Eles sabiam, no fundo eles sabiam.
Eles gostavam da mesma garota. E como não gostar? Gênesis é espirituosa e selvagem. Desde que colocou bichos-papão no Salão Principal, ela os encantou. Não, não é verdade. Ela conseguiu isso muito antes. Naquela cabine, quando ofereceu doce a eles. Uma Malfoy sendo gentil? Por Merlin, aquilo foi de parar qualquer coração.
Sim, gentileza. Mas a sua mente inteligente e diabólica ajudou também. Detonar as masmorras, alagar a biblioteca, descobrir onde é a cozinha e conseguir comida com os elfos, depois colocar poção polissuco na bebida da Lufa-lufa e fazer com que todos se pareçam com Pomona Sprout, professora de Herbologia e Diretora da Casa Lufa-lufa. Quem não se apaixonaria por uma garota dessas?
Certo, gentil e inteligente. Linda. Extraordinariamente linda que chegava a ser um insulto a qualquer bruxa que estivesse do seu lado. Seu cabelo tão negro como a noite combinava com seu rosto. Os olhos frios que para os outros eram ameaçadores, para os gêmeos são reconfortantes como uma lareira no inverno. E a boca... Uma boca irresistível que pedia para ser beijada, o corpo tocado, inocência destruída.
Jorge Weasley deu um tapa em si mesmo por pensamentos tão impuros. Olhou para o irmão dormindo do outro lado do quarto e se xingou mentalmente.
Ele ainda lembrava do cheiro dela, a forma como sentiu sua respiração mudar quando passou a língua por seu pescoço, jurou ter visto seus olhos revirando. A mão em sua coxa, queria ter a mantido lá por mais tempo. Se forçasse um pouco mais sua mente para reviver aquele momento, ele tinha certeza que tocou sua calcinha, mas aquilo não era verdade, por mais que ele quisesse que fosse.
Ele geme frustrado. Estava sendo assombrado por esses pensamentos desde que voltou para casa. Já estava cansado de só pensar e lembrar, ele queria alguma coisa. Queria ouvir a voz dela gemendo como gemeu no trem, queria....
– Porra. – Ele bateu a cabeça na parede.
Mas não funcionou. Ele ainda ouvia o som na sua mente.
Para o inferno. Tudo isso para o inferno. Foi o que ele pensou quando levou a mão as calças. Já estava duro por tempo demais, tentou não fazer isso, mas já tinha se tornado uma verdadeira tortura.
Pensou na forma como ela estava deitava no trem, a respiração ofegante, os olhos fechados, mordendo o lábio para não fazer barulho. Mas ele queria barulho, queria que ela gemesse, que ela gritasse seu nome em desespero.
Sua mão acelerou os movimentos. Ele não queria que fosse sua mão, queria que fosse a dela, a boca dela, a buceta dela. Queria poder toca-la, levar a mão ao meio de suas pernas e sentir o qual úmida ela estava para ele, por causa dele. Passar a língua por todo o seu corpo, deixar chupões em seu pescoço para que vissem a quem ela pertencia, ficar em seus peitos. Seus peitos... Tentou pensar neles, mas nem sua mente tão fértil conseguia imaginar tamanha perfeição. Amarra-la em uma cama e adorar aquele corpo por horas, e no fim, quando ela gozasse de todas as formas possíveis, ele entraria nela. Tentaria ser gentil mesmo que não aguentasse, iria lento até ser impossível ir, e quando ela dissesse para ir mais rápido... Ele não conseguiria parar nem se quisesse.
Estava perto, muito perto. E como um último pensamento, lhe veio a cabeça Gênesis gritando seu nome ao gozar. E ele explodiu com isso, abafou o gemido com o travesseiro para não fazer barulho.
Barulho para não acordar o irmão. Irmão que gostava de uma garota. Uma garota que ele acabou de gozar pensando nela chamando por ele. Jorge rapidamente se sentiu culpado com o que tinha acabado de fazer. Virou de costas para seu gêmeo, não queria a culpa. Ele se sentia realizado nesse momento e queria fazer aquilo durar, sabia que seu irmão devia ter pensamentos mais puros, mas não pode evitar de a última imagem antes de apagar, ser Nes.. esgotada e nua, ao seu lado.
Quando Fred tentava definir o que sentia, ele pensava em uma árvore de cerejeira, doce e inocente. Ele não queria admitir que na verdade, o que ele sentia era como fogo. Fogo que matava a árvore, queimava a casa e incendiava o mundo inteiro. O que Fred Weasleys sentia por Gênesis fazia o Sol ter vergonha por ser tão morno, o que ele sentia era intenso e selvagem.
E nesse momento conseguiu ouvir perfeitamente quando seu irmão suspirou o nome da garota que fazia seu corpo inteiro arder de desejo. Ele se encolheu mais na coberta, talvez isso diminuísse seus sentimentos, talvez assim não pensasse tanto nela, em seu sorriso, naqueles olhos.
Ele iria enlouquecer se pensasse nela por mais um segundo, ele poderia fazer uma verdadeira loucura.
Mas o pior... Sabia ele, era o que seu irmão sentia. Fred e Jorge dividiam o quarto, já dividiram a vassoura quando não havia dinheiro, os planos e talvez até os pensamentos se isso fosse capaz. Mas dividir a mesma garota? Seria muito improvável de acontecer. Nem Jorge, nem Gênesis concordaria com isso.
Se estão competindo para ver quem fica com a garota, porque deixou a passagem livre para Jorge beija-la primeiro?
Por que... Ora, por que... MERDA! Por que ele sabia que quando Jorge parasse, seria a vez dele. Pelas barbas de Merlin, por mil anos em Azkaban. Não é possível que já estavam fazendo isso e nem se deram conta, certo? Não, não, não, não, não.
Ele precisava acreditar no real, não no imaginário. Mas era um pouco difícil quando se lembrava da forma como Nes ficava no meio dele. Ela nunca ficava do lado só de um, sempre no meio, assim os dois podiam toca-la, falar com ela, tê-la para si.
E a forma como ela gemeu quando mordeu sua orelha... Oh, não! Não pensaria naquilo de novo, já havia perdido horas. Ele precisava dormir, não ficar sonhando acordado com fantasias de Gênesis chamando seu nome.
As vezes ele queria mandar uma mensagem para ela, dizer que estava pensando nela, que queria vê-la e que precisava desesperadamente estar com ela, e assinar só com seu nome. Nas cartas, eles sempre assinavam com o nome dos dois. Mas dessa vez ele queria que ela soubesse que ele, Fred Weasley, a desejava.
Em vez disso, ele afundou o rosto no travesseiro e tentou dormir, amanhã iriam buscar Harry para a Copa Mundial de Quadribol, e também... Nes estaria lá.
━━━━━━━༺ F e J ༻━━━━━━━
Fred e Jorge estavam nervosos, não por causa da aposta altíssima que tinham acabado de fazer. Oh, não! Estavam nervosos por que a qualquer momentos Gênesis passaria por aquela porta, junto com os Malfoys.
Ela havia dado instruções para eles seguirem a risca. Não olhar para ela, não falar com ela, se possível xinga-la. Mas eles não iriam conseguir xingar, com certeza olhariam para ela quando ninguém estivesse olhando, e se dessem sorte falariam com ela.
Estavam sentados quando entraram, e se obrigaram a continuar lá, mesmo quando os Weasleys estavam prestes a brigar com os Malfoys. Escutaram quando sentaram nas cadeiras atrás deles, mas não olharam, não se mexeram até um pequeno papel cair no colo deles.
"Banheiro. Final do jogo."
Quem olhassem para os gêmeos achariam que estavam felizes pela aposta, pelo jogo ganho. E estavam, claro que estavam. Mas também estavam felizes por que estariam perto da garota que passou as noites atormentando seus pensamentos.
Quando conseguiram saíram correndo, ela disse banheiros mas... Qual? Ela não entraria no banheiro dos homens, nem eles nos das mulheres. Mas não foi necessário, uma mão saiu do nada e os puxou para seu lado. Estavam atordoados, não tinham visto ela ali. Olhavam ao redor, uma cúpula pequena está sobre eles, ela oscila com feixes de luz branca.
– O que está acontecendo?
– O que você fez? – Ela está escorada na parede de madeira com os braços cruzados.
– É um feitiço que aperfeiçoei nas férias, não podem nos ver, nem nos ouvir. Estamos protegidos.
– Mas o Ministério...
– Não se preocupem com isso, não usei a minha varinha. Irlandeses estão bebendo tanto que ficaram descuidados, e se a carta vier para mim de qualquer jeito, posso explicar a Lúcio que preciso de privacidade, eu sou uma garota. Posso começar a falar as coisas que sofro todo mês e ele fica caladinho. – Ela ri imaginando a cara do tio, eles adoram quando ela ri. – Fora que ele já deu tanto dinheiro para eles que é provável que nem se importem.
Admirados. Essa é a palavra certa para o que estão sentindo. Gênesis é minuciosa até nos mínimos detalhes, uma mente tão inteligente usada para algo tão divertido.
– Não vejo vocês por tanto tempo e não vão me abraçar.
Eles caem em cima dela, a esmagando entre seus corpos.
Ela sempre está nos meio.
Fred tirou aquilo da cabeça, não era hora de ter esses pensamentos. Diferente dele, Jorge não estava sendo nem um pouco santo em sua mente.
Sem que percebesse, seu corpo agindo antes mesmo de seu cérebro dar a ordem, ele e seu irmão tinham a colocado contra a parede.
– O que achou do jogo, Nes? – Fred pergunta enquanto desliza os dedos pelo cabelo dela.
– Para ser sincera, não me concentrei tanto. – A mão sai de seu cabelo, chegando no rosto e ficando lá.
– Nós apostamos nossa mesada inteira que Krum ia pegar o polmo, mas os irlandeses iam ganhar. – Os olhos dela estão brilhando e para Jorge não existia nada mais lindo. – Nós ganhamos, Nes.
Não existe palavra que descrevesse o que eles estavam sentindo ao vela sorrir, quando ela pulou em seus pescoços, deu beijo em suas bochechas. Perto. Eles estão tão perto um do outro.
A mão de Fred voltou ao seu rosto, enquanto a do seu irmão entrelaçou seus dedos nos dela, e lentamente levou até o alto de sua cabeça. Eles a olhavam com tanto apetite que suas bocas salivavam para provar aqueles lábios entre abertos.
E Fred, cujo o autocontrole se tornou inexistente quando ela olhou para ele, desistiu de ser são e a puxou para si.
Primeiro foi só toque, até a língua dela pedir permissão para se aventurar. Deuses dos bruxos e trouxas. O beijo dela tinha sabor de uma promessa de travessura.
– Ah...
Ela gemeu em sua boca e suas calças ficaram desconfortáveis, apertadas, ele ficou excitado. Parou o beijo e viu que Jorge atacou seu pescoço. Com a mão ainda em seu rosto, direcionou a boca dela para seu irmão.
Diferente deles, Gênesis e Jorge não foram calmos no começo, suas línguas já estavam juntas e entrelaçadas, Fred olhou aquilo sorrindo. Seu irmão nunca soube ir devagar nas brincadeiras, mas ele não ficou ali parados só olhando.
A jaqueta dela escorregou deixando seus ombros nus, um ponto vermelho nascia em seu pescoço. Um animal possessivo gritou dentro dele, também queria deixar sua marca nela. A boca desceu pelo pescoço parando perto do ombro, e deu uma mordida ali. Fred se considerava cuidadoso, mas naquele momento não tinha gentileza nenhuma naquele ato. Queria que ficasse marcado. Passou a chupar e lamber o ponto. A mão dela que antes estava repousada em suas costas, agora está na nuca encorajando que continue o que está fazendo.
A mão de Jorge ainda mantinha a mão dela presa, ele gosta disso. Dessa dominação que tinha sobre ela, de ver ela tão submissa. E está prestes a realizar uma das fantasias que tanto pensava quando se tocava. Chupou seu lábio inferior e mordeu.
Sua mão tinha ultrapassado o tecido da blusa, subia vagarosa até sentir o tecido do sutiã. Não conseguiu resistir, terminaria aquilo ou poderia apodrecer em Azkaban por tamanho sacrilégio de tão tocar o corpo dela. Mesmo por cima do tecido, ele conseguiu sentir como era macio, e se perguntou se o corpo inteiro dela era assim.
Tirou sua boca da dela, a passando para Fred que a puxou com entusiasmo, já estava esquecendo seu gosto e precisava de mais.
Jorge voltou para o ponto vermelho, não tinha terminado com ele. Pressionou seu corpo ao dela, ela podia sentir sua excitação podia sentir como seu pau está duro só por causa de beijos.
Gênesis não aguentava mais. Não o prazer, isso ela não estava se importando sentir. Queria que continuassem, que não parassem até não ter força nas pernas. Mas precisava respirar, e precisava com urgência. Seus pulmões já estavam implorando quando Fred tomou sua boca, tirou sua mão da nuca dele e tentou afastá-los.
– Ah... P-Por favor...
A consciência de Fred achou um ótimo momento voltar. Eles tinham delirado de vez, ele segurou o braço do irmão e os afastou dela. Afastou até sair da cúpula e voltar para uma multidão de pessoas. Estão ofegantes, os lábios trêmulos e inchados, o desejo nítidos em suas calças.
– Desculpe, Nes...
Eles tinham ido longe demais, uma coisa era um deles beija-la e deseja-la, mas os dois ao mesmo tempo? Oh, Merlin. O que ela pensava deles? Não conseguiam vê-la, ainda estava dentro da cúpula.
– Desculpa, Gênesis.
Quem disse foi Jorge, mas ele sentia a culpa toda só para ele. Ele passou do ponto, não devia ter tocado por baixo da blusa, tinha que ser como Fred, controlado. Ele estragou o momento, um momento que...
– Isso não vai se repetir, foi um erro.
Eles estão olhando para o nada, e só viram uma garota saindo correndo para um mar de pessoas.
– Nós temos que conversar. – Eles dizem ao mesmo tempo.
– Pelo bem dela, é melhor que isso não aconteça de novo.
– E é melhor não tentarmos nada... separadamente.
– Mas se ela quiser um de nós?
– Tudo bem.
– Irmãos?
– Gêmeos.
Eles apertam o antebraço um do outro e encostam suas festas. Quando se soltam, vão andando um do lado do outro de volta ao acampamento.
A sensação de calmaria não durou muito. A noite, bruxos mascarados mexeram com trouxas e eles tiveram que sair correndo para a floresta. Comensais da Morte brincavam com não bruxos, mas podiam muito bem começar a brincar com bruxos mestiços, foi o que rondou os pensamentos dos gêmeos enquanto se escondiam. Mas não a encontraram, eles queriam correr pela multidão gritando seu nome, o que impediu foi que sua irmã Ginna estava muito assustada.
Depois que tudo passou, a marca de Voldemort no céu, passar a noite mal dormida, chegar em casa e ter que esperar até a noite para mandarem um carta. Apenas três palavras.
“ Você está bem? “
Mas não tiveram resposta.
No trem, ela estava lá.
Mas não olhou para eles.
Tentaram falar com ela.
E não obtiveram sucesso.
Na cabeça deles, ela os odiava.
O que os distraiu foi O Cálice de Fogo, a tentação de colocar o nome lá, e se conseguissem poderiam representar sua casa no torneio. Tinham o plano de usar uma poção de envelhecer para colocar o nome no Cálice. Eles envelheceram, mas não chegaram nem perto do objetivo.
Eles estavam na enfermaria quando ela entrou como um furacão, se Jorge já não tivesse a visto antes diria que ela estava mais bonita do que nunca. Para Fred, ela estar ali era como uma benção.
– Mas o que-
Ela riu, riu até a barriga doer. Ela riu deles e riu com eles, e para os gêmeos nada mais importava.
– Me disseram que estavam aqui, mas não explicaram o motivo.
Ela sentou no meio deles e Jorge não pode deixar de perceber esse gesto como algo significativo. Eles conversaram sobre o que pretendiam fazer, sobre o torneio, até Jorge pegar no sono. E quando acordou, sentiu seu coração partir um pouco. Gênesis estava dividindo a cama com Fred.
Talvez enquanto eu dormia, ela tomou uma decisão.
Se era a escolha dela, ele não ia questionar, não ia brigar ou lutar. Então, apenas levantou e foi embora. Ter Fred ao seu lado é como ter sua própria companhia, era o que ele pensava. Mas quando foi se afastando da enfermaria, percebeu que era bem mais que isso.
O simples fato de andar e ele não estar do seu lado, parecia errado.
Fred também estranhou acordar e não ter seu rosto o encarando, Gênesis dormia ao seu lado. E como o irmão, ele achou que aquilo era sua decisão.
Para quem visse os gêmeos achariam que nada mudou, mas eles estavam distantes. Eles não tinham em comum apenas as ideias de pegadinha, eles também gostavam e desejavam a mesma garota.
Harry iria participar do torneio, como ele tinha conseguido, os gêmeos não sabiam, e tinham insistido que ele contasse. A primeira prova com os dragões passou, e vieram as aulas de dança.
Que estupidez dançar, que estupidez ter um baile, que estupidez chamar um par. Para eles era ridículo, mas só era ridículo por que quem queriam convidar estava indisponível, eles prometeram que não tentariam nada juntos, nem nada sepa-
Bem.. não falaram nada sobre cada um deles tentar algo individual, certo? Certo.
Foi essa conclusão que fez com que todas as coisas estúpidas que Fred achava passaram a se tornar necessárias, ele andava eufórico pelos corredores. Faria isso ainda hoje, não podia esperar tinha que fazer o pedido.
A encontrou na grama lendo um livro, o cabelo caído para o lado, ela fazia a cara de concentração. Ele já mapeou todas as suas feições, agora queria mapear seu corpo.
Não! Foco!
Ele se aproximou sentando ao seu lado e ela deixou o livro de lado, estranhou que só um deles está lá, eles sempre andavam juntos.
– Oi, Nes.
– Fred.
Seu coração batia desesperadamente, estava tão ansioso para pedir que não chegou a se perguntar se ela diria não.
– Quer ser meu par no baile?
Ela sorriu de forma doce para ele e seu mundo se iluminou.
– Só nós dois?
– Bem.. sim, acho que sim. – Ela achava que Jorge também estaria conosco, talvez até preferisse que ele pedisse.
Fred quase saiu correndo com tantos pensamentos negativos que estava tendo, até Gênesis dizer que sim. E ele se controlou até estar fora da vista dela para pular de alegria.
Quando Jorge descobriu, ele não ficou com raiva, ele se sentiu extremamente burro por não ter pensado na mesma coisa. Depois se sentiu mais burro ainda por chamar Angelina como par, agiu de forma tão impulsiva que nem parou para perceber que eles não conversavam.
Ele tentou depois, mas só falaram sobre quadribol e quando passaram para outros assuntos.. o rosto de Angelina tinha mudado. Sempre que olhava para ela enxergava Gênesis, isso era um problema. Mas ele continuou conversamos com ela, mesmo que pensasse em outra.
E quando o dia do baile chegou, ele tinha certeza que conseguiria olhar somente para Angelina, ele não iria se distrair. Ele daria atenção para ela, seria um cavalheiro e... Bom... Todos esses pensamentos voaram pelos ares quando viu Gênesis descendo os degraus da escada.
O vestido branco com detalhes dourados fazia a pele dele parecer como neve no nascer do Sol. Ela não prendeu os cabelos, os deixou soltos e eles caiam como um véu negro até metade de suas costas, eles estavam enrolados e Jorge resistiu a tentação de toca-los. Ela estava mais alta e ele reparou no pequeno salto que usava, o que o fez notar suas pernas, o que o fez pensar em suas coxas, o que o fez pensar em... Angelina.
Ela descia e ele se apressou em estender a mão para conduzi-la ao Salão Principal. Ele dançou com ela, a elogiou e deu o máximo de atenção que podia dar, mas de vez em quando, seus olhos vagavam para ela sem ele nem perceber que a procurava.
A forma como ela girava e seu vestido rodava, os cabelos pareciam flutuar, o sorriso sempre estampado em seu rosto, as vezes ele jurava que ela também olhava para ele. Jorge estava cansado de fingir, precisava de um tempo. Se afastou de Angelina dando uma desculpa, e se escondeu na mesa de bebidas.
– Weasley!
Um cara deu um tapa em suas costas, e com o braço puxou seu pescoço para baixo bagunçando seu cabelo.
– Hã.. Oi, Connor. – Disse voltando a arrumar os fios bagunçados.
– Vi que veio com Angelina.
– É. – Ele não queria tocar nesse assunto.
– Pensei que viria com Gênesis. – O nome o fez estremecer.
– E porque pensou isso?
– Por que ela disse que viria.
ELA DISSE?
– Ela disse? – Ele estava segurando agora o garoto pelos ombros.
– Bem.. certo, não foi exatamente...
– Por Merlin, não enrole! O que ela disse?
– Alguns garotos a convidaram, mas ela negou todos. Um deles perguntou o porquê, e ela falou que viria com vocês.
– Vocês?
– Você e seu irmão, Fred. – Durante semanas Jorge sofreu como se fosse receber o beijo de um dementador, e ela queria vir com os dois?
– Nós dois...
– É, cara. Vocês são um trio, os gêmeos e sua garota...
Se Connor continuou falando Jorge não se importava, ele a queria tão imensamente e se ela também o queria, então porque não estavam juntos?
Avistou ela e seu irmão e pegou os dois pelo pulso os tirando da multidão, levou-os para o jardim que por sorte estaria deserto.
Mas ele não pensou muito no que ia fazer e no caminho sua determinação começou a falhar.
Se ela queria os dois, porque os afastou naquele dia? Talvez tivessem passado do limite, ou talvez ela quisesse conversar e Fred os separou demais. E depois eles pediram desculpas, e ele disse que aquilo foi um erro. Mas se ela queria os dois, porque não nos chamou para o baile?
Perguntas demais e respostas de menos, o cérebro dele iria explodir de tanto pensar.
Para em um lugar onde os arbusto estão altos, mas por precaução faz o feitiço que Gênesis usou no Campeonato de Quadribol, ele treinou para caso precisasse um dia, e esse era o momento ideal.
Dentro da cúpula, invisíveis e inaudíveis, ele tomou coragem agora encara-los.
– Você gosta de nós. – Os olhos dela se arregalaram, mas ele não iria desistir. – Dos dois. Você gosta de nós dois, certo?
Gênesis não sabia como o coração continuou batendo depois daquela pergunta, nem como suas pernas continuaram a sustenta-la.
– Sim... Eu gosto dos dois, por isso... Por isso não me peça para escolher, por que eu não conseguiria. – Não sabia como, mas tinha falado. – Eu quero os dois.
Tempo. Precisava que o tempo passasse mais devagar, ela queria reaprender a não sentir tanta vergonha por seus sentimentos. Deu dois passos para o lado, se apoiando na parede. Quando Fred a chamou para o baile pensou que Jorge também chamaria, mas ele convidou Angelina. Então ela pensou que ele falou sério quando disse que beija-la foi um erro. Mesmo dançando com Fred, ela olhava para Jorge. Como podia ser tão egoísta?
– No Torneio.. você quis parar. – Fred não tinha mais certeza de nada.
– Na verdade, eu só precisava respirar. Vocês que pararam.
– Respirar? – Eles dizem juntos, e ela acena com a cabeça.
– Sim.. bem.. Fred me beijou e depois Jorge, eu não tive tempo para respirar.
Risos. Eles estavam rindo, ela mal conseguia admitir aquelas coisas e eles estavam rindo. De alívio, felicidade e um pouco de desespero, tinham sofrido por meses e ela só precisava de ar. Ela não os odiava, muito pelo contrário, ela os queria. Queria os dois.
Eles se encaram, encaram ela. Ela estava um delírio com as bochechas rosada e mordendo o lábio.
– Eu já dividi muitas coisas com você.
– Sim...
– O quarto, os planos...
– A barriga da nossa mãe... – Jorge soltou uma risada nasal.
– Eu não me importo... – Ele não completou, não precisava. – Contanto que eu a tenha, eu não me importo... Principalmente se for com você...
– Eu também não...
Fred tomou a iniciativa de se aproximar dela.
– Nes... Você nós quer, nós a queremos...
A voz dele estava rouca, aquele efeito de voz arrastada a deixou excitada. Não queria mais escutar, em sua mente tudo já estava resolvido.
Ela puxou Fred pelo terno, sem calmaria dessa vez. Ela tinha necessidades que não podiam esperar por delicadeza. Uma de suas mãos estava na nuca de Fred, o impedindo de se afastar, o trazendo para mais perto de si. A outra mão estava estendida, chamando por Jorge, que entrelaçou seus dedos nos dela. Começou dando beijos nas costas de sua mão, subindo pelo braço até chegar ao ombro, onde passou a morder e chupar.
Gênesis arcou, da última vez que deixaram marca durou uma semana. Como não interagia com frequência com os Malfoys, não foi difícil esconder, mas gostava de olhar no espelho e lembrar como elas foram parar lá.
Fred abaixou a alça do vestido com tanta velocidade que foi surpresa ela não ser arrancada, ele tinha uma necessidade grande de toca-la. Na primeira vez foi cuidadoso, e se ela permitisse ele tiraria aquele vestido do seu corpo. Ele desceu a boca por seus busto, e lambeu o começo dos peitos, não tocando aonde queira.
– Atrás... O zíper... Atrás...
Por Merlin! Ele estava tentando, mas ela lhe dá instruções de como deixá-la nua, foi sua perdição. Se pôs em suas costas e lentamente desceu o zíper, beijou sua pele exposta e viu o vestido cair até sua cintura.
Jorge soltou um rosnado com a imagem, os cabelos de Gênesis tampavam algumas partes e era extremamente erótico. Abaixou a cabeça, chupando o mamilo com força, a cabeça dela caiu para trás e Fred teve livre acesso ao seu pescoço.
– Ah..
Ela estava sendo tocada e beijada em todas as direções. Mesmo sabendo que não podia ser ouvida fora da cúpula de feitiço ela segurava seus gemidos, mas estava ficando difícil.. muito difícil.
Jorge mordeu e puxou o mamilo que já estava sensível, o soltou se dirigindo ao outro fazendo o mesmo trabalho. Mas ela não teve um segundo sem ser explorada, enquanto Jorge estava com a boca em um seio, Fred o apertava e acariciava, eles estavam se revezando.
– Jorge...
Oh, ele gostou de ter seu nome sussurrado daquela forma, aquilo foi um incentivo tanto para ele quanto para seu gêmeo que agora queria ter seu nome falado da mesma forma sensual.
– Está gostando, Nes? – Ele ronronou baixo.
Ela soltou um lamurio sofrido delicioso aos ouvidos. Mas não era o bastante, não queria que ela se segurasse, queria que ela gemesse e gritasse seus nomes.
Jorge parou o que estava fazendo e a beijou, mordeu seu lábio inferior.
– Nes... Preciso prova-la, preciso tê-la em minha boca, você entende? – Ela acenou com a cabeça. – Você me permite?
– Por favor...
Era isso que ele queria, que ela implorasse por prazer, prazer que ele daria de muito bom grado.
– Segure ela, Fred.
Jorge se pôs de joelhos, ele sentiu como se estivesse prestes na rezar e pedir para entrar no paraíso. Tocou uma das coxas de Gênesis, a pousando em seu ombro, beijou a parte interna e percebeu como estava quente.
Acariciou suas pernas com calma, embora tivesse muita pressa, seria calmo nesse ponto, queria que ela aproveitasse, que demorasse bastante. Com um dedo sentiu sua umidade no tecido que separava sua boca de seu desejo.
Não tirou a calcinha, apenas a afastou. Ele precisou inspirar e expirar para se manter focado, e com a ponta da língua explorou toda a sua entrada até seu ponto pulsante, onde circulou e pressionou.
Gênesis enrijeceu nos braços de Fred e depois amoleceu, ele segurou seus pulsos acima de sua cabeça que tombou para o lado, ela estava indefesa nas mãos deles.
Fred segurava seus pulsos enquanto brincava com seus peitos, e Jorge...
– Oh, porra...
Nunca tinham ouvido Gênesis falar um palavrão sequer, e agora ela gemia de forma obscena.
Fred sugou seus gemidos com a boca, e os gemidos dela o fizeram gemer também.
– Que boquinha suja, Nes...
– Caralho...
Jorge introduziu um dedo em sua cavidade molhada e quente, voltando a brincar com o clitóris.
Por toda parte, cada centímetro do seu corpo implorava por libertação. Fred sugou sua pele enquanto Jorge fazia o mesmo lá embaixo. Ela conseguia sentir o pau de Fred em sua bunda, queria se esfregar nele, mas também... Queria mais contato com a boca de Jorge. Seu quadril tomou a decisão por si, se inclinando e querendo mais, Jorge soltou uma risada e o ar dele em sua pele a arrepiou.
Ele acrescentou mais um dedo e os curvou dentro dela, fazendo movimentos de “ vem cá “, e quando ela soltou um grito abafado pela boca de Fred foi quando teve a certeza de que ela estava gostando.
Colocou a boca em seu clitóris, voltando a circular e brincar com a língua.
– Isso mesmo, Nes...
Gênesis encolheu os dedos dos pés em expectativa, sentia tudo formigando, prendeu a respiração... Estava perto, tão perto. Não queria que eles parassem o que estavam fazendo...
– Goze... – Fred sussurrou em seu ouvido e mordeu seu pescoço. – Goze para nós...
E ela explodiu amolecendo em seus braços, ele a segurou. Ela estava atordoada, via pontos brancos em sua visão que acreditava serem estrelas. Jorge sugou o líquido que saia dela, seria um desperdício não prova-la.
Ele ajeitou sua calcinha e tirou sua perna de seu ombro. Ele tinha um sorriso enorme no rosto. Seus cabelos estavam bagunçados, a gravata parecia apertada agora e a respiração irregular.
Ele abriu alguns botões de sua blusa, não era seu estilo ser engomado e certinho. Ajudou seu irmão a segurar Gênesis enquanto ele fechava seu vestido.
Mesmo depois de terem a ajeitado o melhor que puderam, ela precisou de um momento para se avaliar, verificou o vestido, os cabelos, a maquiagem e se lembrou como andava em cambalear.
Quando os olhou, eles estavam sem os ternos, a blusa social nos cotovelos e os botões abertos, as gravatas frouxas, estavam tão sexys. Ela gostava do estilo bagunçado deles.
Ela ficou no meio deles e pegou o braço de cada um sendo conduzida de volta para a festa, antes de serem absorvidos pelo barulho e as pessoas. Eles sussurraram em seus ouvido:
– Você é nossa.
━━━━━━༺ Gênesis ༻━━━━━━
O melhor ano da minha vida!
Sim, eu estou apaixonada e é recíproco, recíproco pelos dois.
Mas não somente isso, meu pai me mandava cartas, me contou suas histórias e eu o atualizava do meu ano. Bom, não tudo, deixei algumas coisas de fora, como meu caso com os Weasleys e.. meu estudo para virar animaga. Se ele conseguiu, eu também conseguia.
Tinha começado nas férias e melhorei durante o ano. Fui de um hamster para um coelho, depois uma gata e agora uma raposa. Eu queria ser um cachorro negro como ele, mas sei que não é possível pois o animal que você se transforma reflete a sua personalidade.
Uma raposa branca. Ao que parece eu sou considerada eficaz e inteligente, uma pessoa com grande capacidade de se sair bem de determinados problemas.
O meu relacionamento.. bom, não conversamos sobre nós termos um relacionamento. Mas eles agiam como se tivéssemos.
Andavam ao meu lado sem se importar se sermos vistos juntos, entrelaçávamos as mãos as vezes, me beijavam entre as prateleiras da biblioteca.
Eu estava vivendo um paraíso que eu não queria que acabasse, estava dando tudo certo. Certo até demais...
Tive problemas com Draco, sua atenção voltou para mim, acho que Potter se tornou desinteressante. Ele me perseguia e fazia perguntas sobre mim e os gêmeos, mas o que me assustou mesmo foi ele citar o nome dos pais.
Seria um erro subestimar os Malfoys, eu não colocaria os Weasleys em perigo. Então disse para nós afastarmos um pouco, disfarçar nosso envolvimento, eles não ficaram feliz. Embora seu humor estivesse ótimo por seus experimentos, mesmo com Hermione a tira colo. Eles me pediam ajuda para concertar algo que não conseguiam, como os efeitos colaterais de algumas peças.
O tempo foi passando até a última prova do Torneio, onde algo horrível aconteceu. Cedrico foi morto, o Lorde das Trevas voltou e o Ministério não quis acreditar.
Estávamos na enfermaria quando meu pai se revelou. A mãe dos gêmeos gritou, e os filhos a acalmaram.
– Filha.
– Pai.
Snape não ficou chocado, parecia furioso. Ele nunca mexeu comigo, mesmo sendo da Grifinória, eu possuía o nome Malfoy, o que fez com que eu fosse invisível e tivesse certa proteção, mas acho que agora isso tinha mudado.
Todos pareciam surpresos, exceto os gêmeos e Dumbledore. Pensei que o trio sabia, mas da forma que me encaram Sírius não havia comentado.
O velho diretor informa o que ele tem que fazer, informar para as pessoas e depois se esconder.
– Mas... – Harry começa.
– Você voltará a me ver Harry. – Meu pai se vira para ele, e tento não sentir ciúmes. – Prometo. Mas preciso fazer o que posso, você compreende, não?
Cruzo os braços, certo tinha uma pontinha de mim que queria que ele dissesse essas coisas para mim.
Mas depois de um segundo, mudo de ideia, porque não quero que me ache fraca. Porque não quero que ele me ache a menina medrosa que precisa ser acalmada, quero ser a garota que ele olha e sente orgulho.
– Gênesis...
– Eu entendo. – Digo rápido, falando um pouco dura. Ele pareceu murchar.
– Eu vou voltar para você. – Ele olha para os gêmeos atrás de mim. – Cuidem da minha menina por mim.
Fico um pouco chocada com o que disse enquanto ele vai embora em forma de cachorro, e depois Snape sai pela porta também.
– Você é filha de Sírius?
– Vocês sabiam disso?
Perguntas são direcionadas a mim e aos gêmeos, mas nós apenas ficamos com um sorriso no rosto.
Ficamos os três sozinhos na cabine, sentados no chão onde tem mais espaço. Estou sentada no colo de Fred com ele fazendo cafuné, Jorge está faz massagem em meus pés e pernas. O silêncio é calmo e bom, não precisamos falar nada e estou quase dormindo.
– Acha que seu pai gosta de nós? – Fico surpresa com a pergunta.
– Isso importa?
– Claro que importa. – Diz Fred, parecendo um pouco constrangido.
– Por que? – Questiono.
– Estamos juntos, somos seus namorados.
– Estamos juntos, mas... Vocês nunca me pediram em namoro. – Solto um risinho.
Eles ficam se encarando parecendo muito sérios. Jorge fica de joelhos e se curvando para cima de mim. E lembro do que aconteceu há um ano. Estávamos nessa mesma posição quando eles quase me beijaram pela primeira vez.
– Gênesis Black... – Ele diz usando meu verdadeiro sobrenome. – você aceita eu, Jorge Weasley, e meu irmão, Fred Weasley, como seus parceiros na vida e em pegadinhas?
Sorrio de orelha a orelha, puxo seu pescoço para perto de mim, e o beijo rapidamente para depois beijar seu irmão.
– Demoraram tanto que achei que nunca pediriam. – Fred ri fazendo um carinho em meu rosto, ele beija minha bochecha.
– Coisinha linda e travessa.
Ficamos deitados, de mãos dadas, trocando carícias até chegar a estação.
Alguns dias depois...
O problema da felicidade, é que ela é viciante. Você sempre precisa de mais até que você se torna tão dependente que fica relaxado. Você para de se esconder, se distrai e quando vai se drogar de novo, não liga se estão vendo.
E por isso, eu fui pega.
Draco falou do meu envolvimento com os Weasleys e me tornei oficialmente prisioneira, a porta e a janela foram enfeitiçadas. Minha varinha não foi tomada, não exatamente, ela foi colocada dentro de um vidro no meu quarto em exposição, essa era uma punição maior do que só retirá-la de mim. Mostrar o tempo todo que sem ela.. eu não sou nada.
Mas a pior coisa que fizeram não foi tirar minha varinha ou liberdade. Não... Foi a marca...
A porta se abre com violência e um Lúcio furioso aparece apontando a varinha para mim. Solto o livro, levanto da cama e tento criar distância entre nós.
– Você já é uma desgraça por existir... – Ele se aproxima e estou encurralada. – ... e agora está se envolvendo com traidores do sangue.
Meus olhos de arregalam e fico petrificada. Sou jogada no chão com brutalidade e tento fugir, mas... Meu corpo... Eu não consigo me mexer.
– Você não significa nada para nós... Nós a acolhemos por obrigação.
Tento falar sem sucesso, olho para os lados e só vejo o chão de madeira.
– Vou lembrá-la... de que você não passa de uma mestiça imunda.
Mais uma vez forço meu corpo, mas nada acontece. Ele.. ele não poderia fazer nada contra mim, de acordo com o pacto de sangue, ele não pode me machucar. Mas Lúcio... Não é meu parente...
– Crucio...
Grito... Grito até os pulmões esvaziarem. É como sentir óleo quente por todo o corpo, todos os meus ossos pareciam estar quebrando ao mesmo tempo e minha cabeça... É como perder a sanidade.
Me mate... Quero pedir para ele. Meu corpo estremece contra o chão e lágrimas rolam pelo meu rosto.
A dor para e sinto minhas roupas rasgarem, minhas costas estão nuas.
Não, não, não, não... Por favor, isso não... Ele ia me...
Grito mais uma vez ao sentir a queimação em minha pele. Ele estava me marcando com a varinha. Cima vertical, baixo diagonal, cima diagonal, baixo vertical.
– Mestiça imunda, é o que você é e sempre será.
Mais uma vez, uma dor excruciante envolvendo meu corpo e meu cérebro. Não sai barulho de minha boca, ele fica preso em minha garganta, como se meu corpo estivesse se concentrando em sentir dor e não em deixar o som sair.
Passos. Gritos. Meu corpo voltou a mexer e me arrasto para longe deles. Narcisa e Lúcio estão brigando e discutindo, estão se afastando consigo vê-la o expulsando do meu quarto, mas não escuto nada.
Obrigo meu corpo obedecer meus comandos, rasgo um pedaço de papel do livro que estava lendo, bagunço minha escrivaninha até pegar a pena, não preciso de tinta... Não quando o meu sangue suja o chão com tanta abundância que dá pra usá-lo.
Escrevo apenas uma palavra. Tiro Medusa de sua gaiola, e como não tinha com o que amarrar a mensagem, ela pega com seu bico e sai pela janela.
Vejo as nuvens se movendo lentamente... Tão lentamente como meu sangue escorre pelo chão... E desmaio.
Aquilo já fazia dois dias e até agora nada... Eu estava desistindo... Não viriam me buscar...
A ferida em minhas costas está curando de forma normal, não usaram magia para me curar, nem me deram algo para a dor.
O que me ajudou foi dormir... Dormir o tempo todo... E até esquecer de comer, eu não saia da cama.
Barulho. Barulho ao longe. Um barulho inalcançável. Vozes desejáveis e esperançosas. Mas não aguento e caio na escuridão.
━━━━━━༺ Weasleys ༻━━━━━━
Eles estavam no Lago Grimmauld, número doze, Sede da Ordem da Fênix, quando a coruja chegou.
Logo de cara perceberam que algo estava errado. Sua namorada disse que eles só mandassem mensagem de noite e apenas uma vez na semana, e quando Medusa se aproximou, não tinha nada em sua perna, ela apenas despejou algo que estava na boca.
Não era um pergaminho, só um pedaço de papel do que parecia ser de um livro velho. A letra que costuma ser impecável e inclinada, estava borrada e garranchada. E não era tinta.. não, era sangue. Apenas uma palavra escrita com sangue.
“ SOCORRO! ”
O único motivo de não terem aparatado na mansão do Malfoys ou pegado suas vassouras e voado até lá. Foi que sua mãe e Remo impediram os dois, até Sírius, que devia agir como um adulto e ser racional, precisou ser contido e acalmado. Sua filha estava, acreditou ele, machucada e chamando por ele.
Ele não ficou com ela durante seu crescimento, e não podia fazer nada agora. Precisavam de um plano, um bom plano, um plano excelente, para ir buscá-la.
Não sabia exatamente o que sua filha tinha com os gêmeos Weasleys, mas era grato a eles por fazer amizade com ela, por terem feito companhia, por protegê-la enquanto ele não pôde.
E quando eles chegaram com... Bem, uma raposa nos braços, Sírius estranhou. Mas depois, quando explicaram... ele quase caiu de joelhos em agradecimento por trazê-la para casa.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.