- Socorro!!! - gritava o garoto na qual estava prestes a ser morto. Sangrava por causa dos ferimentos nas pernas, nos braços e por aquele corte profundo na barriga. - Alguém... me ajude!! Por favor!!! Eu imploro... Alguém!! - apesar dos gritos altos e desesperados, ninguém parecia escutar. Seu assassino? Um homem, que apenas aparentava ser velho.
- Pare de gritar garoto, ninguém pode te ouvir, é perda de tempo. - a voz rouca daquele homem ecoou pela sala. - Eu quero o seu cérebro, jovem da tatuagem. - aquele sujeito dava altas gargalhadas. O garoto pareceu estar morto por alguns instantes, foi nesse momento que pôde se ouvir o barulho da vidraça de uma das janelas sendo quebrada, isso fez com que ele acordasse. Um jovem de cabelos brancos entrou por aquela janela.
- O que faz aqui?! - gritou aquele homem, mas depois suavizou a voz. - Éer... quero dizer... Meu Mestre. Por que está aqui?! - reverenciou.
- O que você acha? - disse o jovem 'mestre'. Ele vestia uma calça muito 'maneira', segundo muitos garotos de sua idade, 17 anos. Uma calça preta com alguns detalhes mais claros. Camisa branca, mas um pouco manchada de bege. O jovem mestre caminhou até aquele homem. - O que está fazendo?
- Cumprindo as ordens de sua mãe, jovem mestre. - o sujeito de aparência envelhecida, pegou uma prancheta colada na frente da cama de metal aquecido, onde aquele jovem permanecia preso por correntes, quase morto. O jovem mestre pegou a prancheta e arregalou os olhos.
- Hmm... sem nome. Este deve ter sido uma presa difícil pra você achar não é mesmo, Bara? - o homem percebeu a bondade do mestre e deixou de ficar intimidado.
- Ahh... Sim sen.. - sua fala foi interrompida pelas mãos do mestre, que o decapitou com apenas um movimento. O jovem que estava naquela cama, quase sem roupas, apenas com um pequeno short, olhou aquilo e começou a gritar.
- N-NÃO ME MATE!! POR FAVOR!!! - berrava sem parar.
- Calado! - disse o jovem mestre com as mãos sujas de sangue. Ele se aproximou daquele jovem ferido. Os machucados que havia em seu corpo sararam quase instantaneamente, deixando apenas o sangue e seu cheiro. Ele estava perfeitamente curado, segundos antes da morte de seu assassino. Ele soltou o jovem da cama de metal aquecido e o deixou livre para suas escolhas. O garoto se jogou para o outro lado e se abaixou.
- O que fez comigo?! - sussurrou o jovem em pergunta. ? Por que meus ferimentos se curaram?
- HAHAHA... Bem, este era o poder dele. Se ele morrer depois de ter machucado alguém, os ferimentos vão para ele, porém, se uma presa já morreu, não pode voltar à vida. E ele também sabia rastrear uma pessoa para matá-la. Bom, ele era um dos melhores mordomos desta montanha, outra habilidade dele também era o de bloquear o poder NEN. Sempre o odiei. - O mestre que estava olhando o corpo daquele mordomo, olhou para o garoto curado. - Meu nome é Killua. Killua Zaoldyeck. E você é?! - ele estendeu a mão para o jovem ensangüentado.
- Eu não... Eu não tenho nome... - começou o jovem - Killua-san.
- O quê?! Até você?! Não me chame de Killua-san, nem Killua-sama!... - começou ele - Me chame apenas de Killua, se preferir usar algum sufixo, só kun já é o bastante.
- Pois bem Killua-kun, eu não sei o que dizer... - começou o garoto sem nome, saindo de trás da cama - Como posso lhe agradecer?
- Você sabe usar NEN, não sabe? ? o garoto fez que sim ? Então, pode me mostrar o seu HATSU?
O garoto novamente fez que sim, porém hesitou um pouco antes. Ele estendeu sua mão direita até Killua, tocou em seu rosto e dele puxou uma cópia de sua alma, logo em seguida, o colocou ao lado do mesmo. Dentro de cinco segundos o clone da alma de Killua explodiu.
- Suugoooii!! Sua habilidade é incrível!! - o garoto fez um sinal para Killua ficar calado. Ele criou outro clone e o parou no mesmo lugar. A cópia da alma se transformou em um animal gigantesco, que era mais ou menos como um gato gigante, carnívoro. Um grande felino preto.
- Um gato preto gigante. Quer mais azar? - disse o garoto enquanto o gato virava fumaça.
- É realmente uma habilidade incrível! - dizia Killua. - Ah... sim, voltando ao assunto, como você pode me agradecer?! humm... - o garoto ficou perplexo, pois Killua não havia o valorizado tanto. - Bom, fique pra jantar. - Killua fez uma cara sorridente, enquanto o outro jovem olhava para fora da janela, estava anoitecendo. E a idéia de sair de uma montanha àquela hora, não parecia muito conveniente. Sem escolhas, ficou.
°oOoo° Enquanto isso na Mansão Zaoldyeck... °ooOo°
- KILLUA, VOCÊ O QUÊ?! - gritava seu irmão mais velho enquanto Killua treinava no salão, subindo pesos. Dessa vez, Killua estava sem camisa e com um short azul-escuro, suando muito. Illumi continuou a gritar. - Foi trabalho da nossa mãe! Você não tinha o direito de interferir!! E pra piorar você matou um dos mordomos da família que era um dos melho...
- Vê se cala essa boca, Illumi. - disse Killua calmamente continuando a treinar. - Você mesmo já se cansou de matar alguns dos melhores mordomos daqui, além disso, aquele garoto é especial. Sei que pode ser uma coisa boa no futuro. O poder NEN dele é forte, mas só se aperfeiçoar bastante. Ele ainda não dominou totalmente o NEN. - Killua soltou os pesos que estava segurando e se virou para Illumi. - Se bem que, nem em você eu posso confiar mais, não é?!
- E o que você pretende, hein Killua? Treinar ele?! Ser o sensei dele?! - perguntou Illumi, ainda em um tom arrogante.
- Sim! É isso mesmo. - disse Killua, novamente calmo. Illumi se irritou. Minutos depois, sua mãe gritava do mesmo jeito.
- KILLUA, VOCÊ FEZ O QUÊ?! VOCÊ MATOU UM MORDOMO IMPORTANTÍSSIMO DA FAMÍLIA ZAOLDYECK! - gritava a mãe depois que ele saiu do treinamento, o mesmo ainda estava com as mesmas vestes que antes. Suado e apenas com um short Killua pegou uma garrafinha com água e tomou. - KILLUA ZAOLDYECK, PRESTE ATENÇÃO EM MIM!! - ela o estapeou com força, fazendo-o desequilibrar, até bater com a cabeça no corredor da escada e rolar alguns degraus abaixo. Não demorou muito para que ele se levantasse ileso e furioso.
- Sua vaca!! Eu decido o que faço! Ao contrário de você que é apenas uma assassina que só olha para o próprio nariz!! Eu deveria te matado você no lugar de Bara! - Killua fez suas unhas crescerem para ameaçar a sua mãe. Ela até se amedrontou, porém, Silva, o pai de Killua, o parou.
- Killua, podemos conversar lá em cima? - perguntou Silva segurando a mão de Killua que estava a atingir o pescoço de sua mãe. Eles subiam enquanto Kikyo permanecia chorando no corredor, com profundo orgulho do filho estar se tornando um ótimo assassino.
- Um instante pai. - Killua entrou no quarto, onde estava o convidado sem nome, sentado na cama de Killua, uma grande cama. Ao lado havia um buraco em forma de um largo retângulo, onde tinha várias coisas, era como uma cabeceira para Killua. Ele entrou e colocou uma camisa. O garoto estava deitado, ainda sem camisa como antes, ensangüentado e sujo. Olhava pro teto como se não existisse mais nada. Killua ia saindo...
- Você também meu jovem. - disse Silva para o garoto deitado na cama. Logo depois, os levou para o quarto particular. Ele se sentou em sua enorme cama com seu cachorro gigante ao seu lado. Enquanto Killua se sentava em uma cadeira desconfortável a sua frente e o garoto ensangüentado ao lado de Silva, porém, bem longe, virado para ele.
- E então? - começou Silva - Sensei? hein Killua?!
- HAHAHAHAHAHAHA... O Illumi te contou é?! KKK... - riu Killua.
- Bom, se pretende mesmo fazer isso, quero estar ciente dos avanços dele. - dizia Silva ao pegar uma taça de vinho que estava ao lado de sua cama e dar um gole.
- Eu não tenho muito que ensinar a ele... - Killua começou - O poder dele é incrível. - Killua nunca entendeu bem o motivo de não conversar muito com seu pai a respeito do NEN, apesar de que todos sabiam que ele havia dominado o poder, ninguém na família o perguntava qual tipo era, ao contrário dele que já sabia o poder de todos.
- Agora, Killua... - começou Silva. - Você pretende fugir de novo, não é?! - Killua por um momento ficou terrivelmente surpreso, essa realmente era a intenção dele, fugir com o garoto sem nome e Alluka, para encontrar Gon.
- Como... - começou Killua.
- Alluka... - disse o pai virando a cabeça com um pouco de desgosto e vergonha - Eu... Eu fiz... Eu fiz um 'pedido' a ela. - disse ele virando o rosto aborrecido, parecendo uma criança, enquanto Killua olhava para uma das portas que dava acesso ao quarto dela e voltando o seu olhar em seguida para o pai, depois de repetir isso umas três vezes ele sorri.
- Ohh! Então você realizou os pedidos da Alluka! - levantou-se Killua. - Vocês estão se dando bem agora, é?
- Eu não diria ''bem'', mas... - disse Silva, ao se lembrar dos pedidos que teve de conceder à filha. Em sua lembrança, Alluka e ele permaneciam sentados no chão, lado a lado, com todos aqueles bonecos de pelúcia ao redor, eles brincavam e tudo mais. O primeiro pedido feito por Alluka foi que Silva brincasse com ela, o segundo, que Silva a desse um brinquedo novo e o último pedido, foi que ele a abraçasse. -Eu pedi a ela que me contasse se você sairia de casa outra vez.
- Pai, não se preocupe. Não vou antes do jantar, quero dar um último adeus à família. - disse Killua se sentando novamente.
- 'Último Adeus'? - Desta vez foi Silva quem levantou inquieto. - Não vai mais voltar Killua?
- Do que está falando pai? - disse Killua olhando fixamente para os olhos de Silva. - Eu vou voltar sim, é claro. Espero voltar sempre. Mas eu já disse que não vou assumir o cargo da família. - Silva se preparou para contrariar. - Não, não! Sem mas?! E nenhuma desculpa por eu ser um bom assassino. Não vou assumir o cargo da família e nem ser um assassino. ? Silva se aborreceu um pouco mais.
Depois de um longo silêncio, os dois olharam para o jovem sentado na cadeira confuso.
- Vá para o meu quarto. - disse Killua ao garoto, apontando para a porta de saída do quarto de Silva. Killua olhou para seu pai depois que o jovem saiu, apontou para uma das portas que levava até o quarto de Alluka. - Posso? - Silva pensou mil e uma vezes antes de responder.
- Pode, mas ela não pode comer conosco. Sua mãe e Illumi não a querem na mesa, e para evitar que ela seja mort... - começou Silva.
- Otou-san!... - interrompeu Killua. - Vai dar tudo certo, apesar de tudo, eu vou sair daqui hoje, quero só um dia de família normal, por favor, se der alguma coisa errada eu ajeito. - Silva aceitou como um presente.
°oOoo° No quarto de Alluka... °ooOo°
- Onii-chan!!! - gritou Alluka ao ver seu querido irmão entrar, ela estava de baixo de um monte de bonecos de pelúcia. Os bonecos foram pro ar enquanto Alluka pulava nos braços de Killua.
- Alluka... - começou Killua, a irmã o olhou contente. - Hora do jantar! - disse ele fechando os olhos em felicidade para Alluka. A mesma se soltou dos braços do irmão e começou a jogar os bonecos pra cima, parecia procurar alguma coisa. Ela pegou um boneco e com um sorriso no rosto, o levou até Killua.
- Onii-chan! - dizia Alluka. - Olha só o que eu fiz! Fiz pra mim e pra você! - gritava ela com dois bonecos, muito parecidos com o irmão em mãos. Killua pegou um deles.
- Alluka... - Killua começou a falar preocupado. - Nós comeremos na mesa hoje. - Ela se animou.
O clima na mesa estava realmente pesado. Killua se sentou na ponta da mesa, e na cadeira mais próxima a dele no lado direito, sentou o seu convidado sem nome, enquanto na cadeira próxima à esquerda, sentou-se Alluka. O garoto estava comendo timidamente, como se ele fosse um animal com medo. Alluka não conseguia comer, pois nunca comeu com toda a família junto à mesa, sem contar que nunca comeu com garfo e faca, sua comida só lhe entregavam um garfo. Killua parou para ajudar Alluka.
- É assim que se usa Alluka. - ensinou à ela como usar aquele determinado talher.
Depois de aprender, Alluka fechou os olhos em alegria e disse:
- Arigatou gozaimasu, onii-chan! - Illumi, Milluki e Kikyo comiam seu jantar e mastigavam olhando para Alluka, que mal sentava direito à mesa, a cadeira era grande de mais para ela, as pernas da mesma, ficavam pra cima do acento ainda. Entre suas pernas estava o boneco do irmão, e no colo de Killua outro mesmo boneco.
Killua mastigava olhando para Kikyo, Milluki e Illumi. Milluki olhava para Killua de vez enquanto. Milluki nem se quer usava o garfo e a faca, a mesa tinha todo o tipo de comida, dentre elas; porco na brasa. Milluki pegava o porco com as mãos sem nem se importar com a educação que recebera. Killua pegou a taça com água para beber e disse baixo:
- É a primeira vez que eu vejo um porco comendo o outro... - logo em seguida deu goles. Kalluto que estava à duas cadeiras de Killua, também estava bebendo água, porém, com o comentário do irmão, deu uma leve engasgada e cuspiu a água de volta no copo, e por fim deu uma risada. Milluki se enfureceu, levantou-se e começou a xingar Killua.
- Cabeça de papel amassado! - grita Milluki, Killua se levanta.
- Projeto de elefante!
- Cabelo de leite estragado!
- Bola de Ping-Pong tamanho Extra-GG!
- Tio-Chokinho! - Killua fica em pé na cadeira.
- Vou te mostrar uma coisa chocante, aniki! - Killua faz sua mão dar pequenos choques e pula na direção de Milluki, os dois caem no chão, Alluka fica impressionada com os dois brigando e o convidado sem nome fica perplexo de uma forma estranha, Kikyo os encara. - Seu comedor de bonecas! - ao ouvir isso Alluka pega o boneco que Killua deixou cair ao lado da cadeira dele, e junta com o que ela tinha em mãos e os abraça para proteger. Ela não havia entendido o sentido que Killua queria dizer, porém, não queria que Milluki comesse os seus bonecos.
- Será que vocês dois podem ficar quietos um instante?! - disse Illumi calmo. - Eu estou tentando comer.
- Aniki!! Me dê um fio do seu cabelo?! - gritou Alluka com as mãos estendidas, direcionando a palavra à Illumi.