— E então? – Regina continuava sorrindo em expectativa.
— Regina, como você fez isso? – Pegou a flor de sua mão. – Da onde apareceu essa Dália?
— Você não sabia? – Swan a olhou, esperando sua resposta. – Eu tenho poderes. – Riu, fazendo a loira revirar os olhos. – E essa é a flor dos namorados, né?! – Deu de ombros.
— Eu sei disso… a pergunta é como você sabe?
— Já disse, eu tenho poderes. – Riu.
— Regina…
— Vai, Emma. – Foi a sua vez de rolar os olhos. – Diz logo que aceita ser minha namorada.
— Pedindo com essa delicadeza…
— Desculpe se estou ansiosa em fazer amor com a MINHA namorada. – A deusa foi se deitando em cima da loira que riu.
— Mas eu ainda não disse que aceito.
— Emma, isso é só protocolo… – Disse, enquanto já beijava seu pescoço. – Você já era minha namorada, não sabia?
— Não. – Sua voz já saíra rouca, tirando um sorriso da deusa.
— Pois é. Vocé minha namorada… minha esposa… minha mulher… meu amor – Regina parou com os beijos, ficando de frente pra Swan e acariciando seu rosto com uma das mãos, a fazendo olhar em seus olhos. – Emma… você é tudo pra mim!
A deusa estava tão feliz. Com Coré, ela não teve todos esses estágios de um relacionamento… foi amor a primeira vista de ambas as partes, e logo a deusa do submundo tomou a jovem deusa da primavera para si. Claro que não tinha sido forçado como a história dos humanos acreditam, já que foi a própria Coré que demonstrava estar desesperada para ir com ela para o Submundo, mas agora Regina sentia que talvez isso tenha sido um dos motivos por sua Perséfone passar a se sentir presa e consequentemente ter fugido, e ela não queria que isso acontecesse novamente. Pelos deuses, ela jamais se permitiria perder Emma. Se era necessário começar esse tal de relacionamento passando por todas as etapas para poder chamar Swan de sua esposa novamente, ela faria. Na verdade, ela até que estava gostando da idéia!
Já com Emma seus olhos marejaram imediatamente com as palavras da morena. Ela nunca tinha se sentindo tão amada. É claro que tinha Ruby e a vovó que, no fundo, ela sabia que a mais velha a amava ou pelo menos é o quê gostaria que fosse, e quanto a Ruby… bom, essa ela tinha certeza mas não, o amor que Regina estava demonstrando era diferente… quase que palpável.
— Regina… – Sua voz saíra emocionada e a deusa chegou a se preocupar por um momento, arqueando suas sobrancelhas, mas suspirou aliviada quando Swan sorriu. – Eu sempre quis ter algo sério com você, ou melhor… – Riu, rolando os olhos. – Quase sempre. – Se lembrou da primeira vez que viu a morena e o desejo imenso que sentiu de leva-la pra cama. Regina sorriu, parecendo se lembrar de mesma coisa. – Mas desde que te conheci, sinto que pertenço a você e que você me pertence. – A deusa assentiu. – Por isso fiz de tudo para estar perto de você… Eu nunca quis tanto estar com alguém, como quero com você!
— E você me tem, Emma. – Levou seu polegar até o rosto da loira, limpando as lágrimas que começaram a descer por sua bochecha. – E sempre terá! – Swan assentiu, sorrindo. – Agora… – A deusa a olhou maliciosa. – Eu quero ouvir o seu “sim”. Quero ouvir você dizer que é minha namorada. Anda, vai! – A deusa cutucou a costela de Emma que começou a rir.
— Para, Regina! – Pediu, em meio a risada, tentando se esquivar do “ataque” da deusa. Regina se lembrava muito bem aonde era o ponto fraco de Perséfone, e parece que continuava sendo.
— Tá bom, eu falo. – Swan já estava vermelha e sem ar. Regina parou seus movimentos e aguardou ansiosa, como há muito tempo não ficava por mais que parecesse uma coisa simples, pra deusa tinha um enorme significado… saber que Perséfone era novamente sua.
Sim, Regina. Eu aceito ser sua namorada. – O sorriso da morena aumentou, iluminando ainda mais seu rosto. – Eu aceito ser tudo o quê você quiser que eu seja pra você!
SQ
Regina sorria, ainda olhando para o teto desde que Emma voltou a dormir em seus braços. É claro que, mesmo que quisessem, não poderiam ficar na cama o dia inteiro novamente, mas após mais uma rodada de sexo intenso, em que ela exigiu tudo o quê Emma poderia lhe dar, é claro que Regina a deixaria descansar por mais um tempo. A deusa tinha vontade de rir alto, há tempos que não estivera tão feliz: tinha recuperado o amor de sua existência e, por mais que sentisse falta ás vezes do submundo, estava vivendo em um lugar até que agradável.
Regina olhou novamente para Swan que estava deitada em seu braço direito, o rosto sereno virado para ela com a boca levemente aberta, o quê fez a deusa prender o riso mais uma vez, imaginando a loira babando em seu braço… seu outro braço jogado ao lado de seu corpo, iguais a suas pernas e o melhor: completamente nua! A deusa lambeu os lábios ao encarar a bunda redonda e perfeita de Emma. Mesmo não querendo, a morena saiu lentamente da cama, conseguindo deixar Swan na mesma posição, exceto pelo seu travesseiro que foi abraçado e o resmungo que a loira soltou… até pareceu ter sentido que aquilo não era o corpo da deusa. Foi em direção ao banheiro e tomou um banho rápido. Se enxugou com a única toalha que estava pendurada atrás da porta e a levou ao nariz, inspirando o cheiro de flores que havia nela… o cheiro de Emma! Vestiu suas roupas, arrumou os cabelos, deixando os impecáveis assim como quando chegou. Antes de deixar o quarto, deu mais uma olhada para a loira… como ela era perfeita aos olhos da deusa. Por um momento, Regina chegou a compara-la com Perséfone. Tão iguais e ao mesmo tão diferentes. A beleza de Emma nada deixava a desejar perante a beleza da deusa da primavera… para a deusa do submundo, Emma era a mais bela de todas!
Novamente a deusa sorriu, negando com a cabeça. Se aproximou para cubri-la com o lençol, já que a loira estava completamente exposta mas, ao olhar novamente para o corpo de Swan, e ver as pequenas pintas que a garota tinha na bunda, exatamente como Coré, a deusa não resistiu, deixando um beijo e até uma leve mordida sobre elas, antes de enfim, cobrir a loira e sair do quarto.
Regina desceu as escadas e foi em direção a cozinha, onde estava disposta a fazer um café caprichado para a agora, sua namorada. Namorada, toda hora que a palavra vinha em sua cabeça, o sorriso da morena aumentava.
— Onde está a Emma? – Foi interrompida de seus pensamentos pela voz que ela já considerava irritante, e agora com Ruby morando com Swan, sua voz ficou ainda pior.
Regina rolou os olhos e respirou fundo antes de responder sem ao menos se virar para a morena.
— Dormindo.
— Hum. – Ruby se aproximou e encostou no balcão, cruzando os braços e ficando ao lado de Regina que continuou procurando algumas coisas na geladeira pra fazer para Swan, e nem sequer a olhou. – E você vai ficar aqui? Não tem casa?
— Eu tenho e você? – Respondeu, fechando a porta e olhando para Luccas com um sorriso debochado nos lábios.
— Minha casa é aqui agora, junto com a Emma!
— E você está adorando isso, não é? – A deusa se aproximou rapidamente da morena, a fazendo dar um passo para atrás. É claro que ela se controlaria por causa de Swan, mas desde que Luccas não tentasse nada com Emma.
— Regina, Emma é como uma irmã pra mim e ela também me considera assim. – Sua voz saíra tranquila. – Até parece que não confia no seu taco. – Chegou a sorrir, desafiando sua coragem e a paciência da deusa.
— Oh, mas eu confio. – Sorriu. – Eu não confio é em você! – Sua expressão ficou séria. – Acha mesmo que eu acredito nesse seu papinho? – Se aproximou de Luccas, a prendendo na pia.
— Que isso, Regina. – Riu, nervosa. – Eu não tenho interesse nenhum na Emma, pelo menos não da maneira que você imagina. Já em você… – Sorriu, de maneira sedutora, fazendo a deusa arquear as sobrancelhas.
— O quê tem eu?
— Ora, Regina. Eu sempre tive interesse em você. Ainda mais agora, que me mostrou o seu corpo. – Colocou sua mão na cintura da deusa que acompanhou o movimento com o olhar. – Você não se lembra? Eu te vi primeiro, antes de Swan.
— E você que parece ter esquecido do que eu te disse aquele dia. – Foi a vez de Luccas arquear as sobrancelhas. – Eu disse pra não me tocar. – Pegou a mão da morena que estava em sua cintura e a empurrou abruptamente. – E que bela irmã que você é… dando em cima da namorada dela. – Disse, se afastando.
Ruby riu alto.
— Namorada? – Riu mais uma vez. – Não se preocupe, Emma e eu nunca tivemos problema em dividir. – Piscou.
— Você é desprezivel. Se eu pudesse, você nunca mais chegaria perto da Emma!
— E você não pode? – Seu olhar desafiava a deusa. – Quem não me engana é você, Regina. Eu vi o quê você fez aquele dia na boate.
— Eu não sei do quê você está falando.
— Ah, você sabe sim. – Agora ela que se aproximava perigosamente de Regina. – Tem algo de diferente em você. Aquele dia, você chegou muito rápido pra tirar a Emma de cima do balcão… Eu vi quando você abriu os braços e de repente, estavámos todos no dia seguinte, adormecidos no chão da boate. Então Regina… – Aproximou seu rosto do da deusa. – Quem não confia sou eu em você! E eu vou proteger a Emma. – Se afastou, ao escutar passos na escada.
— Olha… – Swan disse, entrando na cozinha. – Que bom ver as duas juntas e vivas. – Riu.
Regina desviou o olhar de Ruby e olhou para a loira, sorrindo.
— Que bom que já acordou, amor.
— Tenho a impressão de ter sentido uma mordida na minha bunda! – Riu. Regina se aproximou rapidamente pegando a loira de surpresa e enlaçou seu pescoço, a puxando para um beijo intenso, fazendo Ruby rolar os olhos.
— Uau. – Emma disse, quando se separaram. – Bom dia, namorada. – Encostou sua testa na de Regina, ambas sorrindo e presas em sua bolha.
— Só pra avisar… – Escutaram a voz de Ruby e se separaram. Pelo menos um pouco, já que Regina puxou as mãos de Emma para abraçar sua cintura, enquanto a loira descansava seu queixo no ombro da deusa. – Suas panquecas estão no forno, mas já esfriaram… Vai ter que esquentar.
— Na verdade… – Emma se desvencilhou de Regina. – Eu não vou tomar café. Já estou atrasada. – Coçou a nuca.
— Ah não, Emm, sério?! – A morena soltou o pano de prato que usava para enxugar as mãos. – Poxa, eu pensei que poderiamos fazer alguma coisa hoje… faz um bom tempo que não nos vemos. Pensei em sei lá, assistir um filme, que tal? – Sorriu, esperançosa.
— Ruby, eu…
— Eu aprovo a idéia! – Regina se manisfestou pela primeira vez desde que Swan entrou na cozinha, fazendo a loira e Luccas a olharem.
— Vo… você aprova? – Emma estranhou e a olhou desconfiada.
— Mas é claro. – Regina sorriu. – Acho que será bom assistir a um filme coladinha com a minha namorada. – Se aproximou de Emma e a abraçou pela cintura. Mesmo ainda desconfiada, Swan assentiu, sorrindo.
— Eu escolho o filme! – Ruby disse e rapidamente afastou as duas, passando entre elas e em direção a sala.
A deusa bufou rolando os olhos.
— Ela só está empolgada… – Swan sorriu, sem graça.
Regina estava pronta para argumentar quando Luccas voltou com o DVD na mão.
— Aqui! Acho que Regina vai gostar. – Sorriu para a morena, que sentiu como se Ruby a estivesse provocando.
— Uh! Eu adoro esse desenho. – Emma disse empolgada, atraindo os olhares das duas.
Luccas sorriu convencida para a deusa.
— Regina, você já assistiu “Hércules”?
SQ
— Vou fazer pipoca pra gente. – Ruby disse se levantando de frente da tv, aonde acabara de colocar o DVD. – Pipoca salgada sua preferida, né Emm? – Sorriu para a loira, que se sentava no sofá com Regina.
— Na verdade… – Swan chamou à atenção de Luccas que já caminhava em direção a cozinha. – Acho que a Regina vai preferir a doce. – Olhou para a deusa por cima dos ombros, já que ela a tinha puxado para ficar no meio de suas pernas e deitada em seu peito, exatamente como Coré e Perséfone gostavam e ela imaginava que com Emma não seria diferente.
— Ok… Doce pra vocês e salgada pra mim! – Saiu rapidamente, não queria que Swan visse sua expressão de desgosto.
— Que linda! Preocupada com o quê eu vou preferir. – Regina apertou Swan ainda mais em seus braços.
— É claro, eu já vi como você fica quando come açucar. – Olhou maliciosa para a deusa que ficou sem entender. – Quem sabe eu posso tirar aproveito disso. – Piscou.
Regina gargalhou, apesar de não saber do quê Swan estava falando, já que não se recordava de como ficou com o algodão doce no parque!
Ruby voltou para a sala bem no momento que o filme começara. Entregou o balde da pipoca doce para Swan, e foi se sentar no sofá ao lado, deixando o maior para o casal, já que estavam praticamente deitadas e a morena não precisaria ficar olhando a troca de caricias que ela imaginava que teria entre as duas.
— Oh! É sobre o Alcides? – A deusa disse, atraindo o olhar das duas mulheres.
— Alcides? – Ruby riu.
— Não, amor. É uma animação sobre o Hércules. – Swan disse, sorrindo para deusa.
— Então. O nome de Hércules na verdade, era Alcides. Tá, isso antes dele ficar famoso. – A deusa rolou os olhos enquanto dizia. – Mas “Hércules”, é apenas a versão em latim de Herácles que quer dizer herói em grego, e que também significa “Gloria de Hera”. – Emma e Ruby prestavam à atenção em Regina, claro, por motivos diferentes. Enquanto Swan a olhava orgulhosa e maravilhada por sua inteligência, Luccas só confirmava sua impressão de que Regina se achava demais!
— Tá, tá. Vamos voltar pro filme então. – Ruby voltou seu olhar para a tv, assim como a deusa e Emma. – Espera só até ver Hades e seus capangas. – A morena disse sem tirar os olhos da tv e sorrindo. – Acho que você vai gostar.
Regina arqueou as sobrancelhas, desconfiada, mas deu de ombros. Logo na primeira cena a deusa começou a rir.
— Vocês veem Hera como mãe do Alcides? – Perguntou, ainda rindo.
— E não é?
— Não… Inclusive, foi ela quem mandou aquilo. – Apontou para a tv, quando mostrou a cena em que o pequeno Hércules segurava duas serpentes.
— Mas por quê? – Swan parecia interessada e ao mesmo tempo surpresa, enquanto Ruby não tirava os olhos do filme e mostrava indiferença pelo o quê Regina contava.
— Porque Alcides era fruto de uma traição de Zeus. – Deu de ombros como se aquilo fosse normal… e realmente era, quando se tratava do deus do trovão. – Dele com uma rainha mortal, Alcmena.
— Que filho da puta! – A loira disse, raivosa fazendo Regina rir.
— Essa não foi a primeira nem a última traição de Zeus. Mas os únicos filhos de Zeus que ela aceitou, foram Perséfone e Hermes.
— E por que Hera aguentava isso?
— Ela é a deusa do casamento, Emma.
— Que se dane o casamento. E dane-se Zeus também. – A deusa dessa vez, a deusa não sabia se ria por ver Emma xingando seu pai, ou se preocupava... por ela pouco se importar com casamentos.
— Shiiiu. – Ruby exclamou, chamando à atenção das duas. – Eu quero assistir.
— Eai, o quê aconteceu? – Swan sussurrou para Regina, olhando para a televisão.
— Bom, Hera o quê queria morto de qualquer maneira, então Alcmena o largou na floresta para que Hera não o encontrasse. – Respondeu, também sussurrando e olhando a tv. – Mas Atena o encontrou e o levou para Hera.
— Por que ela fez isso? Pensei que Atena fosse boa. – A loira ficou desapontada.
— Ela não sabia que era o pequeno Alcides… Ela pensou que ele era orfão e levou para Hera para que fosse alimentado. – A deusa dizia, acariciando os cabelos de Swan.
— Hum. – Swan não perguntou mais nada. De alguma maneira, saber daquelas coisas a incomodaram, então a loira resolveu só ficar aproveitando os braços e o carinho que recebia da morena em seu cabelo.
Regina também resolveu ficar em silêncio. Apesar de ser um assunto que nada tinha a ver com Perséfone ou com ela, ela sentiu a raiva que Emma estava de Zeus, mesmo Swan pensando que não tinha motivo para sentir raiva do deus do trovão.
A cena seguinte fez a deusa arquear as sobrancelhas e se sentar. Emma, que estava deitada em seu peito, também se sentou, estranhando a reação da morena.
— Espera! Essa é Hades? – A deusa perguntou, apontando para o deus de cabelo azul.
— Ahn... é. – Emma ficou meio sem jeito. Imaginara que Regina estava achando aquilo um absurdo, já que era da Grécia e ela entendia tanto dos deuses. A pergunta fez até mesmo Ruby a olhar. – Regina, eu sei que Hades é mulher como você me contou, mas isso é só uma animação e…
De repente, a morena explodiu em uma gargalhada, surpreendendo Swan e assustando Luccas.
— Isso é hilário! – A deusa enxugava as lágrimas dos canto dos olhos. – E quem são aqueles? – Apontou para os dois demônios, ajudantes de Hades.
— Pânico e Agonia. – Respondeu Ruby, que agora parecia estar se divertindo com a situação. Novamente, Regina gargalhou com vontade.
Agonia está tão gorda… – Riu mais uma vez. – Como eu queria que ela visse isso.
— Como ela veria? Deuses não existem. – Mais uma vez Luccas se intrometeu. – Não é? – Questionou Regina, que cessou sua risada tornando sua expressão séria. Mais uma vez, a deusa notou o olhar de Ruby a desafiando.
— Ruby! – Emma lhe chamou à atenção. – Regina é grega… é claro que lá eles acreditam em deuses… não é? – Questionou a deusa, que assentiu sorrindo.
— Vamos voltar pro filme. – Regina voltou a se encostar no sofá, trazendo Swan novamente para se deitar em seu peito e acariciando seus cabelos novamente.
Por todo o filme, o silêncio permaneceu. Até riram em alguns momentos, principalmente de Pânico e Agonia, mas ninguém comentou mais nada.
— E então, o quê achou? – Swan perguntou para Regina, se espreguiçando enquanto Ruby tirava o DVD e o guardava.
— Eu até que gostei. – Respondeu, também se espreguiçando. – Só achei a vilã… Vilão, no caso, errado. – Mesmo assim, a deusa sorriu e Emma assentiu, também sorrindo. – E ainda por cima soltar os titãs? Esse que ela ajudou a banir para o Tartáro? – Riu, descrente.
— Então… Não foi Hades que deu os doze trabalhos para Hércules? – A deusa negou.
— É claro que não. Incusive o ajudou, quando um dos trabalhos era levar Cerbero para o rei Euristeu. – A deusa riu. – Mas o velho ficou com medo e o devolveu para Hades. – “Ainda bem, se não Perséfone me mataria”. – Riu mais uma vez, agora com o pensamento que tivera.
— Então quem foi? – A curiosidade de Swan tinha retornado.
— Hera. – Respondeu, fazendo a loira rolar os olhos.
— Espera aí. – As duas conversavam e até se esqueceram que Ruby também estava na sala. – Você disse que Hades era uma mulher?
— Era, Ruby. – Foi Emma que respondera. Luccas assentiu, dando uma última olhada para Regina antes de sair em direção a cozinha. – Bom… – A loira bateu com as mãos em suas coxas. – Pelo menos o Alcides teve um final feliz. – Sorriu para Regina, que voltou o seu olhar para Emma, após ter acompanhado Ruby até a garota passar pela porta.
— Na verdade, ele não teve. – Sorriu, amarelo.
— Ele não ficou com a Mégara? – Mais uma vez, Swan perguntou decepcionada.
— Bom, eles se casaram. – Disse e Emma a olhou sem entender. – Mas Hera ficou irada por vê-lo construindo uma família. Então, ela lançou um feitiço nele e o fez ver sua esposa e filhos como inimigos de batalha. Acho que você já pode imaginar o quê aconteceu, né? – Foi a vez da deusa lamentar.
— Ele matou a família? – Emma tinha os olhos arregalados e a boca aberta. Regina apenas assentiu.– Tá, mas… qual foi o final de Hércules então?
— Ele virou o herói que vocês conhecem. – A loira chegou a esboçar um sorriso. – Inclusive ajudou os deuses contra os titãs.
— Mas… – Emma já até esperava um final trágico para Alcides, e realmente foi.
— Ele se casou de novo, Dejanira… era o nome dela. Mas… – Repetiu no mesmo tom da pergunta da loira que riu. – A pobre coitada foi enganada por um centauro e acabou envenenando Alcides sem querer.
— O QUÊ? – Swan gritou, fazendo ate mesmo Ruby espiar na porta, o quê tinha acontecido. A deusa riu da reação exagerada de sua mulher.
— Pois é. Ele deu o próprio sangue pra ela, dizendo ser uma poção do amor e pra ela usar, caso um dia Alcides perdesse o interesse por ela. Então ela banhou uma camisa dele no sangue e o entregou. As dores o enfraqueceram até tirar sua vida.
— Então… Hércules foi para o submundo?
— Oh, não. – A deusa sorriu. – Atena o levou em sua carruagem até o Monte Olimpo, aonde ele passou a viver com os deuses.
Até que enfim ele descansou. – Regina gargalhou. Era exatamente isso que Alcides dizia.
— Sim, de fato. – A morena concordou. – Então, meu amor… – Voltou a abraçar a loira. – Mudando de assunto, que tal almoçarmos fora hoje? – Passou seu nariz pelo pescoço de Swan, a fazendo se arrepiar.
— Tu-tudo bem. – Gaguejou, atraindo à atenção da deusa, que se afastou um pouco para olhar em seus olhos. – É que… eu preciso fazer uma coisa antes.
SQ
Após o filme e marcarem o almoço, Regina foi pra sua casa. Queria muito já sair dali com Swan, mas precisava tomar um banho e principalmente trocar de roupa. A deusa queria buscar Emma para leva-la até um restaurante, mas a loira disse que tinha algo pra fazer na cidade antes e a morena ficou de pega-la na floricultura, imaginando que seria lá o quê Swan tinha para fazer.
Assim que Regina foi embora, Emma também tomou um banho, tentando relaxar seus musculos e se preparar para ir aonde precisava. Após longos minutos, Swan saiu do banho e se arrumou: colocou um vestido azul escuro florido e tênis branco. A loira tinha abandonado um pouco suas sandálias de salto alto. Deixou seus cabelos soltos e se olhou no espelho, não queria ir muito elegante mas também não de calça jeans e jaqueta… Afinal, depois almoçaria com sua namorada.
Emma não encontrou com Ruby até a saída de sua casa, talvez tenha sido melhor mesmo… não queria ter que explicar aonde iria e muito menos mentir.
Depois de caminhar por uns vinte minutos, Swan parou na frente do local e respirou fundo. Subiu as escadas lentamente e estranhou a porta estar fechada.
“A vovó não deve estar conseguindo cuidar da lanchonete sozinha”. – Lamentou.
Por mais que doesse seu coração de ficar afastada de Ruby e de Granny, Emma não ficou com raiva e nem desejava o mal da mais velha… pelo contrário, entendia os motivos de tê-la afastado. E agora essa situação das duas… É claro que a loira estava feliz por ter a morena ao seu lado novamente, mas também se preocupava com a senhora. Não tinha mais ninguém para cuida de Granny!
Swan resolveu dar a volta e tentar entrar pela pensão. Não é possivel que estaria fechada também. E não estava!
— Já vai! – Emma escutou o grito da mais velha e seu coração disparou. – Em que posso aju… – A fala de Granny sumiu ao ver a loira.
— Oi, vovó. – Disse com um meio sorriso. Não sabia se ainda tinha o direito de chama-la assim.
— Emma?Emma! – Granny foi em direção a Swan e abraçou forte. A senhora já chorava e a loira também não conseguiu segurar. – Senti tanto a sua falta.
— Eu também, vovó. – Se afastaram sorrindo uma para a outra. – Me perdoa por vim aqui, é que…
— Eu que tenho que te pedir perdão, Emma. – A loira negou com a cabeça, passando seus dedos debaixo dos olhos de Granny, tentando secar suas lágrimas. – Eu não devia ter te afastado, minha filha. Emma, eu…
— Emma…
Swan se assustou com a voz forte de homem atrás de si. Se virou, encontrando Gold sorrindo.
— Que lindo nome!
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