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História Final Class RPG - Interativa - A batalha Contra a Alcateia


Escrita por: Vaan-

Notas do Autor


Desculpa pela demora a postar o capítulo, pessoal! Ontem fiquei no hospital por conta de uns probleminhas na coluna, mas já estou bem! O capítulo ficou muito maior do que eu imaginava, espero que vocês curtam!

Boa leitura. (Leiam as notas finais).

Capítulo 4 - A batalha Contra a Alcateia


Fanfic / Fanfiction Final Class RPG - Interativa - A batalha Contra a Alcateia

POV Cyraeus

Ainda era final da tarde, havíamos derrotado inúmeros slimes na campina Angres e conseguido dois fortes aliados para a party: Jonathan e Pandora. Jonathan era um rapaz abrupto, alto, seu curto cabelo negro combinava com o formato triangular de seu rosto, sua pele era um pouco pálida, mas seu corpo em compensação aparentava ser bem atlético; Já a garota Pandora aparentava ser a mais imponente entre os dois, seu visual e altura chamavam bastante atenção, porém não mais que sua cauda “robótica” de escorpião, acho que sua personalidade irônica iria agitar um pouco mais o clima do nosso grupo.

Estava resolvido que iríamos caminhar por meia hora em direção ao extremo oeste da campina, onde se localizava a – não muito conhecida – cidade de Hungarun. Lá poderíamos vender os materiais que coletamos dos slimes que matamos e lucrar o suficiente para que pudéssemos descansar e nos alimentar; porém, estava começando a anoitecer e as coisas poderiam ficar perigosas caso encontrássemos bandidos ou alguma criatura inesperada, – mesmo que as únicas criaturas conhecidas de Angres sejam os slimes e estes costumam ser pacíficos, não poderíamos nos acomodar a esse fato e baixar a guarda – então, antes de começarmos a caminhada, nosso líder Hiura calmamente nos chamou e fez com que nos organizássemos em fileira. A princípio ninguém entendeu o motivo, então ele caminhou até a mim, – que estava na primeira posição da fila – e começou a explicar:

– Depois de eu fazer uma análise cuidadosa e rápida de cada um da equipe, montei uma composição na minha cabeça que atenderia melhor aos pontos fortes de cada um de vocês. O objetivo deste posicionamento é responder a qualquer ataque inimigo surpresa o mais rápido possível, visando à proteção da party de modo geral.

– Poderia detalhar sobre o meu posicionamento? Por que eu sou o último? – Irrompeu Jonathan indignado.

– Claro, não temos muito tempo, mas irei explicar brevemente o posicionamento de vocês, começando pelo primeiro da fila: Cyraeus, de longe o mais veloz e perceptivo do grupo, será o responsável por analisar calmamente por onde estamos andando, por ter um tempo de reação rápido, na situação de identificação de presença inimiga ele irá sinalizar com suas mãos para mim, que sou o segundo integrante da fila. Serei a torre de comando, responsável por analisar as respostas de Cyraeus e repassar para o restante da composição de modo rápido e sucinto; Celeste será a terceira da fila, por ser uma maga, ou melhor: o dano massivo da party, sua vulnerabilidade é alta, então mantendo-a protegida no meio, seus ataques mágicos terão a oportunidade de serem conjurados sem que haja interrupções, e logo após terá a dupla da retaguarda: Pandora e Jonathan.

Uff... – Parou um pouco para respirar e seguiu com a explicação:

– Essa posição será de extrema importância para a segurança da equipe; a maioria dos inimigos costumam sempre atacar as presas desprevenidas pelas costas, porém Jonathan além de ser nosso tank, possui reflexos formidáveis, e caso encontrem algum ponto cego nessa defesa, Pandora e sua forte cauda darão a cobertura necessária, além de que seu robô clérigo pode vir muito bem a calhar caso fortes ferimentos sejam causados a algum membro da composição. Vocês são o muro de ferro da nossa party, fiquem cientes disso. – Terminou dando fracos tapas no ombro de Jonathan.

– Pode contar conosco! – Jonathan cerrou os punhos, estava empolgado.

– Como se pudessem passar por mim facilmente. – Afirmou Pandora, se mantendo na sua posição e chacoalhando sua cauda como se fosse uma serpente.

– Vamos manter esse estilo de composição por enquanto, até que entre algum integrante com uma nova funcionalidade na party, e então teremos que readaptar a tática para atender melhor às necessidades do grupo, entendido? – Perguntou Hiura enquanto caminhava para sua posição.

– Entendido! – Todos concordaram.

Fui rápido e comecei a dar meus primeiros passos, todos seguiram coordenadamente, nossa caminhada havia apenas começado.

A princípio, não houve problemas com supostos inimigos, a estrada se manteve tranquila e muito bem iluminada pelos vagalumes, caminhamos por trinta minutos seguindo uma estrada de cascalho fino até que finalmente nos aproximamos dos arredores da cidade de Hungarun.

A cidade era cercada circularmente por um muro de cinco metros, tivemos que nos apresentar para os guardas porteiros, os quais abriram os portões para nós quando avaliaram nossos comportamentos e intenções. Hungarun era uma cidade pequena, perguntamos onde se localizava a taverna do local e partimos para o leste, – um fator que atraiu minha atenção era que os cidadãos pareciam tristes, e o que era para ser um local no qual haveria diferentes tipos de tendas de alimentos, havia apenas destroços e sacos rasgados, diferentes marcas de arranhões de algum animal fazia aquilo tudo ficar mais sombrio.

– Que medo... – Celeste sussurrou enquanto encolhia suas orelhas.

Havíamos chegado ao local, a taverna de Hungarun, – as portas, que por sinal se pareciam com aquelas dos bares do velho-oeste, estavam com as mesmas marcas de arranhão que vimos nos destroços anteriores – não havia praticamente ninguém dentro da taverna, estava realmente tudo suspeito.

– Podem entrar! – O taberneiro gritou. Era um homem pardo, de vestes simples quadriculadas e calça bege rasgada, seu rosto era similar ao de um pirata: barba negra bem cheia e uma bandana vermelha cobrindo sua careca.

– Vamos! – Jonathan, sem medo, empurrou todos e andou direto em direção ao painel de caçadas que ficava ao lado do balcão. Depois disso, todos resolveram entrar tranquilamente, menos Pandora que havia ficado parada na entrada da taverna – parecia pensativa – até que:

– Gente, eu vou ali no petshop e já volto, viu? Beijos! – Deu um salto gigantesco e desapareceu do nosso campo de visão.

– Uau, a Pandora é muito espontânea, quando eu crescer quero ser igual a ela. – Celeste falou admirada enquanto observava o trajeto saltitante de Pandora rumo à loja de pets. Enquanto eu, Hiura e Jonathan fomos analisar o painel de caçadas, no qual havia apenas três cartazes:

Dual Blossoms, uma planta carnívora de duas cabeças;

Kylling, uma galinha gigante avermelhada;

Whirl, um lobo azulado com um olhar impiedoso.

– ... – Um silêncio tomou conta do grupo, estavam todos analisando as descrições dos cartazes e suas recompensas, o clima foi quebrado pois Jonathan impacientemente interrompeu:

– E aí, qual nós vamos escolher? Gostei da planta! – Jonathan, sem pensar duas vezes, já levava sua mão ao cartaz a fim de tirá-lo, mas foi rapidamente parado por Hiura, que segurou seu pulso.

– Calma, amigo, deixa eu mostrar meu ponto de vista. – Hiura disse calmamente, e em instantes iniciou sua explicação:

– Além da recompensa desta planta ser muito pequena, a localização é no caminho oposto ao do nosso destino: a metrópole de Bergen. O que acha de pegarmos essa aqui...

Auuuuuuu! – A explicação foi interrompida por um uivo altíssimo, eu saquei meu arpão no mesmo momento pois parecia muito próximo.

– Começaram cedo hoje. – O taberneiro disse suspirando. Enquanto isso lavava os copos tranquilamente na pia que se encontrava atrás do balcão.

Permanecemos todos atentos, em menos de um minuto os uivos começaram a cessar, Hiura não perdeu tempo e rapidamente retirou o cartaz do lobo azul do painel.

– O que acha, Cyraeus? – E oportunamente mostrou para mim o cartaz, enquanto apontava para a recompensa de 600 Gittz. Mesmo sendo uma caçada nível D, eu tinha consciência de que nós não podíamos subestimar uma alcateia, mas confiei na decisão do capitão e respondi:

– Pode ser bastante arriscado, mas se desenvolvermos uma tática prévia para atacar os lobos, conseguiremos sem muitas dificuldades. Mas você tem certeza de ser essa?

– Claro, sem falar que nosso peticionário já está aqui na taverna.

 

 

– No momento que Hiura o disse, todos olhamos para o taberneiro, este que soltou uma gargalhada e explicou no mesmo momento que não era a pessoa solicitante da caça; então apontou para uma pessoa que estava dormindo sentada no canto da taverna.

Chegamos lentamente na mesa de número 4 e lá estava um senhor barrigudo – que segurava sua caneca de metal – aos roncos, ele estava usando apenas uma bermuda verde e era bastante peludo, inclusive seu rosto no qual as sobrancelhas ruivas se uniam com seu bigode e barba. Eu não quis acordá-lo à força, então dei apenas um peteleco na sua caneca – neste momento – o homem acordou gritando:

– QUEM ESTÁ AÍ? O QUÊ?! – Seu bafo de álcool me deixou enjoado, me afastei dois passos e tentei examiná-lo melhor. Me dava angústia ver a pança dele mexendo a cada palavra falada; demorou cerca de dez minutos para que o bêbado voltasse à realidade, Hiura balançava o cartaz do lobo na frente do seu rosto e só assim o homem conseguiu pensar em alguma resposta:

– Vocês querem caçar o Whirl? BWAHAHAHA!!! – Ele começou a rir da gente, ainda embolava as palavras de uma maneira irritante; era uma total perda de tempo tentar se comunicar com esse ser, mas Jonathan estava disposto a negociar:

– Senhor, o negócio é o seguinte: Você dá as informações que nós precisamos e eu dou o álcool que você precisa, tudo bem? – Jonathan sacou 20 Gittz do bolso e acertou de longe o bolso do avental do taberneiro, este entendeu a situação e encheu duas canecas com rum e veio para a nossa mesa.

– Agora está falando minha língua, garoto, gostei de você... Me deixe beber que eu falo melhor enquanto estou bêbado. – Disse o senhor enquanto tentava segurar a primeira caneca, e rapidamente jorrou o rum da caneca goela abaixo e fez o mesmo com a segunda; não demorou nem um minuto para virar as duas canecas. Depois disso deu um suspiro, deu uns tapas na pança e disse em tom sarcástico:

– Vocês acham mesmo que eu vou dar informações para um bando de crianças fracotes? Claro que vou.

– Cerrei os punhos no mesmo momento, se demorasse mais três segundos, eu iria desferir um soco contra o bêbado, mas o olhar de ódio que estava no rosto de Hiura me fez hesitar, nunca havia o visto assim antes, ele apontou o dedo indicador para o senhor e falou em tom de ameaça:

Você vai falar tudo o que sabe, e apenas a verdade, nada menos do que a verdade.

– Mas... Certo. – Era perceptível que o homem havia mudado seu ritmo respiratório, talvez tenha sido medo? Não entendi muito bem o que havia acontecido, mas o capitão conseguiu persuadi-lo.

O homem – que por sinal parecia assustado – começou a falar em um tom completamente diferentes de antes, nem parecia mais a mesma pessoa:

O pedido foi criado por mim pois os lobos estão saqueando as despensas da cidade à noite e não há ninguém que os consiga impedir, já tivemos muitas baixas e nenhum resultado, eles são fortes. O lobo Whirl é o líder de sua alcateia, que é composta por menos de dez lobos.

Cof. Cof. – O homem engasgou com sua própria saliva e começou a tossir. Aproveitei para fazer uma pergunta:

– Como uma alcateia pode ter apenas dez lobos? Não acha pouco demais? – E cruzei os braços.

– Isso ocorre quando o líder está na reta final de sua vida, então por questões de sobrevivência e procriação, o bando se separa visando à formação de novas alcateias. – Gaguejou um pouco, mas eu havia entendido. Aparentemente ele tinha mais umas constatações a fazer:

– O uivo do líder possui um efeito paralisante, mas não se enganem, é uma magia e não um efeito sonoro, tapar os ouvidos não adiantará de nada. Ele pode ser mais lento hoje em dia, mas não o subestimem. Recomendo que comprem a técnica Libra com o taberneiro, ela é essencial para todos aventureiros, sem exceção.

– Libra? – Ficamos confusos, ninguém ali havia ouvido sobre isso. O taberneiro – sem perder a oportunidade – levou uma cadeira consigo e sentou ao nosso lado, logo após começou a explicar:

A Libra é uma manifestação mágica que se aplica apenas aos nossos olhos, quando ativada, todos os membros da party dentro de um raio de cinco metros do ponto no qual foi ativada poderão enxergar atributos e informações ocultas às pessoas normais: Nível, HP, MP e fraqueza elemental.

– Uau, que incrível, quanto custa? – Hiura perguntou enquanto fuçava sua mochila para usar os Gittz que possuíamos.

– Duzentos Gittz, amigo, sem desconto. Veja só! – O taberneiro sacou do seu bolso um orbe azulado que cabia na palma da mão.

– Pessoal, vocês aprovam eu gastar parte dos Gittz que lucramos juntos para comprar isso? Creio que irá ajudar todos nós. – Hiura perguntou; eu aprovei a decisão e Jonathan também, Celeste – tímida – apenas fez que sim com a cabeça; sem pensar duas vezes, Hiura colocou as moedas na mão do taberneiro, e este o entregou o pequeno orbe no qual residia o poder da Libra.

– Voltei, gente! – E no mesmo momento, surgiu escancarando as portas do bar: Pandora.

– Amiga, você demorou muito, perdeu todas as tretas que aconteceram aqui! – Celeste corria para contar à Pandora tudo que ela perdeu, no mesmo momento ela argumentou para a maga:

– Ah, mas tinha uns animais tão bonitinhos, fofinhos e fortes, acho que vocês que perderam assuntos legais, e não eu. – E concluiu empinando o nariz.

– Vem cá, Pandora, chega mais perto para que possamos testar a técnica que compramos. – Eu a chamei, era de extrema importância avaliar a compra em conjunto.

Nós todos sentamos perto do taberneiro, Hiura abrira o orbe e uma aura azul lentamente saíra dali – como se fosse um espírito – e desapareceu. O taberneiro explicou que a técnica é designada à pessoa que abre o orbe, logo, Hiura seria o dono da técnica. Os efeitos estavam começando a emergir:

– Mas o quê? – Hiura estava pasmo, com os olhos arregalados observava todos que estavam ali na taverna, e ansiosamente começou a exclamar:

– Eu consigo ver, tudo! E vocês? – Estava animado, o efeito demorou alguns minutos para aparecer nos outros:

– O BÊBADO É NÍVEL 1!!! E TEM FRAQUEZA A TODOS OS ELEMENTOS EXISTENTES! HAHAHAHA! – Celeste caiu no chão de tanto gargalhar, ninguém conseguiu segurar e todos começaram a rir juntos.

– Que hilário... – Comentei, realmente a Libra nos impressionou, aposto com todas as minhas forças que isso irá mudar nossas futuras aventuras.

Boa! – Jonathan comemorou dando um tapa nas costas de Hiura.

 

Alguns minutos depois...

 

 Logo após esses eventos, Jonathan pagou mais um drinque para o bêbado, e Hiura usou o dinheiro da party para que pudéssemos usar o estábulo do taberneiro como um dormitório – de longe, a escolha mais barata, os dormitórios de Hungarun eram muito caros –, havia espaço para todos; mas teríamos que dormir relativamente perto dos animais do estábulo, para mim não haveria problema nenhum, mas Celeste cismou com a vaca e não parava de encará-la desconfiada. Já era à noite, combinamos de acordar pelas seis da manhã para armar uma armadilha para reduzir o máximo de lobos “lacaios” que protegeriam o líder; nos dividimos em duas duplas para caber nos espaços vazios dos estábulos, eu e Hiura juntamos feno para usar como cama e dormimos ao lado dos velhos equipamentos da fazenda; Celeste e Pandora dormiram juntas ao lado da seção onde dormia a vaca, e Jonathan, sozinho, dormiu ao lado da seção dos cavalos. Estávamos separados; porém, no mesmo campo de visão.

Às cinco da madrugada...

Acordei diversas vezes durante a noite, estava muito ansioso para enfrentar o novo inimigo, diferente do que foi a batalha contra o Rogue Cabbage, essa seria um confronto verdadeiro, e com muitos riscos inimagináveis. Não me preocupava muito porque confiava nos meus aliados; ainda não havia caído a ficha que eu estava realmente seguindo em aventura com esse pessoal, será que eu realmente merecia tudo isso? Essas pessoas de bom coração e um líder que confiou em mim logo de cara? Meus devaneios não saíam da minha cabeça, até que um barulho suspeito de passos em plena madrugada interrompeu tudo isso e me deixou alerta.

Eu continuei fingindo que estava dormindo – com os olhos entreabertos – e tentei observar aquela silhueta que estava indo aonde Jonathan estava deitado, abri um pouco mais o olho e reparei naquela chamativa cauda de escorpião, era apenas Pandora. Fiquei curioso e não tentei voltar a dormir, só queria muito saber o que aquela garota estranha queria fazer com um rapaz em plena madrugada. – Juro que não pensei bobagens –. Pandora se agachou bem próxima de Jonathan e parecia mexer nos cabelos do garoto adormecido, depois se aconchegou um pouco mais e deitou do lado dele. Bem... apenas fingi não ver nada e me virei. Dou de cara com um slime verde tentando acordar Hiura, este que parecia estar com um pouco de sonambulismo, citando palavras aleatórias como ilusão e meu irmão; deixando isso de lado, inconscientemente Hiura abraçou o slime e começou a chamá-lo de “meu amigo”. Eu realmente não sabia o que fazer, achei que interromper aquela amizade não seria o certo a se fazer, então me deitei de bruços e finalmente consegui entrar em sono profundo.

Uma hora depois...

Hiura e eu fomos os primeiros a acordar, o capitão reclamava de queimaduras leves no seu braço direito – suas vestes também estavam um pouco rasgadas – possivelmente por causa daquele contato corporal com o slime; nos dividimos e fomos acordar o restante do pessoal, fui para a seção onde Celeste estava e me deparo com a cena mais hilária possível: A vaca estava tentando acordá-la à base de lambidas, seu rosto estava encharcado de saliva do animal; rapidamente interrompi essa lambança e peguei Celeste no colo para tirá-la dali, quando acordou, reclamou até meus ouvidos dizerem chega.

Hiura havia acordado Jonathan e Pandora e finalmente estávamos todos prontos para partir. O destino era a colina não identificada que ficava duzentos passos ao oeste de Hungaru; durante a caminhada, Hiura contou seu plano para que pudéssemos reduzir o máximo de lobos protetores: um buraco relativamente profundo iria ser cavado por nós e devidamente camuflado por uma rede de galhos. A intenção era que Pandora – por ser a mais rápida – atraísse os lobos para armadilha, e já prevendo a possibilidade que eles não caíssem no buraco, eu estaria lá para dar cobertura a ela; logo dei uma ideia de confeccionar pequenas estacas e prendê-las à minha corda, para puxá-la quando os lobos passassem por cima. A ideia veio bem a calhar.

Finalmente chegamos nos arredores da colina, ao longe se ouvia o ecoar de uivos; teríamos que ser rápidos, pois cavar um buraco daquela profundidade não seria nada rápido, Pandora jogou seu cubo metálico ao chão e invocou seu robô clérigo para ajudar na escavação, Jonathan com sua ideia de usar a claymore como pá ajudou muito no processo, eu e Celeste fomos a procura de gravetos e folhas para camuflagem, Hiura procurou por galhos mais espessos para que eu pudesse usar como estaca. Se passaram quatro horas e o buraco estava cavado! Cinco metros de profundidade e quatro metros de largura; porém, ainda precisávamos de ceiva para que a rede de galhos que faríamos ficasse consistente, então Pandora lembrou que havia visto uma macieira logo quando chegou no local, a ceiva da macieira não é uma das melhores, mas daria conta do recado.

Chegamos na macieira – se localizava a dez metros dali – e teríamos que fincar alguma ferramenta bem afiada no tronco, tentei com meu arpão e não consegui, Pandora também tentou com sua cauda de escorpião, mas sem sucesso, então tive uma ideia:

– Pandora, imagina que essa árvore é o reto do Jonathan. – Eu a provoquei.

Pandora no mesmo instante que ouviu, deu um forte impulso com sua cauda de escorpião e perfurou a macieira com toda a sua força, o buraco foi profundo o suficiente para que pudéssemos visualizar a seiva, o plano foi um sucesso.

Voltamos ao local do plano principal com uma boa quantidade de seiva guardada em um recipiente espaçoso que Pandora tinha em sua bolsa. Hiura e Celeste não perderam tempo e começaram a criar a rede feita de galhos, suas arestas eram coladas com a seiva para que se mantivesse firme. Eu comecei a afiar os galhos grossos que Hiura havia conseguido para mim e amarrei um total de seis estacas na corda do meu arpão, a posicionei de baixo de folhas atrás do buraco.

Após terminarmos de montar a armadilha, iríamos iniciar o plano; estava tudo nos conformes: Eu e Pandora em frente à ladeira e o resto do pessoal estava escondido em um arbusto a dez metros dali.

Plec! – Hiura estalou os dedos, era o sinal para que pudéssemos iniciar o plano; Pandora não perdeu tempo e deu quatro tiros para cima com suas pistolas, não demorou muito para que aparecessem, os lobos azuis estavam em cinco e correndo a alta velocidade em nossa direção. Hiura, Celeste e Jonathan aproveitaram e correram dali, rumo ao topo da colina.

– Ainda não, Pandora... – Eu queria esperar o momento certo, qualquer erro ali iria comprometer todo nosso trabalho.

– Cyraeus? – Pandora impaciente murmurou, queria pular logo, mas eu sabia que tínhamos que esperar um pouco mais.

– AGORA! – Quando os lobos chegaram a exatamente dois metros de nós, dei o sinal e demos um salto de recuo sobre a armadilha, aterrissando com segurança atrás dela. Três dos lobos não perceberam a diferença de relevo e caíram ladeira abaixo. Quanto aos dois mais espertos que conseguiram escapar, tive que aplicar o plano dois: Peguei a corda do meu arpão que estava camuflada sob folhas secas e a puxei com toda a minha força. Consegui perfurar os dois, cada lobo ficou com duas estacas fincadas em pontos vitais em sua área inferior.

– CYRAEUS, VEJA! – Pandora apontara para o buraco, os três lobos estavam conseguindo escalar e rapidamente sairiam dali, mas apenas por cima do meu cadáver.

AQUA! – Estendi meus braços e invoquei um jato d’água potente, derrubando os lobos que estavam tentando subir. No mesmo momento, um dos lobos que estavam ferido com estacas, aproveitou o momento e saltou em direção às minhas costas, desativei a invocação de Aqua e virei rapidamente com um chute, acertando o rosto do lobo que foi arremessado contra uma árvore. Virei o rosto e vi Pandora – enquanto corria – disparando três tiros contra o seu lobo inimigo. Tínhamos diminuído o número de oponentes, mas não demorou muito para que os outros três conseguissem sair do buraco, eram lobos mais fortes. Mesmo feridos iriam dar bastante trabalho.

– Ah, é? – Eu os provoquei enquanto sacava meu arpão. Quando pensei em investir contra eles, uma sombra rapidamente passou do meu lado; a sombra se chamava Pandora, e com sua incrível velocidade apareceu na frente dos lobos e acertou os três com a ponta de sua cauda de escorpião, o impulso do dano os fez rolar por seis metros.

Quando pensei em mirar meus arpões contra eles, Pandora segurou minha mão e afirmou calmamente:

– Deixe-os agonizando, o veneno da minha cauda está agindo, vamos nos apressar e encontrar o pessoal. – Me admirei, não fazia ideia que aquela pessoa aleatória iria ter uma frieza assim em combates, havia me dado conta que estava lutando com uma ótima parceira naquele momento; dei uma alongada e segui Pandora, que já estava saltitando rumo à colina.

– Celeste está em perigo, precisamos ser rápidos, vamos! – Exclamou Pandora, parecia muito preocupada, logo perguntei:

– Como você tem tanta certeza?

– Hoje de madrugada, em segredo, coloquei uma escuta no Jonathan enquanto ele dormia, e a única coisa que consigo ouvir na escuta é a Celeste gritando.

– Havia entendido tudo, era apenas um plano mirabolante de Pandora. Estávamos quase chegando ao local, subindo a colina rapidamente e pegando certos atalhos rochosos, Pandora disse que não ouvia mais nada pela escuta, neste ato, finquei meu arpão na beira da colina e puxei a corda para me acelerar, com o impulso, dei um salto gigante e pousei no topo da colina.

A cena era aterrorizante:

O lobo líder, Whirl, de aproximadamente três metros, tinha uma cor azulada mais escura que a dos demais, tinha chifres da mesma cor que a pelagem e uma cicatriz no olho esquerdo; estava com a pata em cima do corpo de Celeste – parecia inconsciente e completamente ensanguentada –, Hiura e Jonathan por algum motivo estavam paralisados olhando atentamente para o lobo, além disso, havia mais dois lobos protetores no local, devem ser o casal beta, os protetores mais confiáveis do líder.

Whirl tinha uma aura aterrorizante ao redor dele, seu olhar profundo perfurava o meu, por um momento, eu não sabia como agir, esperei para avaliar o próximo movimento da criatura, no mesmo instante, Pandora chegou ao local, dando de cara com o uivo do rei:

AUUUUUUUUUUUUUUUUU!!! – De perto o barulho era demasiadamente estrondoso, de repente, um certo sentimento estranho circulava pelo meu corpo, percebi que o uivo me fazia ter alucinações e pensamentos sobre meus próprios medos, derramei uma gota de suor no mesmo instante.

O sentimento estranho se distanciava cada vez mais de algo ruim e se tornava uma espécie de motivação, eu, Cyraeus, não estava lá para brincar ou sentir medo de nada, estava lá para ter um embate com um inimigo muito poderoso, voltar atrás iria ser uma vergonha para a minha raça e para minha party, dei um sorriso maléfico e gritei:

– CAPITÃO! JONATHAN! O QUE DIABOS VOCÊS ESTÃO FAZENDO?

– Hiura e Jonathan no mesmo instante saíram do transe, a voz de seu aliado havia alcançado mais que seus corações, havia tocado nas suas vontades de proteger seus companheiros. Hiura na hora percebeu a situação, olhou para seu amigo tritão e sussurou:

– Obrigado, amigo... – E terminou com um sorriso.

– Ainda bem que Pandora não sente medo de nada. – Afirmou Pandora, sacando suas pistolas e recarregando-as.

– Whirl levantou sua pata, com as garras contraídas, iria desferir o golpe final contra Celeste.

– NÃO! – Gritamos, todos reagiram instintivamente: Pandora disparou três tiros no pescoço da loba, para atrasá-la; eu, com uma investida furiosa, corri em direção à loba, deslizando em cima da minha magia Aqua, em forma de onda – aumentando sua velocidade – no mesmo momento, os dois lobos beta entraram na frente da loba para protegê-la, eu não hesitei e continuei acelerando em direção a eles. Logo na minha frente, Jonathan vinha deslizando, e investiu contra os dois lobos com uma rasteira poderosa, tirando-os do meu caminho. No momento que a pata de Whirl descia em direção à Celeste, cheguei a tempo e rebati com meu arpão, furando um dos dedos da criatura, que gritou e deu um salto para trás.

Enquanto eu segurava Whirl e ao mesmo tempo protegia Celeste; Hiura, Jonathan e Pandora estavam em combate contra o casal beta, suas informações estavam visíveis por conta da libra, pixels mágicos desenhavam suas informações: Level 4, 120 de HP e fraqueza elemental ao trovão.

– Pandora, vire-se! – Hiura arremessou sua machadinha em direção a Pandora, que estava apenas desviando dos golpes da loba beta, ao ouvir os comandos de Hiura, se abaixou e machadinha fincou no focinho da loba, Pandora aproveitou o momento e deu dois disparos no rosto da loba, desfigurando-a por completo. E mais próximo do meu campo de visão, Jonathan aplicava uma espécie de mata leão no lobo macho, finalizou a imobilização com uma mordida no pescoço do lobo e o largou, os dentes de Jonathan estavam ensanguentados e seus caninos aparentavam estar maiores, não tínhamos tempo para conversas paralelas, mas ele afirmou de modo claro e preciso:

– Juro que depois eu conto melhor, eu sou um vampiro! Agora temos que dar conta daquele lob–.

– Jonathan, sem tempo de terminar sua frase, levou uma investida de Whirl e foi arremessado contra uma rocha, o som de ossos se deslocando me deu arrepios. Os pixels da libra revelavam o Level 6 da criatura, e seu HP: 700. Logo após, em alta velocidade, a loba para cima de mim com as garras expostas, mas rapidamente me esquivei para o lado. Hiura reagiu entorno da situação e, pelas costas, arremessou sua machadinha no tendão do animal, debilitando sua movimentação. A oportunidade havia acabado de ser criada, então todos começamos a atacar juntos.

– Segura essa, pela Celeste, desgraçado! – Pandora acertou um disparo no olho esquerdo do animal, aparentemente o único que ainda funcionava, Hiura correu para o tendão do animal no qual a machadinha estava fincada e começou a puxá-la para cima com um pulo, rasgando o interior da criatura. Era o fim, minha vontade de desferir o golpe final era grande, saquei meu arpão, dei um grande salto em direção do rosto do animal, e com força, finquei minha arma no focinho do animal e com força fiz com que atravessasse sua via oral e saísse por baixo da boca. A vitória parecia estar próxima, mas Whirl – no seu último suspiro – chacoalhou o corpo e fez uma rajada de ventos que nos jogou para longe, em seguida, mancou em direção à sua caverna.

– Eu cuido da Celeste, podem ir! – Gritou Hiura. Não pensamos duas vezes e corremos para dentro da caverna, que não era muito profunda.

Caverna adentro, avistamos Whirl, ensanguentado e rastejando até o final da caverna, Pandora iria dar um tiro, mas a impedi. Devagar, fomos nos aproximando e chegamos ao final da caverna junto com o lobo, e lá nos deparamos com algo surpreendente: a mãe natureza; Whirl, na verdade era uma fêmea, e apenas queria dar seu último adeus aos seus cinco filhotinhos que tentavam chamar pela mãe, respeitamos o momento, e em instantes depois, fui para próximo da loba, retirei o arpão de seu rosto e a deixei em uma posição confortável, me ajoelhei e comecei a rezar por ela, foi um oponente surpreendente, e a respeitei do começo ao fim. Percebi que ela já havia perdido a consciência, os lobinhos que se pareciam mais com ratinhos – de tão pequenos – não paravam de chorar, retirei o arpão que estava fincado em sua face e à força arranquei um de seus chifres para levar como prova de que havíamos matado a loba. Antes de sair, passei meu dedo nos ferimentos e da loba, e com seu sangue fiz um desenho dela na minha manga; guardei o chifre no bolso do meu casaco e estava pronto para voltar a Hungarun, mas Pandora deixou claro que o certo seria levar os lobos para o petshop e não os deixar morrer ali, compreendi e ajudei a carregar quatro deles com meus tentáculos que se escondem por baixo do casaco.

– Ei, o que é isso???? – Jonathan encontrou algo mais que inesperado, um corpo jogado atrás de uma rocha, era uma garota; as características de pele acinzentada, orelhas pontudas e cabelos compostos por dread, uma tradicional elfa negra.

– Temos que levá-la rápido aos médicos, assim como Celeste, não temos muito tempo. – O senso de responsabilidade de Jonathan emergiu, concordamos, e sem conversar muito, saímos da caverna. Eu estava carregando quatro lobos, Pandora carregava o lobinho mais claro e Jonathan cuidadosamente levava o corpo da elfa negra nas costas. Hiura acenava e pedia que acelerássemos, pois Celeste não tinha muito tempo, quando íamos descer a colina, fomos interrompidos:

– Parabéns... – Pessoas estranhas haviam aparecido, estavam em quatro, três homens de armadura e uma moça mulata, o tom de ironia do homem que vestia uma armadura dourada não me transpareceu confiança.

– Se apresentem ou iremos atacar! – Hiura pegou a claymore de Jonathan e apontou em direção aos estranhos, naquele momento transpareceu confiança e coragem, mas era inevitável que estávamos todos abatidos, lutar não era mais possível.

Hohoho. Certo, meu nome é Tornn, eu sou o líder desse grupo. – O homem alto de armadura dourada e cabelos loiros deu um passo à frente e se apresentou, ele segurava uma lança que tinha uma espécie de orbe amarrada próximo à ponta. Os outros começaram a dizer seus nomes:

– Bonoro. – Um baixinho usando uma armadura completa, similar aos cavaleiros medievais.

– Sly. – Um homem concurda, magricela e que usava óculos escuros e um chapéu social.

– Haziel. – Era a garota mais normal dali, era magra, tinha olhos castanhos, cabelo curto encaracolado até o pescoço e um olhar misterioso, usava um vestido folgado branco e sapatilhas pretas.

– É pra gente se apresentar? – Sussurrou Jonathan a Pandora, esta que olhou para Jonathan com um olhar de: “quê?”.

– E o que vocês querem? – Eu não estava em condições de perguntar nada, mas o fiz, eu sentia que algo ruim iria acontecer.

PAF! – Tornn bateu com sua lança no chão e depois apontou para a gente, mudou de pose e exclamou:

– Nós somos os saqueadores! E vamos roubar tudo o que vocês possuem, seja por bem ou por mal!

– Hiura entrou em modo de guarda, analisando a pose na qual estava o inimigo, iriam vir para cima a qualquer momento.

– Gent... – Não deu tempo para que Hiura terminasse a frase e já partiram para cima, os quatro inimigos saltaram e se dividiram para atacar cada um de nós.

ATACAR!!!


Notas Finais


POR FAVOR, ENTREM NO DISCORD, IRÁ FACILITAR SUA PARTICIPAÇÃO NA FANFIC, ALÉM DE PODER CONVERSAR COMIGO E OS OUTROS LEITORES:
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Préviazinha do próximo capítulo para deixar vocês ansiosos:

Hiura irá mostrar sua verdadeira classe, o combate é inevitável.
"Hiura, o que você é?"

Um personagem novo pode aparecer no próximo capítulo se nossos amigos fizerem uma escolha certa no discord, torçam!


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