História Hellsing, o passado de Allucard - Capitulo 1 - Vida longa ao rei

Há mais de quinhentos anos eu nasci em um feudo em crescimento e prospero. Prospero para minha família, claro. O território da família Tepes prosperava por cima o sangue de milhares de escravos. Se eu me importava? Nem um pouco

O nome que minha família me deu é Vladimir III, inspirado em meu pai Vladimir II. Eu fui criado com excesso do que precisava. E claro treinado para batalha.

Eu acreditava em Deus nessa época, ele era minha guia e meu senhor.
A maldição de meu pai foi a minha: a organização secreta "A ordem do dragão" fundado pelo mesmo, o dragão Vlad II.
Era assim que eles o chamavam "Dracul". E quando eu passei a assumir seu cargo na ordem eles me vangloriavam e me chamavam por "Draculea", ou dragão filho
Minha vida como príncipe nunca foi fácil. Tinha de cumprir ordens de etiquetas enquanto eu só queria rasgar algumas gargantas - moleque franzino como era. Para mim meu único objetivo na terra, o qual Deus me trouxe, foi para aumentar as terras da minha família e provar que existe um único e soberano Deus. E por muito tempo eu acreditei nisso.
Meu pai gostava de dizer que Deus era tão generoso com quem valia a pena compartilhar suas dadivas, que era tão piedoso com quem valia a pena ser salvo, ou seja, nós ricos hipócritas e egoístas. E que Deus apenas criou os fazendeiros, escravos e mulheres para nos servir como diz na bíblia, e não os fazendeiros, escravos e mulheres, não, pois foi a nós, homens ricos e poderosos, a quem ele criou a sua imagem.
Falando assim até parece que eu gostava dele, um grande homem, daqueles de ideias firmes e futuristas. Não, ele só era outro abastardo paranoico. Há muito se foram as noites em que se viveu um homem justo na terra.
Ele começou a piorar com as paranoias religiosas quando os otomanos decidira vir para a Romênia e aclamar por seu território de direito. Meu pai foi a uma batalha e teve um ferimento no nervo da perna direita, os curandeiros conseguiram cauterizar e cuidar, mas não curar o que o deixou manco para o resto da vida.
Depois disso ele surtou, forçava meus treinamentos com combates e estrategias até não aguentar pensar ou ficar de pé. Meu ensino religioso também, vinte paginas decoradas por dia da bíblia.
As piores aulas eram aquelas que ele chamava de "aulas praticas": Ele Me fazia observar as chibatadas em cada escravo sussurrando pra mim "Essa é a vontade de Deus meu filho, quando a classe pura domina a suja. Essa é a vontade de Deus". E quando eu não o obedecia? Eu era açoitado, surrado e a carregado a força até seu quarto.
Ele dizia que fazia isso porque eu era fraco, eu era a raça suja e enquanto não me fortalecesse eu deveria ser dominado pela raça pura, pois essa é a vontade de Deus.

O silêncio desanimado de seu mestre a fez indagar.
          - E oque aconteceu?

Sua perna ficou infecciosa, o deixando mais raivoso, mais criativo com os punimentos.
Os anos passaram me tornando forte, com a chegada da maioridade eu me tornei o soldado perfeito por cada corte, cada surra e cada pingo de suor derramado. Eu me tornei a arma que ele sempre sonhou e a que ele não pôde controlar.

E... O seu pai, ele morreu pela infecção?
Alucard solta a gargalhada dentro de seu peito, profunda e sádica. A gargalhada que ele guardou durante trinta anos dentro de um caixão.

Ele morreu pela infeção, é isso o que está escrito nos livros de historia que você acha em qualquer biblioteca.
         O que você não acha nos livros de historia ou em fatos arqueólogos é que: o ultimo pulsar de seu coração foi na palma da minha mão. Isso, policial, você não acha nos livros. Um fato tão cruel que decidiram oculta-lo para que as crianças não chorassem à noite.

Se você chama isso de justiça tudo bem, vá em frente. Mas eu apenas o fiz porque quis, não havia nenhum motivo heroico ou que desse drama a toda historia. Eu apenas quis sentir como era matar um homem.

Mas mestre, olha o que ele fez!

E olha o que eu fiz a ele! Não me tornei melhor com aquilo. Não provei que ele estava errado e eu certo.
Ele pôde ter me torturado e abusado. Mas também já me amou como filho e eu a ele como pai. Depois do ferimento da perna ele mudou, mas eu também deveria ter mudado muito antes. Antes disso eu era apenas um mimadinho apaixonado por lutas de gladiadores. Ele me deixou forte para encara o mundo.
Justiça teria sido se eu tivesse esperado ele adormecer e tê-lo matado com os motivos certos. Mas eu quando o fiz estava com a cabeça vazia de motivos. Eu não pensava em nenhum no momento. E me diverti ao fazê-lo
Na mesma noite os serviçais da mansão gritavam e choravam. Imploravam por perdão e diziam oque qualquer um diria em momentos de desespero. Eu me deliciava com tudo aquilo. Quando ateie fogo a mansão podia ouvi-los gritar e pedir ajuda. Foi muito fácil culpar os otomanos e convencer a entramos em guerra.
Depois daquela  noite eu nunca fui o mesmo.

O sol está nascendo. Observou Alucard . Amanhã continuaremos em onde eu me tornei um vampiro.

Victoria se despediu de seu mestre de forma cordial e se retirou para seu lugar no sotão. Ao pensar em tudo o que seu mestre enfrentou era desesperador e encorajador ao mesmo tempo. Ele deve está se sentindo sozinho, depois de tudo, o que um ser imortal sentiria se não apenas solidão.

Alucard antes de se retirar observou mais um pouquinho o nascer do sol. Admirou sua beleza e tais formas encantadoras.
Alisando o pequeno terço mais antigo que o próprio imaginando o dia que o adversário certo chegaria. Antes do sol queimar sua pele ele desejou de todas as forças que esse dia estivesse perto.