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História Guerra e Paz - Capítulo XLIX Os sentimentos de Aquário -


Escrita por: KimonohiTsuki e JonhJason

Notas do Autor


Nessa temporada, serão 2 capítulos do presente para um do passado. Então sejam bem vindos a primeira dupla de capítulos do presente!

AVISO
Daqui oito capítulos, contando com o de hoje, em abril, quando a estória completar um ano de publicação, farei uma pausa de pelo menos um mês para reestruturação. Além disso, após a pausa, os capítulos passarão a ser quinzenais, ou seja, sairão uma semana sim e outra não, devido ao fato de que esse ano tenho dois TCC que fazer, além disso a estória está chegando em seu clímax, o que exigirá mais tempo para pesquisa e escrita.
Agradeço a todos os leitores desde já pela compreensão, e aproveitem pelas próximas semanas a frequência semanal!

Capítulo 50 - Capítulo XLIX Os sentimentos de Aquário -


Fanfic / Fanfiction Guerra e Paz - Capítulo XLIX Os sentimentos de Aquário -

Capítulo XLIX – Os sentimentos de Aquário -

- Parece que você realmente se interessou por este vinho – Perguntou em tom casual Orphée, pelo menos uma hora depois que os três marinas haviam abandonado a sala, vendo como seu senhor observava, interessado, a garrafa já vazia.

- Eu só recebi presentes de três pessoas em toda a minha vida. Porém penso que a sensação de uma oferenda é...Diferente.

“-...É a sensação de saciedade e até poder que uma oferenda proporciona...”- Explicou Hades em sua mente. “-...É uma impressão calorosa, traz a paz de um momento de plenitude e um forte sentimento de supremacia, poderio absoluto. Mesmo que tu não se intitules um deus, tens a posição de um, por isso, sente o mesmo que um deus sentiria. Ouvi dizer que os sacrifícios humanos e de animais causam uma sensação de prazer ainda mais sublime, deve ser verdade, levando-se em conta o número de deuses que eram adeptos a isso e exigiam essas práticas de seus fiéis...”

Shun franziu a expressão, sentindo aversão por deuses assim, por mais que a sensação fosse realmente indescritível, não valia, de nenhum modo, a vida de um ser inocente.

- Diferente?  -Questionou o músico que não podia ouvir a voz na cabeça de seu imperador. - Deve ser porque são sentimentos bem díspares, um presente é dado para agradar alguém, uma forma de agradecimento, um gesto de amor, agora uma oferenda, pode até ser para agradecer uma divindade, mas em geral acredito que são usadas para pedir algo a elas.

- Sim...Você deve ter razão – Concordou, disposto a mudar de assunto depois da explicação de Hades – Você já havia bebido vinho antes?

- Na verdade não, quando eu vivia no santuário, era uma bebida muito cara para simples aprendizes, e quando algum de nós ganhávamos algo desse nível numa missão, dávamos ao Grande Mestre Shion* para ele ofertar a Athena, muito embora como a deusa ainda não havia nascido, eu não tenho certeza sobre o que ele fazia com elas.

Shun deu um sorrisinho matreiro.

- Será que Shion bebia tudo sozinho?

- É difícil saber – Deu de ombros – Embora não acho que seja o perfil dele.

- É...Acho que não. – Deixou a garrafa vazia novamente sobre a cômoda. – Mas eu estava pensando, podiam haver algumas parreiras nos Campos Elísios, não acha? Tenho certeza que Zagreu se interessaria.

 O músico riu sutilmente.

- Não vejo porque não.

-.-

O chefe responsável da enfermagem passava pelos corredores com sua atitude firme e olhar elevado, os funcionários ao vê-lo passando, paravam de conversar uns com os outros e se empenhavam em mostrar que realmente estavam trabalhando, ou ao menos, que sabiam fingir muito bem.

Enfermeiros de outros corredores haviam lhe dito que o ilustre internado, Astrapí Solo, andava recebendo visitas demais, e ainda por cima, fora dos horários permitidos. Havia conversado com o aposentado senhor Julian Solo, mas este apenas declarou alegremente que seus filhos possuíam muitos amigos, e que isso era normal. O altivo empresário mal havia chegado aos seus quarenta anos, no entanto, em seu histórico médico já constava um ataque cardíaco, então como profissional da saúde, sabia que não era prudente fazê-lo passar por emoções muito fortes, e ter os dois filhos no hospital, mais pelo menos cinco guarda-costas, era sem dúvida qualificado como emoção realmente forte, por isso, achou melhor não empurrar o grego com esse assunto, uma vez que Astrapí já era maior de idade e por muitos considerado um gênio dos negócios até melhor do que seu pai, resolveu que o melhor seria tratar pessoalmente com ele sobre essa situação.

Porém, antes de entrar no quarto e explicar as estritas regras do hospital, questionaria as enfermeiras daquele andar porque elas haviam permitido as visitas constantes, apesar de serem bem cientes das normas do lugar.

No final do corredor as avistou, reunidas em volta da mesa de recepção daquele andar, falando umas com as outras de forma rápida e animada, porém a única que notou sua aproximação foi a estagiária que havia sido contratada no mesmo dia da chegada dos ilustres pacientes Solo, de cabelos curtos e lisos, até seus ombros, cor verde-água, que faziam reluzir ainda mais seus olhos verdes musgo.

- Boa noite senhor.

As demais funcionárias mais antigas tremeram ao ouvir esse cumprimento.

- Boa noite senhor - Disseram em tempos diferentes.

O homem de pose severa franziu o olhar.

- Aconteceu alguma coisa com os pacientes desse andar? Todos milagrosamente foram curados e deixaram o hospital sem que eu tivesse conhecimento?

- Não senhor - Respondeu uma funcionária mais velha.

- Por que vocês estão todas reunidas aqui então?! - Questionou em tom mais firme. - Deveriam estar revisando os pacientes, ajudando a dar banho nos enfermos, trocando medicamentos, repassando os prontuários, e, no entanto, aqui estão. Agora resta saber, por quê?

- Estávamos conversando sobre o paciente do quarto 111. - Respondeu a estagiária com um meio sorriso, recebendo vários olhares inconformados de suas companheiras.

- Deixe-me adivinhar, este é o quarto de Astrapí Solo. - A jovem confirmou com a cabeça. - Isso nos leva a razão de minha vinda até aqui, por qual razão o 111 teve visitas, por 6 vezes, fora do horário permitido? Vocês sabem o que pode resultar disso? Já conhecem muito bem como funciona nosso horário de visitas!

Uma outra funcionária estava a ponto de se justificar, quando a mais jovem da equipe tornou a responder.

- É porque todas estão encantadas com o senhor Astrapí.

- Tanmi!!! – Exclamou uma.

O olhar do supervisor se tornou raivoso, parecia ser que lançaria chamas pela boca a qualquer instante.

- Quer dizer...- Começou entre dentes - Que vocês se esqueceram completamente das regras desse hospital por causa de um homem bonito?!

- Não senhor! É só que-

- E o senhor já o viu? - Interrompeu Tanmi com um sorriso misterioso.

- O que isso importa?! - Questionou irritado. - Vocês deveriam ter vergonha!

Foi a meia hora mais longa das enfermeiras do turno da noite, graças a um sermão que não parecia acabar nunca. Porém, quando isso finalmente aconteceu, o chefe do setor, sentindo-se bem mais calmo, caminhou com sua postura superior até bater na porta do quarto 111.

-.-

 - Estranho - Comentou Orphée levantando-se e assumindo postura defensiva. - É muito cedo para serem os marinas, e o senhor Hermes disse que não chegaria até a entrada da madrugada.

- Acalme-se - Disse Shun em tom tranquilo - É apenas um funcionário do hospital.

O músico abriu a porta antes que o homem sequer pudesse tocar a maçaneta.

- Hã... Boa noite - Desconcertou-se frente ao espectro pela rapidez do movimento, mas logo seus olhos treinados avistaram a garrafa de vinho vazia, fazendo seu olhar se estreitar. Isso era simplesmente inadmissível para um paciente - Preciso conversar urgentemente com o senhor Astrapí Solo.

Dito isso, Orphée deu um passo para o lado, mesmo que ainda encarasse o humano com desconfiança.

Então o homem o viu.

Nunca, em toda sua vida tinha visto algo parecido. Sua pele bronzeada destacava-se de forma peculiar aos seus longos e volumosos cabelos azuis escuros. Possuía um sorriso brilhante e um olhar intenso, normalmente nunca notaria isso, porém esse jovem era diferente, era como se possuísse algo que tornava impossível não o notar, uma presença impactante e indescritível. Altivo, magnificente, altissonante, suntuoso, os adjetivos sobravam.

Como um verdadeiro deus grego.

-...Senhor? – Shun chamou, pela terceira vez.

O supervisor pareceu acordar de uma espécie de transe, piscando algumas vezes, confuso.

- O quê?

- O senhor Solo perguntou-lhe o que deseja – Respondeu o músico de braços cruzados.

- Ah...Sim, eu... Queria dizer que...bem... – Tossiu, tentando recobrar a compostura – Eu gostaria de saber a razão do senhor receber tantas visitas fora do horário, o que é contra nossas normas. Mesmo que seja um dos acionistas, visitas tão frequentes, principalmente no período noturno e madrugada, podem ser muito prejudiciais para sua recuperação!

- Entendo. Eu lamento que tenha causado transtornos a essa empresa- Disse em tom de culpa - Porém, como deve imaginar, sou um homem de negócios muito ocupado, muitas pessoas dependem do meu trabalho, não posso me dar o luxo de deixar todas elas na mão por ventura de um ataque covarde.

O grego sentiu-se impressionado com tamanha devoção ao serviço, finalmente alguém que entendia o valor do trabalho.

- Seu esforço é inspirador senhor Solo, porém devo dizer que sua saúde vem em primeiro lugar. - Insistiu.

- Eu entendo, é claro - Abaixou seu olhar, chateado, seus olhos reluzindo sobre a luz do luar, um brilho enigmático tomava as íris azuis, um azul tão escuro quanto a profundidade oceânica, e, no entanto, nele também havia um destelho amarelado, como se a própria lua estivesse presa em suas orbe.

Antes que pudesse se controlar, as palavras pareceram pular de sua garganta.

- Mas eu entendo que o senhor seja um caso especial, então podemos abrir uma exceção. Porém, peço que, por favor, não se exceda!

O jovem empresário abriu um grande sorriso, o mais encantador que já havia visto em toda a sua existência!

- É verdade?! Muito obrigado! Tomarei cuidado, não se preocupe.

Antes que o enfermeiro pudesse processar as próprias palavras e voltar atrás com elas, Orphée educadamente o levou de volta até a porta, conduzindo-o para fora, aproveitando-se de seu estupor.

- Agradecemos a preocupação, tenha uma boa noite.

E no instante seguinte o grego estava sozinho no corredor, encarando a parede branca, completamente confuso.

- O que acabou de acontecer? – Questionou para ninguém em especial, sequer recordou-se de reclamar sobre o vinho!

- E então? – Sobressaltou-se ao ouvir uma voz jovem, mas logo a reconheceu como pertencente a estagiária chamada Tanmi. – Você o viu? – Questionou com um sorriso brincalhão.

O chefe tossiu, tornando a sua postura habitual.

- Abriremos uma exceção para o horário de visitas, apenas para o senhor Astrapí, diga isso para suas colegas. Isso é tudo. – E saiu pelo corredor, tentando esquecer o assunto e a estranha presença daquele sujeito.

- Claro, eu direi. – Declarou Tanmi sem deixar de sorrir.

-.-

- A influência que você tem sobre pessoas normais é realmente assustadora – Disse Orphée voltando a se sentar quando passos deixaram de ser escutados no corredor.

- Sim, e para ser sincero, eu tenho dificuldade de me acostumar com isso. – Declarou Shun em tom acanhado. – Mas pelo menos assim podemos garantir que teremos tranquilidade. Eu sempre achei que quando Seiya reclamava que as pessoas davam muita atenção a Saori, era basicamente excesso de preocupação. Mas agora acho que entendi o que ele quis dizer.

“-...E basicamente tu entendeste porque existem milhares de semideuses espalhados por aí...”- Opinou Hades – “...-Se considerando humano ou não, tua alma é superior, qualquer pessoa de corpo e mente frágil se deixará levar facilmente por qualquer coisa que tu queiras. Se eu fosse tu, o que podemos dizer que sou, tomaria cuidado. Caso não queira alguns quantos amantes problemáticos, além de uma larga prole como meus irmãos...”

- Está tudo bem Shun? – O músico questionou preocupado. – Você ficou vermelho de repente...

- S-sim, tudo, não se preocupe. – Desconversou, completamente envergonhado com as palavras da divindade, que apenas riu da inocência carnal de sua contraparte.

-.-.-.-

   - Isso é realmente um absurdo!

- Não fale tão alto Hayata...

- Você não pode simplesmente suportar algo assim!

- Está tudo bem.

- Como você pode dizer isso, com todos esses ferimentos?!

Hayata e Suite estavam em seu quarto no alojamento das amazonas, era um cômodo pequeno, composto por duas camas de lados opostos, duas escrivaninhas, um banheiro no corredor de entrada e um único armário velho aos pés do leito da esquerda, o qual estava sendo ocupado pela aquariana, enquanto a ariana estava ajoelhada sobre o chão de pedra, avaliando o calcanhar da companheira.

- Essas marcas de queimadura devem te causar uma dor terrível – Insistiu a lemuriana, indicando uma grande mancha vermelha que aos poucos desaparecia sobre o as mãos menores, imbuídas em cosmo. – Você devia me acompanhar até a Fonte de Athena, lá Irekuha poderá te tratar como se deve...

- Eu sei que confia na capacidade de seu irmão Hayata, mas meus ferimentos não são tão graves quanto do senhor Milo, ele é a prioridade agora, quanto a mim – Ela sorriu amorosamente – Confio na sua capacidade de cura, afinal, você não é apenas a herdeira a armadura de Áries, como também, um dia, será a mestra de todos os curandeiros, da mesma forma que Kiki é hoje.

Quanto a essa informação, o rosto da adolescente ruborizou-se, mas preferiu não emitir mais nenhum comentário sobre a questão.

- Eu não entendo – Resolveu mudar de assunto – Como Hyoga pôde fazer isso contigo, numa simples cerimônia de demonstração. Parecia realmente que ele queria te matar!

 Suite respirou fundo, passando parte de seus cabelos castanhos longos para trás de sua orelha.

- Mestre Hyoga é uma pessoa difícil de lidar, meu pai costumava dizer que ele era diferente quando o antigo sucessor de Shaka ainda era vivo.

- Se refere a Shun, o antigo Andrômeda? – Ergueu a cabeça, encarando o olhar mel de sua companheira.

- Sim, eles eram melhores amigos, como o senhor Camus é com o senhor Milo. Além disso, ele foi obrigado a matar no passado outro velho amigo, Isaak de Kraken, porque este havia se tornado um Marina de Poseidon, sem mencionar que na lendária batalha das doze casas, ele matou o próprio mestre, antes do movimento benevolente de Isódetes*, que trouxe os caídos dourados de volta a vida.  Perder também esse amigo deve ter sido um golpe cruel demais para ele.

- Mas isso não justifica ele te tratar como se você fosse um boneco de treino! – Teimou a de cabelos castanhos, quase loiros, com seu olhar desafiador.

- Não, mas explica. Para qualquer observador mediado, meu mestre parece ser isento de emoções, porém, eu não acredito que algo assim possa existir. Elas estão apenas adormecidos, no mais profundo de seu ser, eu não sei se ele irá libertá-las um dia, entretanto, com certeza, elas existem. Eu sei que há empatia, amor e carinho nele, só não está mais disposto a demostrar isso, provavelmente com medo de voltar a se ferir.

Hayata bufou, indo até o banheiro e voltando pouco depois com uma bacia com água morna, ajoelhou-se novamente acomodando o objeto, enquanto Suite levantava os pés para depois mergulhá-los na água com uma expressão de alívio.

-...Suite, você foi treinada por seu pai até conseguir a armadura de Pégaso, certo? – A mais jovem perguntou, sentando-se na pedra e observando a amiga.

- Sim, quando eu tinha doze anos, como você – Ela sorriu – Mas você já avançou diretamente para a de prata!

- Isso não importa, você sabe, é só ver a história de Seiya e dos outros.

- Sim, tem razão – Inclinou a cabeça, curiosa-  Mas por que a pergunta?

- Você já é uma guerreira fantástica, tem uma armadura que é no mínimo lendária, por que decidiu tornar-se discípula de Hyoga, por que almejar a armadura de Aquário?

Demorou alguns minutos para Suite responder, balançando suavemente seus pés sobre a água, seus olhos fechados, apreciando o toque do líquido em sua pele.

- Eu não diria que é pela armadura de ouro.

- Então por que submeter-se a tudo isso?!

Aquário abriu os olhos lentamente, com uma suavidade que não parecia pertencer a este mundo.

- Há algo diferente no mestre Hyoga, eu não sei dizer o que, mas é algo que sempre me chamou a atenção, que me faz querer estar perto dele.

Hayata a observou com verdadeiro horror.

- Não me diga que você está apaixonada por ele?! – Sua amiga não podia ser assim tão masoquista.

Para seu completo desconcerto, a mais velha começou a rir, com sua doçura característica.

- Nãao! Não é isso que eu quis dizer Haya! Eu apenas sinto que ao lado dele é onde eu devo estar, quem sabe assim, um dia, eu consigo entender esse sentimento de melancolia que sua presença me causa.

-.-.-

Dizer que Lucius estava surpreso era dizer o mínimo. Quando acordaram na manhã seguinte após sua chegada, a mansão estava repentinamente cheia de serviçais para todos os lados, todos trabalhavam com tal empenho e energia que parecia até mesmo que suas vidas dependessem disso.

Os dias que se seguiram foram bem tranquilos; Logo no primeiro café da manhã no castelo, o mordomo Thaddeus Crane os apresentou para um casal de alemãs que seriam seu guia e motorista, Mileta parecia ao ponto de chorar de emoção, o que deixou seu esposo preocupado devido a sua gravidez de risco.

Talvez por fortuna do destino, o médico Fausto Von Spiess, que conheceu no aeroporto, também se interessou no passeio, pois apesar de alemão não conhecia muito além de Hamburgo e Berlim. A presença de um profissional médico, mesmo que a paisana, o tranquilizava muito.

Fausto mostrou-se uma figura realmente agradável, conseguiam conversar como se fossem velhos conhecidos, era inteligente e muito atencioso, qualquer sinal de cansaço ou desconforto que Mileta mostrava, ele prontamente se adiantava para ajudá-la.

Também soube, em uma de suas conversas, que ele resolveu tornar-se médico devido a um amor de infância, Elizabeth, a qual, com muito custo conseguiu curar de sua doença, mas ainda estudava para curar a irmãzinha dela, embora, alegava com tristeza, sentia que a adolescente morreria antes que pudesse conseguir.

Outra coisa que impressionou ambos foi a ampla e impecável enfermaria que possuía o castelo Heinsteim, com equipamentos da última geração, que segundo Fausto, nem mesmo algumas grandes redes de hospitais possuíam. O nível do local era tal, que segundo o alemão, caso fosse necessário, poderiam até mesmo fazer um parto emergencial de Mileta ali mesmo. Ambos haviam deduzido que tal cuidado médico deveria existir por causa da conhecida saúde fragilizada de Astrapí Solo, ainda assim, havia um claro exagero ali.

“-É como se os Solo tivessem uma mina secreta de ouro apenas deles” – Comentou eventualmente Fausto num almoço, em que o número de convidados já havia se duplicado.

E sinceramente, concordava com essa ideia, mesmo sendo um simples estagiário jurídico, estava sendo tratado com mimos que mesmo diretores de grandes empresas só podiam imaginar. Por coisas assim os dias pareceram correr mais rápido, como se o tempo estivesse empenhado a ver tudo aquilo acabar.

Quando a quinta-feira chegou, anunciando a proximidade da grande festa, foi quando conversou pela primeira vez com um rapaz que havia visto de longe em seu primeiro dia no castelo. Maye era um desenhista, com um amor peculiar por borboletas, aliás, ele possuía um irmão gêmeo, Lumi, que também parecia aficionado em insetos.   

Os irmãos fisicamente, porém, não podiam ser menos parecidos. Maye possuía cabelos roxos longos e espetados, enquanto Lumi os tinha bem curtos, quase raspados. Ambos possuíam peles pálidas, mas Lumi parecia quase doente. Porém, o que mais interessou Fausto foi o fato de que Maye havia nascido dia 27 de janeiro, prematuro, enquanto Lumi veio a o mundo apenas no dia 1º de fevereiro.

“-É possível” – Disse muito interessado o loiro enquanto desfrutavam de um belo jantar ao lado de vários outros convidados – “Gêmeos podem nascer com até três semanas de diferença.”

 E, no entanto, por mais que Maye insistisse que ele era o prematuro, Lucius não podia deixar de pensar que Lumi parecia encaixar melhor nessa descrição, devido a sua cor de pele doentia e seu corpo corpulento, o fazendo parecer terrivelmente com um gárgula, enquanto o mais velho era um jovem que provavelmente poderia ser considerado atraente.

De qualquer forma, os gêmeos de aquário pareciam compartilhar seu amor por insetos, o qual dividiram sem pestanejar com Mileta, após ela cometer o erro de dizer que não sabia que aranhas não eram insetos.

E mesmo tendo que ouvir por largas horas a “notável diferença”, Lucius tinha que admitir que essa foi uma das melhores semanas de sua vida.

Contudo, quando a madrugada começou a se arrastar nas terras germânicas, e ele se mantinha sentado nas terras da propriedade, sobre uma grande rocha observando o pequeno bosque muito bem cuidado que cercava a construção, os acontecimentos tomaram um rumo no mínimo estranho.

- Aproveitando a paisagem? – Virou-se para encarar uma figura que não havia visto andando pela mansão ainda, mas a igual que a maioria dos outros convidados, parecia muito familiar.

Porém, esse usava um terno negro e gravata de laço vermelho, fazendo parecer mais como um empregado do lugar.

- Eu diria que sim, não são todos que tem um bosque como jardim.

- Creio que tem razão. – Era um homem razoavelmente alto, cabelos castanhos desalinhados e olhos vermelhos, seus olhares se encontraram e ele estendeu a mão – Muito prazer, eu sou Kairos, o segundo mordomo desse castelo.

Lucius aceitou o cumprimento, porém, quando tentou afastar sua mão, foi impedido pelo forte agarre contrário.

- Você parece estar desfrutando muito de seu tempo leviano – Podia jurar que os olhos contrários pareciam assumir um brilho amarelado – Lembrar é fácil para quem tem memória. Não acha, Minos de Griffon?

Sentiu como se um choque percorresse sua mão até chegar ao seu cérebro, sua respiração pareceu engatar-se, seu peito disparou. Porém, nesse mesmo instante que pensou que sua consciência ia se apagar, como se o recém-chegado tivesse usado alguma espécie de droga nele com um simples apertar de mãos, a imagem de Mileta apareceu forte em sua mente. Ela e seu filho prestes a nascer.

E então, como saindo de um transe, pôde voltar a realidade, soltando sua mão com força, como se algo tivesse o ajudado a fazê-lo, e levantou-se, notando uma suave expressão de dor no homem que se chamava Kairos.

- Eu irei dormir agora, boa noite – Declarou apressado e abandonou o lugar o quanto antes, questionando-se enquanto encarava a própria palma se aquilo tinha sido impressão sua, ou realmente havia acontecido.

Enquanto isso, no bosque, Kairos também observava sua mão, cortes finos se encontravam por toda a sua extensão, como se linhas de cerol o tivessem cortado em vários ângulos.

- Ele não quer acordar -Suspirou longamente, bagunçando seus cabelos com a mão intacta – Ora, ora, quem diria, parece que nosso pequeno lobo quer seguir com sua pele de carneiro...*

-.-.-.-      

 - E como ele está? – Eurídice questionava preocupada.

- Deitado encarando o teto, desde que acordou.- Respondeu Verônica.

Ambos estavam sentados nas margens do Aqueronte, Sália estava ao lado deles, dormindo no meio de uma imensa cuba de mármore negro, feito por Shun para que o animal pudesse se banhar nas águas do Flegetonte sem correr o risco de ser levado pela correnteza. Junto a estrutura estava o espectro cujos cabelos, outrora longos, agora iam até seus ombros, o mesmo estava se aproveitando da estrutura montada para o animal, para mergulhar seu próprio braço, que parecia estar em carne viva.

-... Ele sempre foi muito leal a Radamanthys, não, é? Deve estar sendo difícil para ele. – Seguiu a antiga amazona.

- Eu acho que posso entender sua indecisão. - Seguiu Nasu – Eu também me senti perdido quando soube que o senhor Thanatos havia sido destruído, mas ter conhecido nessa vida minha mãe, e ver a oportunidade de voltar a ser quem eu costumava ser que Shun me ofereceu, foi o suficiente para me convencer a servir ao seu lado.

- Até mais do que isso, não é – Disse indicando o braço injuriado, mas esse não era o único ferimento do mais novo, haviam cortes em suas bochechas, uma ponta de seu cabelo parecia um pouco chamuscada, e a túnica negra que usava estava rasgada em algumas partes.

-...Sim, eu diria que sim.  – Disse vendo suas próprias queimaduras - É realmente frustrante ter que depender da energia de nosso senhor depois de saber que oitenta e oito por cento de sua capacidade está constantemente sendo usada para manter esse reino existindo. Porém, infelizmente, eu cheguei ao meu limite, em minha primeira vida eu era um estrategista, não era exatamente o melhor lutador. Meu dever aqui era traçar estratégias para dividir as almas pelos campos asfódelos, criando caminhos que poderiam levá-las a outras partes do reino se estivessem dispostas a ascender. Isso é o máximo de força que consigo alcançar, porém só de não depender mais exclusivamente das forças de nosso senhor já é um grande alívio.

- Tenho certeza que para Shun isso será suficiente – Comentou com um sorriso – Mas e quanto a Violate? Ela ainda continua no Tártaro?

Verônica gemeu, como se o simples pensamento já o causasse dor.

- Violate é um monstro, ela disse que só sairia de lá quando alcançasse um nível igual ou superior ao do senhor Aiacos! – Exclamou horrorizado, com gestos exagerados - Amor, vocês mulheres conseguem ser seres terríveis, sabia?

Eurídice apenas riu sutilmente pelo comentário.

- Mas vamos falar de coisas mais importantes do que treinamento, meu bem~ - Ele retirou o braço, que parecia já estar com um aspecto bem melhor depois de mergulhado nas chamas líquidas da cuba, para se aproximar da mais velha – Você entende de arte, não é? Músicos tem um instinto para essas coisas!

- Hãa...Eu acho que sim.

- Então! Perfeito! Eu estivesse pensando...Se vamos começar a atuar mais no mundo dos vivos e nos relacionarmos com os outros exércitos divinos, algo mais diplomático e menos espartano, temos que simplesmente causar a meeelhor primeira impressão do mundo, não acha? Afinal, será meio que a primeira vez que lidamos com eles sem nossas sobrepelizes.

- É acho que tem sentido – Concordou curiosa, imaginando onde o outro queria chegar.

- Eeentão! Eu estava pensando no modelito certo para usarmos, e vendo suas curvas MARAVILHOSAS, eu simplesmente preciiiso que você seja minha modelo! O que me diz? – Questionou com um sorriso brilhante.

-.-

Em um dos cinquenta e quatro templos, Valentine mantinha seu olhar perdido no teto de mármore.

- Você já se sente melhor? – A figura que havia se identificado a ele como Daidalos, o novo general do submundo, que substituíra Pandora, falou em seu tom tranquilo, entrando no recinto.

- Sim – Respondeu simplesmente, sem voltar a encarar aquele que supostamente agora era seu superior – E o senhor Radamanthys...?

- Ele continua no mundo dos vivos, está no hospital com aquela que um dia foi Pandora.

O aquariano franziu a expressão em claro gesto de desgosto.

- Aquela maldita mulher parece querer levá-lo a ruína a cada reencarnação.

- Ela não mais retornará ao submundo como serva – Isso finalmente fez com que o inglês voltasse sua vista ao antigo cavaleiro. – Esse labor era um castigo por ter aberto a caixa que trouxe tantos males ao mundo. Porém, quando nosso novo senhor tomou o trono, ele assumiu que ela já havia sofrido o bastante.

- Eu não acho – Discordou com claro desgosto em sua voz.

- De qualquer forma, se você deseja voltar a terra e estar com seu irmão, podemos fazer isso, seria de vital importância para nós se vocês se mantivessem leais ao submundo, contudo, nosso senhor não tem a intenção de mantê-lo aqui obrigado.

- Muito louvável, esse senhor, para um antigo cavaleiro de Athena – A partir do momento que esse Daidalos havia se apresentado pela primeira vez, quando recuperou a consciência, e declarou que o novo senhor dos mortos chamava-se Shun, recordou-se prontamente que esse era o nome daquele que foi o corpo humano de Hades na última guerra, além de ser a reencarnação de Alone, o maldito que feriu mortalmente seu senhor Radamanthys. Não estava mais vivo nessa ocasião, mas não foi difícil descobrir isso quando tornou a nascer.

Na última guerra se manteve mais afastado do juiz, fazendo guarda das almas condenadas ao Cócítos, mesmo que não fosse um cavaleiro de Athena, também era um aquariano acostumado com baixas temperaturas. Ainda se mantinha leal a Radamanthys, apesar de ter sido morto por ele em sua anterior vida, sua distancia era apenas por não ter certeza se continuava digno de acompanhar seu senhor.

E, no entanto, nessa atual vida, havia nascido como seu irmão, haviam vivido toda suas vidas juntos, e mesmo assim, ele abandonou tudo, sua honra, lealdade e mesmo irmandade, por aquela meretriz Pandora, mesmo sabendo que esta não era mais útil para o submundo.

- Nenhum castigo seria suficiente para aquela mulher.

Daidalos suspirou longamente.

- Tenha paciência com seu irmão, ele deve estar se sentindo muito confuso.

- Confuso?! – Repetiu descrente, sentando-se – Meu senhor jamais vacilou em seu dever como juiz dos mortos! Seus julgamentos justos guiaram inúmeras almas através dos séculos, e agora, milênios depois, ele duvida de seu juramento por causa de uma maldita mulher que foi criada por Zeus apenas para causar a desgraça e a discórdia!

Para sua surpresa, Daidalos apenas sorriu de lado.

- É normal que você tenha ciúmes, mas não precisa ser um gênio para deduzir que Radamanthys se apaixonou por Pandora ao longo dos séculos, decidir entre o amor e o dever é um amargo destino.

- Ciúmes?!- Exaltou-se levantando da cama, e logo se arrependendo ao sentir a dor proveniente de seu tronco, Daidalos fez menção de querer ajudá-lo, mas acreditou ser mais prudente manter distância. – Não confunda meus sentimentos! Tudo que possuo por meu senhor é minha absoluta lealdade!

- Eu li os antigos registros, me refiro aos registros da vida de cada um dos espectros.- O pouco de cor que existia na face do aquariano desapareceu, enquanto ele voltava a se sentar devagar – Sei que em sua primeira e segunda vida você se chamava Sarpedão. Sei que foi o irmão consanguíneo de Radamathys e Minos em suas primeiras vidas, depois que vocês foram exilados por Minos, após a morte de seu pai, ele foi sua única família. Sei que quando ele estava prestes a morrer e assim tornou-se juiz, você se sentiu realmente perdido. E quando você mesmo veio a morrer, rezou para Hades em seu leito de morte para que reencarnasse o quanto antes, e assim não ter que encarar seus irmãos no submundo. Você se culpava de não poder tê-lo ajudado em sua quase morte, e não se achava digno de ser irmão de dois juízes. Hades concedeu seu apelo e você reencarnou sob o mesmo nome, como filho de Evandro, seu próprio neto. Quando você finalmente morreu pela segunda vez na guerra de Troía, seu corpo foi levado por Hypnos e Thanato, por ser um guerreiro muito valioso. Graças a isso você finalmente se achou digno e pôde voltar a estar na frente de seus antigos irmãos, porém, sob a identidade de Valentine.* – Terminou sua explicação caminhando até estar de frente com o espectro que o encarava em choque -  Os dois juízes te procuraram por muito tempo, sem saber que você sempre esteve ao lado deles. Ninguém além de Hades, e os deuses gêmeos sabiam sobre sua identidade, mas o amor de um irmão não é difícil de identificar – Ele estendeu a mão, na qual trazia um pequeno frasco comprido e fechado com uma rolha. – Aqui, um presente por parte do nosso senhor Shun, são águas do Lete.

Com isso se afastou, caminhando em direção a porta da acomodação, parando sob o umbral, sem virar de costas para o outro.

- Se você deseja esquecer de tudo, e ter seu irmão de volta, aí possuí o suficiente para duas pessoas. Como você sabe, ele só pode beber isso se estiver consciente de suas consequências ou com a alma verdadeiramente muito fraca. A decisão está com vocês - E assim saiu, deixando o aquariano sozinho com seus próprios sentimentos contraditórios.

-.-.-  

- Senhora Athena – Hyoga ajoelhou-se, na escadaria que levava a estátua da deusa, a reencarnação da mesma encontrava-se de costas para seu cavaleiro, encarando sua contraparte de mármore.

-“Senhora Athena” - Repetiu ela com desagrado - Sequer parece que nos conhecemos há tanto tempo, que passamos tantos momentos irreverentes juntos. Como...Lembra-se quando nos reunimos na mansão e comemoramos o retorno de Ikki? Mesmo que só tivéssemos conseguido recuperar o elmo da armadura de sagitário, estávamos simplesmente felizes de estarmos todos juntos.

- Sim, eu me recordo – Declarou Aquário com seu tom e expressão estoicos. – Mas isso já faz muito tempo.

- Tem razão, mas as vezes eu gostaria de ter a habilidade e o poder de parar o tempo.

Hyoga franziu ligeiramente a expressão por esse comentário, mas nada disse.

- E agora saber que Chronos, justamente o próprio tempo, é nosso inimigo, me coloca verdadeiramente aflita – Voltou-se para seu cavaleiro, caminhando até ele e sentando-se na escada ao seu lado, pedindo com um gesto que ele fizesse o mesmo. Ele obedeceu. – Depois de um longo tempo de paz, no qual eu vivi mais como humana do que como uma deusa, uma Marina aparece propondo uma negociação de paz e aliança entre nós, Poseidon e esse sucessor de Hades. Parece tudo surreal demais.

- É como se estivéssemos no meio de um grande sonho, e finalmente, depois de muito tempo, despertamos para a realidade. – Seguiu Aquário, encarando o céu estrelado.

- Sim... Eu pedi que você viesse aqui, porque como sabe, há quase vinte anos você tem sido meu principal confidente. Se eu contasse a Seiya minhas dúvidas, ele sempre diria aquilo que me agradaria mais. Shiryu, por outro lado, parece me analisar a cada instante, eu até mesmo sinto que muitos no santuário são mais leais a ele do que a mim, como se achassem que eu não sou tão sábia ou capaz quanto ele – Abraçou os próprios ombros – Se eu contasse meus receios, mostrar minhas fraquezas, eu sinto que...É bobagem...Mas eu...

- Pode dizer Saori, eu não vou te julgar – Disse Hyoga com um suave sorriso em seus lábios, colocando uma mão de apoio no ombro de sua divindade. Ser chamada por seu nome a fez relaxar um pouco.

- ...Não seria a primeira vez que um Grande Mestre tenta assumir o controle do santuário – Ela alegou, fechando seus olhos, como se admitir isso lhe custasse um esforço tremendo – E agora...Milo e Kanon são atacados, Shoryu desaparece sem deixar rastros e Izo...Alega que não sabe para onde ele foi. – Abriu os olhos, voltando-se aflita para o russo – Realmente acha que Shoryu...?

Hyoga soltou um largo suspiro.

- Infelizmente sim, acredite em mim Athena, eu gostaria de estar errado, mas todas as evidências apontam para ele.

- Justamente por todas apontarem que ele pode ser inocente! – Tentou defender o cavaleiro que viu crescer.

- Não é assim que funciona minha deusa - Colocou com clara tristeza – Numa situação de alerta como estamos agora, não podemos ignorar evidências assim. Porém, em defesa do Grande Mestre e nosso antigo amigo, Shiryu, quando eu levantei a suspeita em sua presença, ele mostrou-se triste, mas aceitou declará-lo oficialmente um desertor e possível traidor caso não voltasse em três dias, mesmo sendo seu filho adotivo, ele agiu da forma mais sábia.

- Mas...E quanto a Izo? Você mesmo disse que ele se exaltou demais quando você foi interrogá-lo.

- Ele é jovem, além do mais, Izo realmente considera Shoryu seu irmão, caso Libra seja mesmo um traidor, não acredito que Izo seja seu cúmplice.

- Mas se a relação deles é assim tão próxima, ele poderia nos trair eventualmente, não acha? – Questionou aflita.

- Não posso negar que a possibilidade exista -  Alegou com franqueza – Saori, você diz que eu sou seu melhor confidente porque eu sempre te dou uma opinião neutra, certo?

- Sim. – Declarou ela com um fraco sorriso.

- Então eu te serei sincero – Encarou diretamente os olhos contrários-  As chances de Shiryu estar tramando para tomar o santuário são mínimas, apesar das atitudes suspeita de seu filho, porém...Chronos, como você bem sabe, é um deus sem uma forma física, não temos garantia de que ele não possa se adentrar aqui nessas terras sagradas, usando o corpo de um cavaleiro como hospedeiro, assim como muitos deuses fazem. Então, mesmo que Shiryu sempre foi de extrema confiança, te aconselho a tentar vê-lo com outros olhos, o mesmo para Izo. Caso note alguma atitude estranha, ou ordem suspeita, por favor, peço que me avise. Se Chronos tentar se utilizar deles, e notarmos isso logo no princípio, com sorte ainda podemos salvar nossos amigos.

- Existe a possibilidade que Shoryu só esteja fazendo isso, por que está sendo controlado também?

- Existe.

Isso fez a deusa sentir-se mais tranquila, mas esse sentimento logo deu lugar a dúvida, ao pensar que teria que vigiar melhor seus queridos cavaleiros.

- Seria prudente também manter-se atento as ações de Seiya.

- De Seiya?! – Exaltou-se ela.

- Sim, nenhum deles jamais iria te trair por vontade própria, mas Chronos, se for utilizar-se dessa estratégia covarde,  com certeza usaria alguém bem próximo de ti, como Suite, Shunrei, June, Shiryu ou mesmo Seiya.

- E você? – Questionou ela em tom duvidoso.

Hyoga tornou a sorrir.

- Acho que Chronos não gostaria de ficar na casa de aquário por muito tempo, deve ser frio demais mesmo para um deus sem corpo.

Isso fez a deusa sentir-se mais leve, conseguindo até mesmo rir sutilmente.

- Agora, sendo sincero – Seguiu mais sério – Desde...A morte de Shun, todos pensam que eu me isolei de todos, e que perdi todos os meus sentimentos. Eu sei, pensarem assim é consequência de minhas próprias ações, talvez eu tenha me focado tanto em ser como meu mestre que acabei me tornando pior que ele. De qualquer forma, ninguém sabe que sou seu confidente, então eu não devo ser útil para um movimento assim.

Levantou-se, esticando a mão para ajudar sua deusa a levantar-se também, ela prontamente aceitou.

- Além disso, é importante que você jamais esqueça que você é uma deusa, mesmo que seja nascida humana, você é a deusa da sabedoria e da guerra. Lembre-se de abandonar suas inseguranças e receios humanos, e tudo acabará bem. – Fez uma reverência – Nossas vidas estão em suas mãos, não se esqueça.

Ela confirmou com a cabeça, sentindo um grande peso em seus ombros com essas palavras.

-.-.-.-

Camus caiu com tudo para trás, a desconfortável cadeira não servindo sequer para amortecer a queda.

- E que fique claro que se autodestruir, auto-punir, como andou fazendo, é uma péssima forma de me agradecer! – Colocou com fúria, ignorando a febre, a tontura e a dor, seus olhos em brasas, como as chamas do próprio rio de fogo.

- O que você está fazendo?! – Exclamou Camus, sua voz saindo mais nasal enquanto colocava a mão sobre o nariz, sangue escorrendo por entre seus dedos.- Como é possível que...Que você lembre dessas coisas?

- Eu não tenho certeza – Sentou-se novamente no leito, sentindo como se o chão sob seus pés estivesse a ponto de desaparecer se continuasse levantado por muito tempo. – Eu só me lembro de uma voz familiar, eu não sei de onde, mas sinto como se já tivesse escutado ela antes...Eu estava num lugar escuro, como o covil em que vivia antes de Shion me trazer ao santuário, então ela começou a falar comigo, era como se estivesse entoando um mantra, uma reza, não sei – Encostou na própria testa enquanto Camus o encarava. – Então senti alguém tocando minha cabeça, foi como se correntes elétricas passassem do meu cérebro até meu coração, e de algum modo...

- Atingissem sua alma, e aos poucos, as memórias foram voltando... – Completou o aquariano, com pesar, sem encarar o mais velho. – Eu conheço a sensação, Esculápio usou-se da mesma técnica comigo... Eu deveria ter suspeitado que ele faria algo assim...

- Esculápio? – Exclamou surpreso, franzindo a expressão – Você diz o deus da medicina, esse Esculápio? O que ele tem haver? Por que um deus como ele faria algo assim?

Camus manteve silêncio, então Esculápio não trouxe de volta as memórias sobre sua figura, quando foi o lendário cavaleiro de Ófiuco, ou mesmo como salvou a vida de Astéria, naquela longínqua caverna, tantos e tantos séculos atrás? Como haviam se tornado amigos, e lutado juntos contra Poseidon.

Por que não havia trago de volta essas memórias também?

- Eu não sei...- Respondeu depois de um tempo. – Quem sou eu para entender como a mente de um deus funciona..

 - Maldição... – Resmungou Escorpião limpando o suor acumulado em seu rosto. – Sinto que minha cabeça vai explodir com tantas lembranças, como você conseguiu lidar com isso e não enlouquecer? O que Esculápio quer fazendo isso?!

Ignorando seu nariz ainda sangrento, Camus ergueu a poltrona caída e se aproximou de seu melhor amigo há tantas gerações.

- Levou algum tempo, mas em algum momento você se acostumará também, mas sempre será estranho interagir com Shion e Dohko, ou reconhecer um antigo companheiro em sua nova reencarnação. – Disse ficando frente ao outro, sem responder a segunda pergunta.

Milo levantou sua face, claramente febril, suas mãos deslizando por seus volumosos cabelos, numa pose quase desesperada.

- Piada Mortal! – Exclamou, como se tivesse chegado a conclusão mais óbvia do mundo – Albafica...Asmita.

Contudo, pensar nisso parecia lhe causar mais dor, fechando seus olhos com um grunhido.

- Deixe-me te ajudar com sua febre...- Aproximou-se, em ofensiva, caso o escorpiano resolvesse ferroar outra vez, contudo, dessa vez deixou-se fazer, como se estivesse cansado demais para contrariar.

Reunindo uma pequena quantidade de cosmo em suas mãos, Camus começou aos poucos a abaixar a temperatura do lugar, principalmente em volta de suas palmas, e então, com cuidado, as levou até a testa do mais velho, que não pôde evitar uma expressão de alívio, muito embora seu rosto seguia pálido e doentio.

- ...Não só eles – Resolveu Aquário continuar o assunto, por anos foi obrigado a guardar essas informações apenas para si, era um alívio indescritível finalmente poder dividi-las, ainda mais com aquele, que mesmo em outras vidas, foi seu leal confidente – O santuário inteiro está cheio deles, as crianças, os que já são adultos, todos eles parecem ser reencarnações de antigos companheiros nossos, como se tivessem decidido nascer todos juntos. Eu acredito que tenha a ver com o deus que assumiu o mundo inferior. Porém por mais que ele tenha a intenção de mostrar sua boa vontade para com Athena, ainda acho um movimento demasiadamente arriscado.

A febre de Milo pareceu dar uma pequena pausa, sua temperatura parecia estar se estabilizando, mas sua face de tom cada vez mais pálido denotava que não parecia sequer próximo de ficar bem.

- Como se sente? – Questionou Camus afastando suas mãos, depois de longos minutos de silêncio.

- Como quando eu e Manigold arrastamos Dohko para beber, e perdemos metade dos nossos bens, e roupas num jogo de taverna. – Sua voz era arrastada e errante, tremula. – Aaah sim, lembro perfeitamente a sua cara e a do velho Sage quando descobriram sobre nossa aventura...Há!

- Por que você tem que lembrar de uma coisa dessas agora?! – Inconformou-se o aquariano.

- Não me culpe -Gemeu, massageando suas têmporas – As memórias estão invadindo minha cabeça, provavelmente as mais memoráveis são as que eu me recordo primeiro.

- O que essa lembrança tem de memorável?! – Exaltou-se, descrente.

- Como o quê?! – Milo parecia surpreso com a questão – Só a expressão de completo constrangimento de Dohko já valeu cada Dracma que perdemos!  Eu apostaria o que for contigo que ele deve lembrar-se de isso até hoje! Há..Há... – Tentou rir, porém mais parecia estar se engasgando.

- Vocês dois eram realmente impossíveis de lidar – Declarou Aquário, e pela primeira vez em muito tempo, sorriu, imerso em recordações – Isso só não foi pior que sua aventura no México.*

- Aaaah siiiim, me pergunto se Calvera deixou descendentes, era uma mulher de fibra, sem dúvida. – Comentou, permitindo-se sorrir também, apesar de toda sua dor. – Quando fui Kardia, eu realmente sabia o que era aproveitar a vida.

- Se você considera embriagar-se, desaparecer do País com Athena, e divertir-se sadicamente com nossas lutas como “aproveitar a vida” – Ironizou Camus.

- Sem dúvida...-Afirmou com convicção – Engraçado como você costumava dizer, em mais de uma vida, que eu só tomaria juízo se nascesse de novo, quem imaginaria que você teria razão um dia.

O sorriso do mais novo desapareceu.

- Bem...Antes tarde do que nunca, não é? – Seguiu com sua tétrica atitude positiva. – Mesmo que eu esteja prestes a morrer de novo, pelo menos aconteceu.

Teve que deixar de falar, sendo novamente avassalado por uma nova dor de cabeça intensa, como se seu crânio estivesse prestes a se rachar em dois.

- Eu...- Recomeçou o francês – Darei um jeito de te ajudar meu amigo.

- Chega Camus, chega – Balançou a cabeça, arrependendo-se imediatamente do movimento, sentindo um enorme enjoo tomar-lhe – Você não entendeu? Eu sempre vivi ao máximo, fui ao limite das consequências! Eu não tenho do que me arrepender, eu já vivi mais do que o suficiente, você não faz ideia. Agora tem que aceitar e me deixar morrer!

- Você sabe que... – Camus abaixou a cabeça, apertando os punhos – Quando morrer, será definitivo dessa vez, sua alma se consumirá, você deixará de existir.

- Como você descobriu até mesmo isso? – Surpreendeu-se, inclinando o corpo, incapaz de seguir encarando o melhor amigo, como se seu crânio tivesse começado a pesar toneladas.

- Não importa como eu descobri, o que importa é que sua alma está condenada, e isso também é culpa minha...! -Apertava os punhos com tanta força, que suas unhas começaram a perfurar a carne – Quando selei Atlântida usando parte de minha própria alma...Quando nasci como Camus, minha alma já estava condenada, era para eu estar sumindo, não você! Por que você insiste em se sacrificar no meu lugar?! Tudo por que eu te ajudei milênios atrás?! Por que eu te tirei do mar e cuidei de você?! Por que sofrer tantas reencarnações apenas por isso?! – Sangue começava a escorrer por entre seus dedos.

- Eu nunca te contei isso, na verdade, eu nunca tive a oportunidade, e em outras vidas, eu já não recordava mais desse conhecimento...- Respirou fundo, fechando seus olhos, concentrando toda a energia possível para concluir sua explicação, convencer Aquário de uma vez por todas para deixá-lo partir era sua prioridade. - Eu não sei o que é mais estranho, ter essa conversa contigo ou lembrar que em outra vida eu já fui mulher – Tentou rir, mas sua garganta estava seca demais. - ...Antes de nascer como humana, fui uma titânide capaz de mudar minha forma, absurdo pensar isso agora, não é? Regia as estrelas, os oráculos e a necromancia, por isso passava a maior parte do tempo sem aparência definida, ainda assim, em geral, assumia a forma feminina nas poucas ocasiões que estava na terra. Quando a titanomaquia acabou, e Zeus assumiu o Olimpo, começou a infernizar minha existência. Mesmo lembrando disso agora, ainda é repugnante.

Camus ergueu a cabeça, choque claro em seus olhos, será que Milo estava divagando devido a febre?! Um titã humano? Isso ao menos era possível?! E então recordou-se de algo.

- Espere...A lenda da ilha de Delos? A titã que mudou várias vezes de forma para escapar dos deuses tinha o mesmo nome que você já teve, Astéria, até se tornar a ilha que abrigou sua irmã Leto, para que ela pudesse dar a luz a Athemis e Apolo? Você está querendo me dizer que você está vivo desde antes da era dos mitos? E se essa lenda for verdade...Por isso que você me disse, quando nos conhecemos...Que estava cansado de fugir...- Tentava juntar as informações em sua mente.- Então você nunca foi humano? Além disso...Necromancia...Você tinha relação com os mortos?

- Sim, essa lenda é verdade, infelizmente. Porém sou humano desde que nos conhecemos, e não possuía ligação direta com os mortos, mas era capaz de me comunicar com eles, mas perdi essa capacidade quando reencarnei pela primeira vez. – Declarou simplesmente, seu corpo deslizando de volta para o leito, incapaz de se manter ereto, Camus sentou-se novamente na cadeira para que pudessem estar em alturas próximas - Quando Urano caiu nas mãos de seu filho Kronos, começou a era dos Titãs, quando Kronos foi deposto por Zeus, o tempo começou a correr, e iniciou-se a era dos deuses. Porém alguém conseguiu derrotar Zeus, provavelmente um de seus filhos, e assim supostamente começou a era dos humanos. Eu sei que pode parecer surreal, porém muitos deuses e mesmo titãs decidiram reencarnar como humanos conforme a humanidade crescia depois do desaparecimento de Zeus, muitos por receio de estar do lado perdedor quando a terceira guerra dos deuses acontecesse, embora ainda exista aqueles como Arthemis ou Apolo que preferiam manter seus puros status divinos, muitas divindades foram desaparecendo com os séculos. Seu sangue especial, em muitos casos, até mesmo deixou de existir, o mesmo com suas memórias, uma pessoa qualquer pode ter um deus dentro de si, e nunca vir a descobrir, está muito enraizado na existência da humanidade.

- Eu não entendo onde você está querendo chegar com tudo isso Milo. – Colocou sem ser capaz de acreditar que seu melhor amigo poderia ser mais antigo até mesmo do que a existência da própria Athena.

- Eu estou querendo dizer que eu já vivi muito mais do que você pode imaginar, eu e Eniato, Shaka, somos as almas mais antigas entre os cavaleiros de ouro, já existíamos antes mesmo de nossa deusa, e por mais que eu tenha vivido muito antes de ser um humano, você como Erisictão foi o primeiro, em toda a minha existência, que me estendeu a mão. Não menospreze o valor que um gesto verdadeiro como esse teve em mim. Eu amaldiçoei minha alma naquele dia, para que você pudesse ter uma segunda chance na vida, porque você era uma alma pura e benévola, capaz de desfazer males até mesmo maiores que os da caixa de Pandora, da mesma forma que desfez o rancor e desconfiança enraizado em meu ser. Eu realmente confiava no seu poder para tal, mais do que confiava em Athena. Porém, ao invés disso, você se culpou por minha decisão egoísta a tal ponto que acabou cometendo suicídio, lançando-se ao mar com a esperança de assim alcançar o submundo. Seu lamento foi capaz até mesmo de congelar o Cócitos.

- Eu fui ingênuo – Admitiu Aquário abaixando a cabeça – Por causa do sangue de meu pai, que era um tritão, um ser naturalmente marinho, eu imaginei que seria capaz de mergulhar até a entrada do mundo dos mortos, nas profundezas do oceano. Quando lembro disso, não posso deixar de pensar com ironia o quanto eu e Hyoga nos parecemos, não é diferente do que ele fazia para ver sua mãe, porém, ele ao menos tinha o bom senso de sempre retornar a superfície.  

- Nossas mortes, quando Astéria e Erisictão, prendeu nossas almas numa verdadeira tragédia grega, no fim, você também acabou amaldiçoado, congelando o rio Cócitos com sua culpa, o mesmo rio que serviu de tortura e prisão para tantos de nossos companheiros por gerações, enquanto eu transformei o Flegetonte, ao saltar viva sobre ele, num rio de sangue fervente, cujo nível crescia a cada reencarnação, estávamos tão preocupados em ajudar o outro que não medimos a consequência de nossas ações...Ironicamente nisso sempre fomos muito parecidos - Sorriu, fechando seus olhos com verdadeiro pesar. – É parecido com aquelas velhas histórias, de heróis, ninfas, humanos, que sofriam terríveis castigos na mão dos deuses, a diferença, é que nós fizemos isso a nós mesmos.  Com minha alma desaparecendo, acabaria de uma vez esse ciclo vicioso de tragédias, como eu já te disse, eu já vivi o suficiente.

- Eu não me importo.

Abriu os olhos e voltou a finalmente encarar Camus, confuso com sua resposta. Seu olhar mostrava determinação, mas não era isso que realmente impressionava Escorpião, e sim as lágrimas que rolavam pela face de seu amigo.

- Eu não me importo com o que você pensa, ou se acha que já viveu demais, se você era um titã, um deus, ou mesmo um demônio, mesmo se o fato de eu querer te salvar é um ato de egoísmo, não me importa. Eu jamais, em qualquer vida, conseguiria viver em paz sabendo de todo o sofrimento e dor que eu te causei, eu não vou parar até que consiga reverter todo esse mal, não importa o que eu tenha que fazer para isso.

- Você não entendeu nada do que eu disse!? – Exclamou irritado, tentando, inutilmente, voltar a se sentar - Nossas ações já causaram problemas demais! Está na hora de pôr um fim a tudo isso, é você que precisa colocar juízo na sua cabeça agora!

- Você que não consegue entender Milo! Eu quero que você viva! Foi o que eu sempre quis! Você não pode arcar com a consequência dos meus erros!! – Soluços devido ao pranto começaram a tomar seu corpo, fazendo sua voz tremer, chocando ainda mais Escorpião, que não o via nesse estado desde sua primeira vida, quando era apenas uma criança, todo o controle de seus sentimentos parecia perdido - Em mais de uma vida, você foi minha família, mesmo sem ligações sanguíneas, você era tudo que eu possuía, o que me lembrava que eu era humano, apesar de nossas forças descomunais. Mesmo que eu tenha que trair o santuário, e enganar cada um de nossos companheiros, nem que eu tivesse que matar a própria Athena em troca – Levantou-se de repente, começando a caminhar em direção a saída, sem olhar para trás – Eu vou salvar sua alma meu amigo, você querendo ou não.

Abandonou a Fonte de Athena antes que Milo pudesse se recuperar do choque causado por suas palavras, decidido a andar e tentar aclarar seus próprios pensamentos, controlar novamente seus sentimentos, agora desorbitados.

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Notas Finais


Será que Shun irá se tornar um grande produtor de vinhos? Ou quem sabe o novo Zeus galã do Olimpo? XDD
O que será do submundo agora que nenhum dos três juízes parece pronto para voltar? Vocês conseguem identificar quem são os gêmeos de aquário que amam insetos? (ou coisinhas nojentas) O que Verônica e Violate estavam fazendo no Tártaro? Qual será a decisão de Valentine/Sarpedão? E não é que Hyoga ainda tem seus sentimentos!
O que vocês acharam da história contada por Milo, já conhecíamos boa parte dela, mas preencheu muitos vãos. E é claro, o que nosso Camus será capaz de fazer?

*Não é dito o ano que Orphée serviu o santuário, mas provavelmente foi antes da traição de Saga, enquanto Shion ainda era Grande Mestre.
* Isódetes é outro eufemismo para se tratar do deus do submundo, significa "deus que trata a todos igualmente", usado também como adjetivo.
*Minos é ariano, por isso a brincadeira do carneiro de Kairos.
* Na mitologia, Radamanthys e Minos realmente tinham um irmão chamado Sarpedão. Este teve um filho chamado Evandro, que quando teve seu próprio filho o chamou de Sarpedão em homenagem ao seu pai. Esse Sarpedão II foi um guerreiro tão formidável que houve briga entre os deuses para ver quem ficaria com seu cadáver...É, pois é. Por isso Apolo o tomou e deu para Hypnos e Thanatos o devolverem à sua terra natal. Tudo isso na mitologia mesmo.
* A ida de Kardia ao México levando Athena é um acontecimento canônico de Lost Canvas.

CAÇADORES DE PISTAS.

Vocês conseguem achar e resolver a equação que existe nesse capítulo?

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PS. Eu fiquei bem chateada com o último capítulo, teve uma repercussão bem baixa, se vocês acham que a estória pode melhorar em alguma coisa, por favor, me digam, obrigada.


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