, que golpe baixo. Senti uma vontade absurda de beijar aquele sorriso, encarando sua boca por longos segundos e depois voltando a olhar seus olhos.

— Se qualquer coisa te incomodar, inclusive o que eu falar, diga a safeword, tá bem? Sei que você é brat, mas não precisa ultrapassar nenhum limite seu pra me provar nada, viu? — Ele usou um tom de voz tão gentil que eu quase me esqueci de que estava prestes a participar de uma sessão.

— Tá bem. — Concordei, assentindo. Seu sorriso se fechou e eu arregalei os olhos, me corrigindo rapidamente. — Tá bem, senhor. Me desculpe, não vai mais acontecer.

Ele continuou me olhando seriamente e, ao mesmo tempo, parou de mexer nos meus cabelos, vindo com uma carícia suave até meu rosto, com as pontas dos dedos. Fechei os olhos quando o toque desceu da mesma forma leve para meu pescoço, depois ombros. Por último, desceu pelos meus braços.

Mordi o lábio inferior quando meus pulsos foram firmemente fechados dentro de suas mãos, que os circulavam sem nenhuma dificuldade, e levados para as minhas costas, me imobilizando. Sua respiração quente arrepiou meu pescoço e eu fiquei ansioso, esperando o toque, que, porém, não veio. Grunhi em frustração, me remexendo um pouco sobre suas coxas.

— Você não sabe o prazer que eu tenho em negar as coisas que vagabundas como você querem. — Ele manteve só uma mão segurando meus pulsos e subiu a outra pela linha da minha coluna, ainda por cima da roupa, até fechar os dedos nos meus cabelos, bem rente a raiz, mas sem puxar. Sorri, abrindo os olhos para encará-lo.

— Foi por isso que o Senhor me ignorou na casa do Yahiko? Foi esse o início da punição? — Perguntei. — Ah! — Exclamei quando imediatamente após a minha pergunta, meu cabelo foi puxado e meus pulsos mais apertados.

— A única coisa mais patética em você além da sua rebeldia, é o tamanho do seu ego, Itachi. — Sussurrou perto do meu ouvido. — Você se acha muito e eu quis te mostrar como você é ridículo e desesperado pela minha atenção.

É um filho da puta mesmo, não é? Como desde o início ele me leu tão fácil? E como pode me deixar com tanto tesão jogando essas merdas na minha cara? Deve ser porque eu sou um filho da puta ainda pior que gosta.

— E você não aguentou nem duas horas de indiferença, não é mesmo? — Ele riu, finalmente lambendo meu pescoço. Gemi baixinho, apreciando o calor e aspereza do contato. — Está tão sedento pra que eu coma esse rabo que veio desesperado me mandando sua lista, não é? — SIM, INFERNO! Kisame lambeu minha orelha depois disso, me arrepiando e fazendo mexer mais em cima dele, querendo aproximar mais meu corpo, mas sendo impedido pelas mãos que ainda me seguravam da mesma forma.

Ganhei beijos gentis pelo maxilar até o canto da boca e arfei em ansiedade, entreabrindo os lábios. Mas como eu já suspeitava, ele pulou minha boca, indo para o outro canto dela e seguindo a linha do maxilar até a outra orelha. Pensei em reclamar, mas as coisas estavam num ritmo muito gostoso, o qual eu não queria perder agora.

— Vamos subir. — Decretou.

Fiquei com sentimentos conflitantes quando ele me pôs no chão, já fora do carro, e entrelaçou nossos dedos, me puxando pra dentro da casa com um sorriso gentil. Essa dualidade ia me matar do coração...

Já no segundo andar, ele me guiou até um quarto bonito, com cores neutras e decoração minimalista, no qual paramos na entrada. Poderia ser mesmo um belo e normal quarto de hóspedes, se não fosse pelos discretos petrechos de metal parafusados no teto, parede e cabeceira, os quais eu já sabia da utilidade.

— Desta porta pra dentro você não fala sem minha autorização, exceto se for para responder perguntas, tirar dúvidas, pedir alguma coisa ou, claro, dizer a safeword. Você não olha pra mim sem a minha autorização. Mas quando eu tocar seu rosto, você pode me olhar. Você não pode me tocar sem a minha autorização, muito menos gemer ou gozar. Entendido?

— Sim, Senhor.

— Tire toda a roupa e me espere na cama. Fique de joelhos no centro dela.

Obedeci, já me corroendo de ansiedade. Me pus na posição indicada, olhando minhas mãos repousadas no meu colo, para não descumprir gratuitamente a ordem de não o olhar. Escutei ele abrir o armário e mexer em algumas coisas.

Depois de alguns minutos, que pra mim foram muito longos, ele fechou o armário. Senti seu peso afundar o colchão quando ele também subiu na cama, e logo soube que seu corpo estava ajoelhado exatamente atrás do meu.

Suspirei com o toque suave afastando meu cabelo para o lado, seguido de selinhos na minha nuca e lateral exposta do pescoço. Tombei um pouco a cabeça, oferecendo mais acesso. Precisei comprimir os lábios um contra o outro para não emitir nenhum som quando os beijos viraram chupões gostosos que sugavam minha pele com força.

As laterais do meu tronco se arrepiaram quando ele passou as pontas dos dedos por ali, deixando a área mais sensível, e meu estado piorou quando senti beliscões nos mamilos. Kisame os apertou, esfregou e puxou por um bom tempo enquanto ainda maltratava a pele do meu pescoço com a boca, certamente se divertindo com o volume da minha respiração e esforço para não gemer.

Ele manteve uma das mãos ainda me estimulando e trouxe a outra até meu maxilar, virando meu rosto na direção do seu e sussurrando para que eu o olhasse. O obedeci, deixando transparecer toda a luxúria e aproveitando o carinho de seu polegar na minha bochecha, que logo veio acariciar meus lábios, me arrepiando pela sensibilidade do local.

Entreabri os lábios e imediatamente seu polegar escorregou para dentro da cavidade, pressionando e esfregando minha língua. Então Kisame segurou a ponta dela, puxando-a para fora na minha boca e agora deslizando o indicador e o médio por ela até entrar na minha boca e fazer movimentos de vai e vem. Suspirei extasiado pela excitação, morrendo de vontade de rebolar contra ele, mas contido por saber que não tinha autorização para tocá-lo.

Seu olhar no meu era tão intenso que o desejo entre nós já estava quase se materializando, detalhe este que eu estava amando. Em seguida, ele retirou os dedos da minha boca e aproximou mais o rosto, alternando agora olhares com os meus lábios. Merda, desde ontem eu quero tanto que ele me beije e ele fica me torturando. Não acredito que eu vou fazer exatamente o que eu disse que não faria...

— Por favor, Senhor. — Quase ronronei aquele pedido. — Me beije.

Ele riu fracamente, mantendo um sorriso divertido em seu rosto.

— Esse ar de gatinho manhoso não me engana. — Respondeu, chegando ainda mais perto do meu rosto, a ponto de roçar os lábios nos meus ao falar.

— Por favor... — Sussurrei outra vez, fechando os olhos sem qualquer esforço para conter minhas feições de súplica.

Eu queria tanto aquele beijo, que precisei me controlar pra não gemer de satisfação quando seus lábios finalmente tomaram os meus com possessividade e avidez. Sua mão molhada pela minha saliva tomou novamente meu mamilo entre os dedos, apertando com força, ao mesmo tempo que sua língua explorava e domava todos os cantos da minha boca.

Era tão bom que meu corpo deu uma leve amolecida, se rendendo a aquele beijo e ficando ainda mais a sua mercê. Sorri em pura felicidade quando ele separou o beijo, voltando com os beijos ao meu pescoço.

— Você já está duro com tão pouco. — Ele disse com um tom de deboche, certamente conseguindo ver dali o estado em que eu me encontrava. — Mas é mesmo uma vadia sedenta, não é?

FILHO DA PUTA. Ele atendeu ao meu pedido só para me humilhar mais. E definitivamente aquelas últimas palavras fizeram minha ereção pulsar, querendo alívio.

Aliás, todo o meu empenho em não gemer foi por água abaixo quando um beliscão mais forte nos meus mamilos veio acompanhado de uma mordida na volta do meu pescoço com o ombro.

No exato instante em que eu senti a arcada pontuda me tocar, deixei uma alta exclamação de surpresa sair, que rapidamente se transformou num som de deleite à medida que os dentes foram pressionando mais.

Eram dentes muito fidedignos, puta merda, e a sensação deles na minha pele me fez visualizar, ainda que mentalmente, as arcadas reais de tubarão. E era muito difícil para a minha cabeça processar aquela adrenalina enquanto ele continuava a me estimular tão gostoso no peito e meus lábios ainda latejavam pela agressividade do beijo.  

Mas eu desrespeitei uma regra e sabia que seria punido. Todos os toques no meu corpo cessaram e fiquei perdido por alguns segundos, sem saber o que viria a seguir. Porém logo a resposta veio: minha bochecha ardeu com mais um tapa, e a mesma mão que me bateu, se fechou ao redor do meu pescoço, me trazendo para colar as costas contra seu peito.

— Você precisa mesmo ser punido para aprender seu lugar, bratzinho filho da puta. — Kisame sussurrou ao pé do meu ouvindo, mordendo agora a cartilagem. Depois chupou a pele do meu pescoço onde tinha mordido, fazendo-a doer.

Então meus pulsos foram outra vez segurados e levados pra trás do meu corpo. Entendi sua intenção quando a conhecida textura de uma corda tocou minha pele. Bondage. Puta merda. Era um dos meus fetiches mais fortes e eu mal podia esperar para saber que tipo de amarração ele faria.

As cordas foram transpassadas pelo meu peito, costas e alto dos braços. Já nas pernas, na esquerda ele as passou pela minha coxa e panturrilha, deixando-as juntas inclusive. Na esquerda, passou apenas pelo tornozelo.

Então fui suspenso pelos dois centros de força das cordas e carregado para fora da cama como se fosse uma boneca de pano. Quanto de força esse homem tem, kami? Que delícia.

Kisame me colocou deitado de bruços no chão exatamente embaixo de grandes argolas pregadas no teto, e passou as cordas principais por lá, puxando-as e me fazendo suspender no ar até a altura que bem entendeu. Logo o desconforto pela circulação prejudicada se fez presente, mas isso não me incomodou de alguma forma relevante.

Pelo contrário, eu estava ainda mais ansioso e excitado, pois além de suspenso e imobilizado, a forma como ele amarrou minhas pernas me deixava exposto e à mercê de seus toques.

— Olha pra mim. — Mandou assim que se abaixou próximo ao meu rosto. Levantei meu olhar do chão para seu rosto. — Eu comprei isso hoje, especialmente pra você. — Me mostrou o longo e rijo chicote com um retângulo de couro na ponta, sorrindo sombriamente. — Sabe por quê? — Ele perguntou, se levantando e sumindo do meu precário campo de visão.

— Não, Senh- — Mordi o lábio, contendo o gritinho de susto quando o primeiro golpe acertou com força a minha nádega esquerda. Soltei o ar com tudo, sentindo um nível moderado de dor.

Vi que ele voltou e parou em pé à minha frente, e logo sua mão me agarrou pelos cabelos, me fazendo olhá-lo.

— Porque eu sabia que minha vadiazinha viria aqui de bom grado receber uma bela surra, do jeito que ela gosta. — Suas palavras me afetaram muito, me fazendo queimar mais de desejo, mas propositalmente eu sorri de forma desafiadora, arqueando uma das sobrancelhas.

Para minha surpresa, isso pareceu não abalá-lo de forma alguma, ele apenas manteve o sorriso cínico e o olhar superior enquanto passava a ponta de couro do chicote na minha bochecha, o que, sinceramente, eu amei e me fez pensar sobre quais planos ele tinha para me fazer pagar por todas as afrontas. 

Então, de repente, soltou meus cabelos, empurrando minha cabeça para baixo, e eu voltei a olhar o chão.

Sem avisos, sobressaltei quando o chicote cantou no ar e acertou minha coxa direita, logo abaixo da bunda. E antes que eu pudesse sequer superar aquele golpe, ganhei mais uma série deles nas duas coxas e toda a bunda, começando moderados e terminando fortes e ardidos, me fazendo respirar ruidosamente pelo esforço de conter gemidos ou grunhidos.

Senti sua mão tocando os locais atingidos, acariciando-os com lentidão e suavidade, fazendo o calor da região se espalhar pelo resto do meu corpo em forma de arrepio. Relaxei imediatamente, já bastante afetado pela primeira onda de endorfina resultante de toda a dor e adrenalina.

Maldito gostoso, ele ia me enlouquecer.

As carícias seguiram até que, outra vez sem qualquer anúncio, veio um tapa bem espalmado na minha nádega direita, que chegou a projetar meu corpo pra frente naquelas cordas. Mordi o lábio inferior com força, não querendo gemer pela satisfação eufórica do golpe. Eu queria outro, e queria mais forte. 

Tentei me mexer de forma sutil, especialmente o quadril, querendo tornar as coisas ainda mais atrativas, o que me rendeu mais chicotadas, mas agora na área interna das minhas coxas. Apesar delas terem sido menos fortes, doeram tanto quanto as outras, já que a área era mais sensível. Mas era uma sensação ardida, dolorosa e pontual incrivelmente deliciosa naquele nível de excitação e química em que eu me encontrava. 

Os golpes cessaram e eu fiquei ansioso, sem saber onde Kisame estava e desejando mais. Finalmente seu corpo entrou no meu campo de visão e ele parou ao meu lado, segurando meu cabelo e empurrando ainda mais meu rosto pra baixo, fazendo as cordas na parte superior do meu corpo me apertarem mais.

— Olha só como eu mal comecei a te bater e você já está escorrendo de tanto tesão. — Sua voz baixa dizendo coisas assim me faz quase revirar os olhos em deleite. E como ele mandou, olhei. E olhei a ponto de ver um longo filete de pré gozo que escorria do meu pau se romper e pingar no chão, onde já existiam algumas gotas. 

Vi quando a ponta do chicote passou pela minha glande, brincando com toda a umidade ali, fazendo todo o meu corpo se arrepiar e o meu pau pulsar de desejo, enquanto o gemido entalava na minha garganta. 

Kisame retirou o chicote dali e puxou meus cabelos pra me fazer levantar o rosto, enquanto se movia para ficar na minha frente.

— Olhe pra mim e abra a boca. — Mandou. Fiz exatamente aquilo.

Ele pôs a ponta de couro melada na minha língua, sorrindo de um jeito que me fez sentir ainda mais calor. Chupei-a, olhando provocante em seus olhos, apenas desejando com toda a minha vontade que fosse o pau dele ali. 

— Você deve estar querendo muito que eu te foda, não é, Itachi? — Ele retirou o chicote dali, analisando a ponta. — Eu conheço esse olhar de animal no cio. 

MALDITO. MIL VEZES MALDITO. Senti coisas completamente irracionais sobre ser comparado dessa maneira, e minha cara ardeu em humilhação e desejo quando mais uma fisgada no baixo ventre fez minha ereção contrair.

— Como se você estivesse muito melhor do que eu. — Respondi com raiva, olhando o volume claramente marcado em sua calça, bem próximo ao meu rosto inclusive.

Mas me arrependi imediatamente e acabei soltando um pequeno grito quando o chicote chiou no ar de baixo pra cima e acertou meu mamilo direito. Doeu pra caralho. E antes que eu pudesse raciocinar aquela dor, ele ergueu o chicote, descendo golpes dolorosos no alto das minhas costas, mantendo-se longe apenas da linha da coluna. Depois largou meu cabelo e foi pra fora do meu campo de visão.

— Sabe por que está sendo punido, não é? — Sua voz alcançou meus ouvidos. — Diga em voz alta. — Mandou.

— Porque desafiei e desrespeitei o Senhor. — Respondi quase choramingando.

Mais 5 golpes foram desferidos na minha bunda, bem fortes e ardidos, aquecendo os pontos onde batia, espalhando ainda mais tensão, euforia e desejo pelo meu corpo. Caralho, eu só quero que ele me desça daqui e acabe comigo de uma vez.

Senti, então, a ponta de couro acariciar meus testículos e tentei inútilmente fugir, pois estava imobilizado. Claro que eu tinha plena consciência de que poderia usar a safeword se quisesse parar a iminência daquele golpe, o que definitivamente eu não queria.

— Por favor, me desculpe, Senhor. — Pedi manhoso. 

Escutei um riso anasalado vindo de trás de mim e respirei aliviado quando o chicote foi retirado dali.

— Está desculpado. Mas... — Ai meu kami. Fiquei ansioso escutando seus passos pelo quarto, se afastando, mexendo em algumas coisas e voltando para atrás de mim. — Quero ouvir você dizer em alto e bom som o que você é.

Senti vontade de suspirar, porque eu sabia exatamente o que ele queria ouvir. Fechei os olhos, custando a acreditar que ia verbalizar algo tão humilhante, mas com tanto prazer e vontade:

— Sou sua vadia, Senhor.

— Ah... Bom garoto. — Ele riu. — Merece até uma recompensa. — Escutei sons não identificáveis e quase mandei à merda a proibição de gemer quando seus dedos espalharam lubrificante pela minha entrada. Eu estava sensível em níveis absurdos e cravei as unhas com força na palma das minhas próprias mãos quando ele enfiou de vez um dildo com a base em plug, o que permitiria que não fosse expelido pra fora.

Mesmo com lubrificante ardeu, mas os movimentos logo em seguida que se iniciaram eram ótimos e não tardaram a estimular minha próstata.

— Senhor, por favor, me deixe gemer. — Pedi quase entredentes.

— Não. — Meteu o dildo com força e manteve ele quase todo enterrado, me fazendo revirar os olhos pelo prazer. — Eu gosto de ver minhas vadias no limite.

Ouvi que ele se afastou novamente, pegou alguma coisa e veio novamente pra minha frente, repetindo o mesmo ritual de puxar meus cabelos para me fazer olhá-lo.

— Vou te descer daí em 3 minutos. Se prepare para a melhor tortura da sua vida. — Dito isso, me mostrou uma corda fininha em sua mão, que eu desconfio que seja um fio de lã. Soltou meus cabelos e se foi outra vez.

Precisei de uma força sobrenatural para não gemer quando ele começou a enrolar firmemente aquele fio na base do meu pênis, bem como no início dos testículos, fazendo o mesmo efeito do anel peniano. Quando terminou, começou a beijar minhas coxas e bunda, exatamente onde tinha batido, e lambeu alguns dos vergões também, me causando uma ardência que conflitava de forma absurdamente gostosa com o prazer que eu sentia pelo dildo dentro de mim, junto da crescente sensibilidade no pau.

Soltei o ar com força, manifestando meu descontentamento por ele ter parado aquelas carícias, escutando sua risada em reação.

Senti meu corpo começar a descer e com cuidado fui deitado no chão, tendo espasmos de prazer por sentir o meu próprio peso pressionar meu pau tão necessitado contra o chão frio.

As cordas foram habilmente desamarradas e logo eu estava livre de todas. Exceto do fio de lã, claro.

Kisame me fez ficar sentado sobre meus joelhos ali no chão e então me mostrou um pequeno objeto branco em suas mãos. Arregalei os olhos quando me dei conta de que se tratava de um controle remoto, e assim que ele apertou um dos botões, imediatamente o dildo vibrou dentro de mim.

Abri a boca sem conseguir conter o forte gemido, não me surpreendendo quando meu rosto foi atingido por um tapa de força moderada. O problema é aquele ditado né, se passa um boi, passa uma boiada. Fechei os olhos, incapaz de conter a mistura de gemido e choramingos de prazer, inebriado pela sensação agoniante de tesão e necessidade que vinham da vibração direta na minha próstata, tão à beira da insanidade que eu precisava de qualquer coisa vinda de Kisame que estivesse no mesmo nível agressivo de desespero em que eu mesmo me encontrava.  

Meu maxilar foi segurado com força e puxado para me obrigar a olhá-lo. Foquei em seu rosto, vendo-o com um pequeno sorriso ali. 

— Vagabunda desobediente… — Sussurrou antes de me acertar outro tapa no rosto, no mesmo lugar, fazendo minha face arder. Gemi em êxtase, desejando aquele calor em cada pedaço de pele que cobria meu corpo. Em reação, Kisame riu e começou a acariciar a área em que bateu, falando em seguida: — Eu conheço bem esse olhar de puta que quer apanhar mais. — Desgraça de homem gostoso me xingando. Contraí com força ao redor do dildo, querendo-o ainda mais pressionado dentro de mim, já me perdendo nas fantasias sobre aquele filho da puta me fodendo. — Eu te avisei.

A vibração cessou no mesmo instante, subindo meu desespero pelo prazer. 

— Não! — Falei um tanto arrastado, inconscientemente fazendo curtíssimos movimentos de sobe e desce sobre os meus joelhos, do qual eu só me dei conta quando o ouvi rir mais. Fiquei com raiva dele e de mim, sabendo que estava dando-lhe um belíssimo show de pirraça brat. 

— Não?! — Ele repetiu num tom bastante severo, apertando meu maxilar. — Não o que?

Contraí as sobrancelhas, sentindo ainda mais raiva. 

— Por favor, não, Senhor. — Corrigi a fala com cinismo. 

Para meu ódio completo, Kisame voltou a sorrir, soltou meu rosto e deu alguns passos para trás, mantendo os olhos castanho-amarelados fixos nos meus. Eu o queria tão irritado quanto eu mesmo estava, pra que ele me pusesse logo de quatro e acabasse comigo. Mas não. NÃO.

Acompanhei atentamente ele desabotoar a própria camisa, tendo minha raiva significativamente abalada à medida que seu corpo aparecia. Filho da puta gostoso pra caralho. E, então, quando ele finalmente desceu as mãos para o cós da própria calça, seu sorriso aumentou ao me questionar:

— O que está olhando, Itachi?

CARALHO, A REGRA DE NÃO OLHAR. 

Soltei ruidosamente o ar que sequer tinha notado que prendi, descendo meu olhar para minhas coxas. MERDA, MERDA, MERDA. Qual vai ser a punição agora? Eu vou me ferrar, quer ver? 

Escutei o som que provavelmente indicava que ele estava retirando os próprios sapatos e calça, e, em seguida, o de algumas coisas sendo mexidas. 

Pela visão periférica, o vi caminhar para sair do meu campo de visão, atrás de mim. Sem avisos, o quadrado do chicote encontrou com força minhas costas e cintura em alguns golpes. Cerrei o maxilar com força, prendendo qualquer som. Foi dolorido e desconfortável, mas pelo som do chicote eu consegui dimensionar que meu corpo já estava significativamente anestesiado para a dor, porque, em condições normais, aquilo incomodaria muito mais. 

Como fechei os olhos e me concentrei em suportar os golpes, me surpreendi quando meu rosto foi tocado com delicadeza e erguido. Foi, então, que me deparei com a visão de Kisame apenas de cueca, com um semblante sério tão sedutor pra mim, que não evitei a contração ao redor do dildo. Observei hipnotizado ele se ajoelhar à minha frente e, para minha surpresa e felicidade, apagando qualquer resquício de raiva ou desconforto pelas punições, me derreti quando ele me beijou e manteve as mãos acariciando meu rosto.

Sua língua se arrastava lenta e deliciosamente contra a minha, fazendo choques gostosos percorrerem meus nervos. Ele inclinou um pouco o corpo sobre o meu, dominando ainda mais o beijo e indo mais fundo na minha boca, depois se afastou, puxando meu lábio inferior entre seus dentes, fazendo meu medo brincar com a excitação em níveis bem mais críticos do que no primeiro beijo, o que agora me deixou ainda mais sedento por experimentar os detalhes em sua aparência.

Ele soltou meu rosto e eu imediatamente olhei pra baixo, completamente de volta às regras. Foquei especificamente nas minhas próprias mãos, que estavam apoiadas nas minhas coxas. Fechei-as com força, olhando agora a minha própria ereção, inchada e toda avermelhada em razão das amarras com o fio de lã. Céus, eu não sei o quanto eu aguento de tesão, mas já me sinto muito perto do limite. Meus testículos parecem incrivelmente pesados e doloridos nesse momento. 

— O que foi, Itachi? — Ele questionou parecendo se divertir. — Você quer ser tocado?

— Sim, Senhor. — Soei o mais dócil possível, tentando conseguir algo dele.

— Não sei se quero te tocar. 

— Por favor, Senhor. Por favor.

— Está sensível? — Questionou.

— Sim, Senh- — Fui acometido pela forte sensação de choque com o beliscão repentino que ganhei no mamilo direito. Para minha sorte, eu estava inspirando ar naquele momento, então apenas o fiz mais alto, sem deslizar na regra do gemido. — Sim, Senhor. Muito. — Respondi com a voz mais baixa. Sua mão deixou meu rosto, então tratei de olhar para baixo.

Exatamente como no início da sessão, ele usou as pontas dos dedos com muita suavidade sobre as minhas costelas, mas dessa vez levando o movimento na direção do meu baixo ventre. À medida que o toque se aproximou e passou pelo meu umbigo, minha ereção pulsou mais forte do que todas as vezes até então, o que me trouxe mais dor, porém prazer no mesmo nível, este muito mais psicológico do que físico, óbvio. 

— Estou gostando de ver seu pau assim. — Ele sussurrou, o que me provocou um arfar e uma sensação deliciosa no ego, tendo certeza que ele estava com tanto tesão quanto eu. Olhei descaradamente para sua cueca, sentindo meu pau fisgar novamente apenas por ver a ereção dele presa ali. — Tanto que talvez queira ele assim até o fim da sessão.

Arregalei os olhos em desespero pela possibilidade de não gozar, olhando-o. Mas assim que me lembrei da regra, voltei a olhar minhas coxas.

— Desculpa, Senhor! — Pedi sem conseguir esconder a agonia da minha voz. — Me desculpa por quebrar a regra de olhar, por favor. — Implorei. — Não me deixe sem gozar, por favor. 

Kisame riu em resposta e o vislumbrei levantar e andari até a cama, sentando-se lá.

— Então venha se desculpar. Ande de quatro até aqui. — Mandou.

Obedeci, devorando seu corpo com os olhos enquanto ia até ele. Parei entre suas pernas, sentindo meu coração acelerado como poucas vezes na vida.

— Me diga o que fazer, senhor. — Pedi.

— Se você me chupar bem direitinho, pode até me olhar agora, eu começo a considerar se você merece sequer que eu foda esse rabo. — Desci os olhos sentindo meu corpo chegar em níveis insanos de desejo quando ele abaixou a cueca apenas o suficiente para libertar seu pau dali. Eu ia pegá-lo, mas tomei um tapa na mão. — Não tão fácil assim. — Sorri. — Use somente a boca. Coloque suas mãos atrás do seu corpo.

Obedeci sem nem pensar sobre, querendo desesperadamente senti-lo na minha boca. Chupei primeiro a glande, sentindo o gosto salgado de todo o pré gozo acumulado por ali. Era uma pena que eu ainda estivesse proibido de gemer, porque seria ótimo fazer isso agora.

Abri mais a boca e engoli até onde era possível, afinal, todas as teorias sobre aquele pau ser enorme estavam cem por cento certas. Deixei fluir minha saliva para facilitar e fiz pressão com os lábios, subindo e descendo da melhor forma que conseguia, extasiado demais quando escutei um suspiro pesado de aprovação vindo dele.

E o filho da puta me esperou ir fundo novamente para simplesmente ligar o dildo dentro de mim com o controle remoto novamente. Aquilo me fez arrepiar e estremecer, de forma que sua glande atingiu muito fundo minha garganta e eu me afastei, tossindo e arrepiando mais, agora de sensibilidade. 

— Engasgou, cadela?! — Seu tom foi de extrema diversão. Eu poderia ter sentido raiva do deboche? Sim, mas tem um dildo em mim e esse homem é uma delícia, então o que eu senti foi um tesão desgraçado, abrindo a boca afoito e indo capturar seu pau novamente. Aumentei a velocidade com a qual o chupava, indo até o limite da minha garganta constantemente, não me importando de engasgar mais vezes, tampouco com as lágrimas que começaram a escorrer dos meus olhos. 

Não tardou para que sua mão viesse segurar meus cabelos e ditar o ritmo que queria, e eu alternava entre olhar o que eu fazia e seu rosto, que agora tinha perdido um pouco daquele ar tão durão. E eu tinha amado demais saber que estava proporcionando prazer ao meu Dominador.

Até que em uma das vezes em que eu desci o rosto para engolir o máximo que podia, ele me segurou ali, com a glande tocando praticamente o início da minha garganta e impedindo a passagem de ar. Olhei-o e ele estava com os olhos semicerrados, sorrindo. Tentei me afastar por reflexo, mas sua mão me manteve ali por mais alguns segundos, e depois permitiu que eu saísse.

Puxei o ar com força, me contraindo de tesão, e quando fui capturar seu pau com a boca outra vez, ele segurou meu rosto de forma gentil com uma das mãos. A outra logo entrou no meu campo de visão com o controle remoto do dildo, e ele apertou um dos botões. As vibrações aumentaram ainda mais e eu gemi longamente, olhando fundo em seus olhos agora. E mesmo quando ele deu um tapa estalado no meu rosto, eu não desviei o olhar, sentindo apenas o impacto fazer mais mechas do meu cabelo grudarem no suor, saliva e pré-gozo existentes no meu rosto. Ganhei mais dois tapas seguidos no rosto, o que me fez gemer mais e ligar o completo foda-se, me sentando com força sobre meus próprios pés e rebolando para tentar mexer o dildo dentro de mim.

Em seguida, inclinei meu corpo pra frente, lambendo toda a base de seu pau, descendo para os testículos, lambendo-os também e colocando-os, um de cada vez, dentro da boca e ondulando a língua. Depois voltei à glande, dando atenção a ela.

— Que delícia de vagabunda sedenta e safada que você é, Itachi. — Kisame disse, e mordeu o lábio inferior em seguida. — Aliás, não foi você mesmo que me provocou na praia dizendo que aguentava dois minutos de asfixia? — Dito isso, puxou meu rosto contra seu corpo, me fazendo engoli-lo até tocar minha garganta outra vez, cerrando a passagem de ar.

Olhei-o por alguns segundos, depois desci os olhos por todo o peito e abdômen definido. Tão fodidamente gostoso. Revirei os olhos em deleite, me contraindo ao redor do dildo e rebolando outra vez. 

Depois de quase um minuto, Kisame me afastou dele e eu mantive a boca aberta, recuperando o ar ruidosamente sem me importar com a mistura de saliva e pré gozo que se estendia num grosso filete da minha língua até sua glande, nem o que escorria pelo meu queixo. O desgraçado me puxou com tudo para engoli-lo novamente, me afastando no instante seguinte, de certo para repetir a cena. 

Deixei que ele fizesse aquilo por mais algumas vezes, em todas elas deixando expresso no meu olhar o quando eu queria que ele me fosse de uma vez por todas. E a mensagem com certeza foi recebida, porque ele logo me puxou para levantar junto dele.

E então fui deitado na cama, de barriga pra cima. Ele segurou meus joelhos, afastando ao máximo minhas pernas, e se ajoelhou entre elas. De propósito, contraí algumas vezes, sabendo que ele poderia ver a parte de fora do plug mexendo. Soube que deu certo quando o aperto de suas mãos ficou ainda mais forte nos meus joelhos. 

— Eu gosto de como minha cadelinha fica mais safada quando abro as pernas dela. — Me olhou daquela maldita forma debochada, mas a única coisa que eu fiz foi morder os lábios e contrair mais. — Foi assim desde o começo, não é? — Sua voz não passou de um sussurro e minha mente voou para eu no aparador de Kakuzu, com as pernas abertas e tentando esfregar minha ereção na mão dele. Rimos juntos e, se possível, eu senti ainda mais tesão nele. - Agora vamos ver se você foi mesmo bem adestrado. — Kisame alcançou o lubrificante que já estava ali na cama. 

Fiquei muito ansiosa para saber o que ele faria, então durou uma eternidade para mim o momento em que ele ficou apenas despejando o líquido viscoso na própria mão. Quando ele finalmente terminou, sua mão se fechou em volta do meu pau e eu gritei pela sensibilidade e diferença de temperatura, arqueando as costas em total desespero e prazer.

— Qual é a regra, Itachi? — Ele questionou, acertando um tapa forte na minha coxa, mas sem parar a masturbação. Mordi o lábio com força, tentando recobrar o controle.

Eu queria xingar ele de tudo de pior que eu conhecia nessa vida, mas eu sabia que isso só pioraria minha situação, e, por Kami, não tava dando mais. Eu estava enlouquecendo de verdade com vontade de ser fodido por Kisame, a ponto de esquecer o significado da palavra orgulho.

— Por favor, Senhor, eu não aguento mais. — Minha voz saiu trêmula e eu senti meu peito contrair como se eu fosse chorar. — Juro, eu não aguento. 

— Eu te dei autorização pra expressar seus sentimentos, bratzinho? Acho que não, né?! — Mais dois tapas fortes na minha coxa e sua mão estreitou mais ainda na masturbação. Senti as lágrimas escorrendo do canto dos meus olhos, tamanho prazer.

Segurei o lençol com tanta força entre meus dedos que não sei como não rasgou. Kisame tinha voltado a movimentar o dildo, acertando tantas vezes minha próstata que eu me perdi dentro de mim. Minha cabeça desligou por completo e minha existência se resumia ao meu corpo, sensível a ponto de uma pena caindo na minha pele me provocar um orgasmo absurdo.

E era exatamente o que estava acontecendo nesse momento. Um orgasmo pelo tanto que ele estimulou minha próstata. Era incrível ser engolido pela sensação, mas também era desesperador o quanto meu pau pulsava e era impedido, graças às amarras de lã, de finalmente esporrar, o que me mantinha duro e ainda mais necessitado.

— Senhor, eu imploro, me foda. — Pedi um tanto alto em meio aos espasmos do orgasmo.

Kisame retirou o dildo e largou meu pau, me fazendo olhar desesperado e insano pra ele. Ele riu da minha cara enquanto se levantava e terminava de tirar a cueca. Depois voltou pra cama, pegando o lubrificante, passando no próprio pênis e o restante na minha entrada.

— Como você ficou a coisa mais linda implorando por mim dessa forma, como eu disse que você faria, eu vou te dar uma ótima recompensa. — Ele anunciou, enquanto pincelava a glande em mim, me causando arrepios e choque de pura ansiedade e prazer. — A partir de agora você pode me tocar e também pode gemer, pra que toda a vizinhança saiba como você está sendo bem fodido. — Dito isso, ele forçou-se pra dentro de mim.

Deixei que todos os sons saíssem da minha garganta, ensandecido por finalmente sentir Kisame dentro de mim, tão grande que mesmo que eu já tivesse sido preparado pelo dildo, ainda era desconfortável. Ele me deu alguns mínimos segundos para me acostumar enquanto desfazia todas as amarras do fio de lã, e logo jogou o objeto para o lado, voltando sua atenção pra mim.

Estiquei a mão, finalmente tocando nele, mais especificamente na barriga. E isso foi como um enorme gatilho, porque explodiu em mim a vontade de consumir seu corpo junto do meu até não restar mais nada de nós dois. Ele levantou uma das minhas pernas e apoiou no próprio ombro, começando a meter já com força e fundo.

Eu apertava e arranhava todas as partes daquele corpo que conseguia alcançar, especialmente as coxas – minha parte favorita dele, sem dúvidas – e gemia coisas sem nenhum sentido, misturadas a algumas palavras indecentes, a cada vez que ele passava pelo ponto mais sensível dentro de mim.

— Me beija, Senhor, por favor. — Pedi entre os gemidos, espalmando as mãos em seu abdômen, afundando os dedos com vontade ali.

Kisame desceu minha perna de seu ombro, vindo na minha direção, se deitando em cima de mim, sustentando o peso do próprio corpo com os braços. E me beijou. Um beijo tão ardente e cheio de desejo que se eu ainda tivesse alguma sanidade, ela teria ido embora.

Passeei minhas mãos por tudo, parando uma delas em suas costas enquanto a outra se afundava nos fios azuis. Eles eram macios e exalavam um cheiro muito bom. Na verdade, ele inteiro exalava um cheiro perfeito.

Circulei seu quadril com as pernas, puxando-o para ir ainda mais fundo dentro de mim e apertar mais meu pau ainda bastante sensível entre nossos corpos. Eu não ia durar muito tempo, tudo estava amplificado no meu corpo.

Nos separamos do beijo para respirar.

— Posso gozar, Senhor?

— Não. Eu quero aproveitar mais esse rabo tão apertado. — E se arremeteu com ainda mais força contra meu corpo, ao que eu gemi mais como resposta, tentando me concentrar para segurar o orgasmo.

Continuei descontando em suas costas e cabelo todo aquele prazer, apreciando todos os seus ofegos ao pé do meu ouvido, mesmo que meu maior desejo fosse ouvi-lo gemer tão loucamente quanto eu mesmo fazia. A vizinhança possivelmente já estava ciente do que se passava.

Ele diminuiu um pouco a velocidade, apesar de manter a força das estocadas, praticamente rebolando enquanto ia e vinha, e mais uma vez me beijando. Essa combinação foi destruindo meu autocontrole, e eu já começava a ter alguns espasmos, então ele interrompeu o beijo e foi distribuir lambidas pelo meu pescoço até chegar ao meu ouvido.

— Se você gozar agora, eu vou te deixar algemado no pé da cama e sozinho aqui a noite inteira.

Gemi em frustração, tentando esvaziar minha mente outra vez, porque ela estava completamente ocupada e dominada por aquele homem. Mas era muito difícil ignorar o quanto ele me fodia gostoso e incansavelmente, especialmente ainda sensibilizado por todas as punições.

Aguentei por longos minutos, a ponto de quase surtar de tanto prazer, dividido entre matar Kisame na base da facada por me privar tanto tempo do orgasmo ou colocá-lo num pedestal e beijar todo o corpo dele como agradecimento pelo sexo mais incrível da minha vida.

E quando eu achei que nada mais me abalaria, eu fui aos céus quando senti seus dentes resvalando toda a área da minha jugular, arranhando com as pontas afiadas. O medo era tão ínfimo perto das sensações transcendentes que ele me proporcionava, que acabava servindo de puro combustível para o prazer que era ser submisso a ele. Kisame era, sem dúvidas, o homem mais gostoso de todo o mundo, e, naquele instante, eu amava cada pedaço dele.

— Me morda, Senhor, por favor. Deixe marcado. — Sussurrei em meio a ofegos.

Ele sugou com força a pele e em seguida cravou os dentes com mais força do que as anteriores no meu ombro, atendendo ao meu pedido, e eu gemi ainda mais alto, sentindo uma fisgada praticamente fatal no baixo ventre.

— Eu imploro, me deixa gozar.

— Agora pode, você merece.

Esqueci até como respirava quando o calor crescente explodiu da minha pélvis para o resto do corpo, chegando a me dar dormência nos pés e mãos.

Me contorci sem nenhum controle sob o corpo grande de Kisame, apertando demais seu pau dentro de mim com tantas contrações enquanto esporrava nossos abdomens numa quantidade absurda.

Os espasmos que eu tinha eram muito fortes e não davam trégua. Aquele era o orgasmo mais insano, longo e maravilhoso da minha vida. E eu comecei a me recuperar dele a tempo de ver meu Dominador soltar mais do que ofegos, finalmente me presenteando com gemidos de seu próprio orgasmo.

Puxei-o para mais um beijo enquanto ainda sentia suas pulsações dentro de mim, o que me causava uma satisfação sem descrição. Ele correspondeu com vontade, me tirando todo o já escasso fôlego. Depois encerrou o beijo me dando selinhos que me derreteram por completo.

Por fim, Kisame se retirou de dentro de mim, deitando-se do meu lado e ficando quieto para normalizar a própria respiração, enquanto eu fazia o mesmo. Quando eu já estava quase dormindo, ou sei lá, acho que eu realmente dormi por alguns instantes, senti ele afagar meu cabelo.

— Vem, vou cuidar de você. — Ele falou baixinho. Olhei-o e dei um sorriso bobo.  Eu estava tão relaxado e mole pelo orgasmo, que foi até engraçado quando ele me pegou no colo e levou pro banheiro.

É, eu realmente tinha dormido, porque nem me dei conta de que ele tinha saído da cama e tinha enchido uma banheira. Fui posto com cuidado dentro dela, suspirando de satisfação pela água quentinha. Kisame entrou também, sentando-se atrás de mim. Me deixei cair nele, me acomodando em seu peito.

— Você tá bem? — Ele perguntou.

— Eu nunca estive tão bem. — Murmurei em resposta, fazendo-o rir. Sorri também.

— Toma, beba isso. — Me entregou um copo com água. Aceitei e bebi muito rápido, só agora me dando conta de quanta sede eu estava. — Agora fique quietinho e apenas relaxe.

Assenti, encostando a cabeça na volta de seu pescoço e ombro, ficando maleável enquanto ele me ensaboava com cuidado e limpava, depois lavava meu cabelo com extremo carinho e leveza, massageando o couro cabeludo e aliviando o desconforto de todos os puxões que levei. E que shampoo cheiroso.

Depois disso, massageou todo o meu corpo, sem nenhuma conotação sexual, apenas cuidado, em especial as áreas que amarrou, se certificando de fazer tudo atentamente para que a circulação do meu sangue voltasse ao normal sem nenhuma sequela. Eu admirei-o ainda mais. Um Dominador perfeito, do início ao fim.

Ele me afastou um pouco de si e eu resmunguei em reclamação, mas depois ronronei de satisfação ao sentir a massagem nos ombros. Só então me dei conta de um detalhe:

— Eu estou dentro de uma banheira sem surtar de medo. O que você fez comigo, Kisame? — Perguntei com a voz baixinha, constatando que minha mente só tinha plenitude e satisfação.

Ele riu.

— Eu te disse que iria te trazer pra explorar seu medo de outras formas, não é?

Olhei-o por sobre o ombro, com um sorriso no rosto.

— Tem certeza de que sou o único com um ego enorme aqui? — Questionei.

— Olha lá como fala comigo, garoto. — Ele se fingiu de sério, mas logo voltou a sorrir. — Vem cá. — Chamou e fui, me aninhando contra ele. — Está com fome?

— Não. — Suspirei, ao que ele apenas murmurou uma concordância. Pensei que faltavam 2 dias para eu ir embora da Austrália. Será que eu nunca mais ia ver o sharkboy? Pensar isso me deixa agitado de um jeito esquisito.

Vou ter que obrigar o Sasori a casar com o Deidara e se mudar pra cá, assim eu serei obrigado a vir aqui regularmente.

Deixei que ele me tirasse da banheira e me secasse, depois me deitasse na cama e passasse um creme específico para acalmar a pele por todas as áreas marcadas por chicote ou mãos.

Após os cuidados, ele me emprestou roupas limpas e eu me senti uma criança dentro daquelas peças gigantes, rodopiando um pouco em pé em cima da cama, fazendo-o rir. Droga. Eu to muito boiola por esse homem rindo. Me aproximei dele, ainda em pé na cama, feliz por estar mais alto que ele – ainda que não fosse tanto assim – e o beijei, sendo prontamente correspondido.

Itachi Uchiha, pare imediatamente. Você nunca dá bola pros Dominadores depois da sessão.

— Imagino que esteja cansado. Então, se quiser dormir aqui, pode ficar à vontade. O quarto é seu por hoje.

Como que lida?

— Depende. Você vai dormir comigo? — Perguntei.

Ele me olhou por alguns segundos, acabando por sorrir.

— Difícil resistir quando você faz essa cara de gatinho, né?

— Ah é? Bom saber. — Respondi rindo. — Vou usar isso contra você na próxima. — Me deitei.

— Próxima? Isso porque jurou de pé junto que não ia implorar nem pela primeira. — Ele também se deitou.

— Boa noite, Kisa. — Falei risonho, me aproximando dele, logo sendo puxado para seus braços.

— Boa noite, Itachi. — Murmurou, apagando a única luz do ambiente, que vinha da luminária ao lado da cama.

Meu último pensamento antes de cair num sono profundo foi: preciso contar ao Sasori que, sim, a bunda do Kisame também é azul.

 


Notas Finais


E logo, logo eu volto com os especiais!

Fica aqui de presente o popozão azul do Kisame na última posição do casal: https://64.media.tumblr.com/2978dcb5ac315e1b724c2166419930a1/26ad129c092ff28e-94/s500x750/99690ffb15002a7ca46f44315f40011c45417ce9.jpg


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