História In Heat - Ladynoir - Miraculous - Ignore os avisos e me torne sua!

(Depois do ocorrido com o akumatizado, na chuva, da arvore caindo, dos dois pombinhos muito próximos...)

...

23h16 ~

‘Está bem, é só fingir que nada aconteceu! Não tem o porquê de ficar constrangida. Ele provavelmente sabe que nós dois sentimos o calor, mas é culpa do heat! Além do mais, não é como se ele pudesse entrar na minha cabeça e ver o que eu penso ou o que eu já pensei sobre ele. Espera.... Isso quer dizer que ele já pensou em mim... assim?’ Marinette estremeceu com o pensamento. Um arrepio passou por seu estomago ao reconhecer que seu parceiro poderia ter imaginado os dois em uma situação mais íntima e, levando em consideração que ele pôde realmente ter ficado gostando dela por 3 anos seguidos, era bem provável que ele tenha os imaginada sem nem mesmo ser culpa do heat.

Marinette não era cega, ela mesma já tinha experiência sobre o que ela já imaginou de Adrien tantas vezes. Ela o amou por tanto tempo, então não era novidade que ela já tenha sentindo certas vontades, certos desejos mais íntimos e até ter feito coisas enquanto imaginava Adrien. Mas, imaginar que Chat também a queira desta forma...

Esse pensamento agulhou em seu interior.

Sentada em sua cadeira de escritório, uma de suas mãos que repousava sobre uma das coxas a agarrou sobre a calça, fazendo uma leve pressão na área enquanto suspirava profundamente ao passo que a agulhada se transformava em um prazer momentâneo.

- Marinette! Você vai se atrasar! – Por sorte, Tikki a despertou de seus pensamentos. Logo em seguida se transformou e deixou seu quarto.

Por sorte, a chuva forte havia cessado dando espaço apenas para uma garoa fina, quase inexistente.

Chegando na torre, ela percebeu sua presença. Ela pousou no piso de metal, emitindo um som baixo dos seus pés encontrando o material oscilante.

Ele estava sobreolhando a cidade, de pé, na beirada da plataforma. Ele parecia pensativo e distante. Assim que notou a presença dela, se virou para olhá-la.

Foi uma sensação entranha encontrar os olhos um do outro. Um pouco foi pela lembrança e o constrangimento do ocorrido na missão, mas, por outro lado, uma sensação instigante os envolvia.

- Oi. – Ladybug tenta ignorar aquela sensação intrusa.

- Oi, my Lady. – Chat respondeu um pouco hesitante. Ele estava realmente tenso, pois precisava jogar algo para fora, mas estava com medo do que aquilo poderia causar, tinha medo da reação que ela pudesse ter ao descobrir o que ele realmente sentia por ela.

 Ele andou até ela e se aproximou o suficiente para que pudesse ter um contato visual descente ao lhe contar algo tão íntimo.

Chegando a menos de um metro de distância, ele invade um espaço na qual ambos já estavam acostumados a afastar depois que souberam de seus heat. Ladybug tentou dar um passo para trás ao vê-lo tão próximo.

- Quer f-falar comigo? – Perguntou hesitante, ainda incomodada pelo fato de que ele estava muito próximo e que ela não tinha ideia do que ele estava fazendo. Isso a fez relembrar do ocorrido anterior, mas, ao invés de sentir-se constrangida, a sensação daquele momento começou a voltar. Um suspiro escapou de sua boca.

Era como se ela pudesse sentir o calor dele chegando até ela, sendo captado por sua pele de forma estimulante.

Ela o olhou, tentando entender sua expressão facial que ia de tenso até... instigado? Ela não sabia, mas também desfocou temporariamente da conversa que nem tinha começado e, por um momento, sua mente foi invadida pela sensação estimulante do seu parceiro tão próximo dela.

Seu coração bateu mais forte. Um arrepio subiu por seu estômago.

Ela apenas não conseguiu evitar de olhá-lo de uma forma diferente novamente. Ele era tão grande e bonito. Aquele traje negro realçava tão bem seus olhos verdes que a olhavam de uma forma tão cativante...

Ele tinha um objetivo. Chegar até ela, contar que ainda a amava e se desculpar com ela, já que ele sabia que aquele sentimento apenas aceleraria o heat dos dois. Entretanto, sua mente começou a vagar por outro caminho.

Era tarde demais para levar em consideração que havia se aproximado demais dela e que isso ia fazê-los sentirem o que já estavam sentindo.

Ele sentiu seu coração acelerar algumas batidas. Ela era tão bonita... Ele não conseguiu evitar de se perder nos olhos dela por alguns segundos, mas o suficiente para fazê-lo esquecer do seu objetivo inicial.

Aquela sensação extasiante pareceu envolver a forma como ambos enxergavam ao seu redor. De uma noite normal de patrulha parecia ter se tornado uma noite completamente diferente, como se a essência da noite tivesse sido alterada, como quando se escuta alguma música que te envolve e te faz se sentir diferente, porém a sensação estava sendo muito mais realista.

Os lábios de Ladybug se abriram e fecharam algumas vezes, mas sem sibilar qualquer palavra. Ela percebeu que a respiração dele começara a ficar mais profunda e ofegante e isso a deixou, de certa forma, mais desejosa por algum tipo de contato.

Sensações mais acaloradas invadiram os pensamentos de Chat, deixando-o distante do real motivo por ter convocado sua parceira.

Vê-la ali, parada a sua frente, olhando tão profundamente em seus olhos.

Vê-la tão próxima o fazia sentir as pontados do amor que tinha por ela, assim como sempre sentiu quando ficava próxima dela, porém, agora, um segundo sentimento o acompanhava. Como uma necessidade, ele sentia fortes pontadas de desejo de trazê-la para mais perto dele, poder tocar sua pele. Seu peito ardeu com o prazer das ondas de arrepios momentâneos.

Uma força interna implorava por proximidade e Chat não se conteve a dar alguns passos na direção dela até estar perto o suficiente para levar uma mão até sua cintura. O toque repentino da pele quente a fez soltar um suspiro irregular.

Por um segundo, tudo o que Tikki a alertou veio em sua cabeça como um flash, lembrando-a dos avisos de distância que ela tanto enfatizou, mas aquela sensação a instigou a tal ponto em que aquilo não parecia mais tão importante, pelo menos não tão importante quanto a sensação que ela estava sentindo, principalmente por ter o toque da mão de seu parceiro em uma região significativamente sensível naquele momento.

Ela simplesmente permitiu o toque.

Chat sabia que devia se afastar naquele exato momento, mas a sensação que o tomava tão intensamente, ainda mais com a ideia de que sua Lady não o estava tentando afastar como sempre fez, o levou ao auge do que ele entendia de prazer sentimental.

Sua mão deslizou suavemente até a parte inferior de suas costas e, com uma leve pressão, a fez se aproximar ainda mais dele. O toque suave do corpo dele encostando no seu a fez estremecer.

Em um reflexo, uma das mãos dela se elevou até a altura do peito dele. Meio hesitante, tocou o peito do seu parceiro com a ponta dos dedos e, em seguida, com a palma inteira, deslizando alguns centímetros para cima até quase alcançar sua clavícula. Chat suspirou com uma voz baixa e irregular.

Sentindo um forte calor crescer em seu interior com o toque dela, sua mão, que ainda estava na parte inferior das suas costas, subiu deslizando por seu lado, causando arrepios e uma ardência prazerosa nos locais tocados nela, até passar por seu ombro e, enfim, chegar ao seu pescoço, deslizando até que a ponta dos seus dedos roçassem o começo do seu cabelo, enroscando e desprendendo alguns fios presos com as garras.

O toque da mão de Chat em sua pele desnuda e sensível do pescoço fez sua pele arrepiar, fazendo-a sentir um calor estimulante que alcançava cada vez mais partes de seu corpo.

Se ela soubesse que sentiria sensações tão boas ao ficar tão próximo de Chat e de uma forma tão lasciva, assim como ela sentia agora, ela o teria feito antes. Ela nunca havia se permitido enxergar seu parceiro dessa forma, porque... ora... ele era como um colega de trabalho e, acima de tudo, um grande amigo a quem ela sempre pôde contar e confiar a alma.

Mas... ali naquele momento... ela queria mais do que apenas conversar com ele sobre o dia que tiveram, sobre a missão, sobre alguma nova estratégia de trabalho...

Ela o queria.

Sua mente estava se perdendo na sensação instigante e do calor dos seus desejos aflorando sob a pele quente. Sua pele formigava nos locais onde estavam sendo tocados delicadamente por Chat, tanto a pele de seu pescoço, onde residia a mão dele, quanto seu abdômen onde gradualmente se pressionava contra o dele. Estava tão perdida que seus sentidos de responsabilidades não mais queriam funcionar.

Chat sentia como se o calor do corpo de sua parceira estivesse aumentando gradativamente, aquecendo ainda mais seu abdômen. Não que ele já não sentisse que seu próprio corpo estava começando a chamuscar de dentro para fora.

Por mais que ele já estivesse chegando a um ponto em que ansiava em coçar essa ardência que crescia em si, alguma força ainda resistia de pé, segurando-o no lugar e evitando que ele a jogasse contra uma coluna de ferro da torre e se entregasse à sua necessidade de abraçar esse prazer, seguindo seus devidos instintos que tanto o imploravam agora.

Sua mão proporcionou uma pressão maior com a ponta dos dedos na pele do pescoço de sua Lady, tentando negligenciar esse desejo, mas, no entanto, o ato fez com que ela delirasse suavemente em um suspiro mais desejoso, quase fechando os olhos enquanto se movimentou sutilmente por alguma sensação que sentiu momentaneamente.

Chat sentiu a excitação agulhar sua virilha com a cena.

Ver sua Lady se contorcer daquele jeito e a forma como pressionou ainda mais seus abdomens um contra o outro...

Ele se contorceu fortemente com a angústia de não poder tornar seus desejos realidades naquele exato momento.

- Não. – Chat falou firme, soltando a mão de seu pescoço e levando até ao tórax dela a empurrando gentilmente, dando uma pequena distância entre os dois.

O frio desagradável chegou como um incômodo desconfortável, invadindo o espaço o qual era ocupado por sua dama, momentos atrás.

Ele desviou o rosto para o lado, olhando para o piso de aço molhado refletindo uma ou outra luz do ambiente. Ladybug ficou atormentada e angustiada ao perceber que cometeu esse deslize, mesmo com os avisos de Tikki.

Ambos ficaram em silêncio. Eles sabiam que era por causa do heat, mas ficaram um tanto constrangidos com tudo isso e, além do mais, ficaram tensos pelo fato de que eles nunca tinham ficado tão próximos e com desejos tão íntimos em mente antes.

Claro que Chat sempre sonhou em ter um contato mais íntimo com ela, mas nunca imaginou que isso pudesse vir à tona, ainda mais porque a mesma sempre enfatizou em dizer que nunca o amaria assim.

Ele se sentiu culpado.

Ladybug, por outro lado, não conseguia parar de pensar em tudo o que sentiu. Ela contraiu as pálpebras e cerrou os punhos, tentando tirar aquela sensação de calor que ainda predominava sob a pele.

Por um momento, enquanto repetia a cena em sua cabeça, ela queria que ele não tivesse interrompido, mas agora ela estava de volta à realidade e sabia que não deveria estar pensando sobre isso e nem estar degustando de todas essas sensações que tanto a cativavam agora.

- Eu sinto muito – Ladybug murmurou.

- A culpa foi minha, não tem o porquê de você se desculpar. – Chat a olhou, encontrando seus olhos mais uma vez.

- A culpa, na verdade, não foi nossa e sim do Heat. – Ela tentou dar uma desculpa que não deixasse o clima entre os dois mais estranho. – Nos pegamos distraídos, só isso. Vamos tomar mais cuidado a partir de agora. – Ela deu dois passos para trás, enfatizando o que falou. Ela notou que ele ainda estava melancólico. – Hei, não vamos deixar que uma fase assim estrague nossa relação como parceiros, okay?

- É que estou me sentindo culpado por ter nos forçado a algo assim. – Ele confessou.

- Como eu disse, a culpa não foi sua e, além disso, estou perfeitamente bem. Acredite em mim! Não vou ficar zangada com você só porque você... hmm... tocou minha cintura e essas coisas por culpa do heat. – Ela sorriu para ele, tentando deixa-lo mais confortável e, para seu alívio, ele sorriu ternamente.

- Façamos o seguinte! – Ele mudou o tom de voz, exibindo grande presunção. – Se eu fizer qualquer coisa que você não goste, desde coisas em relação ao heat até trocadilhos de mau gosto, eu te dou a permissão para me dar um soco. No lugar onde você preferir! – Ele estendeu a mão para validar o contrato.

- Como se precisasse da sua permissão para isso. – Ela riu presunçosa, ignorando a mão estendida do garoto. Ela andou, passando por ele, e chegou até a beirada da plataforma, se sentando e jogando as pernas para fora. Chat fez o mesmo percurso, mas cuidou ao garantir um metro de distância entre os dois.

Ladybug não conseguiu parar de pensar em tudo aquilo. O pensamento de seu parceiro poder estar tão próximo a ela, como eles haviam ficado momentos atrás, a deixou com uma empolgação interna diferente. Ela não conseguia imaginar aquilo como algo ruim ou ofensivo. Ela não estava mais constrangida com aquilo.

Ela estava curiosa.

Ela não podia mais negar que aquele sentimento a estava deixando... excitada, mas não era só isso.

Ela sentia que havia outro sentimento envolvido. Algo como um carinho interno.

Ela sentiu aquele sentimento agulhar ainda mais quando ele, em meio àquelas sensações instigantes, conseguiu pronunciar um “não”, quando nem ela mesma teve a capacidade de dizer.

‘E, se for verdade que ele ainda me ama, não apenas como amiga e parceira, isso prova uma responsabilidade imensa da parte dele. Tikki disse que o amor torna todas as sensações ainda mais envolventes e persistentes. Me deixa mal em pensar que ele está sofrendo ainda mais com esses desejos por causa de mim. Me sinto culpada também, por eu não ter colocado minha cabeça no lugar e ter deixado que ele se perdesse ainda mais nesses desejos. Mas, ainda assim, ele conseguiu dizer “não”, por mim... Isso apenas prova como ele é decente. Ele, mesmo perdido naqueles sentimentos e sensações, provavelmente muito mais do que eu estava, me respeitou. Agora... porque isso está mexendo comigo assim?’

- Chat... – A garota focou seus olhos na visão da cidade abaixo deles.

-  Que foi, my Lady? – Ele se voltou a ela com um sorriso suave no rosto, mas o desmanchou assim que percebeu uma expressão vazia no rosto de sua parceira.

- É verdade que você sente algo por mim?