Você e Mick Mars se conheceram no ano de 1985 através de seu irmão que fotografava vários artistas para revistas, em algumas turnês, e por ai vai. Um dia você o acompanhou para ajudá-lo, e assim que aconteceu.
Tudo começou bem tímido, mais uma amizade do que tudo. O que acabou te atraindo em Mick foi o fato de que no meio dos companheiros de banda, que eram mais novos que ele, portanto mais imaturos, ele era responsável, não era um completo idiota, sabe? Ele não era o tipo que saia indo pra festas, que usava drogas e bebia a torto e a direito. Não que ele fosse um santo, mas ele tinha autocontrole e responsabilidade. Além de tudo, e o mais importante, ele sabia te tratar bem.
Vocês se viam sempre que possível. Ele ia à sua casa, você na dele, ou iam para algum lugar pra sair.
Quando se deram conta, estavam prestes a comemorar seu terceiro ano de namoro. Três anos de altos e baixos para os dois, mas por mais que as coisas não estivessem bem, sempre tinham um ao outro. Reabilitação? Você o apoiava e estava sempre lá. Quando algum familiar seu adoecia? Ele tentava ao máximo ir até você e te dar conforto. Um era a rocha do outro, o lar fora de casa, o amor que transbordava.
Apesar de tudo, você nunca parou pra pensar em casamento. Não que você não quisesse isso, você queria, mas nunca pensou sobre.
Porém, Mick por outro lado, pensava sempre.
Ele teve relacionamentos maduros ao longo da sua vida, mas que acabaram não dando certo, então ele queria achar a pessoa certa. A pessoa que ia valer a pena passar o resto da vida ao lado. Aquela pessoa que o entenderia, não o julgaria pela doença que tem, e que sabe que ele passa meses por causa da banda.
Quanto mais tempo se passava, mais ele tinha a certeza que essa pessoa era você.
Assim que saiu da reabilitação começou a pensar em como pediria, pensava nas suas prováveis reações... E se você dissesse “não”? A única coisa que podia fazer era perguntar ao seu irmão o que fazer. Recebeu o conselho de esquecer o medo e ir em frente.
No seu aniversário de namoro ele te chamou pra sair, mas não revelou pra onde, apenas disse que seria uma surpresa.
Curiosa como é, você só conseguia pensar o que seria. Algo novo talvez? O local do seu primeiro encontro?
Se arrumou e o esperou, que chegou pontualmente as 19h pra te buscar. Ambos estavam nervosos, mas nenhum demonstrava.
Mick te levou para o lugar do seu primeiro encontro: um lugar quase que uma montanha que tinha na cidade, e de lá você podia ver a praia e boa parte da cidade, sabe? Era lindo, e assim como no dia do seu primeiro encontro, nessa noite a lua estava cheia. Bem romântico mesmo.
Você olhava a lua e o céu fascinada, afinal, você sempre apreciou as coisas simples que normalmente as pessoas não observam. Sabe, você olhava a lua, as estrelas, uma borboleta no caminho. Você observava e gostava dessas pequenas coisas.
Mick colocou a mão sobre a sua, tomando sua atenção.
– Olha, (S/N), você me conhece e sabe que eu não sou muito bom com esse tipo de coisa... – fez uma pausa. – Sabe, eu não sou bom com palavras, mas eu tento sempre demonstrar o quanto eu te amo com minhas atitudes. Quando passamos horas no telefone quando você não parece estar bem, quando eu me preocupo quando você pega uma simples gripe, ou quando você atravessa a rua correndo porque sabe que os carros estão te vendo e não vão te atropelar.
Você riu. Aquilo tudo era verdade. Ele sempre se preocupava com você de uma forma que ninguém havia feito antes. E sim, você atravessava a rua igual uma louca imortal, e ele esperava os carros pararem.
– E eu sei que é recíproco. – ele continuou. – Além de você sempre falar que me ama, você demonstra. Você se preocupa comigo, me visitou na reabilitação mesmo quando não te deixavam entrar e você insistia até deixarem. Você me acompanha em cada visita ao médico, você lembra do meu aniversário... – Mick tinha certeza de que não era bom com palavras? Porque pra você aquilo era simplesmente lindo. – Nós dois já passamos por muita coisa nessa vida, muita decepção, dor... Mas eu sinto que não vamos nunca magoar um ao outro.
Nesse ponto, você imaginava aonde essa conversa ia chegar, mas não queria se iludir. Talvez ele nem ia te pedir em casamento, talvez ele só estava se sentindo extremamente apaixonado naquele dia.
– Por isso que, ao invés de falar o quanto eu quero estar contigo pra sempre, eu quero demonstrar... – pegou uma caixinha que estava no bolso de sua jaqueta e o abriu.
Havia um anel tão lindo dentro. Era do jeito que você imaginava, e isso só reforçava o fato de que simplesmente se conheciam tão bem que parecia que até liam a mente um do outro.
– (S/N), você quer casar comigo? – ele perguntou.
Você só conseguiu acenar com a cabeça que sim. Era uma mistura de surpresa, de emoção... Uma sensação única, você diria.
Mick colocou o anel em seu dedo, e a beijou. Até secou suas lágrimas, que corriam pelo seu rosto.
Toda hora você olhava para ele e depois para o anel, para o anel e pra ele. Sabe quando você olha pra ver se a ficha cai? Era isso.
Não queriam um casamento grande, de celebridade. Queriam algo simples, com as pessoas que amam como família e amigos. E foi assim que celebraram sua união. Uma cerimônia simples, mas com tanto amor envolvido, que nada nem importava.
E a cada dia que vocês acordavam e se olhavam, tinham certeza de que eram a pessoa certa um para o outro.
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