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História Fire on Fire - Daemyra - The black queen


Escrita por: LunnaSthers

Notas do Autor


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Capítulo 19 - The black queen


Fanfic / Fanfiction Fire on Fire - Daemyra - The black queen

 

Daemon narrando.

 

Caminho de um lado para o outro enquanto os vermes malditos se aproximam cada vez mais pela extensa ponte de Dragonstone, a pouco mais de uma hora foi anunciada a chegada de um navio com a insígnia Targaryen na cor verde e agora assisto o pequeno grupo de guardas reais que caminham logo atrás de Otto Hightower, eu me pergunto onde esse filho da puta se escondeu desde que meu irmão o chutou do conselho.

 

Ele para a poucos metros de distância de mim e de meus homens, nos encaramos e eu sinto a mão que segura minha espada em sua bainha coçar. Um movimento e eu o faria dois, a ideia me inspira e me faz pensar.

 

── Vim sob a ordem do rei Aegon Targaryen, segundo de seu nome ── Não controlo a risada, ele tem muita ousadia de dizer isso e ainda mais usar o amuleto de mão do rei ── Fui orientado a tratar direto com a princesa Rhaenyra, onde ela está?

 

Dito isso o grito de Syrax os surpreende, e eu olho para os céus com um vislumbre de um sorriso no rosto. Minha rainha sobrevoa a área onde estamos e pousa logo atrás de nossos inimigos, e essa cena me dá uma lembrança de tanto tempo atrás quando ela chegou aqui para me fazer perder a razão e a devolver o maldito ovo que pertencia a seu irmão, parece ter sido a uma vida atrás, e talvez tenha sido. Ela cruza a ponte caminhando entre eles com a sua bela coroa refletindo em sua cabeça até parar ao meu lado.

 

── Vossa graça.

 

Ela apenas me olha, mas sei que queria sorrir, dirige a sua atenção a Otto.

 

── Princesa Rhaenyra vim sobre pedido da viúva, Alicent e de...

 

── Sou a rainha Rhaenyra agora ── Ela o corrige friamente ── E todos vocês são traidores do reino.

 

── O rei Aegon Targaryen, segundo de seu nome... Com sua sabedoria e desejo de paz, oferece um acordo. Aceite e confirme Aegon o seu direito ao trono de ferro, em troca a sua graça lhes garante a posse de Dragonstone.

 

Esse filho de uma puta está testando a minha paciência ou a minha obediência a minha rainha. Pois a cada fala dele o impulso de o matar vem mais forte.

 

── E passará ao seu filho mais velho, Aegon, após sua morte. Lucerys continuará como herdeiro legitimo de Driftmark, Visenya se casará com Aemond. ── Só se eu estiver morto e cremado por Caraxes até virar cinzas, penso, olhando Otto falar ── Seus filhos com o príncipe Daemon tambem terão o seu lugar na corte. Viserys será escudeiro do rei e...

 

Ele encara a barriga de minha esposa, depois a olheira funda em seus olhos. Imagino que esteja calculando, mas Rhaenyra é mais rápida.

 

── Vocês matam o meu pai, roubam o meu direito e assassinam o meu bebê e acreditam que uma merda de acordo iria funcionar? ── Minha esposa é firme em sua fala, e em seu olhar, que atravessa o ar e é fixo em Otto ── Avise o meu irmão que eu terei o meu trono, ou então a cabeça dele.

 

Eu a observo a cada palavra, cada gesto, a admiro tanto por ter passado por tudo o que passou de dois dias para agora e ser firme assim. Tão linda usando essa coroa, mesmo que a tristeza traga uma sombra ao seu rosto, ela ainda é a mulher mais linda dos sete reinos e eu serei eternamente um tolo apaixonado, que fará o que ela quiser e quando ela quiser.

 

── É uma oferta generosa ── Ele insiste, e Rhaenyra me olha impaciente ── Ele ainda perdoará qualquer um que tenha ido contra a sua ascensão ao trono.

 

── Sabe, eu preferia dar os meus filhos como comida aos dragões do que os ver carregando espadas e taças para aquele seu "rei" filho da puta, usurpador e bêbado.

 

── Aegon se senta no trono de ferro, tem toda a legitimidade para isso. E já temos o apoio dos Tully, Baratheon e Starks.

 

── Essas casas fizeram juramento a mim, quando o meu pai me nomeou a sua herdeira. Me recordo de te ver ajoelhar também, Otto.

 

── Juramentos vis não a levaram ao trono de ferro, princesa.

 

Ele se aproxima dela e os guardas já empunham suas espadas, eu apenas assisto, torcendo para que ele tente algo e eu realize o meu sonho de estripar esse maldito.

 

── Tem razão. Syrax me levará.

 

── Princesa eu lamento que seu pai nunca tenha enxergado e entendido que o primeiro filho homem é quem possui o direito ao trono. Todos sabiam que seria assim, acredito inclusive que você sabia.

 

Rhaenyra termina com a distância e arranca o broche de mão que ele usa, o joga ponte abaixo.

 

── Você é tão a Mão, quanto o desgraçado do Aegon é rei. Tudo uma mentira. Eu sou a herdeira e eu tomarei o meu lugar. E vocês vão pagar, malditos traidores.

 

Otto coloca a mão sobre o bolso e todos os guardas de Rhaenyra estão prestes a intervir. Mas ele tira apenas uma folha de um livro, e eu não entendo.

 

── Que merda é essa?

 

── A rainha Alicent não se esqueceu do amor que sentiam uma pela outra, princesa. Nenhum sangue precisa ser derramado, o reino pode continuar em paz. ── Otto me olha e vejo que é inteiramente como uma provocação, Rhaenyra segura a página aberta e a encara ── A rainha aguarda ansiosamente a sua resposta.

 

── A resposta será dada agora enfiada na sua boca junto com a sua piroca murcha. Já acabou a farsa ── Garanto, e empunho Dark Sister ao mesmo tempo que os outros guardas ── Sir Strong, traga Hightower até mim para que eu mesmo faça as honras.

 

Syrax grita ao fundo pela movimentação e estamos prestes a atacar, já sinto a adrenalina me tomar e o sangue correr frio. Rhaenyra olha para o papel uma última vez e então para mim.

 

── Não.

 

Não? Rhaenyra enlouqueceu? Abaixo a espada e encaro o chão, ela está cometendo um erro e minha mente briga entre obedecer a minha rainha e fazer a coisa certa. Os pensamentos me consomem e eu respiro profundamente. Ouço o som de papel sendo rasgado, e ergo o olhar para a minha esposa que dividiu a página ao meio e a solta para que o vento leve.

 

── O amor de Alicent por mim morreu quando ela declarou guerra em meu primeiro casamento usando as roupas de sua maldita casa. Ela sempre quis isso, o filho dela reinando, orquestrou tudo junto a você. Me enganou perfeitamente na semana em que estive lá, eu sempre fui tola em achar que as pessoas merecem uma segunda chance, mas isso muda hoje ── Rhaenyra suspira, arruma a coroa sobre a cabeça e vem até mim e segura o cabo de minha espada que eu permito que ela pegue ── Mandarei a minha resposta, junto com a sua cabeça. O coloquem de joelhos.

 

Não escondo o sorriso, os guardas partem para o ataque contra os soldados que fazem a segurança de Otto e eu mesmo o jogo de joelhos no chão, aos seus pés. Por um momento duvido que ela fará isso, o máximo que Rhaenyra matou foi um porco selvagem em uma caçada pelo que me lembro que contou. Sua mão que segura a minha espada treme um pouco, e eu a encaro, disposto a fazer se ela não quiser. Mas ela apenas respira fundo e fecha os olhos, se concentrando.

 

── Se arrependerá por isso, princesa.

 

── Eu sou a rainha ── O lembra.

 

Com um movimento ela separa seu corpo de seu pescoço, a cabeça cai próxima ao corpo e rola alguns centímetros a frente, parando próximo dela. Sangue suja todo o chão e eu me aproximo, percebo que ela ainda está tremendo. A primeira vez que se mata uma pessoa é difícil, fazem muitos anos, mas ainda me lembro a sensação fria que te invade.

 

── Tudo bem? ── Pergunto.

 

Ela continua encarando o corpo sem cabeça de Otto, até que toco a sua mão e ela volta para mim. Repito a pergunta.

 

── Mande a cabeça pelo Meistre com a mensagem. ── Diz apenas isso.

 

Por fim caminha pelos corpos dos guardas verdes e toma o seu dragão outra vez.

 

Rhaenyra narrando.

 

Tiro um tempo para mim, tomo um banho demorado na banheira e só volto ao nosso conselho quando me sinto pronta. Sei que fiz o certo, e o desejo de ser com as minhas próprias mãos foi maior do que esse incomodo e vazio que se alastrou dentro de mim. Caminho até a mesa pintada, ouvindo o que eles têm a dizer, mas sem me pronunciar.

 

Daemon entra ali minutos depois de mim, e nossos olhares se encontram, estou tensa ainda pelo que fiz e parece que ele não, está visivelmente animado com o rumo que as coisas estão tomando. Corlys Velaryon declara seu apoio a mim e a minha causa, garantindo que suas frotas estão em minha disposição. Ainda mantenho meu pensamento de não começar uma guerra, é contra os verdes a minha briga e isso não precisa afetar todos os reinos.

 

Mas o meu amado marido continua a dizer que devemos pegar nossos dragões e tomar a capital, ele cita Valyria e as histórias que estou farta de escutar. Não o interrompo, o deixo falar, mas com um olhar eu o calo e ele entende, abaixando a cabeça e esperando que eu diga alguma coisa.

 

── Sei o que aconteceu quando dragões voaram para a guerra, tio Daemon ── Digo, o observando ao lado oposto ao meu ── Não desejo reinar para cinzas e ossos.

 

── E a senhora está pensando em que, exatamente, majestade? ── Um dos lordes indaga.

 

── Fui escolhida pelo meu pai como herdeira porque ele confiava que eu faria a coisa certa, e o que um rei deve fazer? Evitar o conflito que mataria milhares ou simplesmente fazer a minha vontade e me sentar no trono de ferro a qualquer custo?

 

── Quando matou Otto Hightower mandou uma mensagem, minha rainha. ── Daemon diz.

 

── Não, porque eu mantenho o Meistre e a cabeça de Otto no fosso em segurança. Eu entregarei a Alicent a cabeça do pai dela, não estou dizendo que não tomaremos KL. Só estou dizendo que podemos evitar uma destruição em massa.

 

── Nos deixem sozinhos ── Daemon diz, olhando para os lordes e membros do conselho que esperam que eu confirme que é para saírem.

 

Meu tio está parado próximo a lareira e eu na ponta oposta da mesa, respiro profundamente antes de ir em sua direção. Não entendo a sede que ele tem de uma guerra, eu quero os verdes mortos pela traição tanto quanto ele, eu apenas quero manter o meu reino em paz. É uma briga de família não uma guerra entre os sete reinos.

 

── A promessa de uma guerra te excita? ── Pergunto.

 

── Não exatamente ── Responde sem nem me olhar, me aproximo mais.

 

── Sabe que o meu juramento transcende as nossas ambições pessoais ── O lembro, mas ao olhar seu rosto vejo a confusão ── A canção de gelo e fogo.

 

Daemon encara meus olhos por segundos, não há um sinal de que ele saiba do estou falando. E eu não entendo, ele era o herdeiro de meu pai antes de mim. Como ele não sabe?

 

── O que?

 

Ele está incomodado por isso, passa por mim e eu o acompanho, tentando o fazer lembrar.

 

── Unir os reinos contra a escuridão no Norte, o sonho do conquistador. Meu pai me contou quando me nomeou herdeira.

 

Sua mão envolve o meu pescoço e eu me assusto com a força no ato, coloco a mão sobre a sua tentando a tirar dali. Mal consigo respirar, e ele me olha nos olhos.

 

── Meu irmão era fanático por agouros e presságios, tudo para fazer o seu insignificante reinado ter algum propósito, você será diferente dele, então entenda ── Ele diz, aproximando seu rosto do meu a ponto de me beijar, mas não fazendo isso ── Os sonhos não nos fizeram reis, os dragões sim.

 

Dito isso intensifica a força e me puxa para ele, me beijando enquanto me enforca. De início à vontade que sinto é de o empurrar de perto de mim, então mordo a sua boca com força o bastante para cortar, Daemon sorri com isso. Diminuindo a pressão em meu pescoço e me beijando conforme eu me esforço para recuperar o fôlego.

 

Minha mão sobe por ele todo e para em sua nuca, puxando o seu cabelo e o obrigando a colar ainda mais em mim. Ele me guia até a mesa e me senta em cima dela, o encaro e seus olhos brilham outra vez, de algo sádico como ódio ou raiva, não há carinho ou ternura nos olhos. Apenas fogo. Suas mãos vão as minhas costas e ele começa a desamarrar o corpete do vestido, enquanto isso eu o puxo para mim e torno a beijar ele. Separo nossos lábios minimamente para o provocar:

 

── Ele nunca te contou, não é? ── Dou um vislumbre de um sorriso quando vejo sua expressão, não.

 

Ele desiste de desamarrar e rasga o que falta para conseguir arrancar o vestido de mim, me encara o corpo inteiro e depois volta a atenção aos meus olhos.

 

── Me perguntou a pouco se uma guerra me excita e eu disse que não. Agora te assistir matar alguém... ── Ele suspira, e eu mordo meus lábios com a declaração.

 

Me livro da sua camisa também, e nunca vou me acostumar a olhar seu peitoral e ver a quantidade de cicatrizes, a extensão delas, os desenhos que formam. Tantas noites eu dormi acariciando essas cicatrizes, imaginando quanta dor ele sentiu, quantas vezes viu a morte de perto. E ao mesmo tempo que penso isso, penso o quão elas o deixam ainda mais sexy, único. Perfeito como é, explosivo e vingativo. Sedento por uma guerra e derramamento de sangue, não é à toa que o escolhi. Desde muito cedo eu o escolhi, e o escolheria de novo e de novo.

 

Sua língua passa por entre meus seios e eu murmuro um palavrão em nossa língua ancestral, ele me deita na mesa e beija minhas coxas até chegar em minha intimidade. Onde me chupa por minutos, só para quando percebe o quão perto eu fico de atingir o ápice, o maldito quer me castigar por algo que não entendo.

 

Me levanto da mesa e nos inverto, o encostando nela e tornando a beijar ele inteiramente para sentir o meu gosto em sua língua nada gentil. Ele aperta minha cintura, depois desce as duas mãos para a minha bunda e me aperta contra ele. Sugo o seu lábio inferior, e desço a mão até sua ereção a apertando e o sentindo suspirar mais fundo.

 

── Como você me quer, tio?

 

Ele apenas sorri, a nuvem de ódio se dissipando de sua vista. Mas o desejo ainda reluzindo em meio ao lilás, coloco a mão por dentro da sua calça e ele fecha os olhos. Beijo seu pescoço, passando a língua por ali sentindo seu gosto.

 

O empurro para se sentar no trono de pedras que há pouco após a lareira. Passo uma perna ao seu redor e por fim me sento em seu colo, e o encaro enquanto ele vai deslizando para dentro de mim. Sua mão encontra a minha bunda e o estalo é alto, certamente o desenho de seus dedos vão decorar a região.

 

Toco nossas testas conforme vou me adaptando ao seu tamanho tão bem conhecido por mim, em seguida rebolo só para o sentir inteiro em mim. Ele geme contra minha boca e isso me deixa completamente arrepiada. Começo a ganhar ritmo bem devagar, desfrutando de cada suspiro, cada vez que me movo o fazendo encontrar dentro de mim o meu ponto favorito de prazer.

 

Daemon narrando.

 

Seguro um de seus seios conforme ela se move em meu colo, o aperto e encaro seus olhos fechados e a expressão linda de prazer em seu rosto. Quase perdi o controle com ela a pouco, aquela história de profecia e sonho me irritou por dois motivos: o primeiro é que Viserys nunca me contou, sou um tolo por me doer por isso, mas por que ele não me disse? Isso significa que eu nunca fui o herdeiro dele, mesmo quando acreditava que era. E o segundo é que a julgo muito mais inteligente do que alguém que vai deixar de agir por um sonho, uma canção, uma profecia idiota escrita anos antes dela sequer sonhar em existir.

 

Rhaenyra sempre teve muito poder sobre mim, e ainda o possui, principalmente depois de ela mesma matar Otto. Assistir aquela cena me deu tanta vontade de ter ela, de foder com ela até às pernas falharem, tal como fizemos inúmeras vezes nos últimos anos. Mas sei que em meio a tudo isso não haveria tempo para isso, então aproveitei a única chance que tive, que foi o meu estopim curto e ter a segurado pelo pescoço daquele jeito. Estava com raiva e tesão, tudo por culpa dela e por isso fiz aquilo, e imaginei que ela fosse ficar possessa de raiva quando a beijei, mas ela correspondeu a violência mordendo a minha boca e a tirando sangue e com tanto fogo por mim quanto eu por ela.

 

E agora ela cavalga em cima de mim como se sua vida dependesse disso, ela não se cansa, e dispensa a minha ajuda sempre que tento aliviar ou mudar o seu ritmo. Ela tira minhas mãos dela, e eu entendo o que ela procura, está indo fundo em busca do próprio alívio, do próprio prazer e isso é lindo. Ver ela prestes a gozar é delicioso, a forma que geme e grita, a intensidade em que me olha.

 

Ela me surpreende ao segurar meu pescoço, na verdade me surpreende é a força que tem e deposita nisso. Encaro seus olhos e há tesão puro neles, sua boca está entre aberta e ela suspira em prazer, ela me prende a passagem do ar e embora seja horrível a sensação eu entendo o que ela está fazendo. Ela sabe como foder a minha cabeça, ela é exatamente como eu, pouquíssimas coisas nos diferem e acho que é por isso que a amo tanto.

 

Ela não para de se mover ou de me enforcar, encontrou um ponto perfeito e um ritmo delicioso e eu me sinto cada momento mais perto de a preencher toda. Fecho os olhos tentando segurar, respirar é praticamente impossível e pensar está se tornando também. Só consigo sentir suas paredes se contraindo cada instante mais forte e seus gemidos deliciosos preenchendo o ambiente, quando ela treme em cima de mim me permito vir também.

 

Ela se apoia em meu pescoço, exausta, tentando recuperar o fôlego e eu a abraço. Sentindo seu coração batendo disparado contra meu peito, toco seu cabelo acariciando-o e ela beija meu pescoço.

 

── Nunca mais encoste em mim daquela maneira. Ou mandarei que arranquem suas duas mãos.

 

── Eu te amo e isso não será necessário, majestade ── Digo, e ela só sorri porque sabe que isso é muito mais que um pedido de desculpas.

 

Ficamos suados e colados naquele trono por minutos, apenas aproveitando a sensação de alívio e paz que nos preenche.

 

── Você me acha fraca? ── Ela me pergunta, ainda pensando no que eu disse em nossa viagem de volta para casa.

 

── Não, não acho ── Respondo e ela se afasta o suficiente para me olhar, toco seu pescoço que contêm a marca de meus dedos avermelhado ainda ── Você passou por muita coisa em 48 horas e ainda está em pé, matou o desgraçado do Otto e quer tomar o seu lugar. Só não deseja a morte de inocentes por isso, e isso não é sinal de fraqueza, é sabedoria. Eu queimaria toda KL só para te fazer sentar no trono, mas essa ideia te repugna porque você se importa com a vida das pessoas. Eu não.

 

Ela só me observa falar e no fim concorda, encosto minha testa na dela.

 

── Somos como fogo e sangue mesmo, eu represento o fogo e a destruição e você é o sangue, a lógica e a razão.

 

── Então concorda comigo?

 

── Vamos esperar as crianças chegarem, e então veremos como agir.

 

── Os mantos dourados são leais ainda?

 

── Grande maioria. Já estão aguardando ordens da rainha.

 

Isso a tira um meio sorriso, não resisto e beijo aquele sorriso que quase não vi nos últimos dias.

 

── É só uma questão de tempo agora.

 

 

 

Eu só não sabia quanto tempo ao certo, Aegon foi o primeiro a retornar. Sabíamos que Jace seria o último, mas quando ele voltou antes dos gêmeos a Rhaenyra começou a ficar impaciente. Sugeri que eu fosse checar se estava tudo bem, já que Ponta Tempestade fica a poucas horas de voo daqui. Ela negou que eu deixasse Dragonstone e esperamos mais, eu estava falando com os guardas de vigia quando Aegon chegou ali.

 

── Daemon ── Sua voz me fez parar no meio da ordem que dava, o encarei e bastou o olhar para saber que para me interromper assim era algo sério ── Me acompanha?

 

Encaro os guardas e finalizo o comando que os passava, por fim o sigo até os jardins de Aegon o conquistador ao fundo do castelo. Ele não disse nada no meio do caminho, e eu comecei a sentir que tudo ia piorar em pouco tempo, quando vi Visenya sozinha e cheia de sangue sentada em um dos bancos senti meu coração parar por longos segundos. Frio me tomou dos pés à cabeça, e eu nunca tive essa sensação. Pânico.

 

── Cadê o Lucerys? ── Pergunto.

 

Visenya leva a mão no rosto e volta a chorar, Aegon caminha até ela e se senta no banco ao seu lado, ele segura a mão dela e vejo o quanto ela o aperta. Me aproximo, e me abaixo na sua frente, checando o ferimento enorme que ela possui na perna e depois seu rosto. Ela estava toda molhada e tremia, não sei se de frio, medo, dor ou pelo irmão.

 

── Me conta exatamente o que aconteceu.

 

── Mamãe nunca vai me perdoar, foi tudo culpa minha... ── Diz em prantos, toco seu joelho e a encaro nos olhos ── Foi tudo culpa minha.

 

── Calma, está tudo bem.

 

── Não, não está. Lucerys está morto e a culpa é minha.

 

Passo a mão pelo meu rosto inteiro, o meu corpo inteiro treme, mas eu não quero transparecer isso a eles. Meu coração se fecha, e eu engulo toda e qualquer dor ou emoção.

 

── Como? ── Questiono.

 

Ela olha para Aegon e depois solta a sua mão, fecha os punhos com tanta força que vejo as veias em suas mãos, ela tenta controlar a respiração e soluça. Olho para o meu primogênito, que está abalado, mas não como ela, sei que ela o contou.

 

── Aemond e Vhagar, destroçaram Arrax no ar e... ── Ele não termina porque eu me levanto e me afasto.

 

Escuto mesmo que a bons passos de distância ele pedindo para ela se acalmar, mas ela parece transtornada, se levanta e caminha mancando. Faço sinal para ele a seguir, eles discutem, mas por fim ele a convence a ir aos Meistres cuidar do ferimento.

 

Minha mente ferve e eu não sei como contar isso a Rhaenyra. Ela já sofreu tanto, ela não vai aguentar saber que o seu garotinho está morto. Um crime de guerra foi cometido, eu sabia que aquele desgraçado era capaz disso, só nunca imaginei que ele estivesse no lugar em que mandamos nossos filhos. Rhaenyra vai se culpar, Visenya já se culpa, mas para mim, só existe um único culpado.

 

Levo horas para entrar na sala do conselho com a notícia, caminho até a minha esposa que me olha sem entender. Seguro a sua mão e caminho lentamente até a lareira, acaricio seus dedos, ela me olha.

 

── O que foi, meu amor? ── Pergunta, estranhando todo esse silêncio e carinho.

 

── Visenya retornou a pouco, Aemond estava em Ponta Tempestade e... Ele assassinou o nosso filho, Lucerys morreu nos céus, Vhagar... Arrax não tinha chance contra ela.

 

Ela solta a minha mão, eu tento a segurar outra vez, mas ela desvia do toque. A olho, mas não vejo emoção alguma no seu rosto, é como se não houvesse nada ali, ninguém.

 

Uma lágrima desce pelo seu rosto, uma de cada lado, ela as seca e se vira outra vez ao nosso conselho. Ódio brilha em seus olhos, e eu me pergunto o que passa em sua mente, saber que ela queria casar a sua única filha com o seu irmão e agora saber que ele matou o nosso filho. Em mim queima e dói de uma forma que nunca senti antes, mas sei que nada comparado a ela.

 

── Tomaremos a capital ao amanhecer. E queimaremos quem tentar impedir ── Dito isso ela sai, e eu vou atrás.

 

Rhaenys me segura e eu a encaro com ódio, mas então me lembro, ela é "avó" de Lucerys. Então a conto, e ela olha para Corlys com os olhos cheios de lágrimas e me retiro atrás de minha esposa.

 

Ela segue pelo corredor até a sala dos Meistres, onde terminam de dar pontos na perna de nossa menina. Aegon está aqui com ela, e ela parece mais calma graças a algum medicamento, dá para ver que ela está atordoada e não sei se é o melhor momento para as duas conversarem.

 

── Me deixem sozinha com ela ── Ela pede, e Aegon concorda.

 

Antes de sair ele beija a mão da irmã dele, eu fico parado sem sair do lugar e ele me encara esperando que eu saia também, olho para Rhaenyra e por fim obedeço.

 

Rhaenyra narrando.

 

Visenya encara os pontos dados em sua coxa, são muitos e a cicatriz ficará pelo resto de sua vida. Conto os pontos, mas desisto na metade, passam de dez. Me sento na cadeira a sua frente, ela parece com medo de olhar para mim. Ainda não consigo absorver isso, acreditar nisso, meu garotinho não pode ter partido para sempre, foi um mal-entendido.

 

── Me conta do começo? ── Peço e ela estremece.

 

Ela me olha nos olhos pela primeira vez, está com olheiras imensas e profundas, a boca pálida e branca. Parece ter perdido muito sangue, e pelo tamanho da ferida não sei como ainda está bem e acordada.

 

── Quando chegamos estava um tempo lindo e limpo, sem nuvens ou indício de chuva... Vimos a Vhagar e o Luke me pediu para voltarmos, ele disse que seria melhor voltar outra hora ou outro dia. Mas eu... Eu queria confrontar o Aemond, eu queria cumprir a missão em que fomos enviados, eu disse para ele voltar que eu ficaria. Mas é claro que o meu irmãozinho jamais faria isso, ele ficou comigo. ── Meus olhos já inundam, e eu me contento em encarar o chão, por favor que tenha sido um mal-entendido ── Entramos e fomos bem recebidos, e o meu tio estava lá, aquele filho da puta, ele já havia conseguido o apoio dos Baratheon, sabe como? ── Ela sorri, e vejo quão dopada parece estar e me arrependo de estar obrigando-a a falar agora, seguro a sua mão e a aperto ── Com um noivado, ele se ofereceu para casar-se com uma das filhas do Borros. 

 

Engulo em seco. Subo o olhar no seu, e ela parece tão perdida dentro de si. Fala e resume bem, mas ao olhar em seus olhos ela parece vazia, morta, não há o brilho lindo que sempre refletiu. Ela parece apagada, e isso me desespera.

 

── Ele mentiu e me enganou o tempo inteiro, eu sou muito idiota e burra. Pelos Deuses, como eu não vi? Fiquei tão nervosa na hora, eu disse que ele nunca poderia se casar visto que já era prometido a alguém. Eu o desmenti para o Lorde Borros e por fim ele pendeu mais para o nosso lado. Claro que não deixaram nenhuma briga acontecer lá dentro, então chamei Luke e tentamos sair, Aemond me segurou e disse que eu tinha uma dívida com ele... Quase acreditei nele outra vez, porque depois de sairmos da presença de Borros ele adotou a máscara que usou em nossa estadia em KL e eu não o entendo mãe, é como se fosse duas pessoas em uma. Psicopata maldito. ── Ela inteira tremeu, e passou a mão com força nos olhos ── Ele tentou me convencer de ir a capital com ele, e óbvio que eu disse não, então ele disse que não era um pedido. Tentou me obrigar... Aí as coisas ficaram feias, lutamos, e...

 

── Ele fez isso? ── Pergunto a interrompendo por um instante, ao encarar sua coxa.

 

── Não. Isso foi depois, o guardas de Ponta Tempestade o seguraram lá para que Luke e eu partíssemos. Não sei como eles conseguiram nos nos alcançar, estava chovendo muito, eu não via quase nada... Luke sempre voava a minha frente, Arrax é muito rápido. Mas, não foi o bastante. Aemond, ele estava se divertindo em nos caçar com seu dragão, ela é tão enorme que eu tremia de medo... Imagina o pavor do Luke ── Seu queixo começa a tremer, e seus olhos já estão tão vermelhos que não concentram mais tantas lagrimas ali dentro e derramam pelas bochechas ── Saímos da tempestade e tive esperança de que tudo estaria bem, estava um pouco abaixo deles quando Vhagar veio e... ── Um calafrio me toma, ao imaginar e vivenciar a cena ── Eu vi Arrax ser partido ao meio, Aemond gritava para ela não atacar, mas era tarde. Os pedaços do dragão caíram ao meu lado. Eu me senti sendo rasgada ao meio, e doeu tanto... Ainda dói.  

 

O desespero dela me faz crer que não houve mau entendido algum, o meu irmão assassinou o meu pequeno Lucerys por vingança pelo olho que lhe foi tomado. Choro junto com ela, que tenta se acalmar para concluir a história como peço, quero saber como ela chegou aqui. 

 

── Eu não pensei mãe, eu simplesmente pulei do meu dragão e cai no mar. Devo ter me machucado assim, eu não sei, eu só sei que nadei por muito tempo... E comecei a me sentir fraca e enjoada, a água estava agitada e comecei a me afogar, logo tudo ficou escuro. ── Ela está com os olhos fechados e as duas mãos no rosto, eu já me levantei e choro em silencio apoiada na porta ── Não sei como fui parar na costa, acordei com Seasmoke me cheirando.  Não sei como não morri afogada ou esgotada, adoraria que isso tivesse acontecido.

 

A olho ofendida, ela acha que eu mereço ouvir isso? Ela pede desculpa no mesmo minuto. Se levanta gemendo em dor, e vem até mim. 

 

── Preciso que me perdoe. Por favor ── Pede, secando minhas lágrimas com todo cuidado do mundo ── Eu sei que foi culpa minha mas eu o amo tanto, parece que metade de mim morreu, mãe... Eu juro que não queria, eu nunca imaginei que isso pudesse acontecer. 

 

── Shh, calma meu amor ── Peço a ela uma coisa que eu mesma não tenho ── Eu não te culpo, eu quem não deveria ter mandado vocês. Perdi o meu garotinho, e quase te perdi junto.

 

── Não está brava comigo? 

 

── Não! Você não teve culpa, a culpa foi minha... 

 

──  Foi o Aemond, ele me disse que faria isso se tivesse a chance um dia... ──  Ela balança a cabeça em negação, e respira fundo antes de encarar meus olhos ──  Mãe, quando tomarmos Kings Landing, pode considerar a ideia de deixar ele para mim? Quero que seja eu quem vai o matar.

 

 

 


Notas Finais


Quem sentiu minha falta? Porque eu senti a de vocês! Juro, foram dias difíceis kkkkkkk E vão continuar sendo, não que alguém se importe mas estou tirando habilitação e sofro muito de ansiedade então só consigo focar em uma coisa por vez, concluir esse capitulo foi DIFÍCIL! E se eu demorar a vir com o último me perdoem por favor, não é por mal.



A enforcada eu tive que adaptar, um tesão aquilo ali meu povo kkkkk Rhaenyra avisando que se acontecer dnv ele fica sem as mãos, melhor ele escolher bem a hora de enforcar sua rainha... 



O que acharam?? De inicio tive muita duvida sobre matar ou não Lucerys, mas pela construção da minha Vis eu achei interessante que sim, me perdoem por isso! E eu fiz esse resumo dela porque nem todos querem ler a historinha dela com Aemond/Aegon, então dá para entender o que aconteceu em Ponta Tempestade por cima, lá eu pretendo detalhar bem todos os fatos, brigas, indiretas, pedrada, facada, ameaça de morte, assassinato e afogamento kkkk mas fica a duvida né, como ela saiu da água? Sereias existem? kkkkkkkkkkkkkk É MEME, to brincando. (dsclp estou carente de conversar e fazer piada imbecil, é isso)



Sim, Nyra tem piriquito de aço, pariu e um dia depois tá dando. Da nada, na série ela pariu e em 15 minutos já estava em cima do dragão kkkkkkkk finge que é normal e segue o baile. 



Retorno em breve com o último, e mais breve ainda com a continuação da Vis! 


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