Um
O navio inteiro rangeu e tremeu, balançando com as rajadas de vento invernal, como se tivesse atingido um baixio no mais profundo alcance do Egeu. Kratos levou os braços em torno da estátua de Atena na proa do seu navio golpeado, os lábios descascando por conta do grunhido animal dos seus dentes. Acima, no mastro principal, a última de suas velas quadrangulares partiu com o vendaval como em uma detonação de um raio próximo. Um grande bando de criaturas imundas e macilentas, como mulheres asquerosas com asas de morcego, pairou sobre o mastro, gritando com raiva e sede do sangue dos homens. – Harpias – Kratos grunhiu. Ele odiava harpias. Um par de monstros alados guinchava mais alto que o uivo do vento, enquanto avançava para cortar a vela com suas presas manchadas de sangue. A vela ribombou mais uma vez e finalmente se despedaçou, caindo sobre o convés e estapeando algumas das harpias no ar. Uma delas desapareceu na tempestade; outra conseguiu se safar, emaranhando suas garras afiadas violentamente no cabelo de um remador. Ela arrastou o desafortunado marinheiro, que gritava e se debatia pelos céus, retorcendo-se para cravar suas presas no pescoço dele e banqueteando-se com seu sangue, que foi derramado em uma ducha violenta. A harpia percebeu que Kratos a observava e gritou sua eterna fúria. Ela arrancou a cabeça do marinheiro e atirou-a contra Kratos; quando ele afastou o pavoroso míssil com um golpe desdenhoso, ela lançou o corpo do remador com força suficiente para matar um homem comum. Seu alvo, contudo, não era nada que assemelhasse o ordinário. Kratos deslizou para o lado e agarrou o cinto de corda do marinheiro enquanto o cadáver mergulhava. Um selvagem arranque estalou o cordão e enviou o corpo sobre a murada para o mar revolto. Kratos calculou o mergulho da harpia, que investia contra ele como um falcão, com as garras afiadas estendidas para arrancar seus olhos. Kratos lançou as mãos instintivamente atrás de seus ombros, procurando as enormes gêmeas, impiamente curvas e sobrenaturalmente afiadas, as espadas que se aninhavam em suas costas. Suas armas símbolo, as Lâminas do Caos, forjadas pelo deus ferreiro Hefesto nas fornalhas do próprio Hades. As correntes enroladas em seus punhos e queimadas em sua carne até se fundirem com cada um de seus ossos – mas, no último instante, ele deixou as gêmeas onde estavam. Uma harpia não era digna de que elas fossem sacadas. Ele rompeu o cinto do marinheiro assassinado como um chicote. Este rodopiou para encontrar o mergulho da harpia e lançar-se ao pescoço do monstro. Kratos pulou da estátua para o convés abaixo, seu peso súbito
arrancando a criatura dos céus. Ele a imobilizou no convés com uma sandália, enquanto puxava a corda para cima com uma fração de sua força. Aquela fração foi o suficiente: a cabeça da harpia rasgou-se do corpo e deslizou no ar. Ele agarrou a cabeça com sua mão livre, balançou-a próximo ao timão, o rebanho de harpias guinchando, e rugiu: – Desçam até aqui. Vejam o que acontece! Ele pontuou seu desafio atirando a cabeça decepada na harpia mais próxima, com precisão mortal e força inacreditável. Acertou-a diretamente no rosto, cortando seu grito como o golpe de um machado. Ela deu cambalhotas enquanto despencava do céu, chocando-se com a tempestade, três palmos a bombordo. Kratos apenas olhou fixamente. Matar aquelas criaturas vis não era nem divertido. Sem desafio. O olhar de Kratos se assentuou quando o temporal lhe apontou um vislumbre do navio mercante que ele perseguia. A grande embarcação tinha duas velas içadas e estava se afastando, correndo a favor do vento. Um outro instante lhe mostrou por que seu navio ficou para trás. Seus remadores acuaram com medo das harpias, se encolhendo em qualquer canto que pudessem encontrar, abaixo dos seus bancos ou protegidos pelo emaranhado dos remos. Com um rosnado, Kratos segurou um remador que estava em pânico pela nuca e, com apenas uma das mãos, levantou o homem acima de sua cabeça. – O único monstro que você deveria temer sou eu!
Um movimento rápido de seu pulso lançou o covarde às ondas sem esforço. – Agora remem!
A tripulação sobrevivente aplicou-se aos remos com energia frenética. A única coisa que Kratos odiava mais do que harpias era um covarde. – E você! – ele sacudiu seu punho massivo para o timoneiro. – Se eu tiver que voltar aqui para dirigir, eu faço com que você vire comida de harpia! Você tem o navio à vista? Seu rugido gutural fez com que o timoneiro se encolhesse. – Você tem?
– Um quarto de légua a estibordo – disse o timoneiro. – Mas ele ainda tem
suas velas! Nós nunca iremos alcançá-lo! – Nós vamos alcançá-lo. Kratos vinha perseguindo a embarcação mercante fazia dias. O outro capitão era astuto e um marinheiro hábil. Ele havia tentado todos os truques que Kratos conhecia, e mesmo uns novos, mas, a cada dia, a galé elegante de Kratos direcionava o navio mercante inelutavelmente para um perigo ao qual nenhum barco poderia sobreviver: o Túmulo dos Navios. Kratos sabia que sua presa iria ceder. Entrar naquele estreito maldito era o último erro que qualquer capitão cometeria. À frente, como rochas pontiagudas em meio ao estreito, adormeciam pedaços destroçados de embarcações que, por infortúnio ou erro de cálculo, encontraram seu caminho para a sepultura. Não era possível saber quantos poderia haver – centenas, talvez, ou milhares, elencados nas marés e suas correntes traiçoeiras, triturando seus cascos, uns contra os outros, até que finalmente se partissem em destroços lascados, ou enchessem de água suficiente para afundar. Mas mesmo isso não marcava o final do perigo. Muitas das ruínas dos navios descansavam abaixo, no fundo do mar, e permaneciam próximas à superfície do Egeu como recifes artificiais, espreitando para arrancar o casco de um navio desavisado acima. Esses recifes nunca puderam ser mapeados, pois nenhum barco que entrou no Túmulo jamais o deixou. Tantos marinheiros morreram ali que o próprio mar havia assumido um cheiro fétido de carne podre. Kratos assentiu consigo quando o navio mercante baixou suas velas e reverteu seus remos para a virada. A fuga estava próxima, ou teria estado, em qualquer outra região do Egeu. Mas a embarcação estava muito perto do Túmulo dos Navios. Mesmo quando o navio mercante começou a reverter o curso, uma cabeça colossal levantou-se das profundezas e desabou no convés do navio; e seu vigoroso pescoço enrolou-se no mastro, tentando quebrá-lo. Sempre que o vento se acalmava por um momento, Kratos escutava claramente os gritos e brados de guerra da tripulação do navio mercante, que freneticamente cortava o pescoço da Hidra com espadas curtas e machados. Mais cabeças despontavam das profundezas do mar. Kratos sinalizou ao timoneiro para seguir em frente, indo ao encontro deles. Não havia por que esperar que eles se libertassem; estavam muito ocupados na luta com a Hidra para notar que estavam sendo puxados para dentro do Túmulo. Ao redor, flutuavam os abandonados e destruídos pedaços de embarcações, que ou não contaram com a proteção dos deuses, ou portavam um destino de condenação. O barco mais próximo pelo qual passaram claramente não chegara muito antes de Kratos e sua caça. Uma dúzia de marinheiros estavam presos ao
mastro – empalados por uma única e imensa lança. As harpias haviam pungido os corpos. A maioria da tripulação era mero pedaço de carne, pendurados em esqueletos sangrentos, mas o mais próximo ao mastro ainda estava vivo. O marinheiro avistou Kratos e começou a chutar debilmente, estendendo suas mãos em um apelo silencioso por misericórdia. Kratos estava mais interessado na imensa lança que o empalava – sua presença sugeria que um ciclope poderia estar por perto. Ele bloqueou a visão do timoneiro, para que não visse o navio da morte. – Preste atenção em seu curso. – O senhor Ares se opõe a nós – o marinheiro disse com a voz embargada. – As harpias – a Hidra – essas são suas próprias criaturas! Todas elas. Você desafiaria o Deus da Guerra? Kratos estapeou o timoneiro forte o suficiente para lançá-lo ao convés. – O mercador tem água fresca. Precisamos pegá-lo antes que afunde, ou vamos todos morrer engolindo o mar. Esqueça Ares. Preocupe-se com Poseidon. Ele levantou o homem de volta aos seus pés e o postou no leme. – E se Poseidon não o preocupa, lembre-se de mim. Por dois dias eles estiveram sem água. Sua boca estava mais seca do que o Deserto das Almas Perdidas, e sua língua havia inchado. Kratos teria negociado a água de bom grado, mas, antes de o acordo ser realizado, o capitão do barco mercante teve um vislumbre dele e decidiu que o caminho mais sábio era o de fugir como se todos os cães do Hades ladrassem em seus calcanhares. Kratos ensinaria a esse capitão as consequências de tal sabedoria. Ele cofiou sua barba curta e pontuda, removendo coágulos espessos de sangue – humano ou de harpias, ele não sabia, nem se importava. Ele verificou seu corpo em busca de ferimentos; no calor da batalha, um guerreiro pode ser mortalmente ferido e nem perceber. Sem achar nenhum, seus dedos inconscientemente traçaram a tatuagem vermelha que percorria seu rosto e sua cabeça raspada, antes de descer ao longo das costas. O vermelho contrastava nitidamente com o tom branco ósseo de sua pele. Sangue e morte. Aquelas eram as mercadorias de Kratos. Ninguém que já o tivesse visto em uma luta, ninguém que tivesse escutado os contos de suas façanhas lendárias, poderia confundi-lo com qualquer outro homem. Outro impacto fez com que Kratos colidisse com seu timoneiro. O navio estremeceu e guinchou, e o som agudo do choque ecoou. O marinheiro caiu no convés, e Kratos agarrou o leme – mas este balançou livremente na sua mão.
– O leme! – o timoneiro engasgou. – O leme foi despedaçado. Kratos soltou o leme inútil e espreitou por cima da popa. Uma das carcaças abandonadas dos recifes artificiais lançara-se em sua galé como em um peixe – uma lança tão grossa quanto seu corpo foi levada através do casco e dilacerou o leme inteiro, quando penetrou a popa de dentro para baixo. – Remos a estibordo! Recuar! – Kratos bramiu. – Remos a bombordo! Puxem por suas vidas inúteis! Com um grito que poderia triturar os dentes, a galé conseguiu escapar de vergar. Enquanto seu arco balançou em direção do mercador que se debatia, Kratos ordenou que o barco virasse a estibordo a toda velocidade. Ele girou e rosnou ao timoneiro: – Marque a cadência! Rápido! – Mas... mas estamos afundando!
– Marque! – Kratos voltou-se para os remadores. – O primeiro verme covarde que tirar suas mãos do remo vai morrer onde estiver sentado! A tripulação olhava para ele como se tivesse sido levado à loucura pelos deuses. – Agora! Puxem!
Mesmo que a popa afundasse mais e mais dentro d’água, a galé emergia à frente. O barco mercante estava a apenas duzentos passos de distância, e cento e cinquenta, e então... Um gigantesco volume de água, impulsionado pelas contracorrentes traiçoeiras do Túmulo dos Navios, saltou sobre metade da embarcação – e, em vez de se corrigir, desabou em cima de um casco podre, que foi perfurado rapidamente. Seu navio não tinha nenhum lugar para ir, exceto para baixo. – Quem puder, siga-me – Kratos disse à sua tripulação. Se não pudessem, não valiam o trabalho de serem salvos. Ele arqueou-se sobre o parapeito e aterrizou como um gato em uma tábua cheia de limo. Ele derrapou ao longo dela, movimentando os braços para se equilibrar. O mar espumou entre as tábuas irregulares à deriva, e cada onda jogava cascos abandonados uns contra os outros como moinhos de madeira. Cair nessas águas seria morte certa. Cinquenta metros à frente oscilava outro navio. Seu mastro havia sido
decepado e, pela maneira que as cracas incrustadas e as algas negras adornavam seu casco, o barco fora prisioneiro no Túmulo dos Navios por muitos anos. Qualquer coisa que ainda flutuava era melhor do que sua galé, que se rendia ao mar com um vasto som de sucção e com o coro de gritos dos marinheiros, lentos demais para saltar. Um momento depois, os únicos sons eram o das ondas se acidentando e o assobio fino do abrandamento do vendaval. Andando rapidamente entre os restos quebrados dos navios que pereceram, Kratos alcançou uma carcaça abandonada. A curva alta do casco viscoso parecia impossível de ser escalada, mesmo para ele. Fez uma pausa e olhou para trás para ver se alguém de sua tripulação o havia seguido. Apenas um punhado evitou ser sugado com a galé – uma cabeça de Hidra emergiu das profundezas e atacou brutalmente, assassinando mais marinheiros, cortando-os em metades sangrentas. Em silêncio, Kratos assistiu enquanto eles morriam. Ele estava acostumado a ficar sozinho. A viga em que se equilibrava inesperadamente rolou por baixo dele. Sem hesitar, ele pulou, os dedos arranhando a carcaça incrustada da corrente da âncora. Mariscos rasgavam seus dedos, mas ele apenas resmungou e apertou os dedos ainda mais. Seus pés encontraram a curva do casco, e ele subiu com cuidado, puxando-se pela corrente. Ele saltou para cima do convés. Essa embarcação fora abandonada há anos. O mastro havia-se quebrado, deixando lascas irregulares, agora cegas pela tempestade e pelas ondas. Ele se virou e olhou de volta para onde seu navio havia estado. Ele não encontrou nada além de um aço acinzentado e uma espuma quase tão branca quanto o tom cinzento de sua pele. O fedor sombrio de decomposição foi o seu primeiro aviso. O segundo foi uma incandescência súbita das correntes fundidas com os ossos de seus pulsos. Ares havia sido um mestre cruel; Kratos odiava até mesmo pensar nele, exceto por um único ato. Ares havia unido seus braços às Lâminas do Caos. Os grilhões incorporados queimavam agora, como se estivessem pendurados em uma fogueira. Chamas pingavam das lâminas em suas costas, mas mais uma vez ele não se preocupou em empunhá-las. Ele se virou e assumiu uma postura de combate, com as mãos largas prontas para agarrar e rasgar. O cheiro pútrido ganhou força quando sua origem apareceu à vista. A fonte eram três dos soldados de Ares – cadáveres em decomposição de legionários mortos-vivos. Esses eram os únicos soldados que o Deus da Guerra podia agora comandar. Seus olhos ardiam em um fogo verde e frio. Carnes em decomposição pendiam de seus ossos como trapos. Sem emitir um único som,
eles investiram contra Kratos. Apesar de serem mortos-vivos, eles se moviam com uma velocidade sobrenatural. Um empurrou uma lança em direção à sua cabeça, a fim de forçálo a esquivar-se, enquanto outro balançava uma corrente em direção às suas pernas. Kratos arrebatou a lança com ambas as mãos, dirigindo-a para baixo, para enredar a corrente, então arremessou a lança e levou a mão às entranhas lodosas do legionário mais próximo, seus dedos rasgando a carne putrefata para encontrar o osso ilíaco em seu interior. Kratos apertou com força sobre-humana; quebrou o quadril do legionário, e a criatura caiu. Kratos se adiantou, sem olhar para trás. Quando o legionário com as correntes girou-as novamente, Kratos deixou que elas se envolvessem em torno de seus braços. Ele não estava preocupado, ele tinha seus próprios grilhões. Assim que o morto-vivo saltou contra ele, Kratos passou uma lâmina da corrente em torno de seu pescoço. A contração de seus braços enormes arrancou a cabeça do legionário de seus ombros. Ele despachou o terceiro com um simples golpe com o punho, esmagando seu crânio. Ele procurou por mais criaturas para destruir, mas não viu nada. Sabia que não deveria simplesmente acreditar que todos os monstros haviam desaparecido. Kratos sabiamente usou o tempo livre para encontrar um caminho entre os barcos naufragados que poderia levá-lo aos últimos cinquenta passos que o separavam do mercador. Uma estátua de madeira flutuando a certa distância chamou sua atenção. “Atena!” Ele havia disposto sua estátua a bordo de seu navio, na proa, como um tributo aos trabalhos que ele desempenhou para os deuses nos últimos dez anos. Ele não tinha certeza se fora auxiliado pelos deuses nas missões intermináveis ou se havia apenas sorte envolvida. Má sorte. Boa sorte. Não importava. Ele tinha as lâminas. A estátua não era mais do que um pedaço estúpido de madeira entalhada, não mais significativa do que qualquer outro destroço ao longo do Túmulo dos Navios. Ou assim ele pensava. Agora, a Atena de madeira boiava, pairando sobre as ondas, para cima e para baixo, e havia subido mais da metade do caminho pela água e se inclinou na direção de um emaranhado de vigas flutuantes. Um fragmento acidentado atrás de Kratos advertiu-o de que mais que a estátua de Atena havia se livrado da sepultura de água. Ele saltou, mal
conseguindo agarrar uma viga. Ele usou suas unhas para se firmar pelo caminho – algo frio e liso deslizou por sua perna. Ele resmungou e puxou a viga com mais força, raspando sua barriga sobre a madeira áspera. Ele levantou seus pés assim que a mão de um morto-vivo espremeu seu tornozelo e puxou-o com violência. Ele bateu na viga e usou o aperto do morto-vivo em sua perna como impulso, enquanto mudava de curso e girava na viga, então mergulhou as mãos no mar. Os grilhões ferventes transformaram a água em vapor e queimaram o legionário, de modo que ele se debateu violentamente e bateu em retirada, sem puxar Kratos para a morte. Kratos colocou-se de pé novamente. A pouco menos de dez metros de distância, a estátua de Atena ainda balançava sobre as ondas. A estátua de madeira levantou-se quase livre da água e virou-se com inconfundível urgência, inclinando-se como um ímã atraído pelo navio mercante. Ele não precisou de outra dica. Saltou, atou-se, equilibrou-se, escorregou e deslizou em meio ao emaranhado de destroços flutuantes em direção a uma embarcação naufragada que parecia estar relativamente intacta. Alguns dos tripulantes do navio mercante deviam ter procurado refúgio lá, fugindo do ataque da Hidra; tábuas de embarque, apoiadas na rampa do barco mercante, mediam pequeno intervalo entre os navios. Se ele pudesse alcançar o barco afundado, poderia embarcar no navio mercante com facilidade – contudo, antes que pudesse chegar à tábua, o mar explodiu diante dele. Das profundezas invisíveis ergueu-se uma enorme cabeça reptiliana, de olhos como escudos de fogo e espadas reluzentes como dentes. Suas mandíbulas poderiam morder pedaços inteiros do mais poderoso navio no mar Egeu, seus ouvidos espinhosos balançaram de forma mais ampla do que as velas de um navio; suas narinas derramavam uma fumaça gélida sufocante. A cabeça ignorou os navios atrás dela, olhando, em vez disso, para Kratos. Seu imenso pescoço arqueou, e seus olhos brilharam, e urrou sobre o Fantasma de Esparta com um som demasiado poderoso para ser chamado de ruído. O grito de trovão deixou Kratos de joelhos. Brevemente. Kratos ergueu-se. Enfim: algo que valia a pena matar. Harpias haviam morrido pelas suas mãos nesse dia. A Hidra seria a próxima. Com uma satisfação sombria, ele levou as mãos às costas e sacou as Lâminas do Caos.
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