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História Intimidade - Pivô.


Escrita por: valen07

Notas do Autor


Notas finais importante.

Capítulo 9 - Pivô.


CAPÍTULO 9 – Pivô.

“Às vezes no amor ilícito está toda a pureza do corpo e alma, não abençoado por um padre, mas abençoado pelo próprio amor”

 – Clarice Lispector

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- Você costumava comprar dessas para mim, quando eu era garoto.

O velho de cabeça raspada virou-se para a voz forte, sorriu e largou a romã sobre o cesto de palha – onde estava anteriormente – ali estava o homem que antigamente fora um garoto estressado e caçador de confusões.

- Você cuspia as sementes em Temari.

 - O que quer, Shimura?

Kankurou aproximou a passos lentos, sua usual tintura facial favorecia sua carranca desgostosa seus punhos fechados aos lados do corpo deixava claro sua irritação e por um minuto Shimura acreditou que ele lhe atacaria.

- Conversar, faz tempo desde a última vez em que conversamos como velhos amigos.

- Talvez seja porque você me apunhalou pelas costas! – Rosnou.

Encontravam-se atrás do grande mercado de Suna, o velho pedira por uma carta formal para que se encontrassem ali – o antigo local onde Kankurou cortejava moças impuras – sabia que uma hora teria que confrontar o antigo discípulo e pôr cartas a mesa.

- Fora para o seu próprio bem, Kankurou.

- Claro que foi, porque afinal casar-se e ter filhos é uma coisa horrenda, não é mesmo?!

- Tinha de ser ela.

- Cale a boca, velho! Porque não vai se esconder atrás do seu conselho? Você é bom nisso.

- A decisão do conselho não adiantará nada se continuar encontrando-se com ela – Shimura o segurou pelo braço, nos olhos castanhos ainda podia enxergar o garoto inocente que um dia Kankurou fora – Digo isto para o seu bem, pare de ir atrás daquela mulher, coisas horríveis acontecerão se o descobrirem.

- Não se intrometa na minha vida, eu decido o que fazer.

Virou-se e já estava pronto para partir quando o velho senhor que outrora fora seu confidente lhe chamou com a voz carregada de amargura.

- Você não está medindo as consequências de seus atos. Uma guerra estar por vir, e você certamente não quer ser o pivô dela.

{...}

Respirou fundo pela terceira vez e parecia que o ar não conseguia chegar aos seus pulmões, tudo estava girando ao seu redor, sua mente estava embaralhada e seu estômago ameaçava revoltar-se contra si.

Céus, aquilo era horrível.

 Uma gota de suor escorria por sua têmpora enquanto encarrava aquele objeto que antes parecia ser tão inofensivo, de cor prateada e com o cabo talhado de ornamentos, agora aquilo lhe parecia pior que uma kunai nas mãos de Uchiha Madara.

Gaara quase sentiu saudade da guerra quando avistou sua cozinha pela manhã, ali sobre a mesa descansava um prato simples acompanhado de uma colher e um bilhete escrito por Sakura, houve uma emergência no hospital e ela não pode acompanha-lo no desjejum, porém havia deixado o dele preparado.

Por um momento lembrou-se das palavras de Naruto no dia do seu casamento.

“ – Gaara, eu preciso lhe dizer uma coisa – o loiro colocou uma das mãos em seu ombro e fez uma cara séria, parecia ser muito importante – Não coma o mingau de rabanete e alfafa com beterraba da Sakura, por mais que ela diga que seja nutritivo, não acredite. É envenenamento na certa.”

Ora, tarde demais para se lembrar quando já tinha enfiado uma colherada cheia daquela gosma que parecia vômito de gato, na boca. Por Kami, porque ela tinha de ser assim?

{...}

 Seus passos calmos a levaram até a torre principal, o dia estava insuportavelmente quente e as pessoas nas ruas nem pareciam se dar conta do calor infernal, compravam e sorriam como se o sol não estivesse derretendo sobre suas cabeças.

Ou talvez fossem só acostumadas ao clima extremo, pois o sangue fresco de Konoha que corria pelas veias de Sakura quase implorava por uma brisa gelada.

 O movimento dentro da Torre estava baixo, poucos shinobis transitavam por ali alguns lhe cumprimentavam com cordialidade, mas a maioria era bem mais reservada. Uma vez sua finada avó lhe disse “As pessoas do deserto preferem esconder seus segredos subterrados na areia”.

Sorriu ao lembrar, talvez sua avó tivesse razão.

- Kazekage-sama está ocupado, e deseja que ninguém o atrapalhe.

Uma moça loira de cabelo curto a interceptou quando estava quase alcançando a porta do escritório de seu marido, tentou buscar nas lembranças aquele rosto familiar e recordou-se que a mesma garota estava no grupo de mulheres carrancudas em seu casamento.

- Só irei tomar alguns minutos.

A loira insatisfeita com sua petulância segurou sua mão que estava quase tocando a maçaneta.

- Kazekage-sama está trabalhando. Você não deveria estar fazendo o mesmo no hospital?

Qual era mesmo o nome da garota?

Mitsuki?

Matsuki?

Matsuri?

- Você deveria se preocupar mais com o seu próprio trabalho, e menos com os dos outros. Vim até aqui para falar com o meu marido, e irei falar com ele. Agora se pudesse sair da minha frente, eu agradeceria.

Ainda relutante a moça saiu pelo corredor afora, com passos firmes e a cabeça erguida. Sakura deu os ombros e suspirou divertida antes de finalmente alcançar a porta, Gaara estava atrás de sua mesa, lendo papéis e assinando pergaminhos.

- Você está bem? Parece um pouco pálido. – Sua voz o deixou assustado por um momento, pego desprevenido.

O ruivo levantou-se e ofereceu-lhe uma cadeira.

- Estou bem. Um pouco enjoado, talvez.

- Comeu algo que te fez mal?

Com certeza, mas como diria a sua esposa que a comida da mesma era pior que veneno e que preferia comer lixo a provar novamente seu “mingau nutritivo”?!

- Acho que sim.

- Eu tenho uma receita caseira ótima para enjoo. Um chá, na verdade.

- Agradeço, porém já me mediquei, estarei melhor em alguns minutos – Ele tomou novamente seu lugar atrás da mesa, e Sakura reparou o quanto organizado era o local de trabalho de seu marido. Organizado e impessoal.

- Precisa de algo?

- Um porta-retratos ficaria bom aqui – Disse em voz alta seus pensamentos, quando percebeu o que dissera suas bochechas tornaram-se coradas – Digo, porque não há nenhuma foto aqui?

Na mesa de Kakashi, em Konoha, havia duas fotos enfeitando a mesa, uma delas era do famoso Time 7, a outra era de tempos antigos do Time Minato. A Haruno achava bonito essa atitude de seu professor.

- Nunca pensei em colocar algo pessoal aqui – A voz indiferente do Kazekage cortou seus pensamentos.

- Bem, de qualquer forma, vim até aqui entregar isto – Estendeu uma carta que até então passara despercebida – É de Naruto, esta endereçada a você. Estava misturada com as minhas cartas, acho que Naruto se confundiu.

- Não diria que é a primeira vez – Gaara falou enquanto pegava o papel ainda lacrado.

Sakura sorriu e concordou com um aceno, Naruto era sinônimo de confusão.

- Sei que esta ocupado, então eu já vou indo.

- Sakura? – Ela tornou a olha-lo – Fomos convidados a ir à celebração de posse do novo Tsuchikage, não se esqueça de avisar Kentaro sobre sua ausência na próxima semana.

- Tudo bem, eu irei avisá-lo.

Respirou fundo, juntou forças nas pernas e ignorou a face queimando, nos últimos dias a convivência com o médico a deixava desconcertada, o homem parecia quase um predador. Saiu da Torre levando consigo uma angustia estranha e uma sensação de desconforto.

{...}

A Vila Oculta da Pedra era um lugar bonito, ladeada de rochedos imensos e montanhas majestosas, uma defesa impenetrável em dias de conflitos. Ainda deslumbrada com as estruturas naturais Sakura tentava prestar atenção do discurso do velho Tsuchikage, ele falava sobre honra e uma pedra em especial que a Haruno não fazia a menor ideia de qual era.

Ao seu lado Gaara apresentava-se impecável em um quimono escuro sem estampa alguma, o rosto impassível e com os braços cruzados sobre o peito. Kakashi estava ali também, junto com Naruto.

De todos os cinco Kages, apenas o Raikage não estava presente alegando que se encontrava indisposto para uma viagem longa até Iwagakure.

Sakura suspeitava que a idade já estivesse batendo na porta de Kira A.

- Que ótimo, teremos um medroso como Tsuchikage.

Naruto estalou a língua e passou o peso do corpo para a perna direita, as mãos na cintura encontravam-se inquietas e por um momento o loiro pensou o quanto seria maravilhoso estar dormindo agora. Ou quem sabe no bar ali perto onde passou a maior parte do dia.

- Naruto!

Kakashi o repreendeu e Sakura que fingia ouvir o discurso do antecessor passou a imaginar o que o Uzumaki teria contra o novo líder da Vila da Pedra, o homem não lhe parecia ser alguém ruim.

De onde estava tinha plena visão do novo Tsuchikage, tinha longos cabelos castanhos presos em rabo de cavalo firme, uma franja espessa cobria seus olhos, era muito alto e tinha músculos atraentes.

Não, definitivamente não parecia um medroso.

Talvez estivesse um pouco nervoso, o que seria absolutamente aceitável diante de suas novas responsabilidades, mas não aparentava ser alguém que fugiria de um combate.

Também tinha visão da bela esposa de seu professor, estava ao lado de seu pai estampando um sorriso tímido no rosto, transbordando elegância com suas roupas finas e seu penteado elaborado.

Kakashi tirara a sorte grande.

 Ao fim da cerimônia – entediante para Sakura – Gaara e Kakashi tiveram de ir parabenizar o ilustríssimo Kage, Naruto que recusara-se a ir também arrastara a antiga companheira de time para um bar localizado perto do palácio central, onde estava antes de toda a “ladainha” começar.

- Não deveríamos voltar, Naruto?

O loiro muito ocupado folheando o cardápio do estabelecimento não dirigiu seu olhar para a rosada enquanto respondia.

- Acredite, as felicitações vão demorar uma eternidade. E eu estou com sede.

Logo uma moça pareceu para anotar os pedidos, o bar estava movimentado e lotado, muitas mesas para atender.

- Traga Saquê. – A rosada fez o pedido pelos dois.

Naruto descartou o cardápio e relaxou sobre o banco de madeira, sua cabeça parecia que iria explodir a qualquer minuto, seus músculos pareciam estar atrofiados por anos. Não estava acostumado com a vida tranquila e calma que estava tendo ultimamente, sentia saudade de chutar bundas por ai.

E Kurama parecia cada dia mais ranzinza. Talvez estivesse precisando de um chute no traseiro também.

- O que quis dizer sobre Tsuchikage ser medroso?

A voz doce de Sakura atrapalhou seus pensamentos sobre socos e pontapés.

- Eu quis dizer a verdade, ora! O cara não consegue ver uma kunai apontada para seu rosto sem se borrar todo.

- Como sabe sobre isso?

- Estou acompanhando Kakashi-sensei há muito tempo, nessas reuniões. Sempre acabo escutando e vendo coisas interessantíssimas.

A bebida chegara e antes mesmo de Sakura notar, Naruto já havia se servido de uma dose generosa.

- Então como ele conseguiu o posto?

- Bem, ser filho do Tsuchikage deve ter suas vantagens.

- Mas isso é errado!

O loiro acenou com a cabeça, concordando com o que a amiga dissera. Chegou mais perto e colocou a mão enfaixada na lateral do rosto, como se fosse contar um segredo.

- Eu acho que Ōnoki não sabe o filho que tem.

Voltou à posição relaxada e tomou outro gole da bebida, riu e começou a sentir falta de uma coisa no estômago.

A Haruno achava que o amigo já estava ficando alto por causa do álcool, não que as horas em que ele passou nesse mesmo bar tivesse ido embora sem qualquer consequência.

- Não é melhor comer algo, Naruto? Você pode passar mal.

O loiro concordou novamente e levantou o braço chamando a atenção da moça que os atendeu.

- Sabe, Sakura-chan, você teve muita sorte de ser escolhida para o Gaara.

- Como assim?

- Nessas reuniões, quando todo o assunto diplomático acaba e a Mizukage vai embora, os Kages ficam irreconhecíveis. Na verdade, algumas coisas são até instrutivas – Sussurrou a última parte.

- Irreconhecíveis? Por quê?

 - Começam a falar sobre mulheres, de todo e qualquer tipo. Até imagino Jiraya no meio deles – Por um momento a mulher pôde reconhecer um traço de tristeza nos belos olhos azuis de Naruto.

Sakura sorriu brando para o amigo, a morte do antigo mestre ainda afetava Naruto.

Balançou a cabeça para afastar pensamentos negativos e voltou a sorrir maliciosamente, sua expressão ladina causou certo espanto em Sakura.

- Porém, nunca Gaara!

A moça de antes veio até eles, ainda apressada carregava um sorriso e um bloco de anotações. Alguns fios de cabelo castanho escapavam do penteado bonito.

- Prontos para pedir?

- Traga mais saquê. – Sakura não deixou que Naruto sequer percebesse que a atendente estava ali.

Ouvir o nome de Gaara na conversa bêbada de Naruto havia aguçado a curiosidade da rosada, quanto mais informações pudesse arrancar do amigo, melhor seria para a sua aproximação.

- Então Naruto, você estava falando sobre Gaara – Sorriu e serviu o amigo com mais um copo.

- Ah! Gaara! Um bom amigo, um bom shinobi, um bom Kazekage – Ergueu o copo em um claro sinal de brinde – Viva! Viva a Gaara do Deserto!

Um grupo de homens que estavam na mesa ao lado ergueram seus copos e brindaram junto com Naruto. Tão bêbados quanto o ninja número um e cabeça oca da aldeia da Folha.

- Naruto, foco, por favor. – Pediu.

Dentre todos os integrantes do Time 7 o mais fraco para bebida sempre fora o loiro, com apenas alguns tragos já perdia a noção da realidade, em contrapartida Sai podia facilmente beber duas garrafas inteiras e continuaria com o mesmo semblante de nada.

O Uzumaki novamente aproximou-se por cima da mesa, e Sakura por instinto também se aproximou para poder escutar melhor.

- Sakura-chan, Gaara nunca falou sobre mulheres nessas reuniões, nunquinha mesmo! Nem comentou comigo – O hálito carregado de álcool estava deixando a Haruno levemente zonza – Eu até cheguei a pensar que ele fosse gay. Porque, fala sério, que homem que passa por um lindo par de peitos e não olha?!

- Não faço a menor ideia, Naruto.

Estava prevendo que Naruto não a ajudaria em nada.

- Mas Kankurou me garantiu que o lance dele é mulher. Ainda bem, não é Sakura-chan? Então fico feliz que tenha se casado com alguém respeitoso. – Seu nome saiu de maneira embolada e quase não o compreendeu.

E agradeceu aos céus por Naruto não perceber o estado de suas bochechas ao ouvir tal sentença, não pode reprimir as lembranças que a invadiram, da cozinha de seu apartamento em Konoha. Do quanto Gaara poderia ser viril.

- Naruto, acho que já esta na hora de irmos embora. – Levantou-se e obrigou o loiro fazer o mesmo – Vamos procurar Gaara e Kakashi.

- Mas já, Sakura-chan? – O jinchuuriki questionou agarrando-se a última garrafa de saquê.

 - Agora. – Avistou a atendente e logo já tinha quitado sua conta.

{...}

As ruas ainda estavam cheias, musica soava de algum lugar que Sakura não podia enxergar, ao seu lado Naruto ainda estava emburrado reclamava o tempo todo que queria ir embora o mais rápido possível. A rosada não podia discordar de seu amigo, também estava cansada.

Precisava de um banho, e talvez dos lábios de seu marido.

Arrastou o Uzumaki para a grande construção central, onde imaginara que seu marido e seu professor estivessem. Um suspiro de alivio escapou de sua boca ao avistar a grande planície e todos os Kages ali presentes.

Antes que pudessem alcança-los, virou-se para o loiro.

 – Naruto, para todos aqui você é um herói, comporte-se como tal. – Ajeitou os cabelos desgrenhados e as vestes tortas do companheiro de equipe – Ou melhor, acene com a cabeça e não diga nada. Pode fazer isso?

Assim talvez ninguém percebesse que o Herói da Folha tivesse passado todo o tempo livre em um bar qualquer.

- Eu sou Uzumaki Naruto, e posso fazer qualquer coisa! – Sorriu confiante e apontou para o próprio peito.

- Ótimo.

Voltaram para o encontro entre Kages, pode notar que o Tsuchikage – tanto o antigo, como o atual – conversavam com a Mizukage, afastados de todos. Gaara e Kakashi estavam trocavam palavras com o marido de Mei.

Sakura não deixou de notar a elegante mulher acanhada perto do Hokage. A mulher a intrigava.

- Finalmente apareceram! – O Hatake sorriu com o olho visível plissado.

A Haruno cumprimentou a todos e tomou parte ao lado do Kazekage, Naruto um pouco desnorteado aproximou-se do professor.

- É um prazer finalmente conhece-los, ouço muitas histórias sobre os novos sannins. – Maeda Tatsuo tinha um sorriso fácil e bonito, reparou.

- Espero que todas estejam ao alcance de suas expectativas. – Sorriu de seu gracejo e Kakashi a acompanhou.

- Sem dúvidas. – O homem voltou sua vista para onde a Mizukage estava em pequena reunião com o Kage da Pedra, e por um momento Sakura pôde perceber um brilho nos orbes castanhos que poderia jurar que era ciúmes.

Achou graça e notou que não fora a única, a mulher ao lado do Hatake carregava um sorriso desdenhoso nos lábios pintados de rubro, e quando finalmente percebeu que estava sendo fitada logo tratou de disfarçar.

- É um prazer revê-la, Sakura-san. – Notou a confusão do rosto da Haruno, e sorriu explicando – Trabalhamos juntas na guerra. No batalhão médico.

Constrangimento passou por sua expressão, de todas as pessoas no mundo tinha de se esquecer logo da filha do Tsuchikage?!

- Em tempos de caos detalhes passam despercebidos. – Kakashi percebendo seu embaraço, veio a seu socorro.

- Oh, é claro. Completamente compreensível. – Sorriu novamente e estendeu sua mão – Então me deixe apresentar-me novamente. Ryōtenbin no Reiko, médica-nin de Iwagakure.

- É um prazer conhece-la, Reiko-san. – Aceitou seus cumprimentos, e reconheceu que estava diante de uma verdadeira diplomata. Muito bem educada, e treinada.

Ela parecia gentil o suficiente para ganhar sua confiança, e isso era perigoso.

- Está quieto rapaz! – Tatsuo bateu nas costas de Naruto, de maneira descontraída e amigável – De todas as histórias que ouvi, nenhuma delas dizia que era tímido. Na verdade, era ao contrário.

Mais uma vez servindo de pacificador, Kakashi interveio com algumas histórias do Time 7 – Para ele era bem óbvio que o pupilo havia exagerado nas doses de saquê. Naruto por sua vez tentava manter as próprias pernas firmes, e buscava compreender todas as palavras sujas que Kurama soltava em sua mente. Ou seria a sua própria mente com desejos de voltar para os aconchegáveis braços de sua adorada Hinata-chan?!

Provavelmente não saberia responder a isto pelo resto do dia. Dia que graças a Kami já estava acabando.

{...}

- Estou cansada.

O dia tinha sido cheio, e agora voltavam para Suna sem pausa para descanso em mais de três horas. Seus pés estavam latejando e sua coluna implorava por um colchão macio. Também parecia que era a única que estava desconfortável ali, Gaara estava onipotente como sempre, e os demais ninjas – a guarda pessoal de seu marido – pareciam tão inabalados quanto.

Talvez estivesse mesmo enferrujada, e isso era vergonhoso.

- Há uma estalagem em alguns quilômetros, podemos fazer uma pausa lá, se estiver de acordo.

- Eu gostaria, obrigada.

Gaara assentiu e avisou seus subordinados sobre a mudança de curso, e em poucos minutos estavam diante de um casarão bonito e imenso. Havia flores de todos os tamanhos e cores no jardim, acompanhadas de uma fonte majestosa, uma cadeia de frondosas árvores serviam como um muro natural, impedindo olhares curiosos para o interior do terreno. Uma pequena placa avisava que se encontravam quartos vagos.

Parou por um instante para apreciar a vista tão bonita, sorriu ao lembrar que Ino mataria para ter um jardim daqueles.

Por um momento sentiu suas veias congelarem ao sentir o toque do ruivo em suas costas, guiando-a para dentro da estalagem. Não notou mais a guarda oficial atrás deles, e até virou a cabeça para tentar encontra-los, porém não havia mais ninguém, apenas ela e Gaara.

- Onde estão todos?

- Continuaram para Suna. – Respondeu ainda ser parar de toca-la.

- Achei que a guarda deveria ficar com você até o fim do trajeto. – Suas mãos começaram a suar um pouco, e ela percebeu que sua boca começara a soltar qualquer bobagem, o que normalmente acontecia quando estava nervosa.

- Bem, eu dito as ordens.

Sakura apenas pôde assentir. Talvez, só talvez, ela ainda ficasse assustada ao se dar conta de que realmente estava ao lado de um Kage. Céus, ainda mataria Kakashi por coloca-la nessa situação!

Na recepção estava uma senhora baixinha, de cabelos grisalhos e firmemente presos, olhos escuros e amorosos. Parecia ser uma típica vovó que dava doces escondidos para os netinhos. Sakura sorriu, a vovó parecia ser uma boa pessoa.

- Queremos um quarto. – Gaara com sua sempre voz séria tomou parte da situação.

- Konnichiwa! Nós possuímos acomodações excelentes para casais, desde tradicionais a suítes especiais – A vovó não abalada pelo tom de Gaara continuou a sorrir, sua voz era de alguém cansado pela idade, porém bonita – Mas particularmente acho que o jovem casal ficará melhor na suíte imperial, é a melhor que temos.

Sakura sorriu sem graça para a senhora, gostaria de dizer que passariam somente à noite e logo de manhã retornariam para Suna. Seria absurdo pagar por algo extremamente caro – algo chamado “suíte imperial” não soava como algo exatamente barato – para nem ser desfrutado.

- Ficaremos com esta. – Gaara respondeu pelos dois, e Sakura inda surpresa tentou alertar o marido com um discreto cutucão de cotovelo.

Como sempre, ele não lhe deu atenção.

A senhora virou-se para o quadro de chaves pendurado na parede, pegou a maior e a única dourada que havia ali. Colocou-a sobre o balcão e alcançou uma prancheta marrom com vários papeis fixados.

- Pretendem ficar quantos dias?

- Ficaremos apenas esta noite – Sakura apressou-se a responder.

- Três – a voz de Gaara soou forte sobre a sua.

A senhora riu um pouco e fez um movimento no ar com a caneta.

- Eu preciso de um número exato.

A rosada ainda um pouco chocada para dar ouvidos para a vovó simpática. Desde quando Gaara era impulsivo?! Três dias longe de Suna, sem nenhum motivo aparente? Isso era de fato, muito, muito estranho.

- Três.

O restante da conversa fora curta e objetiva, preços e horários. E sim, “suíte imperial” era algo realmente caro. A senhora feliz pela negociação os entregou a chave ostentosa e um pequeno memorando contendo todos os horários e serviços que a estalagem oferecia, ainda perguntou se precisavam de ajuda para as bagagens, e como um perfeito macho alfa Gaara negou e tratou de carrega-las sozinho.

Foram guiados através de corredores decorados com vasos de rosas e um papel de parede neutro, tudo ali parecia resplandecer classe, e Sakura começou a imaginar como seria a suíte que ficariam hospedados. A guia ia contando a história do local e de como eram a melhor estalagem da região, muito procurada pelos habitantes de Iwagakure. Passaram por uma porta de correr e Sakura pôde contemplar a vista externa, e era algo realmente de encher os olhos.

- Por ser um país pequeno o País do Pássaro, entre a Pedra e o Vento, conseguiu reunir o melhor dos dois países em um só. Temos como vista a incrível cadeia de montanhas da Pedra e o clima quente do Vento, tornando assim nosso pequeno país uma rota de passeio perfeita em qualquer época do ano.

- Com licença – Sakura teve de interromper o discurso animado da senhora da recepção – Mas nosso quarto não fica dentro da casa?

- Oh não – A senhora continuou andando com passos calmos – A suíte imperial fica na parte norte, assim nossos hospedes podem ter mais privacidade.

Tentou controlar a vermelhidão de suas bochechas aos se dar conta de qual tipo de privacidade os hospedes queriam naquela suíte. Seus olhos traidores logo caíram em Gaara, que estava um passo a frente.

Não tornou a fazer perguntas, e passou a observar ao seu redor e reparou que havia outras construções menores espalhadas e no centro havia um grande lago ornamentado com uma ponte vermelha em arco.

Tomaram um caminho de pedra para chegarem ao que parecia ser um pequeno palácio ocidental. Vermelho e dourado ocupavam toda a decoração exterior, grandes pinheiros completavam a visão impressionante. Havia ali outro lago, onde vigas que sustentavam uma varanda estavam submersas, de modo que parte do palácio ficava sobre a água escura.

O lugar realmente valia o preço, Sakura não teve como discordar.

- Isto é incrível – Sakura murmurou encantada.

- Obrigada, a família de meu marido foi quem construiu tudo isto. – A senhora que Sakura ainda não sabia destrancou a porta e entregou o memorando para Gaara – Desfrutem a estadia e não hesitem em me procurar em caso precisem de alguma coisa.

E com uma mesura afastou-se e tornou para o caminho de volta para a construção principal.

O lado de dentro era tão bonito quanto o de fora, quadros de gueixas, vasos de porcelana e leques estampados davam um ar especial, havia grandes janelas e velas aromáticas espalhadas por todos os cômodos, que eram um total de três.

Com a animação de uma criança a Haruno correu para ver todas as partes da “suíte”, cada cômodo era melhor e maior que o outro, o banheiro parecia um sonho: grande, espaçoso e cheirava jasmim.

No quarto Gaara depositava as bagagens sobre a cama, parecia calmo e nenhum pouco impressionado com todo o luxo que o rodeava, Sakura deu os ombros, ele era um Kage, devia ser acostumado.

- Este lugar é lindo, mas por que vamos ficar três dias? Suna não vai ficar com problemas?

Vacilou em perguntar, mas a dúvida já estava a deixando intrigada. Mesmo que tentasse encontrar uma resposta para o ato inesperado, e acredite Haruno não parou de pensar sobre isso durante todo o trajeto da recepção até a suíte, mas não conseguiu.

O ruivo continuou a abrir as malas, inexpressivo. Alguns segundos depois ele finalmente a fitou e com toda a calma e serenidade que um dia Sakura também gostaria de ter, respondeu:

- Ouvi dizer que é uma tradição um casal viajar logo depois do casamento, algo chamado “Lua de Mel” ou algo do tipo, nós não fizemos isso. E não é como se Suna fosse entrar em colapso porque fiquei três dias fora.


Notas Finais


Não, isto não é um genjutsu, eu realmente atualizei Intimidade!
Primeiramente eu devo desculpas a todos, eu não pretendia ficar tanto tempo sem postar, porém aconteceram certas coisas na minha casa que impediram que eu sentisse vontade de escrever, e quando eu escrevia algum trechinho eu achava uma grande merda e apagava, esse capítulo foi reescrito umas quatros vezes! E ainda não gostei do resultado final -.-
Eu sei que é horrível esperar por atualização de fics que gostamos, isso também acontece comigo, porém eu imploro que vocês tenham paciência, é chato eu sei, mas tenho que pedir isso. Eu recebi uma mensagem de alguém, que não vou citar quem e em qual site, por motivos óbvios, mas acontece que era um mensagem hostil ao meu ver, me chamando de coisas que não muito agradáveis e pedindo por atualização. Eu tenho motivos para não ter atualizado, eu acho que a pessoa deveria levar isso em conta, invés de chegar e intimar.
Eu peço a compreensão de vocês.
Bem, é isso, essa nota já ficou gigantesca, haha!

Beijos e até o próximo.
AHH, eu irei responder os comentários logo após postar o capítulo :)


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