Pov. Bella
Desacreditada, era assim que eu estava. Tinha me casado com o Edward, um sonho realizado. Estávamos a caminho da nossa lua de mel, não sabia onde iríamos. Edward não quis me dizer. Era segredo. Embarcamos no avião e logo peguei no sono.
— Bella? Acorda, anjo. - Edward disse logo depois de beijar minha testa.
— Acordada, hey. - O beijei levemente nos lábios. Pegamos um táxi, e olhando em volta percebi onde estávamos. - Rio de Janeiro, uau. Tão belo.
— Sim, meu amor, mas só estamos de passagem, ainda não chegamos ao final de nosso destino.
Nosso táxi nos deixou na costeira, onde um lancha estava preparada para nós. Tudo era um breu. Não via nada além do céu estrelado e uma enorme lua cheia. Foi com o passar dos minutos, que consegui avistar pequenas luzes que iam se aproximando até formarem uma espécie de trilha. Como num luau. Estávamos indo para um ilha.
— Bem vinda a ilha Esme, senhora Cullen. - Foi assim que saí de meus devaneios. O lugar era maravilhoso. Edward, como um bom cavalheiro, deixou as malas no hall e me pegou no colo. - Como manda a tradição. - Disse em meio a um sorriso, e logo depois desceu seus lábios nos meus, num beijo leve. Que droga, ele nunca me beija como devo ser beijada, um beijo de verdade, um beijo ardente. Pô! É nossa lua de mel. Mas não seria assim por muito tempo, logo logo seria uma vampira também e dividiríamos a eternidade.
— Eu te amo, Edward Cullen. - Disse. Devia estar com o olhar mais bobo apaixonado do mundo.
— Eu te amo, Bella Sw… Cullen. Topa um banho de mar? - Jamais poderia recusar nada aquele olhar pidão.
Nossa primeira noite de amor foi um sonho. Ter Edward ali, me fazendo mulher foi a sensação mais inexplicável do mundo. Senti-lo junto a mim, em mim. Ele era perfeito. Não podia estar mais feliz, mais apaixonada. Mesmo em meio a beijos cálidos, foi a noite mais perfeita da minha vida. Edward Cullen abençoada sejam seus pais, pois deram a luz a um deus Grego.
Acordei no outro dia com o corpo todo dolorido, tinha alguns hematomas, e um leve desconforto em meu baixo ventre, mas nada que não tivesse previsto. Sabíamos dos riscos. Porém Edward sendo Edward se negou a me tocar, se sentindo culpado. Ele não percebeu que não me importei? Que tudo foi maravilhosamente perfeito pra mim?
Então se passaram os dias, 13 dias de lua de mel. Passeios pela ilha, mergulhos, trilhas, jantares ao luar, jogos, mas sexo que é bom? Nada. Sempre as mesmas palavras “Não, Bella, não posso te machucar de novo.” Juro por Deus que ele estava me tirando do sério.
Mas hoje eu o seduziria, ou não me chamo Isabella Cullen. Ah como eu amava a Alice e ainda mais as roupas que ela colocou em minha mala. Escolhi uma camisola preta rendada, curta, diria até um pouco sexy demais, mas e aquilo ficou perfeito em mim.
Me deitei. E como previsto Edward veio logo depois de mim. Deitei no seu peito e comecei a subir a mão por sua camisa, como sempre ele segurou minha mão, insisti.
—Vamos lá, amor. Por favor. - Sussurrei baixinho com voz de choro. E como diz meu amigo Lope de Vega “Não há no mundo palavras tão convincentes como as lágrimas” Não bastou mais nada para ele ceder. Se da primeira vez foi bom, essa foi mil vezes melhor. Dormi agarrada no seu corpo frio.
Acordei já no fim da manhã. A cama estava vazia. Me levantei e reparei num papel dobrado em cima da mesinha.
“Bella
Fui ao continente caçar volto antes de acordar
Com amor,
Edward C.”
— Está atrasado. - Amassei e joguei no lixo do banheiro.
Como não tinha o que fazer, e estava quase na hora do almoço, fui a cozinha preparar algo pra comer. Tinha frango na geladeira, e é que eu decidi comer.
Sentei na mesa e comecei a devorar aquilo, estava tão bom. Até me dar um forte enjoo. Saí em disparada pro banheiro, e lá se foi meu almoço. Fiquei debruçada na privada por uns bons minutos, até que sinto uma mão em meu ombro.
— Bella? - Sua voz soava preocupada.
— Você não precisa ver isso. - Mas de nada adiantou.
— Na saúde e na doença, lembra? - Dei uma leve risada.
— Pega minha bolsa pra mim? - Pedi e ele prontamente trouxe. Comecei a procurar o remédio pro estômago e vasculhando a bolsa achei algo que me assustou. Absorventes. Meu Deus! 14 dias de casada, vivendo numa bolha e me esqueci de minhas necessidades, me esqueci de ser humana. Minha menstruação estava atrasada.
Espantada, me levantei e parei em frente ao grande espelho do banheiro. Meu corpo estava diferente. Sempre fui magrela, magra até demais, porém hoje eu aparentava estar mais cheinha. Não pode ser. É um milagre. Lágrimas me desceram aos olhos, e um sorriso enorme me surgiu nos lábios.
— Bella? O que aconteceu? Porque você esta chorando? Está sentindo dor? - O tom de preocupação dele chegava a ser fofo.
— Está tudo bem, amor. Bem até demais. São lágrimas de felicidade. Isso só pode ser um milagre.
— O que aconteceu, Bella? Diga. - Ele insistiu.
— Edward, eu acho que eu estou grávida. - Disse. E senti algo se mexer dentro de mim.
— Não, Edward, eu não acho, tenho certeza. Eu estou grávida! Não é uma maravilha? - Perguntei e meu sorriso desmoronou no momento em que eu olhei para seu rosto. Edward estava com uma expressão de frieza que só vi poucas vezes, por exemplo, quando o mesmo matou Victória. Um rosnado saiu de sua garganta, e com o susto tropecei em meus pés caindo pra trás.
— Como você pode fazer isso comigo, Isabella? COMO PODE? - ele gritou.
—Fazer o que, Edward? Eu não entendo. - Lhe respondi num fio de voz. Medo, era isso que eu sentia.
—ME TRAIR! NÃO FUI BOM O SUFICIENTE PRA VOCÊ? Então a melhor saída que achou foi se esfregar em outros? Foi a única solução que achou? Era isso que você queria comigo? Já deu pro lobo e agora quis experimentar o vampiro? E todas aquelas juras de amor, também eram mentiras? Você não... - Ele iria continuar mas o cortei.
— CHEGA EDWARD! - Não sei de onde arrumei forças, mas meu grito fez resetar. - Você pode falar tudo o que quiser sobre mim, mas nunca duvide do meu amor por você. Eu já ter dei provas mais que claras dele. Eu nunca te trairia, eu te amo, droga.
— Pare de mentir. PARE DE MENTIR PRA MIM. - Ele estava fora de controle, nunca o tinha o visto assim. - Quer saber? Eu achei que você fosse diferente, Isabella, mas não passa de uma vadia. - Quando ele disse isso, fiquei estática. Como ele pode? Como pode dizer essas palavras para mim. Comecei a chorar copiosamente, quando voltei realmente a mim já estávamos aterrissando em Forks.
Todos os Cullen estavam lá. Edward ia entrando num dos carros, mas com o pouco de dignidade que me restou, segurei em seu braço chamando atenção dele.
— Me escuta bem, porque essa é a ultima vez que vai me ouvir dizer isso. Rezo pra que seja a ultima vez que vai me ver também. Eu te amo, Edward Cullen. Te amo mais que a mim mesma. Mas amor não é o suficiente. Espero que não volte atrás com o que disse, pois mesmo tendo meu amor, perdeste todo o respeito que tinha por você quando me disse todas aquelas palavras. E mais, que saber, Cullen? Você não passa de um cretino, de um burro. Quando se tocar da burrada que cometeu, não perca seu tempo vindo atrás de mim, muito menos do meu bebê. Seu filho, acredite você ou não. - Reparei na expressão de Rose quando mencionei o bebê. Seu rosto se iluminou. Vi um brilho em seu olhar. - Edward permaneceu sem expressão alguma, mas havia raiva em seu olhar, ele já estava se virando de novo. - E Edward – Eu lhe chamei a atenção, ele me olhou. - Espero que queime no inferno. - Mostrei o dedo do meio. Eu estava destruída por dentro, mas não iria dar o gostinho dele me ver pela última vez com cara de choro.
— Adeus, Cullen. - Eu disse e me virei.
Esme e Carlisle me ofereceram uma carona, recusei. Preferia ir de táxi. Se ficasse mais um momento perto deles tinha certeza que iria desabar em lágrimas. Guardei a minhas malas e fui rumo à La Push, tinha certeza que Jake iria me ajudar, me enganei.
*Flashback on*
Quando cheguei já se passavam das 19:30. Corri direto pra casa de Jacob, bati na porta diversas vezes. Quando ele abriu pulei em seus braços e todas as lágrimas que segurei vieram a tona.
— Bella? O que faz aqui? Não estava no Brasil? - Ele perguntou surpreso. –O que faz aqui? Por que esta chorando? O que aquele sanguessuga nojento fez? - Ele me perguntou irritado.
— Estava tudo indo tão perfeitamente bem, Jake. Até que descubro que estou grávida, grávida, Jake. Edward não acreditou que é dele ele me acusou de traí-lo. Eu preciso de ajuda, preciso de você. - Quando disse “grávida” ele ficou estático, seus braços que estavam em volta de mim caíram e ele começou a tremer.
— Jake? O que aconteceu? - Eu perguntei um pouco confusa.
— Tudo, Bella, aconteceu tudo. Eu não posso te ajudar, não estando grávida de um demônio. - Ele me disse antes virar as costas e adentrar na floresta.
*Flashback off*
Depois daquele episódio com Jacob, fui andando pra casa estava morta de cansaço.
Peguei a chave no vasinho que tinha no hall de entrada e abri a porta, deixei as malas na sala e escrevi um bilhete para Charlie.
“Pai não se assuste, eu estou em casa
Quando chegar provavelmente vou estar no meu quarto
não me faça perguntas, por favor.
Bella Swan.”
Subi as escadas e fui direto para o banheiro, tomei um banho e por incrível que pareça minha barriga já estava um pouquinho maior. Coloquei um pijama quentinho e me deitei na cama. Dormi pensando no meu único motivo para continuar viva, meu fruto de amor, meu pequeno cutucador…
Pov. Rosálie
Nos mudamos para o Alasca á uma semana, logo após ver Bella pela última vez. Bella, minha irmã. Sei que é estranho falar dela assim, mas eu a amo. Só preferia manter distancia, não queria que ela tivesse o mesmo destino que eu. Sem filhos, incompleta. Mas desafiando tudo que acreditávamos lá estava ela, grávida de Edward. Sim, eu sabia que era dele.
Todos duvidaram de Bella, até Alice que se julgava melhor amiga dela, todos menos eu. Tinha certeza de que ela nunca o trairia.
Edward? Bom, aquele é um caso perdido. Se pensam que ele ficou trancado no quarto chorando e remoendo pela Bella, erraram. Ele mal chegou e já foi se engraçar com a vadia da Tanya. Como um bom cretino que ele é. A família inteira tinha ido a casa dos Denali, menos eu e Emmett. Tínhamos tomado nossa decisão, vamos voltar para Forks, pra Bella. Ainda não contatamos a família, mas já está tudo certo, malas prontas e tudo mais.
Quando chegar lá irei abraçar Bella e pedir perdão. Sempre que ela precisar de uma amiga eu vou estar lá. Sempre que ela cair eu vou lhe estender a mão. Quando Bella não puder cuidar do bebê, vou estar sempre a disposição. Sempre que ela se sentir só eu vou abraçá-la bem forte, olhar o fundo dos seus olhos e dizer:
—Eu estarei sempre aqui, irmã.
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