A Loira olhava a pequena criança sentada no tronco de árvore vendo as outras crianças brincarem.
Mas de repente, uma mulher a chamou e a criança a seguia sem pestanejar. Parecia não querer ficar ali e mulher não queria se aproximar.
— Por que ? — A Mulher loira pergunta ainda observando a criança se afastar.
— Ela tinha que ir para o quarto. — Respondeu.
— Me leve até o quarto dela.
— Mas ... — A Loira interrompeu.
— Por favor.
Se dando por vencida, a mulher, dona do orfanato caminhou até o quarto da criança sendo seguida pela loira de olhos claros.
— Esse quarto geralmente está escuro. — Comenta. — Ela não gosta de receber visitas. Nem um pouquinho.
Deu uma pausa.
— Voce entende ?
— Sim, mas eu quero falar com ela. — Faz uma pequena pausa. — E nada vai me impedir.
A Mulher de cabelos pretos suspirou e abriu a porta do quarto 24. Dando passagem para a loira passar.
E assim fez. A mais nova passou e fechou a porta, contra a vontade da mulher.
— O que está fazendo aqui ?
A Voz doce ecoou pelo quarto.
— Queria falar com voce. — Respondeu.
— Voce é médica ? — Perguntou. — Eles que chamaram você ?
— Não.
— Já te vi aqui outras vezes.
A Loira franzi o cenho.
— Mas eu nunca apareci nas frente nem de voce e nem das outras crianças. — Falou confusa.
— Eu senti.
— Por que não brinca com as outras crianças ?
— Por que não, Não gosto delas. — Responde e se levanta para ir até a janela. Arrastando a cadeira e subindo para alcançar o parapeito da janela. — Me acham diferente.
— Talvez seja.
— Tudo que eu digo é verdade. — Virou-se para a mais velha. — Eu não sou problemática.
— Eu sei que não.
— Eu não acredito em voce. Eu faço coisas acontecerem. — Responde a pequena.
— Como o que ?
— Faço coisas se mexerem com apenas um aceno da minha mão. Meu olhos brilham em outras cores diferentes da cor original do meu olho que é azul. — Responde. — Controlo algumas pessoas com a mente.
Sai da cadeira.
— Entre outras que eu prefiro não contar. — Vai para a frente da mais velha.
— Quantos anos voce tem ? — Pergunta
— 6 Anos. — Falou a menina.
— Meu nome é Lilian, mas pode me chamar de Lily. — Se apresentou. — Qual o seu nome ?
A Menina a observou.
— Meu nome é Ambar. — Falou a garotinha de cabelos loiros e belos olhos azuis.
Uma música mais agitada começou a tocar e Ámbar abriu os olhos calmamente. Ela sentou na cama, alcançou o celular que estava na cômoda e pausou o aplicativo. Esfregou os olhos e foi em direção a casa de banho tomar banho.
Estava sonhando de novo com o dia que conheceu a Lily aos seus 6 anos. Os traços do rosto de Lily já estavam perdidos em sua memoria. Nos seus sonhos apenas ouvia a voz da mulher. Já fazia 10 anos que isso tinha acontecido e ainda lembrava exatamente como a tinha conhecido.
— Senhorita Ambar. — Amanda bateu na porta da loira.
— O que foi ? — Abriu a porta com os cabelos molhados e a toalha em volta do corpo.
— Sua madrinha quer conversar com a senhorita. — Amanda falou.
— Ok, Pode se retirar. — Ambar falou e Amanda assentiu saindo.
Ambar fechou a porta e foi até o seu closet.
— Me chamou madrinha ? — Perguntou.
— Sim. — Disse fria.
— O que quer falar comigo então ? — Respondeu no mesmo tom.
— Voce vai fazer um intercâmbio. — Falou.
— Como é que é ? — Quase grita.
— Sim, em Buenos Aires.
— Do outro lado do mundo ?
— Não é do outro lado do mundo, Ambar.
— É apenas em outro continente. — Falou sarcástica. Ela não queria ir, embora fosse fluente em espanhol. Não queria ir.
— Deixe de drama Ambar.
— Não é Drama, apenas estou cansada de voce controlando toda a minha vida. — Aumentou o tom de voz.
— Olhe o tom de voz. Voce vai ficar com a Familia Alvarez.
— Por que não na mansão que tem em Buenos Aires ? — Perguntou Ambar fechando os punhos.
— Voce não pode ficar lá sozinha. Não tem empregados nem nada além de moveis velhos. Apenas pessoas que eu contratei para limpar uma vez por mes. — Sharon falou e Ambar revirou os olhos. — Não revire os olhos para mim. Que tamanha petulância.
— Quando eu irei ?
— Hoje. Suas aulas vão começar daqui a tres dias.
— O QUE ? — Gritou.
Sharon se levantou e deu um tapa no rosto macio e branco da loira.
— Eu já disse. Olhe o tom de voz. — Falou. — Vá fazer suas malas, Rey te levará ao aeroporto e não chore.
— Eu nunca choro. — Falou passando a mão no rosto.
— Pelo menos isso voce aprendeu. Voce vai me obedecer Ambar, EU sou sua responsavel desde que eu te tirei daquele lugar asqueroso chamado orfanato. — Pegou o queixo da menina e o levantou. — Entendeu ?
A Menina assentiu.
— Vou arrumar minhas malas. — Ambar subiu correndo para o seu quarto. Pegando suas malas e olhando quais roupas iria levar.
Ela não tinha de quem se despedir. Não tinha amigos em Londres. A sua única amiga tinha se mudado seja lá para onde. Mas por sorte, ainda se falavam.
Seu nome era Emilia. A única pessoa que a entendia e que levou do orfanato.
Sim, Ambar quando tinha 6 anos fez drama para levar Emilia com ela. Sharon, procurou um casal que queriam adotar uma criança e assim Emilia foi adotada. Sendo vizinha de Ambar até os 9 anos da loira. Até que a mesma foi embora.
— Rey. — A Loira chama. — Leve minhas malas para baixo, já irei descer.
O Homem mesmo contrariado, levou as malas para baixo esperando a loira.
— Goodbye London. — Ambar fechou as cortinas do seu quarto. Trancando a porta do seu quarto. e levando consigo a chave. — Quanto tempo ficarei lá ?
— Dois anos. O seu segundo e terceiro ano no ensino médio. — Sharon responde.
— Ok, Tchau. — Ambar seguiu em frente.
— Fique longe da mansão de Buenos Aires.
— Tudo bem.
Ambar seguiu junto com Rey até o aeroporto.
— Chegamos Senhorita Ambar.
— Ok, Até mais
Ambar caminhou até o chek-in. e Em poucos minutos, ela estava a caminho Buenos Aires.
— Te Odeio, Sharon Benson. — Falou entre os dentes. Enquanto o piloto avisava que o avião estava prestes a pousar.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.