História Feel This Moment - Lookism (Samuel Seo - Seo Seongeun) - Sinta o Momento

Observar sua imagem naquele enorme espelho do banheiro da balada lhe inundava de lembranças... Felizes e amargas.
Meia-noite, era o que o visor da tela de seu celular demarcava.

Lançando um último olhar para seu reflexo, Eui Nari direcionava-se para a saída. Não só do banheiro, mas daquele lugar desagradável.

Não conseguia entender o por que de ainda insistir em tentar tira-lo de sua cabeça. Mesmo depois de tantos anos, não era como se passar todas as noites enchendo a cara, e beijando pessoas aleatórias em festas e baladas fosse resolver seu problema. A garota sequer havia se acostumado com aquele ambiente lotado de pessoas que faziam todo tipo de libertinagem.

Já fora do Mercury's Club, sentia-se mais leve, podendo enfim respirar ar puro. Era um saco sentir aquele cheiro de bebidas, drogas e vômito gladeando entre si para saber qual aroma se sobressaía.

A brisa fria beijava-lhe a pele, causando-lhe calafrios, eriçando seus pelos. Arrependida por não ter trago um casaco, abraçava-se no intuito de aquecer-se.

Saíra caminhando sem um rumo específico, abaixando a curta e colada saia de couro vez ou outra.

--- Hey gatinha! Tem um motel aqui perto, o que me diz de darmos uma passada por lá? _ ouvira ao passar por um grupo de delinquentes, agachados em um beco escuro e úmido, com cigarros em mãos. Era possível ver ratos passando por entre as latas de lixo.

Sentira a bile subir. Por que tinha de existir pessoas assim? Ninguém merece ser tratado como brinquedo sexual ou até emocional de alguém.
--- Vai se foder otário, por que não pergunta isso para a puta que te pariu? Ah, é. Ela não tem culpa por botar um lixo como você no mundo. _ comentara Eui, de forma sarcástica. Nunca levara desaforo para casa, não seria agora que levaria.

--- O que você acabou de falar, Vadia?!_ levantara o desconhecido, junto com o restante do grupo, aproximado-se da menina.

Mesmo em desvantagem numérica, Eui não se abalara. Deixara de caminhar, e se virara. Não queria ser pega com a guarda baixa.

O azul de seus olhos miraram as mãos de cada um, notando que a maioria tinha "armas" como tacos de beisebol ou canos. Era claro como água que eles estavam preparados para confusão dês de o princípio. Mesmo que fosse contra uma mulher indefesa.

Os lábios pintados de vermelho estiraram-se em um sorriso ladino. Sentia saudade da adrenalina que lhe dominava. O frio da madrugada já não se fazia presente, pois sentia-se tomada por brasas.

Um bater de palmas ecoara pelas ruas desertas, chamando a atenção de todos.

--- Se eu fosse vocês, não arriscaria tomar um surra dela. Com essas botas então... Ela os deixaria em pedaços. _ falara com divertimento.

Maldito deboche! A voz continuava a mesma que invadia seus sonhos, que causava todo aquele misto de emoções ao acordar, e perceber que eram apenas lembranças.

Mesmo aparentando estar mais maduro, Eui ainda conseguia enxergar aquele garoto de dezesseis anos vazio, inseguro e com complexo de inferioridade por detrás daquela fachada de bom moço.
Seu corpo havia ganhado mais músculos, que mesmo por debaixo daquele terno acinzentado ficavam proeminentes. Os olhos estreitos de cor ônix continuavam tão intensos quanto lembrava. Tão profundos quanto a noite.

Aqueles que antes a importunavam, simplesmente fugiram como ratinhos assustados ao verem um enorme leão de dentes e garras afiadas.

Sua mente estava uma bagunça, totalmente nebulosa. O corpo estava travado, sem saber como agir nesta situação.
--- Seo Seong... _ foram as únicas palavras que conseguira pronunciar.
--- Há quanto tempo Nari. Desculpe-me pelo infortúnio. Eles eram apenas alguns moleques interessados em entrar para os Workers. _explicara, ainda com a gentileza forçada.
--- Os conhecia? _intrigara-se, perplexa. Quem eram os Workers? Quem eram aqueles babacas? Era muito para assimilar em tão pouco tempo.

--- Nunca havia cogitado a possibilidade de nos encontrarmos, depois que me deixou à alguns anos. _ a máscara enfim caiu, dando lugar a uma frieza descomunal, e um amargor sutil, mas que mesmo assim estava presente ali.

Era claro que estava mentindo. Sempre imaginava onde a garota poderia estar. Se estava bem. Se estava viva. Se ainda lembrava dele e de tudo o que passaram.
--- Quando voltou pra Seoul? _em passos calmos, mas relativamente largos, ia de encontro a menina.
--- Não lhe interessa! _ralhara virando-se, começando a caminhar para longe.

Não poderia desabar na frente dele. As memórias haviam voltado com força. Entretanto, Seo não estava disposto a deixa-la ir.

Não novamente.

O coração descompassado dificultava sua respiração.

As mãos soavam.

O corpo queimava. Não de adrenalina como antes. Agora era por nervosismo e desespero.

Mesmo de costas, sabia que ele a estava seguindo despreocupadamente. Despista-lo não seria uma tarefa fácil, e enfrenta-lo estava fora de questão.
Eui só queria fugir de todo o seu passado, esquecer de tudo o que já vivera. Mas Seo Seong era como uma tatuagem em seu peito, que independentemente do que faça, sempre estaria ali para lembra-la de algo indesejado. Seja por sonhos, lembranças ou pesadelos. Ele estava sempre em seus pensamentos.

--- Para você, fugir sempre foi a escolha mais eficaz... _ comentara o tatuado com sarcasmo, já próximo da garota. _ me pergunto se é muito complicado pensar nos outros.

--- Como se você tivesse alguma moral para falar de mim! Se não fosse por Kim Gimyung, uma hora dessas eu poderia estar morta!_ explodira. A voz falhava, estava embargada por conta do choro que insitia em segurar. Entretanto, uma lágrima teimosa persistia em descer por sua bochecha, agora, corada.

--- Se ele é tão perfeito assim, por que não ficou com ele ao invés de se envolver comigo?
--- Porque ninguém escolhe por quem se apaixona, e eu não fui diferente. Confie quando digo que meu maior arrependimento foi ficar com você. _respondera em um fio de voz, derramando-se em lágrimas.

--- Tudo o que passamos foi uma piada? _o sorriso gentil retornou. Mas o tom cortante se fez presente. Ouvir tais palavras o machucou, entretanto, tratou de não demonstrar.

Eui nada dissera. Inspirara fundo, e continuara parada onde estava.
Em um suspiro audível, Seo tirara seu terno, e com delicadeza pusera sobre os ombros desnudos da garota.
--- Está frio. Me fale seu endereço, lhe levarei para casa. Conversar sobre o passado não o trará de volta, nem mesmo dará para conserta-lo. _dissera. Com os dedos, Seo penteara os fios negros antes desarrumados, para trás.

A menina não falaria seu endereço atual. Então apenas optara por ficar quieta, e segui-lo por entre as calçadas, até ter o vislumbre de uma Ferrari preta.
--- Pode me deixar no primeiro Hotel que ver. Não direi nada referente aonde estou hospedada, se é o que espera. _respodera de forma simplista, adentrando no automóvel.

Conforme a paisagem ficava embaçada do lado de fora da janela de vidro escuro, Eui focava suas safiras oculares no homem ao seu lado.

As mãos apertavam o volante com força. A mandíbula em formato V estava trincada, mostrando o quanto Seo estava controlando-se para não surtar, sem conseguir concentrar-se na estrada a sua frente.

Eui por instinto, levara uma de suas mãos ao encontro as do tatuado, chamando a atenção para si. Os olhos selvagens lhe fitavam com intensidade, parando o carro aos poucos. Desligando os faróis em seguida. Era como se tivessem voltado no tempo, a três anos atrás, na época em que ele possuía desesseis, e Eui quinze anos.

O aquecedor estava ligado, mas o calor que sentia não vinha dele, e sim do que poderia vir a seguir.

Seo aproximara seu rosto ao de Nari, deixando-lhe um beijo casto em seus lábios avermelhados. O vermelho que tanto amava ver neles. Não houve nenhuma relutância da parte da mais jovem, na verdade, era visível que ela queria aquilo tanto quanto ele.

Nunca fora de seu feitio ser cavalheiro nestas horas, mas com Eui tudo era diferente. As respirações misturavam-se, o desejo entre ambos estava queimando como uma chama ardente. Seo Seong não queria que aquilo acontecesse de qualquer jeito, mas não tinha muito a se fazer, a não ser sucumbir aquela tentação.

Com cuidado, trouxera a garota para seu colo, grudando os corpos.

Mesmo tendo se relacionado com várias mulheres em sua vida, nenhuma se comparava com Eui. Nenhuma chegava aos pés daquela a quem lhe marcou profundamente.

As mãos encontravam-se apertando a bunda da mais nova, friccionando as intimidades uma na outra. O beijo que havia começado calmamente, agora ganhava ferocidade. Mesmo quando o ar faltou, nenhum dos dois tiveram coragem de separar-se, os peitos subiam e desciam por conta da dificuldade de respirar.

Seo descera os beijos para o vão do pescoço de Eui, tirando a delicada corrente que prendia aquela micro blusa de cor prateada com Strass no corpo da garota, deixando marcas ali, jogando a peça de lado.
Com uma mão massageara o seio direito da garota, enquanto sugava o outro, enlouquecendo-a.

Nari sentia-se no paraíso, aquele homem sempre a fazia pirar. Talvez pela experiência, mas não era como se a menina se importasse com o que ele já fizera antes. Sempre sentira segurança quando estava junto dele, mesmo quando ele a tratava mau de alguma forma.
Fora ele quem a fez mulher. Fora ele quem lhe fez amar-se em primeiro lugar. Fora por causa dele que entendera seus limites, seja eles físicos ou emocionais.

Seo Seong até poderia transparecer indiferença e frieza, mas quando se tratava dela, sua máscara caia. E o medo e insegurança se faziam presentes com força, assim como a felicidade, o amor e o ciúmes. Sempre se perguntava, será que ela o trocaria por Gimyung? Isso sempre o deixava de cabeça quente, mas sempre ao ver aquele sorriso contagiante que ela dava para si, todas as incertezas e dúvidas sumiam, pois a única coisa que lhe importava estava a sua frente, feliz e radiante.

Os gemidos de Eui ecoavam pelo automóvel, que balançava a medida que o tatuado lhe estocava com força. A calcinha vermelha de renda, agora estava rasgada em duas, e a saia de couro estava praticamente toda em seu quadril. Não era nada muito confortável, a probabilidade de alguém aparecer por ali era grande, mas nenhum dos dois estava interessado meste detalhe. A luxúria os acometia de forma avassaladora, mas não conseguia sanar nem metade do desejo que lhes atormentava.

O orgasmo atingira Eui, que mesmo não se aguentando por si só, continuava a se mover avidamente encima de Seo Seong, que sentira seu ápice vir instantes depois. Tomando o cuidado de retirar-se de dentro de Nari, para não gozar em sua boceta.

A madrugada estava longe de acabar para eles. Com um beijo casto na têmpora de Eui, Seo Seong ficara alguns minutos ali, abraçando-a sem segundas intenções, apenas aproveitando o momento. Sentindo todas as emoções que pensava nunca mais sentir.

Poderia não durar para sempre, mas o tempo que aquilo durasse, lhes deixaria marcado para sempre. Pois era assim, que significava poder sentir o Momento.