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História Hogwarts Lendo Gêmeos Potter e a Pedra Filosofal - Capítulo 1 - As Crianças que Sobreviveram


Escrita por: AndrewDiaz

Notas do Autor


Olá novamente!!!
Aqui estou eu com mais um capítulo!
Espero que gostem!

Capítulo 2 - Capítulo 1 - As Crianças que Sobreviveram


Fanfic / Fanfiction Hogwarts Lendo Gêmeos Potter e a Pedra Filosofal - Capítulo 1 - As Crianças que Sobreviveram

 O Sr. e a Sra. Dursley, da Rua dos Alfeneiros, nº. 4, se orgulhavam de dizer que eram perfeitamente normais, muito bem, obrigado. Eram as últimas pessoas no mundo que se esperaria que se metessem em alguma coisa estranha ou misteriosa, porque simplesmente não compactuavam com esse tipo de bobagem.
- Trouxas? - Um aluno da Lufa-lufa perguntou.
- Provavelmente. - Remus respondeu.
O Sr. Dursley era Diretor de uma firma chamada Grunnings, fazia perfurações.
- O que são perfurações? - Um menino da grifinória perguntou.
- São buracos que os trouxas fazem na terra. - Uma nascida trouxa da lufa-lufa respondeu.
 Era um homem alto e corpulento quase sem pescoço, embora tivesse enormes bigodes. A Sra. Dursley era loura e tinha um pescoço quase duas vezes mais comprido que o normal o que era muito útil porque ela passava grande parte do tempo espichando-o por cima da cerca do jardim para espiar os vizinhos. Os Dursley tinham um filhinho chamado Dudley, o Duda, e em sua opinião não havia garoto melhor em nenhum lugar do mundo.
- Que nome ridículo. - Sirius riu.
- Não entendi o por quê de estarmos lendo sobre trouxas se o nome do livro se refere aos Potters. - Peter falou confuso.
- Deve explicar mais para frente Peter! - Alice disse.
Os Dursley tinham tudo que queriam, mas tinham também um segredo, e seu maior receio era que alguém o descobrisse. Achavam que não iriam agüentar se alguém descobrisse a existência dos Potter.
- O quê os Potter têm haver com eles? - James perguntou.
- Deixe Dorcas ler James! - Liy pediu.

A Sra. Potter era irmã da Sra. Dursley, mas não se viam há muitos anos, na realidade a Sra. Dursley fingia que não tinha irmã, porque esta e o marido imprestável eram o que havia de menos parecido possível com os Dursley. 
-  Então a Dursley é irmã da Lily. - Marlene constatou.
Eles estremeciam só de pensar o que os vizinhos iriam dizer se os Potter aparecessem na rua. Os Dursley sabiam que os Potter tinham dois filhinhos também, mas nunca os tinham visto. Os garotos era mais uma razão para manter os Potter à distância, eles não queriam que Duda se misturasse com uma criança daquelas.
- Eu é que não quero que meus filhos se misture com esse tipo de gente. - James revirou os olhos.
- James! - Lily começou.
- Desculpa Lírio, eu não… - Lily o cortou.
- Cala a boca!
Quando o Sr. e a Sra. Dursley acordaram na terça-feira monótona e cinzenta em que a nossa história começa não havia nada no céu nublado lá fora sugerindo as coisas estranhas e misteriosas que não tardariam a acontecer por todo o país. O Sr. Dursley cantarolava ao escolher a gravata mais sem graça do mundo para ir trabalhar e a Sra. Dursley fofocava alegremente enquanto lutava para encaixar um Duda aos berros na cadeirinha alta.
- Por que escolher a gravata mais sem graça? - Sirius perguntou retoricamente.
Nenhum deles reparou em uma coruja parda que passou, batendo as asas, pela janela.
- Como assim? - Alguns alunos puro sangue perguntaram.
- Não é comum se ver corujas no mundo trouxa. - Lily explicou e alguns alunos nascidos trouxas concordaram.
Às oito e meia, o Sr. Dursley apanhou a pasta, deu um beijinho no rosto da Sra. Dursley e tentou dar um beijo de despedida em Duda, mas não conseguiu, porque na hora Duda estava tendo um acesso de raiva e atirava o cereal nas paredes.
- Pestinha - disse rindo contrafeito o Sr. Dursley ao sair de casa. Entrou no carro e deu marcha à ré para sair do estacionamento do número quatro.

- Ele ainda ri! - Alice exclamou indignada.
Foi na esquina da rua que ele notou o primeiro indício de que algo estranho ocorria um gato lia um mapa. Por um instante o Sr. Dursley não percebeu o que vira - em seguida virou rapidamente a cabeça para dar uma segunda olhada. Havia um gato de listras amarela, sentado na esquina da Rua dos Alfeneiros, mas não havia nenhum mapa à vista. Em que estaria pensando naquela hora? Devia ter sido um efeito da luz. Ele piscou e arregalou os olhos para o gato.
O gato o encarou. Enquanto virava a esquina e subia a rua, espiou o gato pelo espelho retrovisor. Ele agora estava lendo a placa que dizia Rua dos Alfeneiros - não, não estava olhando a placa: gatos não podiam ler mapas nem placas. O Dr. Dursley sacudiu a cabeça e tirou o gato do pensamento.

- Bem… - Remus começou - Animagos podem ler mapas.
- Mas que animago estaria na frente da casa de um trouxa? - Algum aluno da sonserina perguntou.
- Eu aposto na McGonagall. - Sirius falou estendendo a mão para James.
- Não vou apostar isso Sirius. - Potter disse empurrando a mão do amigo.
Durante o caminho para a cidade ele não pensou em mais nada exceto no grande pedido de brocas que tinha esperanças de receber naquele dia, mas ao sair da cidade, as brocas foram varridas de sua cabeça por outra coisa. Ao parar no costumeiro engarrafamento matinal, não pode deixar de notar que havia uma quantidade de gente estranhamente vestida andando pelas ruas. Gente com capas largas.
- Bruxos? - Alguns alunos perguntaram confusos.
- Provavelmente! - Ted Tonks falou.
- Mas por que estão tão descuidados? - Andromeda ao seu lado perguntou.
- O livro deve responder. - Dumbledore falou.
 O Sr. Dursley não tolerava gente que andava com roupas ridículas - os trapos que se viam nos jovens! Imaginou que aquilo fosse uma nova moda idiota. Tamborilou os dedos no volante e seu olhar recaiu em um grupinho de excêntricos parados bem perto dele. Cochichavam excitados. O Sr. Dursley se irritou ao ver que alguns deles nem eram jovens, ora, aquele homem devia ser mais velho do que ele, e usava uma capa verde-esmeralda! Que petulância! Mas então ocorreu ao Sr. Dursley que se tratava prova de alguma promoção boba - essas pessoas estavam obviamente arrecadando alguma coisa... É, devia ser isto! O tráfego avançou e alguns minutos depois o Sr. Dursley chegou ao estacionamento da Grunnings, o pensamento de volta às brocas.
O Sr. Dursley sempre sentava de costas para a parede em seu escritório no nono andar. Se não o fizesse, talvez tivesse achado mais difícil se concentrar em brocas aquela manhã. Ele não viu as corujas que voavam velozes em plena luz do dia, embora as pessoas na rua as vissem, elas apontavam e se espantavam enquanto um bando de coruja passava no alto.

- Isso está muito estranho. - Arthur Weasley falou.
 A maioria jamais vira uma mesmo à noite. O Sr. Dursley, porém, teve uma manhã normal sem corujas. Gritou com cinco pessoas diferentes.
- Sendo parente da Lily! - Um garoto da grifinória falou, fazendo a ruiva corar fortemente.
 Deu vários telefonemas importantes e gritou mais um pouco. Estava de excelente humor até a hora do almoço, quando pensou em esticar as pernas e atravessar a rua para comprar um pãozinho doce na padaria defronte.
- Se fosse só um… - Dorcas riu.
Esquecera completamente as pessoas de capas até passar por um grupo delas próximo à padaria. Olhou-as com raiva ao passar. Não sabia o porquê, mas elas o deixavam nervoso. Essas cochichavam também, mas ele não viu nenhuma latinha de coleta. Foi ao passar por elas na volta, levando uma grande rosca açucarada que entre ouviu algumas palavras do que diziam.
- ... Os Potter, é verdade, foi o que ouvi...
- ... É, os filhos deles, Harry e Sienna…

O Sr. Dursley parou de repente. O medo invadiu-o. Virou a cabeça para olhar as pessoas que cochichavam como se quisesse dizer alguma coisa, mas pensou melhor.
Atravessou a rua depressa, correu para o escritório, disse rispidamente à secretária que não o incomodasse, agarrou o telefone e quase terminara de discar o número de casa quando mudou de idéia. Pôs o fone no gancho e alisou os bigodes pensando... Não, estava agindo como um idiota. Potter não era um nome tão fora do comum assim. Tinha certeza de que havia muita gente chamada Potter com filhos chamados Harry e Sienna. Pensando bem nem sequer tinha certeza de que o sobrinhos tivessem o nome de Harry e Sienna. Jamais viu os meninos. Talvez fosse Ernesto e Megan. Ou Eduardo e Darcy.
Não tinha sentido preocupar a Sra. Dursley, ela sempre ficava tão perturbada à simples menção da irmã. Não a culpava - se ele tivesse uma irmã como aquela... Mas mesmo assim aquelas pessoas de capas.
Achou bem mais difícil se concentrar nas brocas aquela tarde e quando deixou o edifício às cinco horas, continuava tão preocupado que deu um encontrão em alguém parado ali à porta.
- Desculpe - murmurou, quando o velhinho cambaleou e quase caiu. Levou alguns segundos até o Sr. Dursley perceber que o homem estava usando uma capa roxa. Não parecia nada aborrecido por ter sido quase jogado ao chão. Ao contrário, seu rosto se abriu em um largo sorriso e ele disse numa voz esganiçada que fez os passantes olharem:
- Não precisa pedir desculpas, caro senhor, porque nada poderia me aborrecer hoje! Alegre-se! Porque o Você-Sabe-Quem finalmente foi-se embora! Até trouxas como o senhor deviam estar comemorando um dia tão feliz!

- Você-Sabe-Quem foi derrotado? - Ouviu-se um enorme coro fazendo esta pergunta.
- Vamos esperar e ver o que o livro diz! - Dumbledore falou.
E o velho abraçou o Sr. Dursley pela cintura e se afastou.
O Sr. Dursley ficou pregado no chão. Fora abraçado por um completo estranho. E também achava que fora chamado de trouxa, o que quer que isso quisesse dizer. Estava abalado. Correu para o carro e partiu para casa, esperando que estivesse imaginando coisas, o que nunca esperara que fizesse, porque não aprovava a imaginação.
Quando entrou no estacionamento do número quatro, a primeira coisa que viu - e isso não melhorou o seu estado de espírito, - foi o gato listrado que notara aquela manhã. Agora ele estava sentado no muro do jardim. Tinha certeza de que era o mesmo, as marcas em volta dos olhos eram as mesmas.
- Chispa! - disse o Sr. Dursley em voz alta.
O gato não se mexeu. Apenas lançou-lhe um olhar severo. Será que isto era um comportamento normal para um gato, pensou o Sr. Dursley. Continuava decidido a então não comentar nada com a esposa.

- Continuo dizendo que é a McGonagall. - Sirius falou.
A Sra. Dursley tivera um dia normal e agradável. Contou-lhe durante o jantar os problemas da senhora do lado com a filha e ainda que Duda aprendera uma palavra nova (Nunca). O Sr. Dursley tentou agir normalmente. Depois que Duda foi se deitar, ele chegou à sala em tempo de ouvir o último noticiário noturno.

"E, por último, os observadores de pássaros em toda parte registraram que as corujas do país se comportaram de forma muito estranha hoje. Embora elas normalmente caçam a noite e raramente apareçam à luz do dia, centenas desses pássaros foram visto hoje voando em todas as direções desde o alvorecer. Os especialistas não sabem explicar por que as corujas de repente mudaram o seu padrão de sono.”

O locutor se permitiu um sorriso. 

“Muito misterioso. E agora, com Jorge Mendes, o nosso boletim meteorológico. “Vai haver mais tempestades de corujas hoje à noite, Jorge?”
"Bom, Eduardo", disse o meteorologista, não sei lhe dizer, mas não foram só as corujas que se comportaram de modo estranho hoje, ouvintes de todo o pais têm telefonado para reclamar que em vez do aguaceiro que prometi para ontem, eles tem tido chuvas de estrelas!
Talvez alguém ande festejando a noite das fogueiras uma semana mais cedo este ano! Mas posso prometer para hoje uma noite chuvosa".

- Os bruxos estão muito descuidados, por Merlim! - Molly exasperou e algumas pessoas concordaram.

O Sr. Dursley ficou paralisado na poltrona. Estrelas cadentes em todo o país? Corujas voando durante o dia? Gente misteriosa capas por todo lado? E um cochicho, um cochicho a respeito dos Potter...
A Sra. Dursley entrou na sala trazendo duas xícaras de chá.
Não adiantava. Teria que lhe dizer alguma coisa. Pigarreou nervoso.
- Hum, hum, Petúnia, querida, você não tem tido notícias de sua irmã ultimamente?
Conforme esperava, a Sra. Dursley pareceu chocada e aborrecida. Afinal, normalmente fingiam que ela não tinha irmã.

- Quanto drama. - Lily resmungou e James passou os braços sobre os ombros dela.
- Não. - respondeu ela, seca. - Por quê?
- Uma notícia engraçada - murmurou o Sr. Dursley - Corujas... Estrelas cadentes e vi uma porção de gente de aparência estranha na cidade hoje...
- E daí? - cortou a Sra. Dursley.
- Bem, pensei, talvez, tivesse alguma ligação com... Sabe... O pessoal dela.
A Sra. Dursley bebericou o chá com os lábios contraídos. O Sr. Dursley ficou em dúvida se teria coragem de lhe contar que ouvira o nome "Potter". Decidiu que não. Em vez disso, falou com a voz mais displicente que pode:
- Os filhos deles, teriam mais ou menos a idade do Duda agora, não?
- Suponho que sim - respondeu a Sra. Dursley ainda seca.
- Como é mesmo o nome dele? Ernesto, não é?
- Harry e Sienna. Dois nomes feios e vulgares se quer saber minha opinião.

- Muito melhores que Duda! - Lily se irritou junto com Marlene.
- Ah, é - disse o Sr. Dursley, sentindo um aperto horrível no coração. - E, concordo com você.
Não disse mais nenhuma palavra sobre o assunto a caminho do quarto onde foram se deitar. Enquanto a Sra. Dursley estava no banheiro, o Sr. Dursley foi devagarinho até a janela e espiou o jardim da casa. O gato continuava lá. Observava o começo da Rua dos Alfeneiros como se esperasse alguma coisa.
Estaria imaginando coisas. Será que tudo isto teria ligação com os Potter? Tinha-se... Se transpirasse que eram aparentados como um casal de... Bem ele achava que não agüentaria.
Os Dursley se deitaram. A Sra. Dursley, adormeceu logo, mas o Sr. Dursley continuou acordado pensando no que acontecera. Seu último consolo antes de adormecer foi pensar que mesmo que os Potter estivessem envolvidos, não havia razão para se aproximarem dele e da Sra. Dursley. Os Potter sabiam muito bem o que pensavam deles e de gente de sua laia... Não via como ele e Petúnia poderiam se envolver com nada que estivesse acontecendo. O Sr. Dursley bocejou e se virou. Isso não poderia afetá-los…

- Se não pode afetá-los por quê começou a história assim? - Um primeiranista da corvinal perguntou, fazendo Remus gemer e os amigos o olharem.
- Tudo bem Remus? - Sirius perguntou.
- Sim! O problema é que se a história começou neles vai haver um jeito que afete eles.
Como estava enganado.
- Tá vendo! - Remus exclamou encolhendo os ombros.
O Sr. Dursley talvez estivesse mergulhando em um sono inquieto, mas o gato no muro lá fora não mostrava sinais de sono.
Continuava sentado imóvel como uma estátua, os olhos fixos na esquina mais distante da Rua dos Alfeneiros. E nem sequer estremeceu quando uma porta de carro bateu na rua seguinte, nem mesmo quando duas corujas mergulharam do alto. Na verdade, era quase meia-noite quando o gato se mexeu.
Um homem apareceu na esquina que o gato estivera vigiando.
Apareceu tão súbita e silenciosamente que se poderia pensar que tivesse saído do chão. O rabo do gato mexeu ligeiramente e seus olhos se estreitaram.
Ninguém jamais vislumbrara nada parecido com este homem na Rua dos Alfeneiros. Era alto, magro e muito velho a julgar pelo prateado dos seus cabelos e de sua barba, suficientemente longos para prender no cinto. Usava vestes longas, uma capa púrpura que arrastava pelo chão e botas com saltos altos e fivelas. Seus olhos azuis eram claros, luminosos e cintilantes por trás dos óculos em meia-lua e o nariz, muito comprido e torto, como se o tivesse quebrado pelo menos duas vezes. O nome dele era Alvo Dumbledore.
O que Dumbledore está fazendo no mundo bruxo à essa hora? - Uma aluna da Grifinória perguntou.
Alvo Dumbledore não parecia ter consciência de que acabara numa rua onde tudo desde o seu nome às suas botas era malvisto.
Estava ocupado apalpando a capa, procurando alguma coisa. Mas parecia ter consciência de que estava sendo vigiado, porque ergueu a cabeça de repente para o gato, que continuava a fitá-lo da outra ponta da rua. Por algum motivo, a visão do gato pareceu diverti-lo. Deu uma risadinha e murmurou: 
- Eu devia ter imaginado.
Encontrou o que procurava no bolso interior da capa, parecia um isqueiro de prata. Abriu-o, ergueu-o no ar e ascendeu. O lampião de rua mais próximo apagou-se com um estalido seco. Ele fez de novo - o lampião seguinte piscou e apagou, doze vezes ele acionou o "apagueiro", até que as únicas luzes acesas na rua eram dois pontinhos minúsculos ao longe, os olhos do gato que os vigiava. Se alguém espiasse pela janela agora, até a Sra. Dursley, de olhos de contas, não conseguira ver nada que estava acontecendo na calçada. Dumbledore tornou a guardar o "apagueiro" na capa e saiu caminhando pela rua em direção ao número quatro, onde se sentou no muro ao lado do gato. Não para olhar para o bicho, mas, passado algum tempo, dirigiu-se a ele.
- Imaginava encontrar a senhora aqui, Professora Minerva McGonagall.

- Eu falei! - Sirius exclamou contente.
E virou-se para sorrir para o gato, mas este desaparecera. Ao invés dele, viu-se sorrindo para uma mulher de aspecto severo que usava óculos de lentes quadradas exatamente do formato das marcas que o gato tinha em volta dos olhos. Ela, também, usava uma capa esmeralda. Trazia os cabelos negros presos num coque apertado. E parecia decididamente irritada.
- Como soube que era eu? - perguntou.
- Minha cara professora nunca vi um gato se sentar tão duro.

Alguns alunos soltaram risadinhas, enquanto a professora lançava um olhar acusador para o diretor.
- O senhor estaria duro se tivesse passado o dia todo sentado em um muro de pedra - respondeu a Professora Minerva.
- O dia todo? Quando podia estar comemorando? Devo ter passado por mais de dez festas e banquetes a caminho daqui.
- Por que tanta comemoração? - James perguntou.
- Vamos ler senhor Potter. - Dumbledore respondeu.
A professora fungou aborrecida.
- Ah sim, vi que todos estão comemorando - disse impaciente. - Era de esperar que fossem um pouco mais cautelosos, mas não, até os trouxas notaram que alguma coisa estava acontecendo. Deu no telejornal. - Ela indicou com a cabeça a sala às escuras dos Dursley. - Eu ouvi... Bandos de corujas... Estrelas cadentes... Ora, eles não são completamente idiotas. Não podiam deixar de notar alguma coisa.
- Estrelas cadentes em Kent, aposto que foi coisa de Dédalo Diggle. Ele nunca teve muito juízo. - Você não pode culpá-los - ponderou Dumbledore educadamente. - Temos tido muito pouco o que comemorar nos últimos onze anos.

- Então isso vai ocorrer mais ou menos daqui a quatro anos. - Remus disse.
- Sei disso - retrucou a professora mal-humorada. - Mas não é razão para perdermos a cabeça. As pessoas estão sendo completamente descuidadas, saem às ruas em plena luz do dia, sem nem ao menos vestir roupa de trouxa, e espalham boatos.
De esguelha, lançou um olhar atento a Dumbledore, como se esperasse que ele dissesse alguma coisa, mas ele continuou calado, por isso ela recomeçou:
- Ia ser uma graça se, no próprio dia em que Você-Sabe-Quem parece ter finalmente ido embora, os trouxas descobrissem a nossa existência. Suponho que ele realmente tenha ido embora, não é, Dumbledore?
- Parece que não há dúvida. Temos muito o que agradecer.  Aceita um sorvete de limão?
- Um o quê?
- Um sorvete de limão. É uma espécie de doce dos trouxas de que sempre gostei muito.
- Não, obrigada - disse a Professora Minerva com frieza, como se não achasse que o momento pedia sorvetes de limão. - Mesmo que Você-Sabe-Quem tenha ido embora.
- Minha cara professora, com certeza uma pessoa sensata como a senhora pode chamá-lo pelo nome. Toda essa bobagem de Você-Sabe-Quem há onze anos venho tentando convencer as pessoas a chamá-lo pelo nome que recebeu: Voldemort.

Dorcas ofegou ao ler o nome de Voldemort, fazendo vários alunos prenderem a respiração.
 A professora franziu a cara, mas Dumbledore, que estava separando dois sorvetes de limão, pareceu não reparar - Tudo fica tão confuso quando todos não param de dizer "Você-Sabe-Quem".  Nunca vi nenhuma razão para ter medo de dizer o nome de Voldemort.
- Sei que não vê - disse a professora parecendo meio exasperada, meio admirada. Mas você é diferente.. Todo o mundo sabe é o único de quem Você-Sabe... Ah está bem, de quem Voldemort tem medo.
- Isto é um elogio - disse Dumbledore calmamente. - Voldemort tinha poderes que nunca tive.
- Só porque você é muito... Bem... Nobre para usá-los.
- É uma sorte estar escuro. Nunca mais corei assim desde que Madame Pomfrey me disse que gostava dos meus abafadores de orelhas novos.

- Desnecessário Dumbledore.- Falou um quintanista da Grifinória.
A Professora Minerva lançou um olhar severo a Dumbledore e disse:
- As corujas não são nada comparadas aos boatos que correm que todos estão dizendo? Por que ele foi embora? Que foi que finalmente o deteve?
- Todos queremos saber.- James falau.
Aparentemente a Professora Minerva chegara ao ponto que estava ansiosa para discutir, a verdadeira razão pela qual estivera esperando o dia todo em cima de um muro frio e duro, porque nem como gato nem como mulher ela fixara antes um olhar tão penetrante em Dumbledore como agora. Era óbvio que seja o que fosse que "todos" estavam dizendo, ela não iria acreditar até que Dumbledore confirmasse ser verdade.  Dumbledore, porém, estava escolhendo mais um sorvete de limão e não respondeu.
- O que estão dizendo - continuou ela - é que a noite passada Voldemort apareceu em Godric's Hollow. Foi procurar os Potter. O boato é que...

- Dorcas travou. Arregalou os olhos e deixou algumas lágrimas caírem.
- O que foi Dorc? - Marlene perguntou preocupada, mas a amiga não consegui falar nada.
- Senhorita Meadows o que aconteceu? - Minerva perguntou preocupada chegando perto da aluna.
- Não consigo. - Ela falou em um sussuro.
- Eu leio a partir de agora. Vá sente-se! - Minerva disse e pegou o livro das mãos da menina, esperou Dorcas sentar-se para começar a ler, quando viu o que estava escrito suspirou fortemente.
 … Lily e James Potter estão... Estão mortos.
- Como? - Marlene gritou e se jogou nos braços da ruiva que estava em estado de choque.
James olhou para Sirius e Remus, que trocavam olhares entre si, e foi até os dois.
- Não vamos deixar que isso aconteça Prongs. - Sirius falou puxando o moreno para um abraço.
- Não mesmo! - Remus disse participando do abraço.
- Só não entendi o motivo. - Peter resmungou olhando para McGonagall.
- Voldemort não tem motivos para matar as pessoas Peter, ele simplesmente mata. - Sirius falou áspero.
Do outro lado do salão Severo Snape olhava toda a cena com desgosto, ele iria evitar a morte de Lily, já que tudo isso é culpa do Potter
Dumbledore fez que sim com a cabeça. A Professora Minerva perdeu o fôlego.
- Lily e James... Não posso acreditar... Não quero acreditar... Ah, Alvo.
Dumbledore estendeu a mão e deu-lhe um tapinha no ombro.
- Eu sei... Eu sei... - disse deprimido.
A voz da Professora Minerva tremeu ao prosseguir:
- E não é só isso estão dizendo que ele tentou matar o filhos dos Potter, Harry e Sienna. Mas... Não conseguiu.

- Quê? - O coro se fez presente no salão.
- Isso é possível Dumbledore? - Molly perguntou estupefata.
- Se o livro diz que sim, deve explicar isso melhor Molly. - O Diretor respondeu.
 ...Não conseguiu matar dois bebês. Ninguém sabe o porquê nem como, mas estão dizendo que na hora que não pôde matar Harry e Sienna Potter, por alguma razão, o poder de Voldemort desapareceu e é por isso que ele foi embora.
Dumbledore concordou com a cabeça, sério.
- É verdade? - gaguejou a professora. - Depois de tudo o que ele fez... Todas as pessoas que matou... Não conseguiu matar dois garotinhos? É simplesmente espantoso... De tudo que poderia detê-lo... Mas, por Deus, como foi que eles sobreviveram?
- Só podemos imaginar - disse Dumbledore. - Talvez nunca cheguemos a saber.
A Professora Minerva pegou um lenço de renda e secou com delicadeza os olhos por baixo das lentes dos óculos. Dumbledore deu uma grande fungada ao mesmo tempo em que tirava o relógio de ouro do bolso e o examinava. Era um relógio muito estranho.
Tinha doze ponteiros, mas nenhum número, em vez deles pequenos planetas giravam à volta. Mas, devia fazer sentido para Dumbledore, porque ele o repôs no bolso e disse:
- Hagrid está atrasado. A propósito, foi ele que lhe disse que eu estaria aqui, suponho.
- Foi. E suponho que você não vá me dizer por que está aqui e não em outro lugar.
- Vim trazer Harry para tio e a tia. Eles são a única família que lhe resta.

- Você não pode fazer isso! - Lily exclamou irritada - Minha irmã vai maltratá-lo!
- No momento deveria ser a melhor opção senhorita Evans. - Dumbledore falou.
- Mas e nós? - Marlene perguntou - Tem eu, tem o Sirius, Remus, Dorcas, Peter e até mesmo Alice e Frank! Por que não nenhum de nós?
- Senhorita McKinnon isso ainda não aconteceu, não consigo responder, talvez a situação de vocês seja tão crítica que não seja seguro deixá-los com duas crianças.
- Você não quer dizer, você não pode estar se referindo às pessoas que moram aqui? - exclamou a Professora Minerva, pulando de pé e apontando para o número quatro - Dumbledore você não pode. Estive observando a família o dia todo. Você não poderia encontrar duas pessoas menos parecidas conosco. E têm um filho, vi-o dando chutes na mãe até a rua, berrando porque queria balas. Harry Potter não pode vir morar aqui!
- É o melhor lugar para ele - disse Dumbledore com firmeza. - os tios poderão lhe explicar tudo quando ele for mais velho, escrevi-lhes uma carta.
- Uma carta? - repetiu a professora com a voz fraca, sentando-se novamente no muro. - Francamente Dumbledore, você acha que pode explicar tudo isso em uma carta? Essas pessoas jamais vão entendê-lo! Ele vai ser famoso, uma lenda. Eu não me surpreenderia se o dia de hoje ficasse conhecido no futuro como o dia dos Gêmeos Potter. Vão escrever livros sobre eles. Todas as crianças no nosso mundo vão conhecer o nome dele!
- Exatamente - disse Dumbledore, olhando muito sério por cima dos óculos de meia-lua. - Isto seria o bastante para virar a cabeça de qualquer menino. Famoso antes mesmo de saber andar. Famoso por alguma coisa que ele nem vai se lembrar! Veja que ele estará muito melhor se crescer longe de tudo isso e tenha capacidade de compreender?
A professora abriu a boca, mudou de idéia, engoliu em seco e então disse:
- É, é, você está certo é claro. Mas como é que os garotos vão chegar aqui, Dumbledore? - Ela olhou para a capa dele de repente como se lhe ocorresse que talvez escondesse-os ali.
- Hagrid vai trazê-los.

- Você acha que é sensato confiar a Hagrid uma tarefa importante como essa?
- Hagrid é uma das pessoas mais confiáveis. - Sirius comentou.
- Eu confiaria a Hagrid minha vida - respondeu Dumbledore. 
- Não estou dizendo que ele não tenha o coração no lugar - concedeu a professora de má vontade - mas você não pode fingir que ele é cuidadoso. Que tem uma tendência a... Que foi isso?
Um ronco discreto quebrara o silêncio da rua. Foi aumentando cada vez mais enquanto eles olhavam para cima e para baixo da rua à procura de um sinal de farol de carro, o ronco se transformou num trovão quando os dois olharam para o céu - e uma enorme motocicleta caiu do ar e parou na rua diante deles.

- Wow! - Sirius exclamou sorrindo - Uma moto voadora! - James e Marlene riram da empolgação do moreno.
Se a motocicleta era enorme, não era nada comparada ao homem que a montava de lado. Ele era quase duas vezes mais alto do que um homem normal e pelo menos cinco vezes mais largo. Parecia simplesmente grande demais para existir e tão selvagem - emaranhados de barba e cabelos negros longos e grossos escondiam a maior parte do seu rosto, as mãos tinham o tamanho de uma lata de lixo e os pés calçados com botas de couro pareciam filhotes de golfinhos. Em seus braços imensos e musculosos ele segurava um embrulho de cobertores.
- Hagrid - exclamou Dumbledore, parecendo aliviado - Finalmente. E onde foi que arranjou a moto?
- Pedi emprestada, Professor Dumbledore - respondeu o gigante, desmontando cuidadosamente da moto ao falar - O jovem Sirius me emprestou. Trouxe eles, professor.

- É MINHA! - Sirius gritou erguendo-se do banco - OUVIU JAMES EU CONSEGUI!
- Ouvi Sirius, ouvi! - James respondeu rindo enquanto puxava o amigo pelas veste para voltar a se sentar.
- Espera. - Marlene falou - Se Sirius emprestou a moto, então quer dizer que ele está bem, por que não ficou com as crianças?
- Vamos esperar o livro senhorita McKinnon! - Dumbledore falou.
- Não teve nenhum problema?
- Não, senhor. A casa ficou quase destruída, mas consegui tirá-los inteiros antes que os trouxas invadissem o lugar. Eles dormiram quando estávamos sobrevoando Bristol.
Dumbledore e a Professora Minerva curvaram-se para o embrulho de cobertores. Dentro, apenas visível, havia um menino e uma menina, que dormiam a sono solto. No menino sob uma mecha de cabelos muito negros caída sobre a testa eles viram um corte curioso, tinha a forma de um raio.
- Foi aí que? - sussurrou a professora.
- Foi - confirmou Dumbledore.- Ficará com a cicatriz para sempre.
- Será que você não poderia dar um jeito, Dumbledore?
- Mesmo que pudesse, eu não o faria. As cicatrizes podem vir a ser úteis. Tenho uma acima do joelho esquerdo que é um mapa perfeito do metrô de Londres. Bem, me dê ele aqui, Hagrid, é melhor acabarmos logo com isso.
Dumbledore recebeu os gêmeos nos braços e virou-se para a casa dos Dursley.
- Será que eu podia... Podia me despedir deles, professor? - perguntou Hagrid.
Ele curvou a enorme cabeça descabelada para os bebês e lhes deu o que deve ter sido um beijo muito áspero e peludo. Depois, sem aviso, Hagrid soltou um uivo como o de um cachorro ferido.
- Psiu! - sibilou a Professora Minerva - Você vai acordar os trouxas!
- Desculpe - soluçou Hagrid, puxando um enorme lenço sujo e escondendo a cara nele. - Mas na... Nã... Não consigo suportar, Lily e James mortos, e os coitadinhos ter de viver com os trouxas...
- É, é muito triste, mas controle-se, Hagrid, ou vão nos descobrir - sussurrou a professora, dando uma palmadinha desajeita no braço de Hagrid enquanto Dumbledore saltava a mureta de pedra e se dirigia à porta da frente. Depositou Harry devagarinho no batente, logo depois fez o mesmo com Sienna, tirou uma carta da capa, meteu-a entre os cobertores do menino e em seguida, voltou para a companhia dos dois. Durante um minuto inteiro os três ficaram parados olhando para os embrulhinhos, os ombros de Hagrid sacudiram, os olhos da Professora Minerva piscaram loucamente e a luz cintilante que sempre brilhava nos olhos de Dumbledore parecia ter-se extinguido.
- Bem - disse Dumbledore finalmente - acabou-se. Não temos mais nada a fazer aqui já podemos nos reunir aos outros para comemorar.
- É - disse Hagrid com a voz muito abafada. - Vou devolver a moto de Sirius. Boa noite, Professora Minerva, Professor Dumbledore...
Enxugando os olhos na manga da jaqueta, Hagrid montou na moto e acionou o motor com um pontapé, com um rugido ela levantou vôo e desapareceu na noite.
- Nos veremos em breve, espero, Professora Minerva - falou Dumbledore, com um aceno da cabeça. A Professora Minerva assou o nariz em resposta.
Dumbledore se virou e desceu a rua. Na esquina parou e puxou o "apagueiro". Deu um clique e doze esferas de luz voltaram aos lampiões de modo que a Rua dos Alfeneiros de repente iluminou-se com uma claridade laranja e ele divisou o gato listrado se esquivando pela outra ponta da rua. Mal dava para enxergar o embrulhinho de cobertores no batente do número quatro.
- Boa sorte, Harry! Boa sorte, Sienna! - murmurou ele. Girou nos calcanhares e, com um movimento da capa, desapareceu.
Uma brisa arrepiou as cercas bem cuidadas da Rua dos Alfeneiros, silenciosas e quietas sob o negror do céu, o último lugar do mundo em que alguém esperaria que acontecessem coisas espantosas. Harry Potter virou-se dentro dos cobertores sem acordar. Sua mãozinha agarrou a mão de Sienna que segurava a carta ao lado, mas eles continuaram a dormir, sem saber que eram especiais, sem saber que eram famosos, sem saber que iriam acordar dentro de poucas horas com o grito da Sra. Dursley ao abrir a porta da frente para pôr as garrafas de leite do lado de fora, nem que passariam as próximas semanas levando cutucadas e beliscões do primo Duda. Eles não podia saber que neste mesmo instante, havia pessoas se reunindo em segredo em todo o país que erguiam os copos e diziam com vozes abafadas.
- Aos Gêmeos Potter, as crianças que sobreviveram.

- Acabou! - McGonagall falou.
Antes que qualquer outra pessoa tivesse a chance de falar algo uma luz azulada preencheu todo o salão.


Notas Finais


E aí???
Não sei realmente quando o próximo capítulo saí, mas tentarei ser breve.


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