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História Heady Lust - Vida Nova


Escrita por: sclety

Notas do Autor


Cheguei, penúltimo capítulo honeys!

Aeeee estamos quase concluindo, Palmas.

1-Não me matem!

2-Procurem entender ambos afinal todo mundo erra!

Boa leitura!

Capítulo 21 - Vida Nova


Fanfic / Fanfiction Heady Lust - Vida Nova

Pov. Justin 

Estava em meu escritório, avaliando a papelada burocrática do último processo quando alguém começa a gritar. 

— JUSTIN! JUSTIN! 

Levanto com mais de mil, correndo para fora da sala. No momento pouco me importam os papéis que voam para todos os lados. 

Clarissa é quem grita, ela está toda descabelada e com uma expressão de desespero e culpa. 

— Por que todos esses gritos? Tá ficando louca? 

— A Flavia caiu da escada. 

Puta que pariu. 

É a primeira coisa que meu cérebro pensa, continuo olhando para a cara de Clarissa para processar aquela informação. Maldita. Ela tinha algo com aquilo. 

Saio igual a um furacão na direção da escada de emergência no final do andar. Quase caio três vezes com a pressa que pulo os degraus. 

— Flavia? Aí, meu Deus! 

Ela está quase inconsciente, a quantidade de sangue que está perdendo piora tudo. Serrano algumas lágrimas involuntárias ao pensar que não tem jeito, ela perdeu o Jean. 

— Ju... Jus... Just... Justin. 

— Shiiu, não se esforça, a ajuda está chegando. 

Sento no chão, ao seu lado, pouco me importando com o sangue que já começa a grudar na minha roupa. Seguro sua mão e espero que os paramédicos cheguem. Eles a removem com o maior cuidado, já desmaiada por causa da espera e do sangue que perdeu. Os sigo. 

Clarissa continua lá, agora acompanhada de Helena, Ryan, Chris e Chaz. Me seguro para não fazer a besteira de bater nela, por mais que ela mereça. 

(...) 

Chegamos ao hospital e Flavia chora compulsivamente porque os médicos constataram na ambulância mesmo que, devido aos fortes baques e a quantidade de sangue e líquido que ela perdeu, o nosso bebê havia morrido. Porém, era necessário uma cesariana de emergência para que eles pudessem retirar o feto morto. 

Estou ao seu lado, segurando sua mãe o e falando palavras de conforto. 

— Vem cá. 

Me abaixo ao seu lado e deixo que ela sussurre em meu ouvido. 

— Clarissa abortou um filho seu, por isso estávamos discutindo. 

Paro de acompanhá-la. Em choque seria pouco para definir o meu estado. Quando me viro, dou de cara com ela, a minha mulher assassina. “Clarissa abortou um filho seu”, é somente nisso que minha mente foca, por um momento não existe Flavia e nem Jean, naquele momento a dor de um filho perdido é substituído pela revolta. 

— Vai para o carro. Agora. 

— Justin, o que ela te falou? 

— Carro, Clarissa. 

Fomos caminhando até o local onde ela estacionou e agradeço a Deus — se é que ele existe — por ser um local afastado. Abro a porta do carro para que ela entre. Mesmo relutante, ela entra. Bato a porta com força e dou a volta, entrando no lado do motorista, repito o ato. 

— Eu quero te matar, sua vadia, mentirosa, assassina! 

Grito, completamente descontrolado. Clarissa arregala os olhos e libera o choro alto que segurava. 

— Engole esse choro, porque esse teu número de vítima não está adiantando de nada. 

Demora alguns segundos para que ela consiga se reestabelecer, e isso me irritava mais ainda. Que ódio. 

— Eu não empurrei ela da escada, se é isso que está pensando. 

— Vou perguntar somente uma vez: Você abortou ou não abortou meu filho? 

Seus olhos se arregalam e ela balança a cabeça negativamente, tentando abrir a porta do carro, porém eu havia trancado. 

— Me responde, Clarissa. 

Aperto seu braço, puxando-a em minha direção, ficamos cara a cara, repito a pergunta e ela explode. 

— ABORTEI, ABORTEI SIM E A CULPA É TODA SUA! 

O tapa que eu dei nela foi tão forte que o som ecoou pelo carro. Não demora para que ela revide da mesma forma, seu rosto está vermelho e tenho certeza de que o meu também. 

— Eu nunca nem soube dessa gravidez e considerando as circunstâncias em que vivíamos, esse filho só pode ter sido no início do nosso casamento, ou agora. 

— Lembra daquele dia que você jogou nosso casamento no lixo? Começou ali. 

— Você me escondeu isso por 5 anos? 

Meu Deus, 5 anos ao lado dessa mulher. Por mais que não tivéssemos uma relação, ela foi capaz de passar esses fodidos cinco anos me olhando sem sentir a mínima culpa por ter matado meu filho. 

— Eu vou explicar, apenas me escuta. 

“No dia em que fomos à festa do Wallace eu já estava começando a desconfiar que estava grávida e não sabia como te contar, achei que a melhor forma de introduzir a idéia seria dando indiretas enquanto estava brincando com o bebê. O Wall estava por perto tentando me ajudar, super animado, já dizendo que iria ser padrinho, enquanto você mais parecia um búfalo enfurecido.” 

Durante toda a sua explicação, Clarissa estava inquieta, mexendo pés, brincando com os dedos das mãos, e em nenhum momento sua atenção focou em mim. 

— Eu estava me corroendo de ciúmes aquele dia, as traições já haviam começado e o nosso casamento estava declinando pouco a pouco. Você e o Wallace estavam agindo como um casal e eu me sentia um corno naquele dia. E quando chegamos em casa você ficou falando em filhos enquanto eu me imaginava criando um filho de outro. 

— Aí chegamos, depois que você me falou “que jamais teria um filho comigo”, eu fiquei arrasada, te ignorava, me recusava a continuar com aquilo e você estava do mesmo modo. A suspeita de gravidez foi conformada e quando eu iria te contar, você estava ocupado demais transando com outra. 

— E POR CAUSA DISSO VOCÊ DECIDIU ABORTAR UM FILHO QUE PODERIA MUITO BEM TER SALVADO A PORRA DESSE CASAMENTO. 

— EU NÃO QUERIA SER MÃE DO FILHO DE UM HOME QUE ME TRAÍA, IGNORAVA E PRINCIPALMENTE QUE DISSE NA MINHA CARA “NÃO QUERO UM FILHO SEU”. 

Os gritos ecoavam por minha cabeça, fiquei calado por um tempo, tentando diminuir nem que fosse uma parcela daquela mágoa. No fundo eu tinha consciência de que grande parte daquilo tudo era culpa minha, porém era algo que eu nunca iria admitir. Meu Deus, eu não estava sendo capaz nem de sofrer pela morte do meu filho, aliás, filhos. 

— Adiei isso tempo demais, agora não tem mais como sustentar, fomos egoístas, prepotentes, precipitados e inconsequentes, casamos sem amor, com base em sexo, e quando o peso de uma vida a dois apareceu, não abrimos não da ilusão e deu nisso. 

Conforme eu ia falando, os olhos de Clarissa clareavam em compreensão, ela sabia onde eu queria chegar. 

— Você tá terminando comigo, é isso? Pois se for, vira homem e diz na minha cara. 

Suas ofensas bem de perto tinham me afetado, há havia me machucado demais em um dia só. 

— Acabou, Clarissa. Chega desse teatro, eu quero o divórcio. 

— Considere-o dado. 

Saio do carro e caminho de volta para o hospital, mas a crise de choro que tenho me impossibilita de chegar lá. Me apoiei na lataria de algum automóvel enquanto os soluços escapam por meus lábios e as lágrimas lavam o meu rosto. Deixei a dor vir, afinal, eu acabei de desmoronar o que restava da minha vida. 

1 semana depois 

Estava parado em frente à porta do quarto hospitalar onde Flavia está. Depois do fatídico dia em que nossas vidas desmoronaram, não conseguia entrar no hospital e me isolei no flat, o único contato que obtive com o mundo foi ao falar com Ryan, ordenando que ele e os outros cuidassem da empresa na minha ausência. 

Respiro fundo e abri a porta, atraindo a atenção de uma pessoa tão destruída quanto eu. 

— Justin, meu amor, por que você demorou tanto? 

— Como você está, Flavia? 

Fecho a porta e me sento na poltrona ao lado da sua cama. 

— Tentando me recuperar, ainda me sinto muito vazia sem o nosso filhinho. 

— Eu imagino. É inevitável não perguntar, o que houve no dia em que caiu? 

— Ela não me empurrou, foi assim: eu estava indo procurar Clarissa para conversar e ver se ao menos ela devolvia meu apartamento. Perguntei à Marcela onde ela estava, a mesma me indicou a sala da Helena, fui até lá e acabei escutando a conversa delas, fiquei chocada com a confissão sobre o aborto do bebê. 

Segurava as minhas lágrimas, aquele assunto era muito recente, eu estava igual a um masoquista, buscando relembrar a dor. 

— Continua. 

— Eu me escondi atrás da parede e quando a Clarissa passou, eu a provoquei, porém ao mencionar que eu sabia e ia te contar, ela surtou e deu um grito dizendo que me queria morta, com o susto eu acabei batendo na porta de emergência e já sabe o resto. 

Ficamos incontáveis minutos em silêncio, cada qual divagando entre suas lembranças. Decidi que aquela é a hora. 

— Vou me divorciar. 

— Eu esperei tanto ouvir você falando essas palavras. Me diz que não é um sonho! 

— Não é um sonho, mas é uma ilusão sua se acha que foi para ficar com você. 

Seus olhos momentaneamente alegres e iludidos vão perdendo o brilho, uma cena digna de pena. 

— O que você está dizendo? 

— Que eu cansei, Flavia, eu estou me libertando de você, da Clarissa, das mentiras, de tudo. Eu nunca gostei de você, nem padrão gostosa faz, era para ser somente uma noite, mas aí eu me deixei manipular e te trouxe, era legal provocar minha mulher estando com você, mas sempre foi só isso, diversão barata e banal. 

— Você não pode fazer isso comigo! Ela não te ama como eu. Fica comigo. 

— Posso, posso e quero. Você é tão chata, irritante, grudenta, foi um inferno passar por tudo isso, você só durou por causa do Jean, mas agora ele se foi, não sei se foi bom ou ruim, doeu e está doendo, mas o melhor de tudo é que eu não preciso mais conviver com você e toda a desgraça que trouxe a minha vida. 

Retiro do bolso a passagem junto com um envelope de dinheiro. 

— Isso aqui é para você voltar para a sua cidade. Adeus, Flavia. 

Jogo tudo em cima dela e saio dali, de cabeça erguida. Que comece a vida nova.


Notas Finais




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