A noite se encontrava agitada, assim como qualquer outra noite em um resort. Meus olhos vagavam em uma mesa a minha frente a onde uma garota até então desconhecida por mim se alimentava, mas também virava uma inspiração para mim. Pode parecer estranho desenhar pessoas que mal conheço, mas eu gosto de desenhar a beleza natural, é uma opinião restrita minha, mas... A beleza natural devia ser mais exaltada, vivemos em um mundo a onde as pessoas exaltam os padrões e pessoas com as quais são intituladas "Perfeitas" Isto é um saco para ser franca, deveríamos nós orgulhar de nossas marcas, cicatrizes, manchas ou qualquer outra coisa que a torna diferente.
Sou retirada de meus devaneios por a mais velha, intituladas como "Mãe" a própria. A mulher mexia diversas vezes as mãos em frente ao meu rosto, como se estivesse tentando mandar um tchau? Ou apenas parecendo uma louca, entre outros malucos.
- Oi? - tiro meu fone de ouvido restringindo qualquer outra coisa que pudesse retirar a minha atenção da mais velha.
- Porque não sai em? Você deveria aproveitar o resort, passear, beber, se atracar com algum homem ou mulher. - a mulher dizia movimentando as suas mãos.
- Querida. - meu pai chama a repreende.
- Hã? O que tem? Ela merece aproveitar estás férias, amor. - a mulher diz me defendendo.
- Mas não a incentive a se embebedar, é perigoso. - Meu pai diz, acolhedor como sempre e preocupado.
- Vocês poderiam se acalmar e me escutarem? - Ambos me olham e fazem um sinal de concordância com a cabeça. - Estou aproveitando, Sim! Só que do meu jeitinho, ok? - sou respondia pelos mais velhos apenas com um sorriso acolhedor.
Eu poderia reclamar dos meus pais, as vezes, porém... Eles sempre me apóiam, nossas brigas ou desentendimentos são momentâneos e passageiros. Além de qualquer desentendimento, somos uma família e nós amamos e nós aceitamos.
Volto a me concentrar em meu desenho e coloco o meu fone devolta, enquanto os meus pais conversam animadamente, ou melhor a minha mãe. Minha mãe é a típica mulher animada e o meu pai é a voz da razão.
Em meus fones tocavam "Taylor Swift - Style" enquanto apreciava a mulher a minha frente, tentando não parecer uma maluca fissurada nela, tentando claro.
Eu desenhava cada traço com delicadeza e cuidado, espumava nós lugares certos, para dar um ar de realismo ao desenho. Eu sentia como se só existisse nós duas naquele ambiente e que tudo a nossa volta havia sumido.
Eu viajava na voz da Taylor, enquanto a minha mão se movia quase que imediatamente. Os meus pés batendo contra o piso ao toque da música, sentindo toda a vibração. Até eu infelizmente ser interrompida, pela mesma mulher de antes.
- Oi? - digo retirando os meus fones com certa irritação, mas logo trato de me acalmar.
- Iremos subir para o nosso quarto, se precisar de alguma coisa nós liga, miudinha. - a mais velha se aproxima me dando um breve selar em minha testa. E logo em seguida meu pai me dá um selar em minha bochecha e bagunça o meu cabelo, resmungo mas o homem parece não se importar.
Ambos foram até o balcão pagar a nossa refeição e logo depois saem de mãos dadas, como qualquer casal feliz faz. Arranco o meu desenho da folha e o dobro, pego as minhas coisas e me dirijo a sair do estabelecimento, mas antes deixo o desenho encima da mesa da garota, vulgo a minha inspiração. Eu não era de fazer esse tipo de coisa, mas porque não se arriscar, não é mesmo? O que pode dar errado? Além dela me achar uma psicopata ou uma stalker, nada de mais.
Caminho tranquilamente até o lado norte da praia, a onde havia menos pessoas e menos festa, tranquilidade, apenas. Me sento em um montinho de areia e fico a apreciar as ondas do mar, o céu estrelado e até mesmo a lua. Cancún era realmente lindo visto de noite.
Suspiro aliviada e cansada, e fecho os meus olhos por breves segundos, apenas para aproveitar a companhia de mim mesma e o mar. Sinto algo cutucando a lateral da minha barriga, me fazendo dar um pulo de susto. Me virando dando de cara com o cabeça de pêssego, vulgo o gostoso e cretino da praia.
- Hola - o homem esboçava o seu sorriso costumeiro, e seus olhos fechadinhos.
- Olá... - digo mantendo os meus olhos firmes no mar a minha frente.
Mesmo Nahoya tendo sendo um idiota, eu que havia sido pior por ir atrás dele toda animada pensando que havíamos virados no mínimo "colegas" mas nem isto, e admito que fui equivocada nesta parte. Mas nada, em hipótese alguma o dava o direito de me tratar mal e deixarem caçoarem de mim, e eu não serei idiota a este ponto de falar com ele, novamente.
- esta enojado conmigo? - o homem pergunta o óbvio.
- Senhor! Poderia falar em minha língua, e não se faça de sonso. - exijo com certo ressentimento e irritação.
- Desculpe ... - Smiley diz, simples elevando o seu olhar ao mar. - Eu realmente não havia lembrado de você... Até você sair sem mais nem menos, aí sim eu lembrei.
Eu não acredito que ele disse isto.
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