História Inazuma Eleven - Nova Geração - Os conflitos de anos atrás! Instituto Chikara, aí vamos nós!

Colégio Raimon. Cidade de Inazuma, Metrópole de Tóquio. 14h23 da tarde. 

Não existia um placar que demonstrasse os resultados do jogo que se passava naquele campo desolado, mas os números estavam bem expressos na mente de todos: onze a nove. Em um espaço de meia hora Tenma, Shindou e Tsurugi já tinham virado o jogo que eles tinham assumido para que a New Raimon pudesse correr e se cuidar. Sekai estava suspirando muito e seus olhos totalmente azuis brilhantes já estavam começando a se tornar um cinza monocromático. O caleidoscópio presente em seus glóbulos estava piscando. Era como se sua vista estivesse falhando e se tornando turva. 

—Ueno.. — Sekai chama pela garota de rabo de cavalo e olhos roxos. —Mande uma mensagem para Shujin-sama. Diga para ele que já encerramos nosso serviço em Inazuma e que vamos nos mandar.

—Sekai?! — ela se surpreende com as ordens. —Mas nós ainda não vencemos! E nós podemos ganhar destes três velhos! 

Souji, que estava atrás de Ueno, começa a falar:

—Esquece, Nekomamushi. — o rapaz chama Ueno pelo sobrenome num sinal de respeito. —Esses caras são implacáveis. Achei que poderíamos lidar com eles, mas não podemos. Não agora. Eles são realmente pessoas num nível diferente. 

Tenma estava trajado com uma armadura cintilante, a forma armada da Majin Pegasus Arc. Tsurugi ao seu lado também estava usando sua Keshin Armed e Shindou na retaguarda ainda estava com o Shousa Maestro em sua forma de titã. 

—Não é atoa que são os últimos jogadores daquela era de ouro, né? — Hitokoe afirma bastante ofegante e com sua voz já falhando. 

—N-Nós.. Já fizemos o que tínhamos que fazer. A New Raimon de Kanto fugiu com o rabo entre as pernas. Ichiro, Kaeon e Omocha já devem ter feitos seus trabalhos. Vamos só chamar atenção demais jogando com esses caras aqui. A polícia de Inazuma já deve estar vindo. 

A Blue Blizzard estremece quando a palavra “polícia” vem a tona. Se eles fossem pegos, todo o Instituto viria a baixo. Se o Instituto fosse a baixo, o mestre não iria lhes ajudar a realizarem seus objetivos. Sekai suspira com intensidade e aura azul sobe seu corpo. Seus olhos voltam a ativa e ele começa a falar: 

—Se reúnam com cuidado num só ponto. Irei usar mais uma vez a “chuva de supernovas” para que consigamos dar no pé. Dispersem-se em grupos pequenos e corram por diferentes becos para que a gente se reúna no lugar de sempre. Quem tiver capuzes em suas roupas, os usem. Quem tiver cabelos longos, cubram seus olhos o máximo possível. É nossa única chance. — a voz de Sekai soou bastante baixa, porém didática. 

Aos poucos toda a Blue Blizzard ia se preparando e concordando com seu capitão. Eles iam colocando seus capuzes e cobrindo seus olhos com seus cabelos o máximo que podiam. Tenma, Tsurugi e Shindou ficam com a guarda alta e Sekai dá um impulso ultra-veloz em direção ao três com a bola em seu pé. Tsurugi já ia usar a espada em suas costas para dividir o chão em frente a Sekai, mas o garoto chuta a bola pro alto e o caleidoscópio se forma nos céus. 

—CHŌSHINSEI ARASHI! — o garoto dos olhos azuis grita com intensidade. 

Faíscas azuis vibrantes fluem dos olhos de Sekai e a bola fica no centro do caleidoscópio. Meteoros de aura começam a cair dos céus e se chocar contra o campo, obstruindo a visão de Tenma, Shindou e Tsurugi com fumaça e poeira. Por fim a bola cai dos céus como um cometa furioso e se choca contra o solo entre os mais velhos, os arremessando para os lados sem muitos ferimentos, mas ainda desnorteados pela visão obstruída. Fumaça e poeira para todo lado. Os jogadores da Blue Blizzard aproveitaram a confusão cujo Sekai plantou no campo para correrem por todos os lados, saindo do estádio pelas várias saídas. Souji e Hitokoe pegam Sekai — que estava super cansado e com sua visão totalmente turva — e correm com ele. Quando eles saem pelos fundos do estádio e conseguem entrar num beco escuro que estava por ali. A chuva e os céus nublados ajudavam bastante para que eles passassem despercebidos. 

—Temos que falar com Shujin-sama para que ele nos forneça capas. Está ficando difícil fugir depois de fazermos nossos trabalhos escondendo nossos rostos e presenças. — diz Hotokoe.

—Grande sorte a nossa o fato de hoje estar chovendo. — Souji olha para os céus cinzentos. 

Sekai chora algumas lágrimas de sangue, porém não era um sangue espesso. Era bem misturado com a água característica das glândulas lacrimais. Era tão normal para o jovem que Souji e Hitokoe nem sequer se preocuparam. Sekai começou a falar: 

—Ninguém nos financia, então é difícil conseguirmos capas e equipamentos para todos. O mestre está trabalhando para que melhoremos isso logo. Por enquanto apenas continuem vencendo! 

Souji e Hitokoe afirmam com a cabeça. Os dois e Sekai percorreram até o fim daquele beco, atingindo outra rua e virando a direita. Toda a Blue Blizzard pegou caminhos diferentes rumos a um mesmo ponto. Onde era ou para onde aquele ponto os levaria era desconhecido.
A essa altura o rebuliço feito no estádio já tinha se esvaído. Os tutores da Raimon se ergueram do chão sem ferimentos, só um pouco amarrotados. Eles olharam o estádio bastante danificado, a grama sintética revirada e queimada e os gols bem tortos e fora do lugar. A força daquelas crianças era de fato de outro planeta. Eles apenas cerraram seus dentes ao verem que os garotos sumiram com tanta facilidade e se encararam. Tsurugi apontou: 

—Ligue para as crianças e veja se elas estão bem, Tenma. 

—Sim.. Elas devem estar. Vamos sair daqui e nos ajeitar. Algum aluno da Raimon já de ter acionado a polícia. — Tenma falou. 

E os três apenas concordaram. Saíram do estádio olhando os arredores da destruição com pesar no coração. Mas eles eram os adultos daquela vez. Tinham que ser fortes.

Trem em direção a Shibuya, 15h da tarde. 

—Você não tem medo do seu pai não, Yubetsu?! — Tatsumaki pergunta com sua voz meio elevada. 

—Claro que eu tenho! — Yubetsu responde seu amigo. —Mas eu tenho ainda mais medo de não fazer o que eu acho certo! 

—Você deveria ao menos ser um pouco mais educado! — Kushina reclama. 

Toda a New Raimon estava dentro de um trem que tinha saído da Estação de Inazuma fazia menos do que dez segundos. Todos eles seguravam-se em barras de ferro e demais suportes do veículo para que ficassem de pé. Destino: o Instituto Imperial. Eles queriam ter informações imediatas do que a Teikoku tinha presenciado contra o tal “Instituto Chikara”. 

—Atenção senhores passageiros: este trem está se aproximando da Estação de Shibuya. 

—Q-Que veloz! Não estamos nesse trem não deve fazer nem trinta segundos! — Anna exclamou com uma voz trêmula. 

—As coisas no Japão precisam ser rápidas, sabe? — Kyoko brinca com Anna. 

Anna realmente tinha razão em se assustar: os trens de levitação magnética japoneses eram notavelmente superiores aos da cidade de Minnesota, nos EUA, onde ela morava. A New Raimon tinha quase que acabado de embarcar na Estação de Inazuma e em menos de vinte segundos eles já estavam em Shibuya. No ano de 2030 os trens super-modernos de Tóquio conseguiam cruzar as cidades da metrópole em questão de menos de um minuto, já que sua velocidade máxima batia nada mais nada menos do que aproximadamente setecentos quilômetros por hora. Eles tinham entrado no veículo às 15h e as 15h00m19s já tinham desembarcado. Estavam de frente para os arranha-céus, telões e LEDs multicoloridos de Shibuya. Assim que saíram da estação e começaram a caminhar pelas ruas todos começaram a olhar para Hiro e cochichar até o garoto deixar escapulir: 

—O que foi, seus chatos?! — ele estava estressado de um jeito engraçado. —Se tem algo a dizer sobre mim, desembuchem! Não gosto desse murmurinho! 

Ele tinha se virado e olhava para toda a New Raimon com seus olhos em chamas. Hiro estava andando na frente de todos, afinal sabia o melhor caminho até a Teikoku. Todos ali encaram Hiro meio constrangidos mas Kyoko abre a conversa:

—Hiro, está mesmo tudo bem em irmos até a sede da Teikoku? Você sabe tudo o que rolou há uns meses atrás. A Amaterasu.. Tá um pouco nervosa. 

A garota dos curtos cabelos rosados dá brecha para Hiro ver Amaterasu. A loira estava de cabeça baixa, com as mãos atrás da cintura. Ele repara bem na garota e tem lembranças de meses atrás, virando para frente. Sua voz soou bem firme e potente: 

—As coisas mudaram! É que nem o Yuutsu disse: a Teikoku é nossa aliada! Eu prometo pra vocês! Especialmente para você, Amaterasu! 

Mas a feição de Hiro era triste, distante. Ninguém viu sua expressão, mas ele estava imerso em arrependimento e culpa. Ao passar um mês convivendo com Yubetsu na Torre Celestial ele se deu conta do quanto ele estava errado ao tentar fazer mal para a Raimon. Seu medo de perder e suas frustrações quase magoaram profundamente todo um grupo de pessoas que agora ele devia sua vida. Mas, de repente, ele sente alguém colocar a mão em seu ombro. 

—Vamos nessa, cara! Temos coisas a fazer. — Yubetsu diz. 

E a feição distante de Hiro se desfaz. Aquele palerma de bandana laranja era seu melhor amigo e a pessoa cujo ele queria defender dessa vez. A New Raimon dá um sorriso e eles voltam a caminhar. 

Enquanto isso, nas proximidades da Teikoku: 

—Saco, Hiro. — Tekubi reclama. —Eu não queria voltar pra cá hoje. Meu corpo todo tá doendo. — Tekubi tinha alguns curativos pelo rosto e seu braço suspenso por faixas

Ele pega o telefone e liga para Yami. O atual capitão da Teikoku já avisa logo: 

—Tô chegando. A maioria do pessoal quis ficar em casa. Mas se o Hiro pediu, eu vou. Ele é nosso colega. — Yami afirma. 

—Não se engane. Nem todo o pessoal não quis vir aqui. A Kotegawa me disse que queria conhecer de perto o garoto que ela substituiu. Descobriu algo de importante? 

—Tem muita gente falando desse tal de Chikara no Sweeter. — Yami responde Tekubi. —O Tensai lá de Quioto jogou contra pessoas que se diziam desse Instituto. E tem algumas menções de um ataque lá em Fukuoka, também. Hiro falou se aconteceu algo com eles? 

—É. Um cara diferente do nosso foi até a Raimon também. 

O rapaz das marcas alaranjadas no rosto olha o horizonte e vê uma garota cheia de curativos chegando. Ela usava uma camisa preta e um casaco cinza com o zíper aberto. Seus shorts eram jeans e ela usava sapatos brancos bem limpos. 

—Dois desafios desse tal de Chikara aqui em Tóquio. E eles zoaram nosso campo todo. Será que fizeram o mesmo com os rapazes da Raimon? — Yami se pergunta. 

—Não sei. Chegue logo, a Kotegawa já está aqui. 

Ele desliga e a menina se aproxima de Tekubi inclinando seu corpo bem trêmula. Ela reverenciou o veterano com bastante educação. Tekubi apenas dá uma risada e diz: 

—Se acalma, Kotegawa. Não fica com essas formalidades pra cima de mim.

E ela grita um “t-tudo bem, desculpa!”. A voz da menina de cabelos castanhos e mechas brancas era bem estridente e ela corava bem fácil, parecia ser tímida. A curiosidade dos jogadores da Teikoku era análoga aos da New Raimon e estas eram análogas a todos os times do Japão que tiveram contato com o Instituto Chikara. Quem eram aquelas pessoas? O que aquele Instituto queria? E principalmente.. 

—O Hiro-senpai.. Disse se o cara que foi até eles na New Raimon mencionou a tal da profecia? — Kotegawa pergunta ajeitando seus óculos e seus delicados cabelos. 

—Não, não disse, “Kote”. Vamos tirar conclusões todos juntos. Eu aposto que a New Raimon de Inazuma deve estar tão curiosa quanto nós. Eles devem chegar logo. 

Se passam cinco minutos e Yami chega ali cheio de curativos também. Ele mancava um pouco para andar. Os três jogadores da Teikoku conversam por dez minutos e finalmente aquela multidão de crianças chega: os dezenove da New Raimon. Faziam uns dois, talvez três meses que a New Raimon ficou de frente para Yami e Tekubi. E eles pareciam.. Diferentes. Como se tivessem amadurecido em corpo e mente. Os olhares dos onze jogadores da Raimon que competiram o Estadual eram mais sérios e brilhantes. Yami e Tekubi tinham certeza que eles se tornaram fortes e sorriram ao verem aquela multidão.

Antes de entrarem na sede do Instituto Imperial eles trocaram cumprimentos básicos. Hiro, Tekubi e Yami deram um toque aqui e durante o intervalo de tempo dessa ação o Relâmpago Imperial reparou: 

—Ei, essa garota atrás de vocês é a pessoa que entrou no meu lugar? 

Toda a New Raimon erguem seus corpos para ver a menina. Ela estava toda encolhida atrás de seus companheiros de time com bastante vergonha. Hiro repara nas mechas brancas e fala: 

—São naturais ou você pintou, garota? — Hiro pergunta. 

Amaterasu dá uma moca na cabeça de Hiro e o arrasta pela gola da camisa. Por qual motivo ele tinha que se interessar nos cabelos de outra garota? Kotegawa fica com medo e responde prontamente: 

—-Se você tá falado do meu cabelo.. É natural, sim. — Kotegawa responde. 

Hiro massageia sua cabeça e dá um sorriso. Ele olha para Kotegawa e a cumprimenta:

—Então seu sobrenome deve ser Fudou. Esses olhos verdes e o cabelo entregam bem quem é seu pai. O tio Fudou Akio tá bem? 

E a menininha se espanta. Hiro-senpai conhecia seu pai? Tudo bem, não era tão surpreendente. Seu pai e Kidou-sensei, psicólogo do Instituto Imperial, eram colegas na juventude. Hiro já devia ter visto fotos ou ouvido relatos de seu pai. Yami e Tekubi começam a rir ao verem que tipo de pessoa aquele estressado e psicótico Hiro estava se tornando. 

A New Raimon fica curiosa com a reação de Hiro e, sem mais delongas, todos entram no colégio. Vão para uma das salas de aula vagas da Teikoku e se sentam em cadeiras em diferentes apoios. Yami, Tekubi, Kotegawa e a New Raimon começam a trocar informações: a razão pela qual nem todos da Teikoku estavam ali, quem era a pessoa que foi desafiar o clube de futebol do Instituto Imperial, as técnicas dessas pessoas e o que podia ser a ameaça que estava se desenhando. Nesse meio tempo Tenma ligou para eles e perguntou se eles estavam bem, e a New Raimon respondeu que sim sem dar muitos detalhes de onde estavam naquele momento. Após os assuntos se esgotarem veio um breve silêncio e a síntese de tudo. 

—DROGA! — Yubetsu dá uma porrada na carteira em que estava sentado. —Então o Sekai não passou aqui! Como podemos achar uns caras que só fogem depois de nos desafiarem?! E os covardes ainda seriam nós, Hiro?! — ele chama a atenção de seu amigo lembrando do conselho que ele tinha dado mais cedo. 

Hiro vira o rosto meio constrangido e Sakin começa a falar:

—Mas é valioso sabermos todos os caras desse Chikara! Então tem quatro jogadores: Sekai, esse tal de Kaeon que atacou aqui em Shibuya, o cara da Henkan Key roxa em Quioto e a menina dos cabelos verdes que atacou o filho do Senhor Kira Hiroto lá em Fukuoka. 

—Podem ter mais times. Não sabemos a extensão desse tal de Instituto Chikara. — Tatsumaki diz olhando os céus pela janela. 

—Merda.. Isso tudo é muito complicado! — Sora grita. —E foram quatro ataques em todo o Japão só hoje! E se tiverem tido mais há semanas atrás? E se estiverem tendo outros, de outros times, agora mesmo?! Não podemos deixar isso barato! 

—Não tem nada sobre “Kaeon” ou “Juhong Stream” na internet. Tem certeza que ele afirmou que esse era o nome da equipe deles, Tekubi, Yami? — Théos diz olhando seu celular. Sophie, Furosuto e Anna estavam vendo junto com ele. 

—Tenho absoluta certeza! E vocês disseram que não tem nada sobre “Blue Blizzard” na internet, também! Nem todos os jogos aconteceram com público, sabe? Fica difícil saber se houveram ataques assim. 

“Então temos que avisar ao mundo que houveram jogos contra esse tal de Chikara aqui em Tóquio!”, Furosuto grita impaciente. Ele pega o celular da mão de Théos — que produz uma expressão de surpresa devido a investida de Furosuto — e começa a fazer sweets falando dos times que atacaram em Tóquio: Blue Blizzard e Juhong Stream. Yami segue a deixa de Furosuto e faz o mesmo. O Rei do Gelo de Kanto estava certo: se eles conseguissem manter todos os times juvenis do Japão informados sobre os times do Instituto Chikara, outras equipes poderiam se precaver. Furosuto estava especialmente preocupado com a Hakuren de Hokkaido. O que podia ocorrer com seus companheiros e com seu professor? 

—Tudo que nos resta é tentarmos fazer contato com as equipes que competimos no Nacional. Eles atacaram a New Raimon, Teikoku, Tensai e os Filhos da Sangatsu. Esses três primeiros são times bem grandes do Japão. Eles podem estar querendo investir contra outras equipes fortes, né? Se eles estão dizendo que querem começar uma nova era, desafiar times fortes parece coerente. — Tsubasa fala com a mão no queixo.

—V-V-Vocês fizeram muitos aliados ao longo da jornada de vocês, né? 

Kotegawa finalmente dá continuidade a uma conversa sem que fosse pressionada por Tekubi e Yami. Todos ali olham para a menina fazendo ela ficar idêntica a um tomate e ela termina: 

—V-Vocês deviam mandar e-mails para eles e perguntar sobre isso tudo! — ela junta suas mãos tentando se “fechar”, num ato lógico de timidez. —Os ataques do Instituto Chikara estão cercando todo o Japão, então várias equipes de todo o país podem ter dado de cara com eles alguma hora ou até mesmo estarem na rota para darem de cara! N-Nós da Teikoku não temos muitos contatos, mas podemos perguntar em fóruns e pedir pros nossos pais irem saber, não é, senpais?! 

Yami e Tekubi olham para a menina e concordam. Quando Kotegawa queria ela demonstrava uma liderança e uma habilidade tática impressionante. Hiro dá um sorriso. Deu pra ver que ele foi brilhantemente substituído: uma garotinha tímida e inteligente iria fazer bem a seus companheiros tão afetados pelo seu antigo estresse diário. 

—Então vamos parar de enrolar! — Sophie grita. —Eu vou ligar pro atual diretor da Torre Celestial e pedir pra ele emitir um comunicado exigindo informações dos desafiantes! Existem pouquíssimos jogadores no desafio agora, a maioria já até saíram do ensino fundamental, mas algum deles pode ter noção do que é esse Chikara! 

—Vou ligar pro Kaze-sensei. Ele é um entusiasta do futebol e já treinou muitas pessoas, pode saber o que está acontecendo. 

—Anna, vamos pra casa! Temos que perguntar pros nossos pais e pro pessoal da New Hakuren se eles sabem de algo! — Furosuto diz com uma visível pressa. 

O clima começa a ficar agitado. Todos estavam com pressa e curiosos. 

—Mas eu estou pensando em algo agora. — Amaterasu pondera. —Os Filhos da Sangatsu são de Fukuoka, não é? Em Kyushu. Mas se eles queriam desafiar times grandes e que competiram o Nacional.. Por qual motivo não foram até o Sengoku Igajima? Ou ao menos, por qual motivo não tem relatos disso no Sweeter ainda? Sengoku Igajima é um time que também fica em Kyushu. Acho que na Cidade de Kagoshima. 

Quando Amaterasu fala aquilo ela sente um estalo em sua mente. Todos os presentes naquela sala sentem. Ela levanta da carteira e se vira para Yubetsu.

—YUBETSU! VOCÊ TROCOU E-MAILS COM O AYAKO DO SENGOKU IGAJIMA, NÉ?! — Amaterasu grita. 

—S-Sim. — Yubetsu fala. —Depois do primeiro jogo do Nacional demos nossos endereços e a última vez que falei com ele foi um pouco antes do volta às aulas. Ele queria me parabenizar pelo desempenho do FFN. 

Todos começam a olhar para Yubetsu com olhos arregalados. Eles tinham o contato de um time que ainda não tinha sido relatado como um sofredor dos ataques no Sweeter! Mesmo que o ataque possa ter acontecido e ninguém tenha mencionado sobre na internet, era uma possível pista de um dos próximos ataques do Instituto Chikara! 

—Não perde tempo, Yubetsu! — Matsuda grita. —Manda um e-mail pro goleiro do Sengoku agora mesmo! 

Yubetsu fica meio nervoso com a pressão e pega seu celular. Yahiko proclama com bastante ímpeto: 

—Beleza! Tudo que precisamos fazer caso eles ainda não tenham sido atacados é ir até Kagoshima e esperar! Se for o Sekai, acabamos com ele! 

—E-Ei! — Furosuto grita um pouco bravo. Era raro ver ele tenso assim. —Por qual motivo vamos ajudar os caras de Kyushu primeiro?! Se a Hakuren não tiver sido atacada podemos ir pra lá nesse fim de semana mesmo! Vai ser a maior burocracia ir até Kagoshima! 

—Até porque a gente não sabe se a Raimon vai continuar as aulas ou não.. — Kushina diz. 

—Acho difícil. — Tekubi se mete no assunto. —Mesmo sendo só desafios de futebol, esse tal de Sekai destruiu uma parte do colégio de vocês né? Meio ameaçador. Se depender disso todas as escolas de Tóquio podem acabar parando suas aulas temporariamente como medida de segurança. 

—Furosuto. — Noraneko chama seu companheiro. —E-Eu não sou tão inteligente e pensante quanto a maioria do pessoal.. Mas até um idiota como eu consegue perceber uma coisa importante: 

Enquanto Matsuda, Amaterasu, Théos, Tsubasa e Hiro estavam todos em cima de Yubetsu vendo ele digitar o e-mail o resto da New Raimon olha para Noraneko, que estava fazendo carinho em seu gato.

—Mesmo se a Hakuren não tiver sido atacada.. Não compensa ir pra lá. Em Kyushu tem um dos times que foi desafiado, né? O Sangatsu. Se irmos mesmo até o Sengoku, podemos passar por lá também e tirar dúvidas com a equipe deles. Mas em Hokkaido, o time mais importante é a Hakuren. Não vamos ter informações novas lá e podemos acabar ficar parados esperando um inimigo que vai estar atacando outras equipes. 

Furosuto cerra seus punhos. Ele já ia contra-argumentar, mas Sakin completa as falas de Noraneko com uma voz bem firme:

—E não interessa se irmos para Kagoshima ou para Sapporo, em Hokkaido. Os caras do Chikara tem até agora quatro times. Eles fizeram quatro ataques hoje, o que impede de fazerem mais ainda hoje, ou amanhã? O que impede eles de atacarem o Sengoku e a Hakuren no mesmo dia? Nada. É uma corrida contra o tempo, poxa! Só podemos esperar e aproveitar as melhores chances! 

E o cinzento abaixa a cabeça. Anna coloca sua mão sobre o ombro de seu melhor amigo numa tentativa de o consolar. 

—ELE RESPONDEU!! — Yubetsu grita, chamando seus amigos que não estavam em cima dele vendo o celular. 

Todos ali vão, inclusive Tekubi, Yami e Kotegawa. As pupilas de todos dilatam ao lerem aquela sequência de mensagens: 

Yubetsu: E aí, Ayako! Tudo bem? Queria saber se vocês aí do Sengoku Igajima ficaram sabendo desse tal de Instituto Chikara! Foram desafiados? Aqui em Kanto nós fomos.. Perdemos feio. Fiquem espertos! 

Ayako: Oi, Yubetsu-senpai! Não.. Não fiquei sabendo de nada. Vou dar uma pesquisada na internet pra saber do que você tá falando. Nunca ouvi falar desse Instituto Chikara. Como assim vocês perderam?! Impossível! Mas é como eu disse: tudo normal aqui no Sengoku Igajima! Treinamos muito hoje, mas todos já fomos pra casa. Tô no aguardo da nossa revanche, beleza?! 

—Então.. É isso. O Sengoku Igajima, mesmo sendo um time bem famoso em Kyushu e até ter sido um competidor do Nacional, não foi atacado. E pelo o que o Ayako deu a entender, nem vão ser atacados hoje. Não estão mais no colégio. — Matsuda diz. 

—Parando pra pensar: nem faz sentido eles fazerem ataques depois da tarde. A maioria dos times não treina a noite. — Théos acrescenta.

—Então.. Não devem haver mais ataques hoje. —  falou Anna. 

—E nem amanhã. Os colégios não liberam treinos dentro das dependências das escolas dias de sábado pois é um dia normalmente dedicado a se limpar o colégio pela manhã.  — Yami continua a pensar junto com a Raimon. 

—Levando esses fatores em consideração.. Nós temos.. Este fim de semana todo para nos prepararmos caso queiramos fazer algo. — concluiu Amaterasu. 

A New Raimon fica tensa. Eles iriam realmente comprar aquela grande briga? Iriam mesmo viajar até Kagoshima, até Sapporo, até aonde quer que fosse, apenas para conseguirem impedir o Instituto Chikara de realizarem mais ataques injustos? Para conseguirem recuperar sua honra? Uma quantidade enorme de informação estava sendo bombardeada dentro de cabeça de todos e eles processavam todos os dados que tinham sobre aqueles eventos estranhos para que conseguissem apenas uma sequer pista do paradeiro daqueles jogadores ou uma informação de um de seus futuros ataques. 

—N-Nós não podemos.. — Yubetsu começa a falar.

O goleiro da New Raimon se lembra de todos os eventos que cercaram ele e seu time durante o Nacional. Os jogos, a raiva, a alegria, o sofrimento, o cansaço. Se lembra do jogo contra o Sengoku, contra a Hakuren, se lembra da conversa que teve com o pessoal do Colégio Tensai. E com muito peso na consciência, se lembra das palavras de Kai, que também devia estar sofrendo muito: 

“Não deixe eles transformarem o futebol que amamos numa forma de combate.” 

—Não podemos.. Ficar parados.. Diante de tanta injustiça e sofrimento. — ele termina. 

Todos olham para Yubetsu, se olham, e olham para as mensagens de Ayako no celular de Yubetsu. Eles realmente não podiam. Mas o que iam fazer? Como iriam até Kagoshima sozinhos? Como iriam defender tantos times? Essas perguntas atormentavam a mente de todos. Mas eles queriam fazer algo. Queriam muito. 

Eles agradecem os três da Teikoku. Yami, Tekubi e Kotegawa dizem que iriam ficar atentos a informações e manter contato com toda a New Raimon. Os dezenove da equipe saem pelos portões da sede do Instituto Imperial e Kyodaina pergunta: 

—Nossos pais.. Deixariam a gente viajar pra outra região só por isso? 

—Do jeito que conheço mamãe, ela iria me mandar ficar em casa, onde é mais seguro! — Kushina reclama com ferocidade. 

—Caso vocês não possam ir para Kagoshima, temos que tentar Hokkaido de qualquer jeito. E caso vocês não venham, irei sozinho! — Furosuto exclama. 

Anna corrigiu Furosuto dizendo que ela iria o seguir onde quer que ele fosse. 

—Eu irei convencer meu pai. Eu juro! Quero resolver esse problema e ajudar nossos aliados de outras regiões! — Yubetsu grita. 

—Eu e Sophie vamos contatar os desafiantes da Torre e Kaze-sensei ainda hoje. — Tsubasa avisa.

E eles começam a discutir maneiras de convencerem seus pais a permitirem aquela viagem maluca e como entrar em contato com outras equipes. Mas um som estridente é ouvido em suas retaguadas: extremamente ofegante, Kotegawa encosta no portão da Teikoku e grita para a New Raimon: 

—E-E! ESPEREM! 

Eles olham para trás e veem aquela menina vermelha como um tomate olhando para a equipe. A jovem ajeita seus cabelos e seu óculos de grau mais uma vez. Sempre que ela corria estes ficavam amarrotados 

—E-Eu esqueci de.. Mencionar isso com vocês.. Quando estávamos falando sobre essa confusão toda.. 

Kotegawa ergue seu corpo e diz para a New Raimon, ao mesmo tempo que algumas crianças da Blue Blizzard desembarcavam de um trem que partiu de Inazuma e os deixou em Mizuho, uma pequena cidade na porção ocidental de Tóquio. Eles tinham chegado ao “lugar prometido”. 

—Esse tal de Shiryoku Sekai.. Mencionou com vocês alguma coisa sobre uma tal “profecia”? Kaeon da Juhong Stream.. Disse que eles estavam fazendo aquilo pelo bem de uma profecia deixada há tempos atrás.

Os ventos sopram ainda mais forte, fazendo um som bem característico ecoar nos ouvidos da New Raimon. Eram 16h20 da tarde, em alguma horas o sol ia se por e o primeiro dia daquela enorme guerra pelo poder estava chegando ao fim. 

—Oi? — Yubetsu pergunta para Kotegawa estranhando a pergunta. 

Conflitos de anos atrás iriam começar a cercar a New Raimon de Kanto e seus aliados a partir daquele fatídico dia.