Dormitório da Academia de Heróis – Tia Ella POV’S ON
Eri estava agitada porque depois de muitos dias, finalmente poderá passar o tempo com Kayama.
Porém, ela não entendeu o motivo de ter sido chamada por Aizawa para conversar, geralmente, isso só acontece se algo dá errado.
— Olá, Eri-chan!
— Kayama-san! -a menina sorriu-
— Vamos conversar um pouquinho antes de ir pra aula?
— Certo. -sentando no sofá, Kayama e Aizawa a encararam tranquilamente.
— Eri, antes disso, pode me dizer se todo mundo já foi pra escola? -o moreno olhou envolta-
— Sim.
— Eri-chan, lembra da vez que te expliquei sobre bebês? -Kayama sorriu de canto.
— Sim. Todos já foram bebês um dia.
— Bom, agora eu também vou ter um.
— ... -os olhinhos carmesins ficaram do tamanho de pratos, o sorriso foi ficando grande e contagioso.
Eri levantou do sofá estupefata, já encarando Aizawa cheia de ansiedade- É sério?!
— É sim!
— Whoah... Aizawa-san, esse bebê também é seu?
— ... -talvez tenha sido uma pergunta por chute, mas admite: ela chuta bem. — Bom, sim.
— Isso é muito legal!
— Você acha?
— Acho! Esse bebê tem sorte.
. . .
Sim, Eri. Esse bebê tem sorte mesmo!
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Academia de Heróis
18 semanas exatas e Kayama finalmente adquiriu sua mais nova forma: Melão humano.
Seu uniforme já não podia ser mais utilizado, pois, ele foi feito para comprimir e conter sua individualidade.
Da extravagância para o elegante e agradável. Seus alunos já sabiam da gravidez depois de perceberem tanto sua nova aparência quanto seus hábitos noturnos (que mudaram drasticamente), agora, eles parecem muito mais colaborativos do que o habitual.
E no ginásio, junto de Eri e mais a Recovery Girl, que só estava lá para observar todas as aulas práticas dadas por Kayama, a classe 2-B de heróis fazia alongamento antes do treino.
— Caramba, isso é muita flexibilidade até pra uma gestante, não? -eles a olhavam perplexos, de fato, o corpo humano é surpreendente.
— Kayama-chan, corpo para frente. -a médica sorria de forma engraçada enquanto admirava.
— Ter a barriga antes do corpo é meio complicado... -com as pernas esticadas uma de cada lado e as costas para frente, Nemuri conseguia sentir a temperatura do piso de madeira do ginásio coberto.
Sua barriga tocava parte do chão, e mesmo coberta por uma longa blusa azul de algodão, a sensação térmica era engraçada.
Eri a imitava, mas claramente, conseguia fazer todo o dorso encostar no piso. Os alunos achavam aquela combinação, a mais fofinha. — Eri-chan, você faz isso muito bem!
— Obrigado... -a pequena se jogou depois de se esticar ao máximo- Ah, que difícil!
— Você vai se acostumar quando pegar o jeito... -Midnight lhe sorriu, voltando a dobrar as pernas- o alongamento é importante porque nos ajuda a circular melhor o sangue, além disso, quanto mais alongamento fizer, mais flexibilidade se tem.
— Ah...
— Quando está com o Aizawa, o que você faz?
— Eu corro muito.
— Ah, corrida ajuda a fortalecer as pernas!
— Kayama-san, você pode fazer isso tudo com o bebê aí dentro?
— Bom... existem coisas que não posso fazer por enquanto, como correr. Mas eu posso caminhar.
— Então você não pode mais treinar que nem o Aizawa-san faz?
— Hm... -pensou- Eu não posso usar força e nem exagerar em qualquer treinamento, então eu no máximo, posso usar meus poderes para acalmar as pessoas.
— Não é perigoso?
— Depende. Usar demais, sim.
— Será que o bebê vai gostar de fazer exercícios? -Eri deu uma risadinha curiosa-
— Hn, se puxar o Aizawa, acho que não. -as duas riram.
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Hospital Geral de Osaka
— Yamada!
— Kahara!
— Cara, faz tempo que não te vejo!
— Mentirosa, me viu mês passado! -riram- Aizawa, já matou ela esse mês? -olhou o amigo logo atrás de si, que andava mais devagar por pura preguiça.
— Ainda não.
— Qual é, Kahara, nem pensou na camisinha quando engravidou a Kayama! Isso foi um golpe muito baixo!
— Aí, o espermatozoide vencedor é do Aizawa. -retrucou a médica-
— Mas quem não passou a vaselina foi você.
— Você é mau!
— Eu sou, baby... -o par de idiotas continuou a rir, deixando a paciente em questão, impaciente.
— Será que dá pra ser? Eu ainda tenho mais cinco aulas, hoje.
— Ok, amor da minha vida, vamos lá... -Tomoyo ironizou entre risos.
. . .
Depois de fazer todo o procedimento necessário, Dra. Kahara se concentrou no que fazia e o trio de heróis admirava com atenção o monitor.
— Hoje, vamos fazer um ultrassom morfológico, é um exame obrigatório a partir do quarto mês.
— O que tem de diferente de um ultrassom comum? -Kayama tombou a cabeça confusa.
— No ultrassom morfológico eu consigo ver todos os órgãos do bebê, assim eu tenho uma noção melhor da formação dele.
— Entendo.
— Ah, sim, geralmente é no ultrassom morfológico que podemos saber o sexo da criança, então, se vocês quiserem, eu posso mostrar.
— É menino. -os três disseram com tédio.
— Eh?
— Nós apostamos, é menino.
— ... -Tomoyo engoliu seco- Mas... e se não f-
— É menino.
— Ah... ok, vou confirmar isso. -bufou.
. . .
Durante todo o processo morfológico, Kahara explicava exatamente quais órgãos estavam formados, quais já funcionavam, quais ainda estavam se formando e quais ainda precisavam se formar.
Quando finalmente chegara na região da bacia, ela encarou bem o monitor e tudo o que lhe aparecia já dizia a resposta que os três patetas queriam saber. — Whoah, então é isso!
— Fala logo, Tomoyo!
— É menina, se foderam! -riu orgulhosa-
— EH?!
— Eu avisei que apostar daria merda, agora, me devem a melhor cerveja do mundo!
— Ah... -bateram a mão na testa.
— Hey, Aizawa... você vai ter uma filha, isso é completamente surreal!
— Surreal é o soco que eu quero te dar.
— Ela saiu do teu saco e a culpa é minha?! -riu alto-
— É muito contraditório, sabe? -Yamada os encarou bicudo- Os dois têm cara de serem pais de menino, mas... é menina.
— Reclame com a genética e com Deus, não comigo.
— ...
— Ah, nada melhor que ganhar uma aposta!
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Dormitório da Academia de Heróis
Depois da notícia sobre o bebê, o trio voltou pra escola e continuara a cumprir seus horários normalmente.
Eri ficou feliz por saber que é menina e mais ainda, porque sabia que Aizawa se daria muito bem com ela. As duas passaram o resto do dia juntas, e como de praxe, a menor agradecera por ter tido mais um dia cheio de descobertas.
E então, depois de ficarem um tempo a mais na sala dos professores após o horário da saída, foram caminhando pro Dormitório da 1-A.
— Foi muito divertido ficar com você, Kayama-san!
— Que bom que gostou, Eri-chan! -sorriu de volta- Na próxima vez, vamos pra sala de Artes, você vai poder fazer esculturas.
— Mesmo?!
— Sim!
— Legal!
Ao abrir a porta da frente, Nemuri já desviara pro lado com pressa, vendo uma cadeira sair voando pro jardim.
— SEU MERDA, É PRA FICAR PARADO!
— VOCÊ QUASE ME MATOU COM UMA CADEIRA!
— SERÁ QUE PODEM PARAR COM ISSO?!
— Hey, já deu! -ela chamara a atenção de todos-
— Kayama-sensei...
— Quase acertaram a Eri-chan! O que está havendo aqui?! -deixara os sapatos no hall.
— Desculpe, sensei! -Iida fez mesura, prontificando-se a explicar- É que os meninos se desentenderam, mas...
— Já sei, Bakugou, a coisa estressada, não aguenta ouvir a verdade e resolveu destruir tudo.
— QUEM VOCÊ TÁ CHAMANDO DE ESTRESSADA?! QUER MORRER?! -o loiro gritou ainda mais irritado.
— Dá um tempo, Deidara... -suspirou- Aonde está o Aizawa?
— Ele parecia muito cansado e disse que dormiria mais cedo. -Yaoyorozu se aproximou devagar- Bem-Vinda de volta, Eri-chan!
— Estou em casa. -a menina soltou a mão de Nemuri-
— Está com fome?
— Sim.
— A janta está quase pronta. -Momo aumentou o sorriso, ignorando Bakugou, Mineta e Iida sustentando a briga chata. — Sensei, você pode ficar se quiser.
— Pretendo, preciso falar com o Aizawa, de qualquer forma.
— Então é verdade mesmo que está grávida?
— Pelo tamanho, não dá nem pra mentir. -se encarou e deu risada- Coisas da vida.
— Deve ser difícil lidar com os alunos ao mesmo tempo em que precisa cuidar da gravidez, eu imagino que seja estressante.
— Um pouco, mas é divertido, no fim das contas! -sorriu determinada- Aí, os afetados já acabaram de rodar a baiana? -olhou os meninos.
— VOU MATAR TODO MUNDO NESSA DESGRAÇA! -Bakugou subiu espumando raiva, deixando Mineta a babar por uma certa professora.
— Midnight...
— Mineta-kun, se está com fome, vai pra cozinha, pare de ficar babando desse jeito, é feio e nojento na sua idade.
— Ah... censura... censura...
— Iida-kun, você está conseguindo se dar bem com o Conselho Estudantil?
— Um pouco, na verdade, a Yaoyorozu leva mais jeito com eles do que eu. -riu sem graça-
— Vocês dois precisam se esforçar por igual, o Conselho Estudantil é uma máfia que só compra briga de gente grande, precisam ser firmes quando quiserem algo.
— Sim senhora!
— E não me chame de “senhora”! Não tenho 80 anos! -retrucou num bico- Bom, vou ver o Aizawa, evitem brigar!
— Sim s... ahn, claro, sensei. -fez mesura e saiu.
. . .
Ao chegar no corredor do quarto dele, abriu a porta e ficou surpresa; Eri tinha tomado a frente quando saiu da sala e se prontificou a ir até o quarto de Aizawa para vê-lo... estava sentada na cama, ao lado dele, observando curiosamente sua feição.
— Eu tentei acordá-lo, mas ele parece uma pedra.
— Hn... -o sorriso pilantra da heroína brotou- Já sei...
Ao se aproximar, Kayama sentou ao lado de Eri e com os dedos, cutucou o rosto de Shouta, que odiava ser cutucado, principalmente na cara. – Hey, senão acordar logo, não vou fazer café.
— ...
— Vamos, preciso do seu relatório.
— Hn, para de me chutar... -virou pro outro lado-
— Mas eu não tô te chut- ela parou de falar ao sentir do mesmo chute que ele, empedrou por um segundo e olhou para baixo- Foi você?!
— O que aconteceu? -Eri perguntou olhando na mesma direção.
— Eri-chan, me dê sua mão. -pediu, colocando-a um pouco abaixo de seu estômago. A menina ficou em choque, num bom sentido.
— EH?! O bebê tá se mexendo?!
— Sim. Eu não achava que não faria isso tão cedo.
— Whoah! -Eri gostou da ideia- Bebês se mexem!
— Ahn, mexem? -ironizou Kayama.
— Hey, eu quero dormir! -Aizawa fazia a cara mais ridícula do mundo naquele instante, mas o que recebeu de volta, foi um beijo nas bochechas.
Nemuri manteve um sorriso doce.
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