História Jujutsu kaisen (gojo e leitora) - De volta

Eu trilhava aquele mesmo caminho depois de um longo tempo. Eu havia chegado ali com apenas 3 anos, tinha uma mente pura e ainda confusa. Porém, agora volto com 26 e com uma mente escura e assustadora. Foi aqui, na academia de jujutsu, que eu cresci e aprendi a ser uma das melhores feiticeiras da minha geração!! 

Eu havia olhado para frente e um grupo animado estava vindo em minha direção, saindo da academia. Então baixei meu olhar e segui em frente sem ao menos ver quem se tratava, não queria conversar com ninguém agora 

Gojo: s/n?

Aquela voz familiar soou alto em meu ouvido assim que passei pelo grupo. Sua voz fez meu coração tremer por completo, como eu havia sentido saudade. Com um sorriso simpático viro em direção a ele acenando de forma engraçada

Gojo: caramba, é você mesmo 

S/n: quem mais poderia ser? 

Sem esperar que ele reagisse, pulo em seus braços fortes, que agarraram minha cintura e não me deixaram cair. Eu e o gojo nós tornamos feiticeiros de jujutsu juntos a um tempinho atrás. Somos bem unidos, na verdade éramos até eu decidir ir atrás do meu passado. Mais o fato dele estar sorrindo e ter correspondido meu abraço já me deixa bem feliz e tranquila, ele não parecia ter mudado. 

Megumi: s/n-sensei!! 

S/n: aahh megumi-chan

Falo me soltando do satoru e apertando o megumi, suas bochechas ficaram tão vermelhinhas. Atrás dos meninos consegui ver uma menina e outro menino me olhando com uma completa expressão de confusão

S/n: uh vocês eu não conheço!! 

Com um sorriso simpático volto meu corpo para os até então desconhecidos. A menina tinha cabelo curto, sua pele era clara e tinha um sorriso simpático e brilhante. Já o menino tinha cabelos rosados, pele também clara e parecia ser bem simpático e fofo. 

Gojo: são meus alunos!! Esse é o itadori yuuji e essa é a nobara kugisaki

S/n: olá!! Como vão?

Levo minha mão até a parte de trás da minha cabeça, estava meio sem graça

Nobara: olá sempai 

S/n: que roupa bonitinha 

Falo olhando ela de cima a baixo que corou na hora, que fofa 

Itadori: é um prazer sempai 

Sukuna: acalme seu coração garoto, talvez ela acabe escutando 

Uma boca com dentes pontudos se fez na bochecha do yuuji, a qual ele logo tampou com a mão. Ele era o famoso portador do sukuna? Que fantástico. Me aproximo do mesmo olhando fixamente em seus olhos, ignorando seus pedidos de desculpa exagerados 

S/n: então você é o portador do sakuna?

Itadori: s-sou 

Eu estava tão perto que podia sentir sua respiração rápida em minha pele

S/n: interessante

Sukuna: sei que sou 

Dessa vez ele não tampou a área em que a boca apareceu, talvez estivesse desesperado com a minha aproximação repentina, pra falar a verdade todos ali pareciam estar. Passo meu dedo gelado em sua bochecha, o qual entrou em contraste com sua pele quente

S/n: é um prazer sukuna!! 

Sukuna: pode deixar que o prazer fica por minha conta 

Solto uma risada alta e me afasto deixando o itadori mais confortável de imediato. Gojo me olhava de forma desconfiada 

S/n: também é um prazer te conhecer itadori-chan!! Vocês parecem ocupados, então eu já vou indo 

Me viro para ir embora porém uma mão agarrou meu pulso. Meu coração pareceu se agitar com aquilo 

Gojo: vocês, vão andando na frente 

Ainda de costas para ele esperei até que o mesmo voltasse a falar

Gojo: estou ocupado agora, mais assim que eu estiver de volta 

Sinto ele próximo ao meu ouvido, sua próxima fala foi um sussurro que me fez arrepiar

Gojo: temos muito o que conversar

Ele solta a minha mão e o sinto tomar distância. Olho mais uma vez para o grupo, onde gojo já havia se aproximando e agora agitava os cabelos do itadori

S/n: isso vai ser divertido

Falo voltando ao meu caminho original. Aquele lugar estava exatamente do jeito que eu me lembrava, me dando uma sensação estranha de "de volta ao lar". Mais aquele não era meu lar, apesar de ter vivido boa parte da minha vida ali aquilo não me pertencia de tal forma. Pra falar a verdade eu nem sei o que é um lar!! Fui jogada aqui quando criança, aqueles que me receberam de boa fé não souberam me explica quem me jogou fora, então fui atrás de respostas. Passei 3 longos anos em busca dela onde as feridas em meu coração só aumentaram 

O local onde o diretor de toda aquela academia também não havia mudado o que só me deixou ainda mais estranha e sentimental. Bato três vezes na porta e depois de um "entre" abro a porta devagar. Ele me encarou com um sorriso assim que me viu 

Yaga: s/n!! Vejo que já está de volta 

S/n: já? Foram os 3 anos mais longos da minha vida!! Vejo que por aqui nada mudou 

Me jogo sentando em sua frente, tinha intimidade o bastante para agir assim  

Yaga: bom, aparentemente não!! Como foi? Achou suas tão esperadas respostas?

Achei, mais preferia não ter achado!! Porém optei por não tocar nesse assunto ainda proibido no meu coração

S/n: estou aqui para te pedir algo!!

Ele sorriu amigável e levantou de onde estava 

S/n: Eu por acaso poderia ficar aqui? Pode me deixar em qualquer quarto vago!! Prometo que vai ser temporário  

Ele estava de costas para mim me deixando um pouco nervosa, não pude ver sua expressão para me preparar antes da sua fala 

Yaga: chá? 

S/n: não, obrigada

Yaga: achei que você tinha voltado para ficar!! Vai embora novamente? Se for fazer isso converse logo com o satoru, ele não gostou nem um pouco de ser avisado da sua partida por mim 

S/n: não pretendo ir embora novamente!! Porém não posso abusar da hospitalidade desse lugar mais uma vez 

Yaga: não é abuso nenhum!! Aqui é sua casa

Minha casa? Agora mais do que nunca essas palavras tem um peso tão grande para mim. Aquilo chocou meu coração de um jeito que eu não imaginava

Yaga: temos quartos apenas no dormitório masculino 

S/n: não me importo com esse negócio de gênero

Yaga: o problema não é esse 

S/n: prometo não espiar os meninos 

Yaga: confio em você mais temo que eles ficaram desconfortáveis

S/n: claro que não!! Eles nem vão perceber minha presença

Yaga: tudo bem então

S/n: sou extremamente grata 

Faço uma reverência desajeitada e vou em direção a porta, porém antes de sair ele me chama. O escuto ainda de costas 

Yaga: s/n!! Sabe que pode conversar comigo não é? 

Viro com um sorriso simpático confirmando com a cabeça e voltando a seguir meu caminho. Como eu já sabia para onde ir não tive muito problema para achar meu novo quarto. Ele tinha uma cama de casal no centro, paredes cinza, algumas prateleiras vazias, um armário, uma bancada também vazia e um banheiro no canto

S/n: ah que saudade de dormir em uma cama de verdade

Largo minha mochila no canto indo em direção ao banheiro. Eu precisava apenas tomar um banho e dormir como a muito tempo eu não fazia. Porém me peguei olhando meu reflexo triste no espelho. Sinto as lágrimas descerem de forma rápida pelo meu rosto, minhas mãos seguravam a pia com força numa tentativa de segurar o peso do meu corpo fraco, porém alguns segundos depois eu já estava sentada no chão com a cabeça entre as pernas. Eu queria gritar, queria correr, socar alguma coisa.... Ou talvez o que eu realmente queria era um simples abraço

              ~quebra de tempo~ 

Depois de me recuperar com um banho demorado, me jogo na cama e logo pego no sono. Eu estava em um sonho tranquilo quando escutei a porta ser aberta e algo afundar no colchão ao meu lado. Em um movimento rápido e ainda de olhos fechados tiro a faca que estava de baixo do meu travesseiro e ataco o invasor. Abro meus olhos para finalmente o encarar, porém o que eu vejo é um gojo sorridente me encarando. Ele estava deitado na cama com as mãos na cabeça, já eu estava com minhas pernas ao redor do seu corpo, um das mãos me sustentando sobre ele e a outra segurando a faca em seu pescoço

S/n: caralho gojo!! Que susto 

Saio de cima dele sentando na cama. Ele levanta rindo um pouco e se posiciona na minha frente 

Gojo: eu quase morri e é você que está reclamando?

S/n: você poderia ter fugido, sei que poderia 

Gojo: poderia, mais você sempre me pega desprevenido gatinha 

Fala trilhando seu dedo pelo meu nariz 

S/n: gatinha é a sua bunda 

O empurro e ele solta uma risada alta segurando minha mão. Passamos uns momentos em silêncio, onde ele segurava minha mão e encarava meu rosto 

Gojo: estava chorando? 

Ele leva uma de suas mãos ao meu rosto o acariciando 

S/n: como os garotos foram hoje? 

Me afasto dele tirando sua mão do meu rosto e indo até a janela. O céu já estava escuro e com lindas estrelas brilhantes, aquilo me arrancou um suspiro 

Gojo: s/n eu te conheço...

S/n: você já sabe, eu fui atrás das pessoas que me jogaram fora!!

Gojo: e...

S/n: joguei 3 anos da minha vida no lixo, satisfeito? 

Gojo: se eu tivesse sabendo do que você iria fazer teria te impedindo

Era verdade, eu optei por não contar a ele. Em um dia estávamos treinando como de costume e no outro eu havia sumido. Não me arrependo dessa decisão!! acho que me despedir dele, mesmo sabendo que seria temporário, seria doloroso demais. 

S/n: eu realmente não quero falar sobre isso!! Não quero ter aquelas memórias horríveis tomando a minha mente, espero que me entenda

Gojo: eu entendo!! Irei esperar, até que esteja confortável

Dirijo meus olhos para ele que ainda estava sentado na cama me olhando. Ele sorriu e passou a mão no cabelo, ok!! Ele sabe dos meus pontos fracos 

S/n: então, você tem um aluno que e portador do sakuna?! 

Gojo: ah o yuuji... Você pareceu gostar dele 

S/n: ele é incrível não?! Quantos dedos ele já comeu? 

Gojo: 4 

S/n: fantástico

Gojo: você pode voltar? 

Ele deu batidinhas na cama ainda com o típico sorriso fofo. Eu poderia ter mudado o máximo possível mais nunca vou conseguir superar esse cara. Sento no exato local que ele bateu 

Gojo: eu estava com saudade!! E pode por favor me avisar da próxima vez que você decidir ir embora? 

Abraço sua cintura encostando minha cabeça no seu peito, suas mãos rodearam meu corpo e o apartaram um pouco

S/n: tudo bem 

Gojo: tenho um trabalho para as crianças amanhã, você também pode vim se quiser

S/n: tenho escolha? 

Gojo: não e fico feliz que ainda me entenda muito bem 

S/n: eu não entendo nossa amizade!! Tenho mais força que você, então você deveria seguir o que eu digo e não o contrário

Gojo: bem, pra falar a verdade você quase nunca segue o que eu digo e todos sabem que eu sou o mais forte, consigo te ter em minhas mãos quando quiser 

Ele me largou e se pós de pé. Com um sorriso de canto ele tirou a venda dos seus olhos me deixando totalmente estagnada. Seus olhos azuis me deixavam totalmente sem ar, era como uma hipnose, não conseguia desviar o olhar nem por um segundo. Seus cabelos platinados se agitavam com o vento vindo da janela, o que só complementava a linda visão. Ele veio pra cima de mim tão de repente que eu nem tive tempo de respirar, seu braço estava precionando meu pescoço e ele estava tão perto que seus cabelos encostavam na minha testa 

Gojo: só preciso disso para te ter em minhas mãos

Meus olhos pela primeira vez se deviaram dos seus e pararam em sua boca. Eu a queria na minha...

Gojo: o que vai fazer gatinha? 

Eu não posso deixar que ele me domine desse jeito, preciso de algo para reverter a situação. Ele passou o dedo indicador pelo meu rosto, essa era minha chance. Com um golpe rápido o derrubo ao meu lado, ficando em cima do seu corpo. Porém ele também foi rápido e se levantou, fazendo com que eu estivesse sentada em seu colo olhando diretamente para seus olhos, suas mãos talvez por reflexo foram parar em minha bunda assim como as minhas ao redor do pescoço. Ele estava tão perto que meu sistema interno estava entrando em colapso. Parecemos ficar naquela posição por bastante tempo, onde ele continuava a me olhar e suas mãos percorriam minha bunda. Eu me aproximei sem tirar os olhos dele roçando meus lábios nos seus. Uma risada distante nós fez voltar ao normal, saio do seu colo um pouco constrangida 

S/n: tudo bem, dessa vez você ganhou 

Ele deu uma risadinha e foi até a porta 

Gojo: te espero amanhã

Confirmo com a cabeça e ele vai embora. Tá meio calor né?