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História Intrusa - Quem está ai? É você Satanás?


Escrita por: Lightside

Notas do Autor


- Olar! Como estão? Espero que bem, hehe.

Cá estou eu com mais uma one-shot levinha e divertida com tema família multiespécie <3

Espero que vocês gostem tanto quanto eu. Sem mais delongas, boa leitura :)

Capítulo 1 - Quem está ai? É você Satanás?


Fanfic / Fanfiction Intrusa - Quem está ai? É você Satanás?

É fácil entender por que os gatos despertam sentimentos de antipatia nas pessoas.

Um gato se mostra sempre bonito; sugestionando ideias de luxo, limpeza e prazeres voluptuosos.”

 

Charles Baudelaire

 

 

Não consigo entender por que o humano trouxe essa estranha para dentro da nossa casa.

Essa mulher sem modos tem uma mania irritante de deixar suas roupas espalhadas pelo chão. Chega a ser frustrante ter que andar por cima delas, pisando nelas como se fossem móveis descartáveis. Ela fala alto demais, é barulhenta, e não sabe comer de boca fechada. Até para dormir, essa insolente consegue ser desprezível, interrompendo meu sono todas as noites com a sinfonia do seu ronco. Até um porco no curral seria mais educado do que ela. Além disso, essa criatura sórdida deixa a toalha úmida sobre o braço do sofá, onde normalmente me aconchego.

Ele a chama de Rey, mas eu a detesto com todas as minhas forças.

Uma humana ridícula como ela não merece estar no mesmo espaço que o meu.

Quando ela passa pela porta, uma onda quente e raivosa percorre minha pele, eriçando os pelos do meu pescoço até a ponta do meu rabo. Eu sibilo uma ameaça, mas ela me repele com uma mão, como se a casa não fosse minha e como se ela não fosse uma intrusa.

Rey é uma humana de estatura mediana, uma criatura esguia e insignificante, que não pode em hipótese alguma ser considerada uma predadora. Seus cabelos castanhos estão quase sempre presos de forma infantil, e não entendo o que meu humano vê de atraente nela. Eu a vejo como uma incógnita patética e imperturbável, mas que, por alguma razão misteriosa, ele parece gostar. Mas isso não muda a minha opinião.

No começo, essa invasora tentou me subornar com petiscos e afagos, mas não me rendi. Compreendi logo sua intenção e, orgulhosamente, arranhei seus braços finos, recuando para o sofá enquanto ela resmungava e reclamava com o humano. Foi como se ela estivesse tentando uma negociação, tentando me convencer de que a sua presença na minha vida não era algo tão intrusivo. Mas eu sabia o que ela queria — conquistar meu território.

A partir daí, Rey soube que sua presença torpe não seria ignorada por mim, que estava determinado a dificultar sua vida.

A rotina tornou-se algo assim: ela chegava perto, eu sibilava e mostrava as presas. Entre mordidas e arranhões, fiz com que ela entendesse que estava invadindo um território perigoso, que, apesar de ter um humano meio desajeitado, ainda assim, este lugar era meu.

Os humanos não são muito inteligentes, seja por vontade própria ou por pura preguiça, e preciso constantemente lembrá-la de que ela não pode fazer o que bem entender enquanto estiver aqui, no apartamento que o humano chama de seu, mas que, na verdade, pertence a mim. O humano que me alimenta, me cuida, que me dá carinho, que me ama. Não ela.

[...]

Eu também a detesto por sua postura de superioridade, algo tão lamentável para um ser humano. Ela sabe caçar? Sabe se equilibrar ao cair de um lugar muito alto? Tem boa audição ou senso de percepção? Não.

O que ela pode fazer, afinal?

A observo gargalhando sentada no sofá, totalmente entretida pela televisão. Sinceramente, a considero uma inútil para sua espécie. Mesmo assim, ela me encara como se eu fosse um inseto e demonstra uma confiança estúpida e exagerada em si mesma. Ela não tem a mínima ideia do que é viver de verdade, de lutar pela sobrevivência.

Às vezes, quando meu humano está no quarto se arrumando para sair com essa mulher vil e repulsiva, salto para cima da estante de livros e fico ameaçando-a silenciosamente com o olhar. Ela percebe, me vê, sorri e se aproxima com as mãos na cintura, tentando parecer desafiadora, mas seu comportamento é digno de uma criatura patética.

Nós dois estreitamos os olhos. Ela começa a tagarelar, como sempre, tentando disfarçar o medo.

— Escuta aqui, pulguento, quando me casar com Ben, você vai dançar na minha mão.

Não sei o que significa casar ou dançar na mão de alguém, os humanos possuem muitos hábitos estranhos e sem sentido, mas imagino que ela esteja me fazendo ameaças, então mostro minhas presas e arranho seu tornozelo. Em contrapartida, ela me chama de Satanás. O nome que ela me dá, é como um pequeno troféu de resistência.

Finalmente, o humano aparece e, percebendo meus pelos eriçados, me repreende com uma expressão dura, pedindo para que eu deixe Rey em paz. Ele não entende, não sabe o que é ser invadido dessa maneira.

Ela zomba de mim, e, enquanto ele se afasta, rio por dentro, imaginando que, em uma boa oportunidade, gostaria de enfiar minhas garras em seu rosto.

[...]

Há momentos em que a odeio mais do que posso imaginar, especialmente por fazer meu humano chorar. Embora ele seja um homem forte, é imbecil demais. Ele sempre se deixa manipular, sempre sucumbe aos encantos da mulher que só trouxe caos para a nossa vida. E, apesar de sua estupidez natural, ele é bom para mim. Despeja ração na minha tigela sempre que começo a miar, e quando volta do mercado com sacolas que fazem um barulho irritante, sempre me alimenta com leite e sachês.

Quando a maldita humana não está conosco, ele me deixa saltar em suas coxas e acariciar-me lentamente, por um longo tempo. Ah, como me sinto seguro nesse momento de carinho.

Meu humano se chama Ben. Ele é carinhoso e tem um coração grande. Desde que me pegou nas ruas, ainda filhote, me cuidando como se eu fosse sua própria cria, nossa conexão foi instantânea.

Eu gostaria que fossemos apenas nós dois para sempre. Só nós dois. Mas essa mulher apareceu, e, de repente, minha vida se tornou um sofrimento sem fim.

[...]

O ódio parece ter se enraizado em mim. Mesmo agora, depois de cinco anos, continuo odiando essa humana que mora conosco. O apartamento virou um lugar de suas coisas, de seu cheiro, de sua presença. O humano parece gostar disso. Ele passa tanto tempo com ela. Eu o observo de longe, deitando na minha cama, enquanto vejo ele ficar de joelhos, com a cabeça apoiada na barriga dela. Não entendo o que isso significa, mas sei que Rey está esperando filhotes. Filhotes humanos que tornarão minha existência ainda mais caótica. Eles irão me puxar pelo rabo e esmagar meu corpo com abraços desajeitados.

Mas, de alguma forma, eu a perdoo.

[...]

Pelas manhãs, ela se levanta desconfortavelmente da cama, se arrasta até a cozinha, abre o pacote de ração e despeja uma porção generosa na minha tigela. Enquanto como, percebo uma centelha familiar de carinho em seu olhar. E, pela primeira vez, algo dentro de mim se acalma. O ódio diminui, mas nunca desaparece completamente.

O humano, que já não é só meu, afaga minhas costas. Em resposta, ronrono para ele. Ben fala comigo e me coloca no colo. Ouço a voz irritante de Rey cantarolando desafinadamente alguma coisa enquanto prepara o café.

Essa mulher é deplorável, e ainda continuo a odiá-la por ser uma intrusa na minha vida. Mas, se ela faz meu humano feliz, por esse motivo, eu posso tolerar sua presença.

Ainda que a presença dela me incomode, eu a aceito. Porque, no final das contas, meu humano é feliz. E, se ela faz meu humano feliz, eu vou sobreviver com ela — só por mais um tempo.


Notas Finais


Muito obrigada por ler e favoritar a história <3

Ah, venha conferir minhas outras one-shot sobre os ships de Star Wars:

✰ Reylo:

Crossover de Rey e Kylo no Universo de Harry Potter:

https://www.spiritfanfiction.com/historia/10-razoes-para-odiar-rey-qira-19181760

UA - temática dança:

https://www.spiritfanfiction.com/historia/dance-comigo-19411775

UA - temática sonho:

https://www.spiritfanfiction.com/historia/astronaut-11549213

✰ Anidala:

UA - temática signo de Áries + casamento:

https://www.spiritfanfiction.com/historia/ariano-19409088


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