Era um dia normal na grande cidade de Atlanta, todos saindo de casa pra trabalhar, as crianças prontas para ir pra escola, e eu...atrasada para o meu primeiro dia no novo emprego... um grande pesadelo, eu diria. Tomei meu café como se não houvesse amanhã e entrei no meu carro, era um carro bem modesto pra falar a verdade, não era NADA chique, era uma simples caminhonete, típica estadunidense. Peguei a rodovia principal e fui em direção ao centro da cidade para a WSB TV onde tinha acabado de arranjar um emprego como repórter, e te digo cara, foi difícil... passei 4 anos na faculdade de jornalismo e depois foi penoso...no mercado de trabalho eles sempre tem cisma com novatos e novatas, e comigo não foi diferente, ainda mais porque sou nova na cidade.
Quando já estava na metade do caminho a secretária da empresa me ligou, Deborah, ela já chegou falando com seu jeitinho arrogante:
- Alô? Stefani, é o seguinte, você já está atrasada cinco minutos meu amor...
- Ahh sim Deborah, me desculpe, já estou chegando, estou aí em sete minutos.
- Querida, você sabe bem que o chefinho não gosta de atraso, né?
- Sim meu amor, eu sei, ele disse isso quando o conheci na entrevista de emprego. Infelizmente conheci você também...mas é o seguinte, tenho que ir, não posso perder mais tempo, não é?! Tchau! - Desliguei o celular na cara daquela vadia! E continuei a seguir meu caminho.
Ao chegar na empresa, meu patrão já veio me repreender:
- Stefani! Você está atrasadíssima! 16 minutos não podem ser tolerados novamente! - Quando ele disse isso fiquei chocada, não imaginei que tivesse demorado tanto tempo... - Não quero que isso se repita, entendeu mocinha? Essa é sua última chance!
- Sim, senhor Parker! Isso não se repetirá! Peço desculpas...
Fiquei com muita vergonha nessa hora! Olhei para a vadia da Deborah e ela estava lá, caindo na risada por causa do acontecido, mas como diva é diva, apenas mandei um beijinho e ignorei-a, fui direto para a van que me esperava, para sair nas ruas para o meu primeiro momento no ar. Havia decorado minha fala a noite inteira, por isso me atrasei, dormi além da conta...
Na van, conheci as pessoas que iriam trabalhar comigo na rua, Lisa, Louis, Esther e tinha um carinha lá, que o achei uma gracinha, ele se chamava Derick, ele foi muito gentil comigo, entramos na van e fomos para o centro fazer a reportagem, batemos um papo, e conversa vai, conversa vem, e comecei a realmente gostar dele, sei lá, algo nele me atraía. Chegamos no centro e gravamos a reportagem, nada de mais, era sobre um projeto social de uma ONG, que visava o bem dos moradores de rua de Atlanta, bem interessante para mim. Voltamos para o escritório, Marta, que era redatora da emissora onde eu trabalhava me deu o texto da próxima reportagem que eu iria fazer. Fui pra casa e passei a tarde inteira assistindo filmes de terror, depois assisti um pouco de jornal, tinha uma notícia meio estranha, não sei se era algo verídico, falava sobre mortos vivos sendo avistados por toda Atlanta, não acreditei muito.
Três semanas se passaram e eu continuei a fazer reportagens no jornal. E a cidade tinha um clima estranho, as pessoas estavam com medo, diziam que sair de casa a pé não era mais seguro, diziam que pessoas estavam sumindo, que criaturas poderiam te matar, assim, sem mais nem menos, fiquei muito assustada, pensei até em abandonar meu emprego, mas, pensei melhor e decidi que não fiquei todo aquele tempo na faculdade pra abandonar o emprego assim, tão facilmente. Fui diretamente para a emissora para gravar outra reportagem no centro da cidade, me juntei à equipe e fomos todos para lá, fiquei conversando com Derick novamente e depois de três semanas estávamos muito próximos, eu gostava muito dele, e acho que ele também gostava muito de mim. Chegamos na frente de uma delegacia para falar sobre o sumiço de diversas pessoas nas últimas semanas e sobre os casos dos mortos sendo vistos andando e atacando pessoas, eu estava bem assustada naquele momento pois o assunto era bem sério! Estávamos com uma entrevista marcada com um superior da delegacia que nos deu diversas informações durante a entrevista:
- Ainda não descobrimos o que está causando todo esse pânico entre as pessoas, nem sabemos se isso é realmente algo real, ou não. – Disse o superior.
- Entendido, Stefani Joanne Angelina Germanotta direto de Atlanta; Geórgia, WSB TV agradece pela sua audiência.
Nessa hora o jornal já havia acabado, voltamos para o escritório e lá o senhor Parker estava nos esperando, com sua fiel secretária ao seu lado. Ele começou a falar sobre o lucro da emissora e em como poderíamos aumentá-lo:
- Bem, senhores e senhoras, vocês sabem que a WSB TV não está passando por um momento muito bom nas finanças, por isso eu peço que vocês deem o máximo de si mesmos e tentem melhoras suas habilidades e tentem algo novo também, isso será ótimo!
- Sim senhor, senhor Parker, mas o que você sugere de algo novo para que nós falemos?
- Bem, vocês poderiam tentar...
Neste instante ele foi interrompido por diversos gritos vindos por todos os lados e pessoas correndo, aterrorizadas com o que estavam vendo, e vimos uma horda de mortos vivos, andando em direção a elas. Deborah começou a gritar e atraiu vários para as portas de vidro da entrada, ela subiu no colo do senhor Parker e ficou gritando:
- ÓH MEU DEUS! FAÇA ALGUMA COISA GARYZINHO!!!
- Seguranças!!! Façam alguma coisa!!!
- MEU...SANTO...DEUS... – disse eu enquanto Derick segurava minha mão.
Naquela hora, os seguranças estavam almoçando e um grupo de policiais estava passando lá fora matando alguns mortos, e os eles estavam tentando invadir pelas grandes janelas de vidro, e Deborah, hum, aquela idiota! Ela saiu correndo em direção aos policiais gritando:
- ME AJUDEM, ME AJUDEM, ME AJUDEM!
Senhor Parker gritou com horror:
- Deborah, NÃO!
Eu não sei o que ela fez, mas, chamou a atenção daqueles bichos, que foram e emboscaram-na, ninguém pôde fazer nada, eles morderam seu pescoço, e voou sangue para todo lado, fazendo-a sangrar até a morte:
- DEBORAH!!! Isso não pode ser possível! - senhor Parker sacou sua pistola e começou a atirar nos mortos enquanto lamentava-se da morte de Deborah, porém, eles não “morriam”, e continuavam em pé. Eu podia não gostar nada dela, mas, eu tenho uma imensa compaixão, e fiquei muito horrorizada e triste com o acontecido. Os mortos entraram pela porta e foram em direção a nós, e como eles não morriam, corremos para as portas do fundos. Quando virei o corredor, dei de cara com Marta:
- Stefani, você está bem??? Ouvi gritos lá fora, gritos horríveis, desci as escadas para ver!
- Marta, precisamos sair daqui, agora! Depois eu te explico. – disse eu.
- Vamos! – Disse Derick
Corremos para os fundos e abrimos a porta de emergência, e lá vimos uma chacina. Vários funcionários da empresa estavam sendo comidos por esses mortos, que com o barulho da porta viram que nós estávamos lá e foram à nosso encontro; pulei o corrimão da escada junto com os outros e saímos correndo de lá, até entrarmos em um beco, e para a nossa desgraça, um grupo de mortos veio por um lado e outro grupo pelo outro lado, nos encurralando:
- O que vamos fazer Derick? – Disse o senhor Parker.
- Eu não sei! – Ele ficou apavorado olhando para os lados sem saber o que fazer.
- Olhe! Uma escada de emergência! Vamos subir por ela – Disse Marta.
- Você está louca? Isso é muito alto, não tem como subir! Mulheres, sempre dando ideias absurdas – Disse Parker com seu tom arrogante e machista.
- Vamos e pare de reclamar e ser arrogante, seu velho desgraçado! – Disse eu, com meu tom de inconformada.
- Acho que você não sabe quem é o homem e chefe aqui, né garota?
- Enfia o seu machismo e seu sexíssimo no olho do seu... – disse eu, mas fui interrompida...
- Hei vocês! Parem com isso! Vamos logo subir por essa maldita escada! – disse Lisa.
- Está bem, mas eu subo primeiro! – disse Parker.
O velho Gary Parker subiu pela escada, contrariado e com ar de se achar o certo da parada, bem metido a besta, porém, sem dar um pio, graças à Deus. Depois subiram nós, sem dar nenhum problema. Quando entramos dentro do prédio vimos que o lugar se tratava de uma clínica de repouso, pois haviam várias fraldas geriátricas e vários cadáveres de pessoas idosas, todos com furos na cabeça. Descemos as escadas e na recepção haviam mais pedaços de morto, aquilo era de dar nojo! Estávamos prestes a abrir a porta e sair do prédio quando ouvimos esmurros fortes nela...
CONTINUA
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