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História Jurassic Tsukishima - Compsognato


Escrita por: manuel_wolfer

Notas do Autor


Essa história terá apenas 5 capítulos, já foram escritos e postarei semanalmente. É a minha segunda história sobre Tsukishima e Yamaguchi, pois sinceramente eles são para mim o melhor casal do Haikyuu (se realmente fossem um casal). Espero que gostem e apreciem, pois assim como o Tsuki, eu também amo dinossauros e vocês descobrirão vários que nunca ouviram falar.

Capítulo 1 - Compsognato


Fanfic / Fanfiction Jurassic Tsukishima - Compsognato

O sol deitava ao seu lado conforme as horas passavam, a sua companhia calorosa, afagava o corpo paralisado. Abraçando-o no aconchego tranquilo, não existia motivos para se despedir, seus sonhos envolviam seu ser, mantendo-o adormecido para continuar aos beijos de paixão nos lábios mornos de Kuroo e como ele dormia desejando mais um devaneio desses. Desejando nunca acordar, apenas quem amou um dia entenderia, principalmente ao acordar e saber que não passará de mais um sonho. O seu despertador tocou pela primeira vez, criando escudos de travesseiros sobre os ouvidos e no meio de murmúrios acompanhado de palavras de calão . Ele tateou em busca do barulho torturante, derrubando o aparelho, ouvindo se desfazer no chão. Revirando seus olhos impacientes pela consequência dos seus atos.

- Você não vai levantar de novo? – ouviu seu irmão Akiteru, um universitário de cabelos loiros curtos como o seu irmão caçula, seus olhos estavam inchados devido ao despertar a pouco tempo.

Sem demonstrar um movimento, recusou responder à pergunta, como era excelente com seus cálculos, não precisava de ajuda para recordar a quantidade de dias faltados no colégio para não receber uma reprovação no final daquele ano e como a sua vontade para levantar era praticamente 100 negativos, não encontrava motivos para ir. Assim, sem cerimônia procurava adormecer novamente, sendo interrompido por vibrações repetitivas no seu colchão, provocando um som baixo e abafado, trazendo seu ser do próprio túmulo, tateando sua cama em busca do paradeiro.

- Moshi, moshi. – Embora tenha falado rápido, não ocultava sua voz de desânimo e sonolência.

- Dormindo ainda? Baka! – exclamou a voz do outro lado da linha, trazendo naquele rosto entristecido um pequeno sorriso sem dentes ao perceber ser Kuroo. – Kenna não sabe explicar matemática e eu preciso da sua ajuda. – Pronto, aquelas palavras foram o suficiente para seu singelo sorriso desmanchar.

- Ok. – Talvez Kuroo fosse capaz de sentir a sua tristeza se ela não fosse tão bem camuflada com sua voz de sono.

Em meios aos sacrifícios e ranger de ossos antes repousados. Tsukishima observou seu corpo esquelético no espelho, percebendo vermelhidões das dobras do seu lençol pincelados na sua pele pálida. Buscou pelo seu uniforme, cobrindo-o por uma camisa branca com partículas amarronzadas de café próximo do seu peito esquerdo e uma calça preta de rasgos e furos nos joelhos, alcançou a sua bolsa próxima da sua escrivaninha e não se preocupou caso não estivesse todo o material escolar nela. Afinal, deixaria a escola no segundo período e por fim, entre passos firmes e lentos dirigiu-se para o seu destino fúnebre, acompanhado de seus fones. Tocando melodias eruditas desaparecendo os rostos desconhecidos das ruas, transformando-os em obstáculos vivos.

Contudo, um dos seus obstáculos ambulantes encostou-o perdendo o foco nos timbres instrumentais, observando a causa do seu problema, visualizando um garoto de cabelo escuro e liso, revelando a necessidade de um corte, pois não era longo o suficiente para ser comprido e muito menos curto, encontrava-se no meio termo. Continha leves sardas ao redor de suas bochechas, percorrendo até seu nariz, ele pareceu envergonhado pela sua distração.

- Desculpe. – Sorriu o desconhecido. O desânimo no rapaz de fones, significou na sua atitude mais padronizada, um olhar sem expressão e a volta do que estava fazendo.

Poucos minutos se passaram, até seus óculos contribuírem para a sua visão focar as letras gigantescas do seu colégio, avistando os portões de esferas pontiagudas de ferro nas pontas, acompanhada de diversos estudantes próximos, aglomerados em grupinhos específicos. Todos tagarelando, sorridentes, arrumados e comunicativos, embora tagarelando e comunicativos fossem sinônimos, ele usava as duas palavras pela sua infelicidade do conjunto delas.

- Finalmente! Tem dez minutos para me ensinar matemática avançada. – A voz estava eufórica, seus poros abertos, liberavam o calor contido, deixando um rosado atrativos aos olhos do loiro.

Kuroo colocou seu braço esquerdo entre os ombros de Tsukishima, sendo removido pelo próprio e naquele curto tempo, conforme ajeitava seus óculos, ele explicava etapa por etapa, percebendo o outro confuso, mas parecia de alguma forma assimilar o conteúdo, sendo finalizado a matéria quando ambos já estavam sentados em suas classes que ficavam um de lado para o outro.

- Pronto. – Terminou suas explicações, analisando o rosto de olhos brilhantes pelo seu conhecimento mostrado.

- Você é demais, Tsuki! – afirmou o rapaz de cabelos escuros, cintilando um sorriso exuberante de orelha à orelha.
- Não me chame de Tsuki. – respondeu friamente, abrindo seu caderno de literatura, ao perceber o professor entrar na sala. Ele odiava ser chamado por aquele apelido, nunca entendeu o porquê disso, mas sempre ao ouvir sentia um arrepio incômodo, liberando seu lado protetor.

O professor durante a chamada, soltou um sorriso ao ouvir a resposta de Tsukishima, afirmando sua presença. O loiro compreendia aquilo, naquela matéria seu professor gostava de se orgulhar do aluno prodígio no qual tinha presente naquela turma. Ao finalizar, pediu para cada aluno escrever um poema ou um pensamento conflituoso dentro de si, passando os próximos minutos entre murmúrios e fungadas de narizes.

- Algum voluntário? – ele perguntou, olhando diretamente para Tsukishima, esperando ele ser o primeiro e aconteceu como desejava.

O rangido da sua cadeira sendo arrastada para trás, chamou a atenção de todos e por sua vez, pronunciou as palavras escritas entre suas linhas de caderno:

“As pessoas se matam por prazer. Ao saborear algo gorduroso ou tragar um aroma de menta do cigarro. As pessoas se matam por prazer. Ao se intoxicar com drogas ou dirigir embriagado. As pessoas se matam por prazer, mas caso o seu modo seja cortar os pulsos. É você um suicida. Está vendo o quanto isso é hipocrisia? Morrer lentamente é o correto, antecipar um pouco ainda é correto. Agora, desejar a morte. Nossa, isso é errado. As pessoas se matam o tempo todo, todo o momento. Assim, morrer por querer morrer é errado, enquanto morrer por prazer é valorizado. Por que eu não posso morrer sossegado?

Ele não pronunciou o que estava riscado, escutando palmas desconexas por toda a sala, seu professor pediu silêncio para comentar e em meios aos seus elogios o sinal tocou, revelando ser a hora de Tsukishima ir embora. Durante os passos dados entre os corredores, seus olhos encontraram um garoto de cabelos descoloridos, revelando sua raiz escura, deixando um aspecto de desleixado. Seus dentes rangeram, ao perceber que o mesmo olhava para ele.

- Não esperava te ver aqui. – Disse Kenma, andando para a sua sala enquanto salvava o processo do seu jogo no celular.

- Se ao menos olhasse na cara, veria mais vezes. – Ele não conseguia compreender como alguém pode namorar ele e porque justo quem ele amava?

Eles não trocaram mais palavras gélidas, seguiram seus rumos sem ao menos olhar para trás. Aquilo o irritava, sendo obrigado a aumentar o volume dos seus fones, recebendo olhares de desaprovação pelo exagero. Um exagero que para ele, era capaz de silenciar o mundo a sua volta, silenciar principalmente seus pensamentos perturbados. Presente na rua, ele assemelhava-se como um fantasma, não desviam ao seu encontro, muito menos parecia existir. Simbolizando um ser invisível e solitário. As vezes passavam alguns conhecidos que ousavam cumprimenta-lo recebendo friamente seu desinteresse de retribuir.

Naquele percurso sem rumo aparente, uma caixa pareceu brotar no seu caminho, quase o fazendo perder o equilíbrio pelo inesperado. Removeu seus fones confusos, observando duas mãos delicadas segurarem firmes a caixa entreaberta mostrando severos livros. Procurou pelo rosto, acreditando ser o mesmo garoto que esbarrou horas atrás.

- Desculpa. – A voz era doce e suave, parecendo familiar. – Estou meio distraído hoje. – Afirmou, sorrindo e sendo ignorado pela mesma pessoa e pela segunda vez naquela manhã.

O loiro aproveitou seus pensamentos incertos pelo acaso, adentrando na loja onde o distraído entrou segundos antes. Percebendo ser uma nova livraria na cidade. Estava sendo recém-aberta, deduziu pelas estantes nuas, sendo preenchidas aos poucos. Conforme os livros eram colocados, percebeu a organização nata daquele ambiente, onde os livros eram postos milimetricamente calculados, ordenados em ordem alfabética por escritores e escritoras, atraindo uma sensação confortante para o intruso.

Analisou incontáveis livros, lendo suas introduções até encontrar um fino de capa verde-maçã. Prendendo o seu ser pelo conteúdo da história, procurando um assento próximo para ler um pouco mais, pensou por um segundo levar o livro, porém, só o faria se ele o cativa-se um pouco mais. Durante a leitura, passou algumas horas despercebidas pelo jovem despreocupado com a sua agenda inexistente. Percebeu estar na metade da história, decidindo finalmente comprar a obra. Caminhou para o caixa cautelosamente, concretizando pela quantidade numerosa de pessoas, uma grande clientela, o que estava começando a agoniar o loiro que detestava lugares apertados e tumultuados.

De frente para o caixa, analisou o rapaz que o esbarrou horas antes e também derrubou uma caixa no seu caminho, ele não percebeu sua chegada, analisando seu estado atual, ele trabalhava no lugar certo, pois seus olhos estavam fixos no livro aberto a sua frente. Uma tossida falsa, o fez desviar o olhar da leitura e observar os olhos castanhos claros por trás daqueles óculos, revelando o conteúdo do livro, onde existia fotografias de dinossauros.

- Dinossauros. – Seu pensamento foi alto demais, ao ler a capa.

- Meu sobrinho ama, estou lendo para ver qual é o dinossauro mais rápido. – O loiro pensou o quanto era ridículo a busca cansativa que ele estava tendo, afinal, pesquisando na internet teria a resposta mais rápido, porém decidiu poupar as suas ofensas.

- Compsognato. – O loiro disse.

- Perdão, não entendi. – As sobrancelhas se encolheram, demonstrando realmente não entender aquilo.

- Todo mundo acha que o dinossauro mais rápido é o Velociraptor, mas na verdade é o Compsognato. Ele tinha o mesmo tamanho de um gato doméstico, percorria 64km/h e seu comprimento era de um metro. – Ele não queria explicar, mas por alguma razão decidiu ajudar.

- Obrigado. – respondeu, fundindo uma tonalidade vermelha nas suas bochechas parecendo centenas de morangos por causa das suas sardas. – Custa 25 reais o livro. – falou após segurar o livro verde.

- Não esqueça do troco. – Tsukishima respondeu ao entregar uma nota de vinte reais e outra de dez.

- Simpático como sempre, Tsukishima. – O rapaz do caixa pareceu corar um pouco mais ao falar o nome, enquanto entregava uma nota de cinco reais.

- Como você sabe o meu nome? – naquele instante ele ficou confuso, momento algum comentou.

- Não se lembra mesmo de mim, Tsuki? – seu olhar envergonhado, estava agora levemente entristecido.

E pela primeira vez, seu apelido não abalou, na verdade, ele sentiu certo aconchego naquela voz pronunciando, sendo o suficiente para o assustar intensamente, fazendo-o sair o mais rápido possível daquele lugar sem responder à pergunta do supostamente conhecido.


Notas Finais


Então, não esqueçam de comentar para eu saber se gostaram tanto como eu gostei hehe' (não estou obrigando a comentar, só gosto de saber da opinião de vocês e se puderem ajudar, ganham o meu coraçãozinho <3 )


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