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História God of War Vol.1 - Seis


Escrita por: JadsonGameer

Capítulo 7 - Seis


Fanfic / Fanfiction God of War Vol.1 - Seis


Seis
Kratos estava na torre que governava a muralha sobre o Pireu. De lá, ele podia ver as enormes Longas Muralhas que ligavam o porto com a cidade de Atenas, mais de três quilômetros pelo interior. Embora, como um espartano, ele considerasse os atenienses fracos, covardes e geralmente inúteis, nesse dia ele teria de lhes atribuir certo respeito relutante. Com apenas alguns cidadãos como soldados protegendo-as, essas grandes muralhas ainda estavam quase intactas. Uma conquista impressionante, mesmo contra um exército convencional. Contra as hordas de Ares de harpias, legionários mortos-vivos, ciclopes e sabe-se que outras monstruosidades rastejavam das profundezas de Hades, a capacidade dos atenienses de protegerem suas muralhas era surpreendente – algo que Kratos não teria acreditado, se não tivesse visto com os próprios olhos. – Dizem que o Deus da Guerra, Ares em pessoa, toma o campo contra nós – disse o exausto e caolho capitão da torre de guarda. – Fantasma de Esparta, não é? Kratos ignorou-o. A última coisa de que precisava era dar a esses patéticos soldados amadores uma desculpa para se afastar. Sua mente estava focada em outra coisa, em que ele não teria acreditado, a menos que tivesse visto com os próprios olhos; ele virou-se para lançar o olhar em direção ao mar, na esperança de ter um vislumbre da última vela do seu antigo navio desaparecendo no horizonte. Coeus e muitos dos outros haviam provado o seu valor a ele. Tê-los ao seu lado, por apenas um breve instante, não mudaria o resultado dessa batalha, mas daria ao novo capitão do navio e à sua tripulação a chance de morrer nobremente em batalha. Navegar mar adentro, como eles fizeram, apenas adiava suas mortes. A menos que Ares fosse barrado nos muros de Atenas. E enquanto Kratos escapava do navio na escura madrugada, a estátua de Atena na proa falou com ele mais uma vez – para lembrá-lo de que a morte de Ares lhe renderia o perdão por seus crimes. Como se ele precisasse ser lembrado. Atena também lhe falou de seu Oráculo em Atenas; o Oráculo diria a ele como derrotar o Deus da Guerra. Ele voltou sua atenção mais uma vez para a batalha em Atenas. As legiões de Ares foram reunidas principalmente contra a própria cidade – e não de maneira uniforme. Por alguma razão que Kratos não podia compreender, as criaturas pareciam evitar os bosques e grutas que delimitavam o campo em torno da cidade. Kratos sacudiu a cabeça, sem entender – atear fogo nos bosques faria mais sentido, mas o Deus da Guerra não era conhecido por sua mente tática afiada.
Ao contrário de Atena, que era lendária pela sutileza de seus planos de batalha, Ares preferia simplesmente dirigir seus exércitos para o ataque em grandes ondas, uma onda crescente de morte, até que finalmente esmagasse as defesas de seus inimigos e abatesse todos os seres vivos em seu caminho. Kratos sabia disso muito bem. Por muitos anos, ele havia sido aquele que empurrava os exércitos como grandes e sangrentos aríetes de carne humana. Por muitos anos, ele riu como um monstro sedento de sangue enquanto seus homens punham fogo em nações. E ele ainda estaria fazendo isso, se não fosse por aquela pequena aldeia... aquele santuário humilde de Atena... e aqueles abrigados dentro dele. Kratos se livrou das memórias. Como areia movediça, a loucura que sempre se escondia sob a superfície de sua mente ameaçou sugá-lo e afogá-lo em um implacável pesadelo. Sua avaliação da situação tática não era emocional. Apenas uma fileira de carros ainda se arrastava na estrada larga entre as Longas Muralhas. Pelo que ele havia visto em Pireu, a maioria dos animais de carga fora abatida como alimento. Nenhum navio entrou no porto com novos suprimentos; depois do quebra-mar, dezenas de destroços queimavam e enviavam a fumaça dos marinheiros mortos em direção aos céus e formavam uma advertência persuasiva, prevenindo quem ousasse enfrentar o mar. Por conta do manto ígneo de fumaça se agitando sobre a cidade, Kratos adivinhou que as criaturas de Ares haviam encontrado uma maneira de lançar fogo grego sobre as muralhas – ou, talvez, as harpias simplesmente estivessem transportando panelas fumegantes e lançando-as ao chão. Quando as legiões de Ares rompessem as Longas Muralhas, qualquer esperança de reforço ou suprimentos estaria perdida – e, pior, essas legiões teriam uma larga estrada pavimentada para marchar contra o ponto mais fraco das defesas da cidade, nas colinas acima. Seu exército marcharia rapidamente e abateria tudo em seu caminho. Atenas iria cair, sem dúvida. Para o olhar experiente de Kratos, parecia que a cidade não estaria de pé até a próxima manhã. – Atena não nos abandonou. O capitão deu a impressão de estar tentando convencer a si mesmo. – A vontade da deusa de olhos cinzentos vai subjugar esses exércitos, ela jamais permitiria que a sua cidade caísse! – Apegue-se rápido ao que lhe resta de coragem – Kratos disse sombriamente. – Atena ouviu sua oração.
– Ela... – o capitão ficou sem fôlego com a súbita esperança – Que ajuda? Quando chegará sua assistência? – Hoje, este espartano é seu aliado enviado por Atena – Kratos disse, saltando através da janela da torre, caindo como um gato na muralha abaixo. Outro salto o conduziu à estrada. Ele caiu no chão com o passo ávido que usara no campo tantas vezes para colocar seus soldados em posição. As Longas Muralhas lançavam uma sombra fria em toda a estrada. De cima, arqueiros dispararam saraivadas de flechas em chamas. Kratos não tinha necessidade de ver seus alvos, ele os ouvia. Rosnados, bufos, ruídos de animais – gritos e rugidos que não poderiam vir de nenhuma garganta humana. Kratos continuou. Ele não viu nenhuma razão para desperdiçar tempo lutando por essas paredes, quando qualquer idiota podia ver que elas não durariam mais um dia. Um arqueiro ateniense, caindo de uma parede, atingiu a estrada alguns metros à frente de Kratos. O homem tinha uma grande lança perpassando seu corpo, e seu rosto fora rasgado por garras de harpia, mas, quando ele chocou-se contra a estrada com força esmagadora, ele ainda segurava o arco em posição, protegendo sua arma com suas últimas forças. Kratos aprovava isso – o homem era quase tão disciplinado quanto um espartano. Bem, um espartano muito jovem. Um que ainda não houvesse completado o treino. Mesmo assim, Kratos foi até ele, ajoelhou-se e ouviu o ateniense murmurar suas últimas palavras. – Tome meu arco. Defenda a cidade! – foi tudo o que o arqueiro falou, antes de seu espírito encontrar Caronte na margem do rio Estige. Kratos arrancou o arco das mãos do cadáver e pegou a aljava com uma dúzia de flechas que ainda restava. Mesmo que ele preferisse as Lâminas do Caos ou seus próprios punhos nus, Kratos era um mestre de todas as armas. Ele testou o arco e deixou a corda vibrar, sem o armar com uma flecha. O arqueiro fora um homem forte, e essa arma poderia ser útil. Como se convocados por seu pensamento, gritos agudos de pânico vieram dos civis que dirigiam os carros à frente. O pânico se transformou em agonia quando uma seção inteira da parede desabou, fazendo chover pedras soltas e arqueiros em queda. Em um instante, dez metros de parede desmoronaram. Sem agir conscientemente, Kratos ajustou uma flecha no encaixe e deixoua voar. Seu eixo flutuou direto para o legionário morto-vivo que forçava seu caminho através da brecha no muro. A flecha prendeu a cabeça do legionário em uma parte do muro que ainda estava de pé. Mais dois legionários mortosvivos equipados com armaduras de bronze forçaram a passagem, apenas para encontrar o mesmo destino, com uma flecha para cada um. As flechas não destruíram as criaturas, mas, fixando-as à parede como coelhos em um espeto,
deixou-as no lugar, de modo que os atenienses poderiam desmembrá-las. – Fujam – ele rosnou para os civis gritando. – Vocês estão no meu caminho. Sem hesitação, Kratos entrou em uma brecha, atirando enquanto andava. Mais seis flechas voaram diretas e certeiras, empilhando os legionários uns sobre os outros e protegendo a brecha, mas os mortos-vivos atrás deles simplesmente os cortaram em pedaços e continuaram avançando. Três setas despacharam mais cinco ou seis deles. Enquanto mais dois se aproximavam, brandindo espadas, ele tentou pegar outra flecha, só para encontrar a aljava vazia. Ele jogou o arco de lado; sem flechas, ele era tão inútil quanto um eunuco. As duas monstruosidades pútridas que se aglomeraram em cima dele não mereciam a honra de serem destruídas pelas Lâminas do Caos. Kratos simplesmente se adiantou ao encontro deles e dirigiu os punhos através de seus peitos putrefatos. Suas mãos se fecharam em torno de suas espinhas, e ele balançou-os como se tirasse pó de suas mãos, rasgando suas espinhas dorsais. Como esses dois legionários entraram em colapso, Kratos usou suas espinhas como manguais, despachando seus companheiros, um após o outro. Os arqueiros de ambos os lados da fenda se juntaram a ele, fazendo chover flechas e mais flechas nos monstros abaixo. As correntes nos antebraços de Kratos se esquentaram quando as criaturas se comprimiram em cima dele. Ele empunhou as Lâminas do Caos e as movimentou na frente do corpo para se proteger contra os golpes de lança. As correntes ardiam como fogo em seus ossos. As lâminas cortavam a carne dos mortos-vivos e cobriam os cascalhos da parede com monstros desmembrados. Suas espadas gêmeas lampejavam rodas de fogo ao redor dele, lançando as criaturas de Ares para fora da fenda da muralha – mas os legionários mortos-vivos recuaram apenas para permitir o avanço de um ciclope. O monstro de um olho só movia-se pesadamente, tinha três vezes a altura de Kratos e mais de dez vezes o seu peso. A criatura veio balançando uma maça com pregos de ferro tão grande que um homem comum poderia ser derrubado pelo vento de seu deslocamento. O ciclope correu para a frente, ansioso para matar, ou morrer na tentativa. Ele empunhava a maça enorme como se fosse apenas uma varinha de salgueiro. Elevando-a acima de sua cabeça com as duas mãos, o ciclope bateu a maça na parte superior da cabeça de Kratos, como se estivesse tentando enfiar o espartano no chão como uma estaca. Kratos interceptou o golpe com as Lâminas do Caos cruzadas acima de sua cabeça. O impacto pôs Kratos de joelhos. Brevemente. Um instante depois,
reuniu forças para se levantar e usou as lâminas como uma tesoura de poda em torno do punho da arma. A extremidade da maça explodiu como uma pedra atirada de um estilingue. O ciclope soltou um rugido de pura descrença. Kratos enfiou seus pés no monte de pedras da parede quebrada em torno dele, encontrou um ponto de apoio e atirou-se no monstro. Ele atingiu-o duramente, abaixou-se sob a tentativa desajeitada de o ciclope agarrá-lo, então esfaqueou o gigante com as duas lâminas, cravando-as em sua barriga saliente. O ciclope gritou. Horrivelmente. Kratos torceu as lâminas e enfiou-as de volta nas feridas. Quando ele finalmente as retirou, vieram entranhas com elas. Desviando de outro agarrão desordenado, Kratos mergulhou para rolar por entre as pernas do monstro. Atrás do ciclope, ele girou e olhou para suas costas largas e peludas. Ele pulou, agarrando os arreios de couro do ciclope como apoio e enterrando a ponta dos pés na carne da criatura para se impulsionar. O ciclope gritou e começou a se debater, tentando desalojar Kratos de suas costas vulneráveis. O Fantasma de Esparta continuou subindo, mesmo quando o ciclope começou a girar sem parar. Chegando ao pescoço do monstro, Kratos agarrou o seu cabelo gorduroso e atingiu seu objetivo para repetidamente enfiar o punho de uma lâmina no rosto do ciclope. Quando ele atingiu a órbita solitária, o ciclope enlouqueceu. Kratos conseguiu agarrar o nariz e encontrar o protuberante e danificado olho. Ele o arrancou, fluido viscoso esguichando entre seus dedos. O ciclope havia ficado frenético antes. Agora ele jogou os braços para o alto, inclinou a cabeça para o céu e rugiu de raiva dos deuses. Essa era a única oportunidade para Kratos realizar uma morte limpa. Quando o ciclope se inclinou para trás, Kratos atacou. Pés sobre os ombros da criatura, ele levantou as Lâminas do Caos sobre sua cabeça e cravou as espadas gêmeas diretamente na cavidade ocular aberta. Pouco a pouco, os esforços poderosos do ciclope enfraqueceram-se, até ele cair de joelhos, o sangue jorrando de sua cavidade ocular rompida. O ciclope caiu de bruços no chão. Somente quando teve certeza de que o monstro estava morto, Kratos saltou de suas costas e chacoalhou o sangue de suas lâminas. Acima dele, na muralha, os soldados atenienses estavam imóveis, em choque, olhando incrédulos, boquiabertos. Então, um soldado soltou uma aclamação feroz. Ela foi assimilada pelos outros por toda a extensão das Longas Muralhas. – Morte aos monstros!
Uma unidade inteira de legionários mortos-vivos se precipitou na direção de Kratos, mas uma chuva emplumada de flechas picou-os em pedaços. Mais uma vez, uma agitação cresceu ao longo da parede. Kratos havia começado a correr para o buraco na parede, quando viu o que agora se movia para enfrentá-lo – espectros, monstros ressequidos cujos braços ossudos terminavam em lâminas cruelmente afiadas. Da cintura para baixo, seus corpos eram nada mais do que um redemoinho de fumaça preta. Eles flutuaram em direção a ele com facilidade traiçoeira e avançaram para o ataque. Kratos mal teve tempo de desatar as Lâminas do Caos para se defender. Os espectros coordenavam seus ataques perfeitamente, circulando-o e atacando à esquerda, depois à direita. As flechas que vinham de cima não fizeram nada para repelir essas criaturas. As flechas os atravessavam completamente, sem causar danos, como se seus corpos não fossem mais do que vapor. Com um ofuscante floreio de suas armas forjadas no Hades, Kratos cortou uma mão laminada, mas os fantasmas se espremiam em torno dele. Ele se defendeu habilmente quando recuou para a abertura; a melhor maneira de enfrentar essas criaturas era lutar com uma de cada vez. – Pelos deuses, vamos pará-los! Um esquadrão de espadachins apressou-se a ajudar Kratos, batendo suas armas contra os escudos de bronze. Sua coragem ultrapassava em muito suas habilidades, mas eles podiam tirar alguma pressão de cima dele, mesmo contra os fantasmas. – Fechem a lacuna – Kratos gritou, empregando uma mão e uma lâmina habilmente para cortar um pulso esquelético. – Vocês não podem defender esta brecha por muito tempo. E os espectros começaram a cortar as bordas irregulares da parede para aumentar o orifício. Se ficasse muito maior, os atenienses não poderiam contêlos – e Kratos não queria ter de defender sua própria retaguarda enquanto corria para a cidade. – Eu não o reconheço – disse um jovem soldado, atrás dele. – Por que não está com sua armadura? – Chame os engenheiros, idiota! – Kratos rosnou. – Se os monstros abrirem essa brecha, a barriga de Atenas estará exposta! O jovem guerreiro começou a bramir ordens, e os outros atenienses pareciam aliviados por ter alguém que lhes dissesse o que fazer. Os soldados mais próximos puseram-se contra a brecha, fazendo uma parede com seus
escudos e seus próprios corpos para deter as hordas geradas no Hades. Outros arrastavam madeiras pesadas, entulho e qualquer coisa que pudessem usar como barricada para cobrir a brecha, mas para Kratos estava claro que isso seria inútil. A pressão contra um punhado de homens era muito grande, e nenhum reparo permanente poderia ser feito com fantasmas e legionários constantemente atacando para ampliar o fosso. O último dos atenienses na brecha morreu com os ataques dos arqueiros mortos-vivos. Uma meia dúzia irrompeu, soltando flechas de fogo descontroladamente, em todas as direções; cada uma que acertava seu alvo explodia em chamas e tomava uma vida ateniense. Kratos empunhou as Lâminas do Caos mais uma vez e matou duas criaturas esqueléticas antes que pudessem criar mais estragos ao longo das passarelas aéreas. O resto dos arqueiros mortos-vivos concentrou sua munição contra os soldados que corriam para tapar a brecha. Eles eram devastadoramente eficazes. No momento em que Kratos matara os arqueiros que estavam perto do buraco, os espectros haviam aberto uma brecha suficientemente grande para fazer passar outro ciclope. Kratos mergulhou para a frente para encontrar o monstro. Usando sua força sobrenatural, ele levantou o ciclope do chão e arremessou-o de volta pela brecha, acertando fantasmas e mortos-vivos do lado de fora. O ciclope abriu caminho com o agitar de sua maça imensa, rasgando mortos-vivos em pedaços e lançando fantasmas para o ar, e caminhou para a frente mais uma vez para rivalizar com Kratos. Novos legionários empurravam as paredes, ampliando a brecha com cada pancada. Kratos mediu sua distância e lançou as duas lâminas com violência. Ele cortou a garganta do ciclope em ambos os lados, em seguida, puxou severamente as lâminas, usando suas curvas como ganchos atrás do pescoço da criatura. Quando as lâminas rasgaram livres, a cabeça do ciclope saltou de seus ombros, quicou no chão e rolou até os pés de Kratos. Uma fonte de sangue jorrou do pescoço da criatura em direção ao céu, e Kratos elevou o rosto para a ducha escarlate como se fosse uma chuva fria de primavera. Ele arrancou o olho cego e segurou-o sobre sua cabeça, então o ergueu, desafiando os asseclas de Ares, que avançavam para a batalha. – Mais! – ele gritou para a multidão do lado de fora. – Vamos lá! Venham e morram! Um pontapé tombou o corpanzil inclinado do monstro morto através da brecha, criando uma barricada que as criaturas deveriam sobrepor com dificuldade. Os arqueiros na muralha acima cobravam um pedágio terrível, atirando suas flechas nos legionários e os empilhando próximo ao ciclope morto. Antes, sua vitória fora aplaudida. Agora não havia tempo.
Um par de ciclopes dirigiu-se para a brecha e começou a tirar os legionários mortos-vivos da pilha crescente, abrindo caminho para mais monstros, enquanto espectros flutuavam acima de suas cabeças e suas lâminas horríveis retalhavam os arqueiros mais próximos em pedaços sangrentos de carne. Kratos fez novamente uma avaliação sombria das probabilidades. Ele não sabia como Atena esperava que ele salvasse sua cidade, mas tinha uma razoável certeza de que ela não queria que ele desperdiçasse sua vida por conta de uma abertura na muralha a mais de um quilômetro e meio da cidade. Ele guardou as Lâminas do Caos e olhou para suas mãos. O poder brotou de dentro dele quando ele desatou sua ira, e Kratos sentiu tornar-se um conduíte do poder divino mais uma vez. A Cólera de Poseidon ainda estava com ele. Empurrando os lutadores que se debatiam, ele subiu em cima do ciclope morto e olhou para as centenas de milhares de assassinos de Ares se preparando para se verterem através do cada vez maior furo na parede. Kratos estendeu as mãos como se quisesse empurrar a todos. Ele cambaleou enquanto o poder crescia dentro dele. Levantando as mãos, os cotovelos travados, ele fechou os olhos e se concentrou no que mais queria. Uma energia aniquiladora irrompeu em seu redor, criando um sulco de mais de um metro e meio de profundidade na frente dele. Kratos afastou suas mãos uma da outra, e o sulco se tornou uma cratera. Ele guiou a Cólera de Poseidon para baixo, para fora e para baixo mais uma vez, antes que ele caísse de joelhos em exaustão pelo esforço. O cadáver do ciclope se foi, tão completamente queimado que não havia sequer fumaça – assim como todos os outros ciclopes, os espectros, várias centenas de legionários mortos-vivos, alguns metros das Longas Muralhas e alguns arqueiros atenienses. Entre ele e o restante do exército de Ares havia agora um poço comprido, com cem metros de profundidade, e quase tão largo quanto profundo. Para chegar até a brecha agora, a horda enfrentaria uma longa descida e uma queda perigosa em uma encosta íngreme e escorregadia de cinzas, totalmente exposta aos arqueiros acima. Os monstros pareciam destemidos; pois eles já estavam deslizando pela borda mais distante do poço. Mesmo que tivessem de preencher toda a cratera com seus próprios corpos, logo essas criaturas bastardas transbordariam através da parede em milhares e milhares. Nada poderia detê-los. Kratos sacou as Lâminas do Caos e se tranquilizou, esperando
inflexivelmente na brecha. Essa seria uma longa luta.
 



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