História Libertários não morrem - North Blue

Navegando.

Desde a morte de Corazon, o mundo perdeu novamente o sentido, as cores pareciam sem vida e a vingança contra Donflamingo se tornou um objetivo de vida, Law, 10 anos e um passado tão horrendo que causava pesadelos no adolescente desde de quando ele se lembra, memórias felizes manchadas pela amargura da crueldade humana, a vingança cegando um adolescente já tão cansado da vida, uma história triste que não se apagaria com a felicidade engolida pela fumaça das drogas eventuais, não era vício,  era fuga, mesmo novo e sabendo dos riscos arriscava pela sua vida sem sentido. A esperança era um desfavor, o medo era presente desde de quando ele fugiu naquela maldita noite e sua companheira do mar; Apenas uma espada amaldiçoada, que assim como ele, ninguém queria. A jornada solitária, assim como ele, vagueando pelo North Blue, de ilha em Ilha, pois na solidão só lhe restava vagar na fagulha de esperança de encontrar alguém. 

E quem imaginaria, nesses vagares, que ele encontraria outra pessoa que ninguém queria; Um mink, parecido com um urso polar, abandonado e machucado demais para salvar a si mesmo das amarras que o colocaram, aquele sendo o primeiro que Law quis interagir, um ser que não era humano mas tinha mais humanidade que muitos outros por aí. Em uma jaula imunda escrito perigoso, como um animal em zoológico, preso pelo pescoço fortemente e focinheira em sua boca o corpo todo travado no chão, foi naquele estado que ele tirou o mink de lá, silenciosamente (Como Corazon) queimando todo o lugar.

- Meu nome é Bepo.- Foi a primeira frase que urso disse após semanas do "médico" o ajudando. Era uma noite estrelada, que ouvia segredos nas estrelas.- Me desculpe.- Outro sussurro para Law, que com carinho guardou aquele nome para si mesmo, colocando-o em uma parte de seu coração fragilizado.

- Trafalgar D. Water Law.- Uma parceria silenciosa se montou diante a lua, grande guardadora de segredos, que iluminou ambos. E a partir daquele pequeno momento no North Blue, a solidão começou a desgarrar de Law, com promessas de que ele ainda poderia se surpreender mais e mais.

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O aniversário de 11 anos não foi solitário como tantos outros, Bepo estava lá junto de sua espada tão fiel Kikoku, teve bolo surpresa que o mink certamente roubou de uma padaria local para presentear Law, ele estava feliz e certamente menos solitário do que das outras vezes. O parabéns foi alegre e comemorativo, não foi uma grande festa, tão pouco teve grandes presentes, mas alegria ali encheu o coração do pequeno homem, que tanto estudava da medicina para usar seus poderes com mais sabedoria, a vingança ainda sendo um objetivo compartilhado agora com um jovem urso polar... Ele não estava mais tão sozinho.

A verdade é que foi uma noite comum, na beira do mar, comemorando seu aniversário e conversando com conversa fiada com Bepo, Law sentiu-se feliz genuinamente, mas foi em um instante que ambos se surpreenderam: uma coisa caindo na areia aparecendo de só Enel sabe aonde.

Ambos se prepararam para lutar.

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- Luffy. Você tem que tomar cuidado, apesar de o North Blue ser um lugar calmo, existe ilhas bastante perigosas.- Shanks segurou o ombro do garoto que só conseguia sorrir em felicidade para o Ruivo, claramente não prestando atenção em uma só palavra que o outro dizia, preso demais em sua alegria desenfreada. Makino deu um sorriso carinhoso para o garoto tão importante para vilarejo conhecendo bem da personalidade da criança.

- Eu vou 'pro mar com Shanks! Eu 'tô tão feliz!- Seu rabo balançou em felicidade, ele se apertou a Makino como despedida.- Já já 'tô de volta Makino! Não conte 'pro vô!- Subiu saltitante para o navio, entrando primeiro que toda a tripulação.

- Claro que não Luffy.

- Eu vou me arrepender disso?- Resmungou Shanks para a esverdeada sorridente.

- Não, você vai se apaixonar mais por Luffy.- Riu carinhosa, dando um enorme sorriso para o Ruivo.- Volte com meu garoto intacto.

- Eu só queria saber o que a Akuma no mi dele faz...- Benn meditou enquanto entrava no navio, vendo a criança se movimentar em grandes saltos e se divertir com isso, as orelhas bem levantadas com sorriso travesso.- Vamos para o mar capitão. Antes que o pirralho quebre o nosso o barco com a empolgação dele.- O pulo da criança parecia cada vez mais alto, e em minutos a tripulação toda estava dentro do navio.

- Até mais Makino!- O grito da criança foi estridente e animado quando o navio zarpou, em um alto salto acenando para a esverdeada com seu clássico grande sorriso.

- Ele vai acabar saltando para fora do navio...- Lucky Roux disse rindo alegremente.

- Isso não seria possível.- Yasopp apreciou o salto alto da criança.- Talvez ele seja um zoan de canguru.

- Cangurus não tem rabos desse tamanho. 

- Luffy! Para de pular!

- Aposto cem quilos de carne que o Capitão vai ficar careca antes do fim da viagem.

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Dizer que a tripulação do Ruivo estava tendo dificuldades em navegar com a criança no navio seria eufemismo do século, eles descobriram que os saltos de Luffy poderiam ter uma distância de quase um quilômetro, o que resultou em Benn tendo que nadar uma longa distância para recuperar a criança, que não havia aprendido a sair de sua forma híbrida, uma outra coisa que se descobriu inconveniente foi a audição aprimorada do garoto;

- Eu preciso de uma boa foda.

- Achei que você era casado com Mihawk.

- É falta dele.

Em questão de segundos a criança apareceu com seus enormes olhos cheios de curiosidade, pulando em cima de Shanks em um salto.

- O que é foda?- A tripulação não deixou de rir da expressão de seu capitão, que ficou com rosto mais vermelho que o próprio cabelo.- É bom?

- Nada âncora.

- Me diga Shanks!

- É algo que pessoas casadas fazem.

- Você é casado? Makino diz que é algo único! E que crianças só fazem quando ficam velhas que nem você.

- Eu não sou casado...

- Então por que você quer uma foda?

- Não diga isso! É uma palavra feia!

- Mas você disse...

- Eu errei, nunca mais vamos dizer isso.

E isso só foi em dois dias com a criança no navio.

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- Shanks! Bom dia! Me treine!

- Vamos começar pelo haki da observação.

Durante uma semana, a criança teve um treino que foi intensivo, Luffy se mostrou um aprendiz rápido e esperto, o que surpreendeu um pouco a todos. E para ainda mais surpresa, o básico dos hakis em duas semanas foi aprendido pela criança hiperativa, deixar a âncora distraída se tornou um desafio maior quando ela fica entediada, treinar uma akuma no mi desconhecida por um bando sem usuários da fruta diabólica se tornou quase impossível, Luffy se acostumou com a forma híbrida e sair dela sozinho, mas se interessou mais em ficar em sua forma meio animal, o instinto natural e sua natureza animalesca pura, ele só podia se imaginar na forma completa, que Benn educadamente o explicou que ele tinha. Mas foi em um acontecimento comum que eles descobriram uns dos poderes da criança;

- Para de ser idiota Shanks!- A criança gritou enfurecida, fincando levemente suas garrinhas no braço alheio.- Me solta!- Ele estendeu seus bracinhos para acertar o rosto do capitão pirata.- Eu já disse que não vou ser pirata!

- Eu sei. Eu sei. Você vai ser um libertário.- Sorriu carinhosamente Shanks, que girou a criança em seu aperto de um braço... Com Luffy, a falta de seu braço sequer se mostrava presente, ele estava encantado com a criança, só o pensamento de deixá-lo na solidão daquele lugar partia seu coração pirata.

- Então me solta.- Estendeu mais o braço, e uma bolota saiu de sua mão indo bem na boca de Shanks que se encontrou mastigando uma bolota particularmente saborosa.

- Você solta bolotas?- Benn arregalou os olhos para soltar uma risada em seguida.- De fome você não morre.

- Idiota!

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- Estou entediado...- Declarou Luffy para o nada, todo mundo dormindo e a noite estrelada o encantando para se divertir pelo mundo lá fora.

Ele começou a saltitar, aproveitando do silêncio pós-festa para se divertir livremente com seu espírito infantil, a sua natureza irresponsável o fez pular bem encima da proa do navio sem se importar com as consequências, cantarolando a canção que o lembrava do velhote,  uma que ele às vezes cantava, dançando com o ritmo da própria música, e num instinto "libertário" saltou em direção a uma ilha que de longe avistou visando a aventura.

A velocidade surreal e dois quilômetros de distância virou nada em segundos com o simples salto, ele caiu bem na praia, longe demais do navio ancorado, afundado na areia mas com sua alegria contagiando a alma livre. 

Tirar sua cabeça da areia o fez rir em liberdade, seu corpinho balançando em sua risada se enrolando em si mesmo, com seu enorme rabo tampando grande parte de seu corpo, suas enormes orelhas atentas as outras pessoas que estavam na praia, seu haki contando duas, seu coração acelerou em animação de ter um amigo ou de ter uma boa luta.

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- Capitão! Seu bêbado! Acorda!- Lucky gritou balançando o Ruivo. 

- Que eh?- As palavras saíram emboladas de seus lábios, a risada saindo naturalmente.

- Luffy se atirou numa ilha!

- O quê? Ele é maluco? 

- Bem, ele é o Luffy.

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Law ficou intrigado quando "a coisa" começou a se mexer, revelando a imagem de uma criança risonha com um rabo enorme e lindas orelhas... Parecia com um esquilo travesso.

- Ei! Quer ser meu amigo?- Um sorriso perfeito em formato de "D" se formou nos lábios do garoto estranho, que riu enquanto saltitava. Law não pôde deixar de achar graça.

- O que? Não! Nem te conheço!

- Meu nome é Monkey D. Luffy e eu sou um libertário! Eu vim do East Blue, o mar mais fraco!- O garoto rapidamente se aproximou de Law e Bepo, sem sequer perder a postura alegre e divertida que estava, ignorando por completo a resposta seca que Law tinha o dado.

- O que diabos é um libertário?

- Pessoas que querem ser livres! E eu quero libertar as pessoas... Para todos serem livres! É diferente de piratas!

- Você é um idiota.- Com o velho apego na desesperança Law não tinha tempo para sonhos que julgava impossível, a liberdade é uma farsa que todos acreditam.

- Você que é! - O garoto, Luffy, mostrou a língua para Law, ainda saltitante.- 'Qual são seus nomes?

- Bepo!- O mink deu sua resposta, instintivamente já tendo gostado do garoto híbrido diante dele. - Me desculpa.

- Não precisa pedir desculpas!- O garoto riu abraçando Bepo, que o agarrou com medo de deixá-lo cair, mesmo com todos aqueles adereços.- E você?- Law analisou o pirralho diante dele de cima a baixo, olhando para Bepo que claramente havia gostado do garoto por instinto, e bem, o menino era fofo e o sorriso dele meio que o lembrava vagamente de Corazon, ele meio que queria proteger esse tal de Luffy...

- Law, Trafalgar D. Water Law.

- Legal! Agora somos amigos!

- Não, não somos!

- Eh? Mas eu tenho seus nomes! Temos que fazer um juramento também? O velhote dizia que juramentos são 'pra tudo!- O moreno não pôde deixar de rir diante a ingenuidade infantil do outro. Tá, Law também tinha gostado do garoto.

- Sim. Temos.- Bepo olhou para Law com olhos julgadores, e ele apenas pôde dar de ombros, não podia deixar de fazer isso.- Você tem que me jurar que não vai me trair.- A criança disse como um segredo, uma pequena parte de si ainda tendo medo da traição. Bepo ficou surpreso diante a simples exigência de Law.

- Eu juro que não vou trair vocês!- A criança fez um sinal de dedos cruzados com uma mão e com a outra fez um sinal de motivação.- Jurem também! 

- Eu juro...- Bepo  resmungou.

- Eu juro.- Law deu um sorriso para a criança, sentindo que aquele garoto mudaria a vida dele.

- Eu também prometo que vou protegê-los!

- Então me diga Luffy, que akuma no mi você comeu?

- 'Faça a mínima ideia. Vocês vão comer esse bolo?