Jerome
“Nossa sociedade existe a milhões de anos, desde a era neolítica onde o homo sapiens, homo erectus e o homo sensorium coexistiam. Por motivos de seleção natural, o homo erectus foi extinto e o homo sapiens se tornou o grupo dominante.
Mas acreditasse que tanto o homo sapiens e o homo sensorium viveram por todos esses anos numa relação de mutualismo, em que ambos se beneficiaram com as suas respectivas vantagens evolutivas e compartilhando uma característica de reprodução comum, a subdivisão do segundo gênero, ambas as espécies possuem a subdivisão por alfa, beta e omega.
Mas acreditasse que não só isso fez com que as duas raças coexistissem tão bem, ambos se beneficiaram, o homo sensorium possui um alto grau de consciência, percepção e facilidade para invenções, acreditasse que a reprodução do fogo e a invenção da roda tenham sido graças ao homo sensorium. Infelizmente esse grupo é minoritário, com alto grau de dificuldade para reprodução de novos grupos, então aqui entra o papel do homo sapiens, beneficiado pelas inovações, ele interage com essa espécie para gerar descendentes de ambas as espécies, facilitado graças a fisiologia alfa e omega, que fez a população de homo sapiens crescer de forma exponencial e o aumento gradativo de novos grupos senscientes.
Mas claro, isso tudo é teoria, pois os únicos registros concretos que temos, surgiu com a civilização egípcia e as primeiras formas de escrita, em que se acredita que os sense8 eram venerados como faraós, levando ao desenvolvimento rápido da humanidade e expansão territorial. Registros parecidos foram encontrados no mundo grego, civilização persa até a idade média, época que houve uma troca de poder.
Com o desenvolvimento de cultos ultra conservadores, os homo sensorium foram caçados, quantos inocentes não foram parar em fogueiras, forca, salas de tortura, apenas por serem diferentes? Não só por serem sense8 como centenas e até milhares de mulheres e omegas foram mortos a bel-prazer das classes dominantes?
As coisas só começaram a melhorar depois do iluminismo, mas só saíram de foco com a revolução francesa, época que a população percebeu que o problema não eram as diferenças de espécie e sim a ganância por capital.
Com essa mudança de cenário, os minoritários sumiram de cena, até quando se deu início a primeira guerra mundial, novamente esses grupos foram caçados, dessa vez, com inclusão de grupos étnicos diferentes, gays, judeus, pessoas com deficiência, todos que não se encaixavam dentro de um padrão posto pela sociedade da época foram perseguidos, até depois da segunda Guerra mundial.
Ainda se vê a luta das minorias pela sobrevivência e o direito de coexistir em meio a sociedade, todos os dias negros, LGBTs, mulheres, omegas e sense8 se tornam estatística, esquecem os nomes, esquecem que são pessoas e se tornam apenas números de registro da violência vivenciada diariamente.
O que nos, grupos minoritários queremos é apenas o direito de viver sem medo, da mesma maneira que a maioria das pessoas que se encaixam no padrão social, andar na rua sem temer ser morto por algum grupo religioso fanático, um homofóbico, um omegafobico, um neonazista ou por um homem que se sente o direito de posse do corpo de uma mulher.
Eu não sou contra a religião, desde que me conheço por gente, minha família de base católica me levava as missas, minha mãe ao descobrir que eu era um omega sensciente disse a mim que minha presença era uma forma de confirmação divina. Isso me tornou um antropologista e cientista político, graças a paixão por conhecimento e desejo de entender nossa humanidade.
Com o passar dos anos, adquiri a capacidade de dialogar e expor meus ideais de paz e respeito a todos os seres humanos, acredito que o surgimento de cada novo ser humano, independente de seu gênero, subgenero, crença ou espécie, é uma demonstração da presença do divino. Nada disso pode ser explicado se não for baseado em fé, como não acreditar em uma divindade quando a humanidade mostra tantas provas com suas descobertas? Ou pela demonstração de compaixão ao próximo, mesmo com desconhecidos?
A presença do homo sensorium é nada mais nada menos do que a confirmação do divino e sua coexistência com o homo sapiens é a prova da ação divina sobre a humanidade, o mutualismo desses dois seres fizeram dos seres humanos a espécie dominante, responsável por toda a grandeza e possibilidades das descobertas sobre a Terra e o universo.
Então para finalizar meu discurso aqui na ONU, peço a todos os ouvintes, sejamos mais tolerantes com os diferentes, chega dessa violência, não chegaríamos a onde estamos se não fosse por nossas peculiaridades, nós ainda temos muito o que desvendar e entender, para isso precisamos do conhecimento de cada um e todos merecem a oportunidade de mostrar ao mundo o seu valor.
Aqui, me despeço e agradeço por esses minutos concedidos a mim para palestrar sobre paz entre grupos minoritários. Obrigado pela oportunidade dada para levar informação a milhares pelo mundo.”
Ao descer do palanque, sinto a presença de alguns dos meus filhos, pessoas de grupos senscientes que dei a luz, algo mágico e inexplicável, sou parabenizado por eles e sou grato por toda essa família, mesmo que não tivesse a oportunidade de conhecer pessoalmente, eu os conheço aqui no coração e na mente, eu os sinto, da mesma forma que eles me sentem, essa conexão que nem mesmo a ciência pode explicar.
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