Nick e sua memória estavam de volta, para a felicidade de todos. Faltava dois dias para o campeonato e ele decidiu que precisava recuperar o tempo perdido e estava treinando há horas. O time já tinha sido dispensado pela técnica, mas Nick pediu para ficar no campo por mais uma hora.
– Tudo bem, Nick, pode ficar, mas não vá se desgastar demais falta pouco para o campeonato e eu quero você em campo. Apenas mais uma hora de corrida e teco.
– Obrigado!!
O atleta voltou a correr e deixou que seus pensamentos se dissipassem. O campeonato estava as portas, mas ele queria manter a calma e a confiança em si mesmo eu no time. Eles dariam tudo nesse jogo.
Nick estava feliz demais por estar de volta, por se sentir ele mesmo depois de dias de completa escuridão. Não saber nada sobre si mesmo era aterrorizante. Ele continuou correndo, dando mais uma volta no campo, precisava estar em forma. Voltou para o campo alguns minutos depois e se posicionou para iniciar os tecos.
O dia estava quente, o que era muito raro, muito mesmo. Era fim de verão e o sol estava a fim de marcar bem o momento. Nicolas tirou a camisa empapada de suor e continuou o treino.
– Um salve para o topzera do rúgbi. – Charlie gritou ao ver Nick sem camisa.
Charlie se aproximou com uma garrafa de água e sorriu para o namorado.
– Char, o que faz aqui? Está quente, amor.
– Nossa, e como está, Nick Nelson!!! – Brincou deixando o atleta com o rosto corado.
– Amor!
– Beba um pouco de água, vou ficar ali babando, quer dizer, observando você treinar. – Nick riu.
– Só mais vinte minutos e estou liberado.
– Ok.
Charlie ficou assistindo Nick treinar, tirou algumas fotos do namorado e fez um story mostrando a dedicação do atleta. Ele postou marcando o @ do evento e o do Nick, segundos depois chegou uma solicitação de mensagem. Charlie não conhecia o garoto, mas pelo perfil aberto viu que era um atleta de outro time.
O garoto chamava-se Jhon e na mensagem ele dava em cima de Charlie ignorando totalmente o fato de Charlie ter um namorado.
O velocista ignorou a mensagem, mas não apagou, mostraria a Nick outra hora. Voltou a conversar com Elle sobre os seus sentimentos por Tao, a garota estava muito indecisa. O medo de perder a amizade de Tao paralisava qualquer tentativa de assumir os sentimentos. Charlie repetiu que essa decisão só cabia a ela, mas deixou claro que ela se arrependeria por não tentar.
– Hey, vamos? – Nick disse.
– Sim, vamos!
Nicolas recolheu sua mochila e acessórios, segurou a mão de Charlie e os dois saíram.
– Vamos para a minha casa? – Nick pediu.
– Uhum, avisei meus pais que passaria o dia com você.
– E a noite? – Fez um cara de safado ao perguntar.
– Quem sabe eu possa ficar a noite também….
– Preciso dormir com você, Char. – Nick fez um biquinho.
– Precisa né, uhummmm.
– Preciso matar a saudade e me recuperar para o campeonato.
– Você tá muito safado, Nick Nelson.
– Eu? Imagina. – Riu.
Sarah estava na cozinha lendo alguma coisa no tablet enquanto bebericava um capuccino, os dois a abraçaram.
– Que bom que está aqui, Charlie. Nick, eu deixei hambúrgueres no micro-ondas.
– Posso fazer pipoca? – Charlie pediu.
– Claro, amor, fique à vontade. – Sarah disse.
Os meninos comeram os hambúrgueres na companhia de Sarah e depois subiram para o quarto de Nick. Enquanto o atleta foi para o banho, Charlie pôs um filme no macbook e buscou a pipoca.
O celular de Charlie notificou uma mensagem, era o mesmo garoto, Jhon. Nick leu a mensagem e não respondeu novamente.
“Podemos nos encontrar no dia do campeonato?”
Charlie ficou tentado a responder, mas não queria dar espaço para mais mensagens.
– Por que está com essa cara? – Nick perguntou ao voltar para o quarto.
Ainda de toalha ele pegou suas roupas e vestiu esperando uma resposta.
– Quando você estava treinando eu fiz um vídeo e postei, marcando você e o @ do evento. Minutos depois recebi uma mensagem de um garoto, um atleta… Uma mensagem idiota, eu nem sequer respondi e agora chegou outra. – Charlie entregou o celular ao namorado.
– Que ridículo! Esse… – Nick respirou fundo. – Você vai bloquear?
– Sim, eu só esperei para te mostrar.
– Ok.
Nicolas, agora banhado e vestido, deitou na cama ao lado do namorado e puxou para o seu peito. O garoto se avaliou por um tempo e concluiu que não era ciumento ou possessivo, mas com Charlie perdia o controle. Não queria ninguém tocando ou se insinuando para o namorado, não queria nem imaginar outra pessoa beijando Charlie.
– Você é meu, Chalie. – Disse segurando o rosto do menor para encará-lo. – Você é só meu.
Charlie sorriu e o beijou. Agora entendia porque casais viviam de selinhos, quando beijavam de língua a vontade de transar era imediata.
– Eu não quero ser de mais ninguém, Nick. Eu te amo.
– Eu também te amo, Char. Muito.
O filme iniciou e eles ficaram quietos comendo a pipoca que Charlie fez com bastante manteiga e sal. Nick deixou a vasilha non chão e abraçou Charlie, colando seus corpos. Ele amava sentir o cheirinho do namorado, amava aqueles momentos de paz que os dois tinham com muita frequência. Apesar de toda a paixão que sentia o amor era maior, a paz que ele trazia pra a vida de Nick assegurava o quão real era tudo que viviam e sentiam. Nick descobriu que paixão é evento, mas o amor é rotina, e ele amava a rotina com Charles.
– Já dormiu? – Chalie perguntou.
– Como assim? Você que sempre dorme.
– O queeeeee? – Charlie fingiu indignação.
– Não vai dormir hoje? O filme tá bom?
– O filme tá ótimo e eu não vou dormir porque o teu pau tá perfurando as minhas costas!! – Charlie brincou.
– Charles!
– É verdade, amor. Longe de mim reclamar, só tá tirando a minha concentração.
– Você tá com a bunda empinada e encaixada no meu pau e não quer que fique duro? Eu não sou de ferro.
– Não é, mas parece. – Brincou.
– Engraçadinho. Vai dormir comigo?
– Vou falar com minha mãe.
– Tá. Agora se concentra no filme!
– Vai ser difícil, Nicolas Nelson!
Charlie enviou uma mensagem a mãe e ela respondeu que somente porque Nicolas tinha se recuperado e entendia que os dois sentiam saudade, ela deixaria. Fez mil recomendações e disse que depois ela teria uma conversa séria com Charlie.
– Está preparado para essa conversa? – Nick perguntou rindo. – Eu já tive com minha mãe e é constrangedor.
– Tá me encorajando bem. – Brincou. – Eu vou abrir o jogo com ela. Vai ser melhor deixar ela consciente de que somos responsáveis.
– Se precisa de mim nessa conversa, eu vou.
– Não, eu resolvo com ela.
– Ok. Então meu bebê vai dormir comigo… Minha mente está ficando fértil, Charles Spring.
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