Marcello começou a caminhar em sua direção, ela o tinha provocado e agora ele estava indo pra lá com seu jeito de predador e ela, de repente, sentiu que era a sua presa, que não conseguiria escapar dele, não queria escapar, estava perdida. Seu coração acelerou, mas ela se manteve firme, não desviando o olhar, o queixo erguido, o desafiando. Ele parou a poucos metros dela, um sorriso de canto de boca, aquele mesmo sorriso que Malu conhecia tão bem, que sempre mexia com ela.
— Você vai continuar me evitando a noite toda? — Ele perguntou, a voz baixa, mas firme.
Malu segurou o olhar dele por um segundo, tentando não ceder à pressão que sentia no peito. Ela suspirou antes de responder.
— Não estou te evitando, Marcello. — Mentira. Era claro que estava, ambos sabiam disso.
— Ah, não? — Ele ergueu a sobrancelha, claramente cético. — Então é só coincidência que você não disse uma única palavra para mim a noite inteira? Você não costuma ser mal educada.
Ela deu um leve sorriso, mais nervoso do que genuíno. — Estamos em uma festa, Marcello. Todo mundo está aqui. Achei que não precisava. Você também não veio falar comigo e acho que você chegou depois de mim aqui.
Ele deu um passo mais perto, e ela pôde sentir o perfume que ele sempre usava, aquele que a fazia lembrar de momentos que preferia esquecer.
— Sempre tem uma desculpa, não é? — Ele murmurou. — Você queria que eu viesse falar com você depois de você ter me ignorado na pré-estreia? Queria que eu chegasse assim, pertinho, quando o seu marido estava ao seu lado? Você sabe tão bem quanto eu que uma hora ou outra a gente tem que conversar.
Ela sentiu o peso das palavras dele, mas ainda não estava pronta para ceder.
— O que você quer que eu diga, Marcello? — Ela perguntou, exasperada. — Quer que eu finja uma amizade? Que eu seja cortês e pergunte como vai a vida e o romance com sua namorada? — Ambos tinham muito mais perguntas a fazer que respostas a dar.
— Você vai começar de novo com isso? Você quer sondar a minha vida amorosa? Por que te importa tanto se eu tenho uma namorada? Acho que nos afastamos justamente por isso.
— Não! Não nos afastamos por isso, nos afastamos porque eu não quis seguir seu joguinho.
— No entanto, estamos aqui, Malu. Eu não sei porque um possível relacionamento meu te incomoda tanto, quando você é uma mulher casada. Não faz nem uma hora que você estava feliz com seu marido aqui nessa festa, mostrando ao mundo o quão bem casada você é.
— Isso no seu tom é ciúmes? — ela sorriu, mas logo mudou o tom — Vocês homens são inacreditáveis! O ego sempre nas alturas, os donos do mundo e nós, as mulheres, sempre estamos aos seus pés suplicando por atenção, brigando por vocês. Eu não sou esse tipo, Marcello, você devia saber. — ela baixou a voz e falou perigosamente — Não me importo com quem você se relaciona — Ele riu suavemente, tinha tirado a escorpiana do sério, sabia disso.
— Sempre afiada!
— Afinal, o que você quer ouvir de mim? Que estou morrendo de saudade? Ou que foi tudo um erro? Porque se é isso que você quer ouvir, você está enganado, não seguirei por nenhum desses caminhos.
Marcello riu baixinho, uma risada sem humor. — Eu prefiro quando você não é cínica. Eu nunca disse que foi um erro, Malu. Mas, sinceramente, estou cansado desse jogo de fingir que não aconteceu.
Ela cruzou os braços, num gesto defensivo, olhando para os próprios pés. — Eu não estou fingindo. Só... segui em frente. E você deveria fazer o mesmo.
Ele deu mais um passo, agora perigosamente perto. — Seguiu em frente? Mesmo? Porque eu não consigo acreditar nisso quando vejo você evitar olhar nos meus olhos a noite toda. Parece que está tentando se convencer mais do que a mim. Não sentiu mesmo saudade?
Ela finalmente o olhou, direto nos olhos, e por um momento o ar ao redor deles pareceu parar. O olhar de Marcello era intenso, cheio de perguntas não feitas, de sentimentos não resolvidos. Naquele instante eles não ligavam se alguém pudesse vê-los tão próximos, não sem importavam com muitas coisas.
— Talvez. — Ela admitiu, sua voz quase um sussurro. — Talvez eu não saiba como lidar com isso. Com você.
Ele não respondeu de imediato, apenas a observou por alguns segundos, e Malu sentiu seu rosto queimar sob aquele olhar.
— Eu também não sei, Malu. — Ele disse, finalmente.
Ela mordeu o lábio, lutando contra a vontade de dizer algo que sabia que poderia complicar tudo ainda mais. A verdade era que ele ainda mexia com ela, de um jeito que ela não queria admitir, nem para ele, nem para si mesma.
— E o que você sugere que a gente faça, então? — Ela perguntou, hesitante.
Marcello deu de ombros, como se a resposta fosse óbvia. — Que tal começar por ser honesta, Malu? Comigo e com você mesma.
Ela olhou para ele, aquele homem que em tão pouco tempo tinha sido tanto em sua vida — colega, amigo, parceiro, amante... — E percebeu que, por mais que tentasse, nunca conseguiria apagar o que aconteceu entre eles.
— Eu... não sei se consigo fazer isso agora. — Ela confessou, sua voz fraca e ele assentiu lentamente, entendendo.
Marcello deu um meio sorriso, percebendo a hesitação dela. Ele sempre soube ler Malu melhor do que qualquer um. Lia no olhar, no toque, no cheiro, lia no dito e no não dito. Ela tentava manter a compostura, mas seus olhos falavam tudo. Era como se estivesse travando uma guerra interna e ele sabia que, no fundo, a razão já havia perdido.
— Eu já estava indo embora — ele disse baixinho, a voz rouca, quase como se estivesse confidenciando um segredo. — Mas, honestamente, sair daqui sem que a gente fale tudo o que queremos... — Marcello deu um passo ainda mais perto, inclinando a cabeça levemente para que só ela pudesse ouvi-lo — não é como eu quero que a noite termine.
Ela fechou os olhos por um segundo, sentindo o peso daquelas palavras. Por que ele tinha que dizer coisas que a desarmavam tão facilmente? Que a faziam lembrar de tudo o que tinham sido? Do que ainda poderiam ser? O coração batia descompassado, ela estava corada, excitada, a mão dela apertou levemente a taça de vinho, como se aquilo pudesse ancorá-la de volta à realidade.
— Então vem comigo — ele continuou, suave, mas direto. — Vamos sair daqui. A gente pode conversar melhor, sem toda essa gente ao redor. — Ele não precisava ser explícito, o convite estava no subtexto. Não era só para uma conversa. Ambos sabiam disso, porque sempre que estavam sozinhos nunca era só uma conversa.
Malu mordeu o lábio, uma onda de adrenalina correndo por suas veias. A razão, em sua mente, gritava para ela dizer “não”. Para lembrar que aquele jogo não trazia nada além de complicações. Mas a outra parte, aquela que a fazia tremer ao vê-lo de longe, que lhe arrancava sorrisos disfarçados e acelerava o coração... essa parte queria ir.
— Não sei se é uma boa ideia, Marcello... — Ela respondeu, mas a voz saiu mais fraca do que gostaria, quase como se estivesse testando a própria resistência.
— Quando foi que nós nos preocupamos com o que era ou não uma boa ideia? — Ele riu de leve, com aquela confiança irritante. Ele sabia que ela estava a um passo de ceder.
Ele se inclinou levemente, os lábios a centímetros do ouvido dela, e murmurou:
— Você sabe que também quer.
Ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Marcello sabia como atingir seus pontos mais frágeis, e naquele momento ele estava atingindo todos ao mesmo tempo. Sem que percebesse, seus olhos piscavam rapidamente, assim como a sua respiração ficou mais acelerada, o seu corpo reagia involuntariamente à proximidade dele.
Ela olhou em volta, como se procurasse uma saída, um sinal de que não deveria ceder. Afonso já tinha ido embora, e a festa estava morrendo aos poucos. Ninguém notaria. E mesmo que notassem, ela não parecia se importar tanto quanto deveria. Com um suspiro resignado, Malu encontrou os olhos dele mais uma vez. Eles estavam cheios de promessas, e ela odiava admitir, mas queria saber onde aquilo a levaria dessa vez. De novo, ele estava ali, quebrando a barreira que ela tanto lutava para manter.
— Vamos, então? — Malu disse, mais como uma pergunta do que uma resposta clara.
Marcello sorriu, um sorriso de vitória silenciosa, e então, sem perder tempo, colocou a mão sobre as costas de Malu, o bastante para guiá-la sem pressionar. Eles caminharam em direção à saída, atravessando o salão como se fossem apenas dois colegas de trabalho indo embora após uma festa comum. Mas ambos sabiam que nada sobre aquilo era comum. O ar ao redor deles estava carregado de tesão, de desejos não ditos e de um passado que insistia em persegui-los.
Quando saíram do prédio, a noite estava fresca, o vento batendo suavemente no rosto de Malu, dando-lhe uma breve sensação de lucidez. Marcello parou ao lado dela.
— Você não mudou nada — Ela disse, com um sorriso nervoso.
— E você se incomoda com isso? — Ele arqueou a sobrancelha, desafiador.
Ela riu, uma risada curta e quase sem humor, enquanto olhava para ele. Marcello era o mesmo, sempre o mesmo. E talvez fosse isso que a fazia se sentir tão atraída e ao mesmo tempo tão inquieta.
— Vamos para um lugar onde possamos conversar de verdade? — ele sugeriu, a voz mais baixa, mais controlada, mas com aquela familiaridade perigosa.
Ela hesitou por um momento, o coração batendo forte, mas no fundo já sabia a resposta.
Despertou o instinto da fêmea
E agora quer se deixar abater
Se sentir caçada
Dominada até desfalecer
Assim que chegaram ao carro, Marcello abriu a porta para Malu, e ela entrou sem hesitar. O toque suave dele em suas costas fez um arrepio percorrer o corpo dela. No banco do passageiro, Malu olhava para frente, sem falar nada. Sentia o calor dele ao seu lado, e o espaço parecia pequeno demais para conter a eletricidade que pulsava entre os dois.
Marcello dirigiu em silêncio, as mãos firmes no volante, mas a mente longe dali, já pensando em tudo o que viria a seguir, completamente preenchido pela presença de Maria Luiza ao seu lado. Ele parou o carro em uma rua menos movimentada, iluminada apenas pela luz fraca de um poste. Assim que desligou o motor, virou-se para ela, os olhos escuros e intensos, refletindo o desejo que ele nem tentava mais esconder.
— Você sabe o que estamos fazendo aqui, não sabe? — A voz dele era grave, quase um sussurro, mas carregada de uma sensualidade que fazia o coração dela bater mais forte.
Malu não respondeu. Não precisava. A forma como seus olhos brilharam, como sua respiração ficou presa na garganta, dizia tudo. Ela o queria tanto quanto ele a ela.
Marcello se aproximou, encurtando a distância entre eles, o cheiro familiar dele preenchendo o ar ao redor. A mão dele subiu, primeiro de leve, roçando o ombro dela, depois mais firme, segurando sua nuca com delicadeza, puxando-a para perto. O toque era suave, mas carregado de intenção. Ela fechou os olhos na expectativa do que viria depois.
Os lábios de Marcello tocaram os dela, primeiro de maneira leve, quase tímida, mas logo o beijo se aprofundou, e todo o tempo e distância entre eles desapareceram. Era como se nunca tivessem se afastado, como se todos os sentimentos reprimidos explodissem naquele instante. O beijo era urgente, faminto, mas ao mesmo tempo, havia algo de familiar ali, uma saudade, algo que ambos conheciam e ansiavam há muito tempo, estavam voltando para casa.
Malu sentiu uma das mãos dele subir por sua coxa, tocando sua pele por baixo do tecido fino de seu vestido, enquanto ela o puxava para mais perto, os dedos nos cabelos dele, puxando os fios como tantas vezes havia feito. O calor dos corpos começou a se misturar, as respirações aceleradas criando uma aura de urgência e desejo.
Ele a puxou para seu colo, os movimentos agora mais impacientes, e ela seguiu o ritmo. O corpo dela se encaixou ao dele com uma familiaridade inquietante. A tensão entre eles era palpável, e a cada suspiro, tudo ao redor parecia desaparecer.
Marcello beijou seu pescoço, fazendo-a arfar, e as mãos de Malu deslizavam pelo peito dele, sentindo a firmeza dos músculos sob a camisa. Ele sussurrou o nome dela com uma rouquidão que a fez estremecer, e ela respondeu puxando-o ainda mais para si, como se não houvesse mais nada que importasse além daquele momento.
— Eu esperei tanto pra tá com você novamente, achei que não fosse acontecer nunca mais. — Ele sussurrou enquanto deixava um caminho de beijos entre o pescoço e o colo cheio de pintas dela.
Os beijos se tornaram mais intensos, e as mãos, mais ousadas. Eles se moviam em sincronia, como se cada toque, cada gesto, fosse a resposta a um desejo reprimido por tempo demais. Malu se movimentava no colo de Marcello em busca de mais contato, eles tinham pressa e o espaço era reduzido. Marcello subiu o vestido dela até a cintura e buscou com o toque a vagina dela que pulsava de desejo por ele.
— Você está tão molhada, tão pronta pra mim.
— Marcello, eu preciso de mais.
O ar no carro estava denso, quente, e a sensação de proximidade era esmagadora. O toque dos lábios dele nos dela se misturava ao som das respirações entrecortadas, e os gemidos suaves de Malu eram abafados pelos beijos profundos que compartilhavam. A cada movimento, o corpo de Marcello parecia entender exatamente o que ela precisava, e ela se entregava completamente, sem reservas.
Agora entendo o sorriso
Ele é que não entendeu
Se não fez amor com você
Faço eu
Ela estava presa na mistura de desejo e tensão, lutando entre a vontade de se render completamente e a necessidade de manter o controle. Mas havia algo nos olhos de Marcello, algo que a fazia ceder, pouco a pouco. Ele a segurava como se estivesse no comando, mas ao mesmo tempo, ela se sentia adorada. A respiração dela acelerava a cada toque dele, a cada beijo.
Os dedos dele deslizavam pela pele dela como se soubessem exatamente onde provocar as reações mais profundas, enquanto o ritmo entre eles aumentava. Malu fechou os olhos, sentindo-se dominada por uma onda de sensações que era impossível resistir. Era como se ele estivesse no controle do que ela sentia naquele momento, e, por mais que quisesse lutar contra isso, seu corpo já não respondia ao comando da razão.
Ele abaixou a calça jeans que usava, afastou a roupa íntima dela e ela o sentiu entrar nela com um movimento lento e profundo, o corpo de Malu reagindo instantaneamente, os olhos fechados, a boca entreaberta, um gemido baixo escapando. Malu começou a se mover com firmeza em busca de mais prazer, cada vez mais rápido, até que ela não conseguia mais controlar os próprios sons.
A cada investida, Malu sentia-se cada vez mais à mercê dele. O controle que ela sempre teve sobre si mesma escorria entre seus dedos. O desejo dominava tudo. O corpo dele, firme, deslizava contra o dela tão facilmente, ela guiava os movimentos e se sentia cada vez mais frágil sob a força do momento, como se estivesse desfalecendo em uma entrega completa.
— Você está comigo... — Marcello sussurrou, os olhos dele queimando de desejo enquanto a encarava. Ela assentiu levemente, a respiração falhando em seu peito. Não havia mais dúvidas, não havia mais medo. Só a certeza de que naquele momento, ele a possuía por inteiro.
Ela se permitiu sentir, se permitiu ser levada pela maré de prazer que a envolvia. Estava completamente entregue, dominada, como se o mundo ao redor tivesse deixado de existir. Só restava ele e o desejo por ele, a ânsia por mais. E ela se deixou levar, completamente dominada pela força daquele desejo, incapaz de lutar contra o que sentia. Marcello sabia disso, e a forma como ele a segurava mostrava que ele entendia o poder que tinha sobre ela naquele momento, mesmo que fosse ela que tivesse o comando da posição.
— Malu… — A voz dele estava rouca, carregada de desejo e algo mais, algo que ela não conseguia nomear. — Não fuja de mim agora.
Ela não tinha forças para responder, apenas se agarrou a ele, as unhas cravando nos ombros dele enquanto os corpos se moviam em um ritmo intenso, selvagem, quase desesperado. O prazer a dominava, como uma onda que a puxava para o fundo, e ela se entregou completamente, sem resistência, até o momento em que sentiu o clímax chegar, tomando conta de todo o seu ser, um gemido alto escapando de seus lábios que abafou na curva do pescoço dele.
Ela se deixou cair sobre ele, sem forças para resistir ao que ele oferecia, se entregou completamente àquele instante. O calor no interior do carro era sufocante, mas não era desconfortável, era o reflexo do que acontecia entre eles.
— Fizemos sexo no carro, na rua, Marcello! — Falou ofegante depois de uns instantes.
— Ainda nos faltava esse lugar. — Ele estava de olhos fechados com um leve sorriso no rosto.
— Idiota! Parecemos dois adolescentes sem dinheiro. Tanto lugar…
— Esquece isso, meu amor. Não gostou? — Ela não respondeu, tinha gostado tanto. Fechou os olhos e se aconchegou um pouco mais nele.
O corpo de Malu tremia levemente, ela se perdeu naquela sensação para sempre, sem pensar em mais nada além do prazer, sem lembrar de quem eram, de onde estavam. Marcello deslizou a mão pelos cabelos cacheados dela, sem pressa, como se quisesse prolongar aquele momento. Ele sabia que o tempo era precioso quando estavam juntos, sempre foi assim.
— Você sempre faz isso. — A voz dela soou baixa, como se mal quisesse que ele a ouvisse.
Ele sorriu de leve, sem precisar perguntar o que ela queria dizer. Ambos sabiam. Ele sempre a deixava assim: vulnerável, entregue, sem saber como voltar ao controle.
— Faço o quê? — Marcello murmurou, os dedos ainda desenhando círculos suaves nas costas dela.
Malu se afastou um pouco para poder encará-lo. O olhar dela era intenso, mas ao mesmo tempo, havia uma fraqueza ali. Uma fraqueza que ela odiava mostrar, mas que ele conhecia bem.
— Você sabe. — Ela desviou o olhar por um instante, mordendo o lábio, antes de continuar. — Me domina, como se… como se eu não tivesse mais escolha.
— Mas você tem. — A voz dele saiu grave, ainda com a respiração acelerada, como se quisesse lembrá-la de que o poder sempre esteve nas mãos dela. — Você sempre teve.
Ela balançou a cabeça levemente, tentando negar, mas sabia que era a verdade. Cada toque, cada olhar, cada palavra dita naquela noite a levava para ele e aquele sentimento já durava tanto tempo.
— Isso não é justo. — A voz dela tremeu. — Você faz parecer fácil.
Ele sorriu, um sorriso que ela conhecia bem — um misto de desafio e compreensão. Marcello se inclinou, os lábios a centímetros dos dela, a voz um sussurro que mal quebrava o silêncio.
— Você já tentou fugir de mim antes. Já tentou fingir que eu não estava ali. — Ele parou por um instante, segurando o queixo dela para que os olhares se encontrassem novamente. — Mas no fundo, eu sempre soube que, no momento certo, nós estaríamos assim.
Malu fechou os olhos por um segundo, sentindo a verdade crua das palavras dele atravessando seu corpo como um choque. O orgulho tentava gritar para que ela se afastasse, mas seu coração já havia sido capturado, como sempre acontecia. Não havia mais como lutar.
— Eu queria que tudo fosse mais simples — Ela soltou.
Marcello a puxou para mais perto, os corpos deles ainda colados como se o tempo tivesse parado. Ele sorriu novamente, aquele sorriso que ela sabia que guardava tanto desejo quanto carinho.
— É simples quando estamos juntos. — Ele sussurrou contra seus lábios antes de finalmente beijá-la, de forma lenta e intensa, como se quisesse provar que não havia mais o que discutir.
Malu se entregou de novo, sabendo que nada era simples, que quando estavam juntos era tudo mais complicado para ela, que ele era um furacão em sua vida, mas ela saberia lidar, porque ela era filha do vento.
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