-Augusta, está tudo bem? Me atende, por favor. Falou com a Helena? Vocês brigaram novamente? Se estiver brava comigo, pelo menos me dê um sinal, estou muito preocupado.
A mensagem de voz era ouvida, o celular estava no viva-voz. Todos os presentes no local se entreolharam. Uma lágrima caiu no rosto da mulher.
-A decisão é sua, Augusta.
-Eu sei. Já me decidi.
A juíza pegou o celular, desligou e jogou no lixo.
…
Dias terminava de tomar um banho rápido, havia deixado Helena dormindo no quarto, depois do choro sentido da mulher, ele se sentia mais preocupado, pois ela era mais frágil do que ele pensava. Fechou os olhos e passava em sua mente todos os últimos acontecimentos. O stalker claramente tinha mais recursos do que um fã comum.
-Talvez seja mais do que uma pessoa…
Nada havia ficado provado sobre os lanches contaminados. O fato de apenas 5 pessoas terem passado mal, sem nenhum risco real à saúde não era passível de investigação. Podiam ser pessoas intolerantes à algum ingrediente do sanduíche ou ao refrigerante. Outro fator é que muitos fãs passam mal ao conhecerem seus ídolos. Sobre os microfones dando choque, outra ocorrência comum, nada indicava que eram sabotados. Dias estava terminando de se arrumar, pegou seu celular, tinha uma ligação perdida de sua ex-mulher, Vera. Respirou fundo, iria ver como estava Helena e depois retornaria a ligação que só poderia ser sobre algum problema, já que ele e Vera apenas conversavam sobre o essencial.
-Tenho certeza que esses casos não foram coincidência. Você é escorregadio, mas eu vou te pegar.
O homem terminou de se arrumar e foi em direção ao quarto de Helena. Estava vazio, a cama desarrumada, geralmente assim que ela acordava, ia até sua biblioteca que também servia de escritório. O guarda-costas desceu até a cozinha, Rosana, a empregada, estava conversando com Cida, a cozinheira que vinha 3 vezes na semana e preparava alguns pratos que ficavam congelados e outros que Helena comia no dia.
-Bom dia, Seu Dias.
-Bom dia, dona Rosana. E pode me chamar apenas de Dias.
-Então pode me chamar só de Rosana. Essa aqui é a Cida.
-Como vai, dona Cida.
-Vou bem, obrigada. Tô aqui preparando a comidinha da Helena. A menina é tão simples pra comer, nem posso inventar muito. Vive de dieta sendo que já é bem magrinha!
Dias riu, achou a senhora simpática. Aceitou a xícara de café e o pão de queijo que lhe foram oferecidos. Comeu rapidamente, como sempre, e foi em direção à biblioteca, queria ver Helena, sentia uma ânsia em vê-la.
-Helena?
A biblioteca estava vazia, mas Dias logo avistou a xícara de café pela metade sobre a mesa, ao lado do computador de Helena, que estava ligado. O celular dela também estava ali. O lugar era grande, mas fácil de visualizar. Ela não estava ali. Dias andou rapidamente pela casa, nada, ela não estava em nenhum cômodo. Foi até a piscina, a academia, os jardins. Nada. Começou a sentir um incômodo, uma sensação ruim. Voltou correndo para a cozinha.
-Viram Helena?
-Ela não está na biblioteca? Ela passou por aqui bem rápido um pouco antes do senhor, e geralmente é pra lá que ela vai.
-Não, ela não está lá! Alguém entrou aqui, Rosana?
Dias já preparava a arma no coldre. Olhou seu celular, Vera ligava novamente para ele, que novamente ignorou.
-Não. Nem Jonas veio hoje, ele foi liberado.
Dias saiu correndo, foi até a garagem e pegou sua moto. Helena não saia a pé, nunca. Chegou até a portaria em menos de 30 segundos e sentiu o sangue subir até seu rosto. Lá estava Helena, rodeada de fãs.
-Helena, a gente vai poder participar do pocket show?
-Claro! Vocês sempre são minhas convidadas de honra, meninas. Vou enviar para vocês os convites, ok?
-De graça? - perguntou uma outra menina.
-Falei com a minha assessora e conseguirei 30 ingressos grátis. Mas acho que você vai precisar de autorização pra entrar. Aliás, você não deveria estar na escola, mocinha?
Antes da menina responder, outra exclamou:
-Eita, vai dar confusão essa distribuição de ingressos!
-Não quero que briguem! Acho que podemos fazer um sorteio, o que acham? Por que esse é um pocket show, não terá muitos lugares.
-Lena, para de se justificar, mulher! A gente que tome vergonha e compre!
Todas riram. O fandom de Helena era bem múltiplo. Tinha adolescentes, jovens adultas e mulheres mais maduras. Geralmente as mais jovens que iam na portaria, mas quando tinha eventos oficiais ou encontros marcados por Helena em outros lugares e cidades, mulheres de todas as idades apareciam. Alguns meninos também iam vez ou outra, mas era um fandom majoritariamente feminino. Da puberdade ao climatério. Dias avistou-a, desceu da moto nervoso, respirou fundo, não poderia fazer uma cena na frente das fãs, era capaz de ser demitido pela atriz. Porém sentiu seu sangue ferver ao ver uma pessoa específica.
-Não é possível! - o homem disse, entredentes.
Fizeram contato visual. Dias fechou mais ainda a cara, olhou mais ao redor. Tinha cerca de 15 fãs ali na portaria, em volta de Helena. Ao se ver notada por Dias, a pessoa perdeu totalmente a cor no rosto.
-Fudeu!
-O que? - perguntou Helena, que virou-se para trás e revirou os olhos.
-Calma, meninas. É só meu guarda-costas.
Algumas assobiaram, obviamente já sabiam que ela tinha um guarda-costas.
-Bonitão!
-É…
De repente Dias começou a correr, pois a pessoa que foi notada por ele, saiu correndo em disparada. Nem Helena e nem as fãs entenderam o que estava acontecendo. Foi muito rápido. A mulher assustou-se, afinal ela estava sendo perseguida. Se arrependeu de ter marcado com as meninas ali, e se as colocasse em risco de alguma forma?
-Meninas, vou chamar Ubers e vocês vão embora, ok?
-Uber? Não precisa, diva. A gente vai de ônibus ou metrô que fica aqui perto.
-Meu pai vem me buscar.
-Eu vim de carro, Lena, posso dar carona para 4.
A mulher não sabia como agir. Ficou visivelmente nervosa. Não se perdoaria se algo ruim acontecesse com as suas meninas. Avistou Dias voltando, com cara de poucos amigos e acompanhado.
-Dias? O que aconteceu?
-Helena, por favor, você poderia liberar as meninas?
-Claro, mas…por que você está segurando no braço da minha fã?
Dias segurava firme no braço de uma das meninas que era fã de Helena. Ela era uma das mais novas, não devia ter nem 15 anos. Helena logo ficou no mode protetora.
-Porque ela é minha filha. Cinco minutos, Helena. Por favor.
Dias soltou o braço de sua filha, Helena se despediu rapidamente de suas fãs, que foram embora de carro ou ônibus mesmo, não aceitaram a oferta dela de pedir um uber para cada. Enquanto andava devagar até a mansão, Dias ligou para Vera.
-Alexandre? Estou tentando falar com você a manhã toda! A nossa filha…
-Está aqui comigo, Vera.
-Com você? Mas eu pensei que estava em uma missão especial e não poderia pegá-la.
-E estou, mas por acaso, e para o azar dela, nossos caminhos se cruzaram.
-Onde ela está? Ela está bem?
-Ela está bem. Estava num encontro de fãs de uma atriz.
-Ah, claro que ela me desobedeceu e foi. Encontro com aquela tal de Helena Salles, não é?
-Como você sabe?
-Como você não sabe, Alexandre? A nossa filha ama essa mulher, chama até de mami, o que acho ridículo!
Dias notou o tom ciumento de Vera, balançou a cabeça.
-Pode deixar que a levo para casa.
-Certo. Posso falar com ela um pouco?
Dias passou para a filha, que tinha lágrimas no rosto. Apenas respondia a mãe, estava bem monossilábica. Helena não sabia bem se se aproximava ou não.
-Vou buscar a moto e já volto.
-Certo.
Helena mexia nas mãos. Estava nervosa, aquele pequeno susto a tirou um pouco do eixo. A menina desligou o telefone, olhava para o chão, estava vermelha de vergonha e medo pelo castigo que iria levar. Dias voltou e encontrou as duas olhando para o chão, pensando nas broncas que levariam.
-Vamos entrar.
Entraram. A menina arregalou os olhos. Mal tinha entrado no fandom e estava na casa de Helena. Na sala dela de estar. Com ela, ali. E com seu pai, o que era um grande problema.
-Papai…
-Tatiana Dias, você pode me explicar o que está fazendo aqui?
-A Helena…ela marcou um encontro com a gente…eu tinha que vir, papai! Eu a…ela é…é que minha amiga…
Helena suspirou. Obviamente iria sobrar pra ela.
-Você desobedeceu sua mãe, cabulou aula, e andou sozinha na rua! Você não entende os perigos que correu? Você é muito nova para sair sozinha, garota!
-Alexandre…
-Helena, por favor, não se intrometa.
Tati chorava copiosamente agora, tremia de nervosismo e vergonha. Ninguém merece levar uma bronca do pai na frente de sua ídola. Ou fav, como ela dizia.
-Eu… você está certo, mas ela é só uma adolescente que fez uma traquinagem.
-Ela é uma criança, Helena.
-Dias, ela já é uma mocinha.
-Ela só tem 12 anos!
-O que? Eu pensei que ela tivesse uns 15! Bom, querida, não vou conseguir te defender agora.
A menina chorou mais. Helena e Dias ficaram com pena. A atriz se aproximou da menina, pegou em uma das mãos dela, lhe secou as lágrimas. O guarda-costas olhava a cena, respirava com dificuldade. Vários cenários passavam em sua cabeça, tudo de ruim que poderia acontecer com sua filhinha, andando sozinha por aí. Ela e a mãe moravam do outro lado da cidade.
-Vou pegar um copo d’água pra você, querida. Não chore mais. Vai ficar tudo bem.
Helena deu uma piscadela para a menina, que sorriu um pouco em meio as lágrimas. Ela era uma boa garota.
-Papai…me desculpe…eu…eu não queria decepcioná-lo.
Dias começou a amolecer. Ele amava a filha mais que tudo e se sentia culpado por não ser mais presente na vida dela. Desde seu divórcio, 8 anos atrás, sua relação com Vera não era das melhores, porém ambos eram civilizados por conta do vínculo que tinham, a filha deles, que era muito amada e ingênua.
-Senta.
A menina sentou-se no sofá, Dias sentou-se ao lado dela. Ela estava usando um batom vermelho que a fazia parecer um pouco mais velha, mas sem ele, ela ainda tinha traços infantis. Uma saia de pregas azul, uma camiseta com uma arte que ilustrava uma das personagens de Helena. Nos pés, tênis all-star rosa de cano alto. O rosto vermelho de tanto chorar.
-Você sabe que o que fez hoje foi errado, não sabe?
-Sim.
-É perigoso sair sozinha, para tão longe de casa, sem sua mãe ou eu autorizar. Você veio como?
-Vim com a Brenda. Ela já tem 15 anos.
Dias respirou fundo. 15 anos, outra adolecente, porém era melhor do que se fosse uma pessoa mais velha. Um homem ou garoto, por exemplo.
-A Brenda também veio sem a autorização dos pais dela?
Tati abaixou a cabeça e mexeu nos cabelos. Dias já sabia a resposta.
-Eu encontrei com ela no metro, fui a pé, é pertinho de casa…a mãe dela deixou a gente na estação que fica perto daqui e lá encontramos mais meninas. Eu…
-O que? Fala toda verdade.
-A mãe dela achou que…que a mamãe sabia, por favor, papai, não as prenda!
Dias segurou o riso. Helena, que estava em pé atrás deles, ouvindo tudo, também se segurou. Tati de fato era uma criança.
-Não vou prender ninguém, mas a mãe da sua amiga poderia ter sido mais observadora.
-Na verdade…eu manipulei a cena do...crime.
Dias arregalou os olhos. Fez sinal para a garota continuar.
-A Lalá sempre vai limpar lá em casa 2 vezes na semana. Hoje era dia dela ir, e eu sei que ela vai de metrô, então…eu esperei ela sair da estação, a abracei e dei tchau, a mãe da Brenda viu e…
-E pensou que era sua mãe.
-Inteligente.
Dias virou para trás e olhou para Helena, que deu de ombros.
-Vou ficar muito tempo de castigo?
-Isso sua mãe quem vai decidir.
-Então tô fudi…ferrada.
-Desde quando você fala palavrão? Você é uma criança!
-Papai, eu vou fazer 13 anos ainda esse ano!
-Criança.
-Adolescente, papai.
-De fato o fandom vai da puberdade ao climatério.
-E você, dona Helena, que história foi essa de marcar encontro com fãs? Eu mandei você não fazer mais isso!
-E desde quando você manda em mim, Dias?
-Papai, ninguém manda na Helena!
Dias respirou fundo e olhou bravo para a filha, que já se sentia melhor. Helena sentou-se ao lado da garota, e lhe segurou em uma das mãos. A menina deu uma risadinha tímida e Dias viu os olhos dela brilharem. Sentiu-se feliz em ver a filha tão feliz e encantada.
-Helena, podemos ter essa conversa mais tarde? Agora temos que levar minha filha de volta para casa.
-Temos?
-Sim, a senhora vai comigo, não pode ficar sozinha. Sou seu guarda-costas.
-Ah não acredito! Meu Deus, não!
A menina exclamou apavorada, assustando Helena e Dias.
-O que foi, querida?
-Meu pai é seu guarda-costas!
-Sim.
-As meninas…ai que vergonha!
-O que? - perguntou Dias, sem entender nada.
-Elas acham você um gato! Eu não tinha visto que era você, por causa da escola só vi cortes das entrevistas no drive. Desculpe por isso, eu sei que é importante assistir ao vivo, pra ajudar no engajamento.
-Tudo bem, querida. Prefiro que não falte a aula, está bem? Você pode assistir tudo depois.
Helena gargalhou e Dias sentiu o rosto esquentar. Aquele dia estava sendo completamente diferente do que ele tinha planejado. Dias recebeu mais uma ligação de Vera.
-Alexandre, a Laurinda foi embora, por um motivo que não entendi, achou que não precisaria ficar com a Tati hoje. Eu só vou chegar a noite, estou no trabalho. Não gosto de deixá-la sozinha o dia todo.
Dias respirou fundo. Olhou para a filha que olhava admirada para Helena, que falava algo com ela.
-Eu fico com ela hoje. Mas o seu castigo vai por água abaixo.
-Por quê?
-Eu sou guarda-costas da Helena Salles, Vera. Ela passará o dia todo aqui na casa dela, isso tá mais pra recompensa do que pra castigo.
Vera e Dias riram. No final das contas, o amor deles pela filha era maior do que qualquer raiva pela travessura. A mãe sabia como era ser uma jovem fã. E o pai sentia que estava compensando a filha por algumas ausências, sem contar que seria um bom jeito de fazer Helena ficar quieta em casa, já que ela não tinha nenhum compromisso profissional naquele dia.
-Helena, posso falar com você um segundo?
-Claro!
-Não saia daqui, Tati. Nada de tirar fotos ou enviar mensagens para suas amigas fãs. Isso está fora de cogitação, entendeu? Proibido, e pode ser perigoso, então não me desobedeça. Estamos entendidos?
A menina assentiu. Notou o tom sério de voz do pai, não queria se complicar mais, tampouco prejudicar o pai e Helena. Abraçou uma almofada e ficou observando a sala enorme da mansão. Em uma prateleira, tinha alguns prêmios, inclusive um feito por fãs, o que fez a garota sorrir. Dias e Helena foram até um outro espaço na casa.
-Helena, preciso te pedir para que a Tati fique aqui hoje, até a mãe dela sair do trabalho.
-Claro, sem problemas.
-Até porque isso é culpa sua.
-Minha?
-Claro! Ela só está aqui porque você resolveu marcar um encontro com fãs! Encontro com fãs, Helena!
-Eu estava com saudades de estar com elas.
-Você sabe muito bem que não pode se expor!
-Mas eu as conheço há anos!
-Tati tem apenas 12 anos, Helena! No máximo você a conhece há 2 meses!
-Tati é uma excessão. A maioria das meninas eu conheço há muito tempo, as mais velhas, desde o começo da minha carreira. Eu precisava estar com elas, então marquei um encontro.
-Helena, você precisa estar segura, e não com fãs!
-Eu preciso sim! Eu estava…estou triste! As meninas são uma alegria pra mim!
-Não vale o risco, Helena! Tanto pra você, quanto pra elas! E se alguém perigoso chegasse? Como você iria protegê-las? Você não se colocou apenas em risco, colocou elas também!
Dias subiu o tom e Helena empalideceu e sentiu os olhos marejarem. Ela jamais se perdoaria se algo acontecesse com suas fãs, muito menos por sua culpa. Ela começou a mexer nas mãos, apertá-las. Abaixou a cabeça. Dias a surpreendeu, segurando suas mãos e massageando-as.
-Me desculpe se estou sendo muito duro, mas é que quero te proteger, Helena.
Ela assentiu, não queria falar nada para não chorar. Por vergonha e um pouco de raiva também. Estava odiando toda aquela situação. Iniciou os exercícios de respiração que aprendera com uma de suas terapeutas, e se concentrou nas mãos dele nas dela. Engoliu em seco, levantou a cabeça.
-Vamos entrar. Vou pedir para Cida preparar um almoço bem gostoso para Tati comer.
-Helena…
-Depois ela pode usar a piscina. Tenho alguns biquinis extras, são pequenos, devem caber nela. Tem bóias, pode ligar o som para ela ouvir música.
-Você está bem?
-Tenho alguns textos para decorar, estarei na biblioteca.
Helena soltou das mãos dele, e entrou na sala. Dias suspirou, não queria magoá-la, mas não podia deixar que ela se colocasse em perigo como fez hoje. Foi atrás da mulher, e a encontrou se despedindo de sua filha.
-Gostei muito de te conhecer, querida. Me desculpe não poder ficar com você na piscina, mas tenho que me preparar para o meu show.
-Claro, Helena! Eu amei te conhecer, você é tão linda pessoalmente! E…você pode me dar um autógrafo? Na minha revista?
-Sim, querida.
Helena assinou a revista, uma das milhares que ela fez a capa. Tirou uma selfie com a menina, lhe deu um abraço e foi em direção a sua biblioteca, sem olhar na direção de Dias, ao entrar, trancou a porta e caiu no choro. Foi até seu computador e escreveu uma mensagem em seu twitter.
@HelenaSallesOficial Meus amores, amei estar com vocês hoje, como sempre me dando muito amor e carinho. O final foi meio emocionante, como sempre é com a gente, não é? Se cuidem! Depois das premiações, marco um novo encontro. Minha assessora entrará em contato com os fãs clubes e faremos o sorteio de 30 ingressos, desculpem por não conseguir mais, por mim todas vocês iriam!
Amo vocês!
Se cuidem, por favor.
@helena_salisss Achei ela estranha…
@helena_salisss @helenamywife sim, amiga! acho que ela tá estressada por causa da premiação e depois de hoje com a novinha lá, tadinha, a menina deu de cara com o pai, que azar ahahahaha
@helenamywife @helena_salisss bicha, sim ahaha foi um baque! ngm conhece muito ela, é criança ainda, nem tem twitter, só insta. Criança de tudo! Mas acho que não deu nada.
@helenaperfeita a novinha entrou ontem no fandom e já entrou na casa da fav! se bem que eu não queria aquele gato como pai e sim como marido kkkk
Dias e Tati almoçaram juntos, Helena não apareceu. Rosana levou um prato para ela na biblioteca, de onde ela não saiu. Depois o homem foi com sua filha até a piscina. A menina estava animadíssima por usar um dos maiôs de sua atriz preferida.
-Esse maiô é pequeno demais! Como que a Helena usa isso?
-Deve ser um recebido, papai!
-Recebido?
-Sim, né? Às vezes ela ganha presentes das marcas, e nem sempre é pra ela, esse mesmo é um modelo juvenil.
-Infanto-juvenil, você quer dizer.
-Mais juvenil do que infanto, papai.
Dias riu e chacoalhou a cabeça.
-Por que não coloca um calção e entra na água comigo?
-Não posso, estou trabalhando.
-Ah é mesmo! Lembra quando nadava comigo, quando eu era pequena?
-Você se lembra disso?
-Claro que me lembro! Eu amava!
Dias sentiu-se culpado mais uma vez. Rosana trouxe uma taça de sorvete para a garota, ordens de Helena. A menina sorriu animada e agradeceu educadamente.
-A Helena é maravilhosa, né papai! Ela é tão linda!
-Ela é…
-Você também a acha linda?
-Eu…ela é uma boa pessoa.
-Ela não corre perigo, né? Eu sei que se aposentou, mas não sabia que era guarda-costas.
-É só um trabalho temporário.
-Não é verdade, né? O que eu li no insta?
-O que leu?
-Que a Helena tem um guarda-costas porque corre perigo.
Dias ficou alerta. Até onde sabia, não havia vazado pra ninguém da imprensa sobre o caso.
-Onde leu isso?
-Num site de fofocas…a Brenda falou pra eu não acreditar em fake news, mas fiquei com medo.
-Siga o conselho de sua amiga. Não precisa ter medo, Helena não corre perigo, ela só precisa de um guarda-costas porque é muito famosa.
-Ufa! Mas também, eu fico tranquila agora. Você está cuidando dela, não tem ninguém melhor.
Dias sorriu e olhou emocionado para a filha. Eles tinham conexão, mesmo que o trabalho dele e também erros do passado, os tenha distanciado um pouco. A menina jogou água nele, que se aproximou da piscina, então ela o puxou na água. A garota gargalhava ao ver o pai resmungar e nadar atrás dela na piscina. Helena olhava tudo da varanda de seu quarto e sentia o coração se aquecer ao ver Dias tão feliz brincando com a filha. Depois que saíram da piscina, a garota se deitou em uma espreguiçadeira e dormiu. Cida e Rosana foram embora, Dias foi até o quarto de Helena.
-Helena? Está aí?
-Sim, pode entrar.
Ele entrou, foi em direção à mulher, que estava na pequena varanda que ficava em sua suíte. Observou a filha dormindo.
-Ela está exausta. Não dormiu a noite, ansiosa para encontrá-la hoje.
-Ela é uma gracinha.
-Você está bem?
-Está quase na hora de levá-la, não está?
-A mãe dela chegará em casa daqui 1 hora, então sim, daqui a pouco a acordarei. Você está bem, Helena?
-Prometo que não sairei de casa, mas por favor, prefiro ficar aqui.
-Não acho que seja uma boa ideia.
-Não vou sair daqui. Tem os seguranças do condomínio.
-Mesmo assim, não acho seguro.
-Não quero ir. Estou cansada, vou ficar dormindo.
-Não quero que fique sozinha.
-Estou segura aqui, o condomínio…
-Não confio em mais ninguém pra cuidar de você.
-Eu já te disse que não vou sair, não precisa me dar bronca. Não sou sua filha.
-Eu não estou te dando uma bronca. Eu sei que você não sairá daqui, acredito na sua palavra.
-Não estou te entendendo, Dias. Seja claro, por favor.
-Não confio em ninguém para te proteger, porque me importo com você. Não vou confiar sua vida para qualquer um. Não conheço bem os seguranças daqui, não vou arriscar. Por favor, você pode ir comigo levar a Tati em casa?
Helena não esperava por aquela resposta. Estava magoada com o que aconteceu naquele dia, porém sentiu um acalanto em seu coração ao ouvir as palavras dele, misturado com a ternura que sentiu ao vê-lo com a filha. Se aproximou devagar de Dias, que tensionou o corpo e prendeu a respiração. Ela deu um beijo delicado no rosto dele, que fechou os olhos rapidamente. Antes que ele pudesse reagir, ela se afastou.
-Ela acordou…
-Quem?
Helena riu.
-Vou…vou preparar o carro.
-Já vou descer, só vou pegar um casaco.
-Helena, você está bem?
-Agora estou.
Ele assentiu. Desceu, mandou a filha se preparar para irem embora, ela se animou ao saber que Helena também iria. A mulher estava descendo as escadas quando o interfone tocou. Estranhou, mas correu, talvez fosse Augusta.
-Zé?
-Dona Helena, a senhora tem visita.
-Quem é?
-O Sr. Pedro Fernandes.
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