Saí da faculdade apressado mais uma vez, saindo da sala no instante que o professor liberou.
Por que tanta pressa? Simples. Eu estava sendo perseguido. Okay, não podia ter completa certeza disso, mas era meio impossível isso ser coincidência. Todos os dias, após sair da faculdade, via um carro, mais especificamente um Bugatti, como já havia procurado, em frente do prédio aonde tinha aula. Quando chegava em casa, via o mesmo carro, com o mesmo homem estacionado perto da mesma. Não queria pensar nisso, a única coisa que queria agora é focar na faculdade e mostrar aos meus pais que eles estavam errados; eu tenho potencial.
Apenas me sinto seguro quando a porta de casa se fecha e eu tenho a plena certeza que ninguém, absolutamente ninguém pode entrar aqui sem minha autorização. Acendi o interruptor da casa, colocando minha mochila sobre o sofá perto de mim.
Estava faminto, então resolvi caminhar até a cozinha, abrindo a geladeira, podendo observar o que havia ali. Não havia muita coisa, já estava no fim do mês e normalmente faço as compras no início, então, no final do mês costumo sair para comer, ou com Taehyung, meu melhor amigo, ou Yoongi, meu quase namorado. Peguei uma caixa de leite, deixando-a sobre a bancada, abrindo o armário para poder pegar um copo.
Parei com o que fazia quando ouvi o soar da campainha, não podendo de deixar de estranhá-lo, pois sempre que, ou meu melhor amigo ou meu “namorado” vinham, me avisavam. Dou de ombros, imaginando que talvez tenham apenas esquecido de avisar. Deixei o copo junto da caixa de leite e passei pela porta da cozinha, que dava passagem à sala de estar. Tirei a chave do meu bolso direito e coloquei-a na tranca da porta, podendo destrancá-la enfim. A abri, me surpreendendo com o que o vi.
Fiquei em choque ao ver que, o cara que eu tanto evitava estava em minha frente.
— Antes de qualquer coisa, eu sei o que está pensando agora... — O homem em minha porta falou. Observei-o, vendo que ele vestia calça social preta e uma camisa de botões.
Conseguia sentir seu cheiro mesmo estando certamente afastado do mesmo. Seu perfume não me era conhecido, mas com certeza, como tudo que ele vestia, devia ser caro. E realmente era bom.
— Você está me perseguindo! — O acusei, tentando fechar a porta, mas ele me impediu.
— Culpado. — Soltou uma risadinha sacana, suspirei, negando com a cabeça. Ele realmente era bonito. — Mas eu não pretendo de machucar, eu prometo. — Sua voz era calma. Ele era com certeza rico, mas por algum motivo, não consigo ver em si um tom de superioridade como eu esperava.
— Se eu fosse você, me explicava isso. Logo.
— Posso entrar? — O homem sorri, eu reviro os olhos, assentindo e dando espaço pra ele entrar.
Depois que ele entrou, fechei a porta com cuidado, vendo que o homem já havia se sentado no sofá. Folgado.
— Então... — Caminhei em passos pequenos, chegando no sofá, sentando ao seu lado. — Você tem muito a explicar.
— Eu me chamo Jeon Jungkook. — Estendeu a mão, eu, por educação, apertei-a. — Pode me chamar da maneira que quiser, não precisa de formalidades comigo, Park.
Arqueei as sobrancelhas, descartando a pergunta de como ele sabia meu nome e também a do motivo dele não querer formalidade mas estar me chamando assim.
— Você já deve saber meu nome.
— Eu quero pedir desculpas por te assustar te... Perseguindo? — Começou a falar, ignorando minha fala anterior. — Eu sou um homem de negócios, e eu sei que você estuda administração e queria que me ajudasse a gerenciar meus negócios.
— Eu sou apenas um estudante, Jungkook-ssi. — Optei por chamá-lo de forma mais formal, me sentia mais confortável assim.
— Eu sei, por isso preciso de você! — Disse em um tom animado. — Meus trabalhos são... Diferentes. Eu não posso contratar qualquer um, preciso de alguém que dê sua palavra; alguém de confiança.
— O que quer dizer com isso? — Me ajeitei no sofá, olhando-o.
— Eu tenho uma boate. Não é uma boate qualquer, mas uma boate aonde tem strippers, prostitutos e prostitutas. Lá também tem venda de drogas ilícitas. Tudo é muito secreto, apenas clientes conhecidos podem ir lá, e apenas clientes muito próximos podem indicar pessoas para visitar a casa. — Ele falava aquilo com calma, como se fosse algo super normal pra ele explicar no seu dia a dia.
— Então você está me dizendo que é um... Gangster? — Indaguei confuso, observando sua expressão sorridente e tranquila.
— Eu não disse isso. — Riu. — Mas se quiser pensar assim...
— De qualquer forma... Eu não quero me meter nisso. É tudo ilegal, Jungkook-ssi. — Levantei do sofá, negando com a cabeça diversas vezes.
— Se você me ajudar a gerenciar meu negócio, você não vai se meter em nenhum problema. Nenhum problema mesmo. — Vi ele se levantar também, se aproximando de mim. — E eu vou te pagar bem.
Trabalhar com um gangster nunca foi meu sonho de trabalho. Na verdade, eu nem ao menos tenho um, visto pelo fato que ainda sou sustentado pelos pais que a qualquer momento que podem jogam em minha cara o fardo que sou pra eles.
Eu não quero me meter em problemas, mas se Jeon garante que nada dr ruim vai acontecer comigo, não custa tentar. Caso eu não me adapte é só sair. E é apenas um trabalho, nada muito difícil.
— Eu não sei... — Sussurrei.
— Park, eu prometo que não vou deixar nada ruim acontecer com você. Eu nunca quebro minhas promessas. — Sua voz era seria e sua feição também. Nesse momento eu percebi o quão desesperado ele estava pela minha ajuda, e não me custaria ajudar.
— Certo... Eu aceito.
E no momento que disse “eu aceito”, selei uma espécie de pacto com um mafioso que eu acabara de conhecer.
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