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História Love and Darkness (Em revisão e hiatus) - Noite de núpcias e borboletário


Escrita por: AfroLilith

Notas do Autor


Olá, bolinhos, como estão? Espero que estejam bem e ansiosos para o que virá.

Apreciem com moderação (ou nem tanto). hehehe



P.S: Não xinguem (muito) a "Lóren" da fic por ser uma diaba.

Capítulo 5 - Noite de núpcias e borboletário


Fanfic / Fanfiction Love and Darkness (Em revisão e hiatus) - Noite de núpcias e borboletário


POV Narrador

Mansão Morgado, Londres, UK.




Camila não deixou de impressionar-se com a exuberância daquele ambiente do andar superior.

Tratava-se de um corredor extenso repleto de enormes portas em ambos os lados, e em certo momento se convenceu de que era-lhe impossível calcular quantas portas eram, chegando a conclusão que passavam de dez.

Lauren caminhava calmamente ao seu lado com o rosto voltado para frente, mas por vezes seus olhos teimavam em fitar a bela jovem ao lado, que seguia observando tudo com um aguçado interesse.

Seguir olhando para frente era mais seguro para Lauren que por vezes se viu sendo acometida por uma enorme vontade de rir da cara de espanto que a esposa fazia a cada nova descoberta daquela peculiar decoração.

Vez ou outra Camila lançava-lhe olhares arregalados e indagativos, mas acabava por não tecer comentário algum. De certo modo Lauren achou seu comportamento uma enorme novidade, visto que desde que a conhecera, Camila nunca poupou-se de fazer perguntas ou dizer o que bem pensa. Entretanto fazia-se notável o seu quase infantil temor pela dark art.

Finalmente havia encontrado uma forma de domar os seus impulsos, pensou, quase esboçando um sorriso, para logo em seguida sentir-se arrependida, pois de certo modo se divertia um bocado com sua impetuosidade.

Mas naquele momento a jovem esposa estava muda, Lauren poderia dizer até que a Cabello mais nova se sentia perplexa com tudo o que via, e não era por menos...

A arquitetura e decoração daquele extenso corredor transbordava o requintado estilo vitoriano, e não fossem aquelas paredes revestidas por cores extremamente escuras, as macabras estatuetas espalhadas em alguns cantos, além de alguns quadros de gosto duvidoso, poderia até considerar aquela mansão um belo lugar a se viver, entretanto, a cada passo dado o sentimento que acometia a jovem Cabello era assustador.


— Por que essa cara? — Perguntou Lauren, não se contendo mais com o silêncio da jovem esposa que se mostrava de fato assombrada.

— Isso... — Balbuciou temerosa pelo que via. — … essas estátuas...

— Hum... pela cara que está fazendo devo entender como uma reprovação. — Comentou. — Vindo de uma jovem que têm como uma de suas fontes de estudo “A história da Arte”, seu espanto beira o insulto. — Disse séria, com um breve arquear de sobrancelha. Por alguns segundos seus olhos extremamente verdes se puseram a escrutinar os belos olhos castanhos da esposa, mas logo em seguida desviou-os, voltando a olhar para frente.

Por sua vez, Camila tentava digerir aquilo que havia sido comentado despretensiosamente por Lauren... então ela sabia sobre seus estudos? O que mais aquela mulher sabia de si?


— Não imaginava que soubesse sobre minha área de estudos. — Comentou com um franzir de cenho. Lauren pausou a caminhada e a olhou nos olhos.

— Sembre procuro saber tudo sobre aquilo que tanto quero. — Disse-lhe com naturalidade, mas seus olhos haviam ganhado um brilho escuro e gélido, fazendo Camila arrepiar-se dos pés à cabeça.

Tal resposta poderia desencadear na jovem Cabello novos questionamentos, mas tendo sido como foi preferiu conter a curiosidade. De repente Camila começou a imaginar que de certo modo aquele brilho gélido nos olhos de Lauren combinavam com aquela arte macabra.


Voltou a sentir arrepios no corpo ao imaginar como seria a decoração do quarto daquela mulher. Céus!!! Se fosse tão macabra quanto aquela do corredor se recusaria a dormir nele!


Ao pensar no quarto de Lauren e nelas dormindo juntas sentiu um enorme desejo de sair correndo daquele lugar, descer aquela longa escadaria e caso fosse impedida pelos agregados da mulher a sair daquela mansão assombrada, por certo se esconderia em algum cômodo ou até mesmo algum dos enormes móveis da casa. Mas teve aquele seu ímpeto pela fuga cessado ao deparar-se com alguns enormes quadros que se mantinham bem cobertos por finos tecidos.


Observou a todos com extrema curiosidade e os contou mentalmente... no total eram quatro.


Quis perguntar o porquê de estarem todos cobertos, mas ao perceber a esposa de fato muito curiosa com aquele detalhe, Lauren decidiu apressar os passos.


— Vamos, já estamos chegando. — Ordenou segurando-a pela mão para apressar-lhe os passos, o que assustou Camila. Entretanto, não demorou muito para que se pusessem próximas a uma ampla porta de madeira escura. Olhando para Camila, Lauren disse cordialmente: — Bem vinda ao seu novo quarto! — Camila olhou-a com temor e observou Lauren abrir a enorme porta aguardando que ela entrasse primeiro, o que a fez engolir seco. — Ou melhor dizendo... nosso quarto. — Se corrigiu ao aproximar-se mais da esposa que arredia, afastou-se e deu alguns passos adentrando o ambiente.


Seus olhos vasculhavam tudo com demasiada cautela. Camila sentia o corpo tremer a cada passo que dava ao adentrar naquela luxuosa suíte.


Arregalou os olhos se mostrando totalmente incrédula, pois nada do que via naquele quarto fazia lembrar a macabra decoração que vira no corredor.

As paredes da suíte tinham tons de rosa salmão claro e eram em formato aredondado. A belíssima cama de casal coberta por um acolchoado branco não ficava ao centro e sim no canto vertical do quarto, dando total destaque ao enorme tapete em desenhos florais que simulavam um lindo leque da Era Vitoriana.

Ao olhar para cima Camila viu uma linda luminária que adornava perfeitamente com toda a decoração e cores do quarto assim como as tantas outras luminárias de canto com suas luzes amareladas que cuidavam para ressaltar as cores do quarto com uma iluminação aconchegante.

As enormes janelas em formato ovalado que iam do teto até o chão estavam fechadas, cobertas por lindas e grossas cortinas. Era tudo luxuoso e de alto requinte, mas acima de tudo havia uma bela combinação de cores que tornavam o ambiente bastante confortável e acolhedor.


Definitivamente aquele quarto cheio de vida não parecia fazer parte do restante daquela mansão que se mostrava horripilante, tampouco ornava com a personalidade fria daquela mulher com quem casara.


Camila ficou intrigada ao observar uma pequena mesa à luz de velas no canto do quarto. Nela haviam dois pratos com talheres, além de requintados guardanapos de tecido, e ao centro uma refinada garrafa de vinho tinto.


— O jantar já está servido? — Indagou surpresa.

— Sim, meus agregados agem rápido a uma ordem minha. — Lauren disse, se aproximando da mesa e puxando uma cadeira para a esposa. — Venha! Sente-se para que possamos fazer a nossa primeira de muitas refeições juntas.

— Obrigada, mas estou sem apetite. — Disse-lhe resistente, o que fez Lauren suspirar irritadiça.

— Camila, essa é a nossa primeira noite juntas. — Falou pausadamente. Seu tom de voz era baixo, quase sussurrado. — Acho que não preciso dizer que faço questão que você se sente para que façamos a nossa primeira refeição... juntas. — Camila a observou por alguns breves instantes, aproximou e decidiu se sentar, pois imaginou que aquele seria um embate muito tolo perto dos tantos outros que provavelmente estariam por vir.

Esboçando um sorriso satisfeito Lauren sentou-se na outra cadeira.
— Espero que goste do que nos foi preparado. — Camila não disse nada, começou a comer silenciosamente. Ainda estava bastante intrigada com tudo o que vira até aquele momento, sem falar no frio que sentia em seu estômago toda vez que refletia sobre o fato de estar ali, no quarto daquela mulher e o pior... casada com ela.

Lauren também comeu sem fazer nenhum comentário, apenas fitava a esposa, apreciando o quão belos e apetitosos eram seus lábios. Ao bebericar um pouco do fino vinho tinto contido em sua taça de cristal, as lembranças daquele tórrido beijo que trocaram quando capturou a sua linda fujona aqueceu-lhe as entranhas. Não via a hora de saborear aqueles lábios doces e carnudos novamente.




— E então? — Indagou Lauren à esposa assim que terminaram suas refeições.

— Achei muito saboroso. — Respondeu-lhe com honestidade.

— Que bom que gostou. — Disse-lhe com um largo sorriso nos lábios. Camila notou que a mulher lançava-lhe um olhar predador. Novamente lá estavam aqueles olhos escuros e gélidos... pensou Camila. — Quer a sobremesa agora? — Inquiriu Lauren, sem deixar de olhá-la nos olhos.

— Obrigada, mas estou satisfeita.

— Mas eu não. — Respondeu calmamente levantando-se de sua cadeira. Seus olhos escrutinavam os de Camila com um brilho repleto de desejo. — Acho que já sei o que vou querer comer de sobremesa... — Comentou já de pé, postando-se bem atrás da cadeira da esposa.

***

Play Musica: Bad Butterfly  (Bad Kind Butterflies - Camila Cabello)

Link Youtube: 
https://youtu.be/cXhQa-jkSeY


Deslizava suavemente as mãos no acolchoado encosto daquela cadeira tentando conter o desejo de ter logo suas formigantes mãos acariciando a bela mulher. Soltou um suspiro de desejo não conseguindo mais conter-se, delicadamente suas mãos se puseram a brincar com os longos fios dos sedosos cabelos da jovem esposa que retesou ao sentir aquele toque suave em seus cabelos.

Aturdida, Camila se viu falhar miseravelmente ao tentar esforçar-se em ter qualquer reação de resistência que fosse àquela mulher.



— O quê? — Indagou. Talvez manter algum diálogo fosse-lhe o melhor, mas arrependeu-se logo por temer a provável resposta que pudesse vir. Tomou nota de que precisaria aprender a ser menos curiosa e assim fazer menos perguntas que pudessem gerar respostas indesejáveis.


Aquele nervosismo da jovem esposa não passou desapercebido por Lauren... ao contrário até.


Soube reconhecê-lo de imediato, pois se assemelhava em muito ao comportamento que Camila tivera na ultima vez que se beijaram. Ponderou analítica chegando a conclusão que naquele momento Camila travava uma luta interna dentro de si, e sorriu, pois estava muito disposta a fazê-la arder em meio aos seus conflitos.


Iniciou uma leve carícia no pescoço da esposa que por reflexo, fechou os olhos com os arrepios que aquele gesto lhe provocara, e lentamente arqueou o pescoço para trás, quase descansando-o no corpo de Lauren que, entre sorrisos, mordeu o lábio inferior, se mostrando satisfeita com o efeito provocado em Camila.


Lauren curvou-se sobre o assento da jovem esposa para responder-lhe ao pé do ouvido.



— Quero você, babe! — Sussurrou. Sua voz era melodiosa e suavemente rouca. Como se estivesse no mais completo transe Camila soltou um suspiro lamurioso ao sentir a respiração quente da esposa em seu pescoço. Notando as defesas da jovem Cabello ruírem lentamente, Lauren decidiu ser mais ousada. Ajeitou-lhe os cabelos para o lado e delicadamente deslizou a ponta do nariz na pele do pescoço da esposa. — Afinal de contas, babe... — Prosseguiu pausadamente. — … não irei encontrar nada mais doce para satisfazer o meu apetite, hum?!. — Como se despertasse daquele transe Camila arregalou os olhos com o que ouvira e levantou-se subitamente, fazendo Lauren recuar alguns passos para trás.

— Nem pense em me tocar! — Bravejou caminhando para longe de Lauren, pondo-se em modo de defesa.

— Não pode imaginar o quanto sonho com isso. — Murmurou Lauren, e ignorando aquela primeira reação da esposa, caminhou à passos firmes em sua direção, assumindo uma postura intimidante.


Estavam frente à frente. Tão próximas que suas respirações quase se fundiam.


Camila mordeu os lábios ao constatar que a maldita mulher tinha um cheiro bom, convidativo. O que não lhe era uma novidade, pois já havia notado em outros momentos, entretanto, em todas as outras vezes fizera questão de ignorar ao máximo.

Mas agora... assim tão perto? Céus!!! Tornava-se praticamente irresistível.


Permaneceram se encarando por um tempo até que Camila estacou e arregalou os olhos ao sentir as mãos de Lauren segurarem sua cintura, trazendo-a para mais perto, praticamente colando seus corpos.


Aflita com aquela situação, Camila deu alguns passos para trás acabando por ter seu corpo junto à parede.


Lauren a estudou por alguns momentos como se decidisse o que fazer, e não teve dúvidas... caminhou até onde ela estava, segurando-a novamente pela cintura.

Camila sentiu uma louca vontade de gritar, mas dessa vez não por medo, mas sim por desejar afastar de si todas aquelas reações que acometiam-lhe o corpo ao ser tocada por aquela mulher.

Céus!!! Como podia temer tanto uma pessoa e ao mesmo tempo sentir como se seu corpo implorasse por seus toques? Não podia desejá-la! Não aquela mulher de comportamentos estranhos e um inexplicável apreço à bizarrices.

Não podia desejar assim uma pessoa que havia conhecido somente no dia do seu fatídico noivado com ela. Uma mulher com quem fora forçada a se casar, e que agora se mostrava determinada a reivindicar-lhe uma total entrega como se houvesse entre elas intimidade suficiente para algo do tipo.

A bagunça que sentia dentro de si parecia-lhe uma completa loucura. Aqueles sentimentos conflituosos iam contra tudo o que sua mente insistia em dizer-lhe para a sua própria proteção.

Temerosa por aqueles pensamentos inoportunos, Camila fechou os olhos não desejando encarar a esposa. Mas mesmo de olhos fechados conseguia sentir a mulher desnudando-a com seus malditos olhos felinos.

Lembrou-se da fatídica noite em que fora encontrada por ela enquanto tentava fugir, e temeu acabar sucumbindo novamente aos misteriosos encantos que os olhos verdes da mulher teimavam em despertar-lhe.


Aquela mulher só podia ser uma diaba, pensou!

 


— Acho que fui bem clara quando disse que você não iria me tocar! — Proferiu Camila, tentando a todo custo não deixar transparecer o quão afetada estava.

— Sim, mas veja... — Lauren ponderou não conseguindo esconder um cínico sorriso de canto de boca. — … estou te tocando e não vejo você lutar contra isso. — Camila levantou a cabeça encarando-a olho no olho. Sentiu-se desafiada e não estava disposta a ceder para aquela mulher arrogante e prepotente.

— Então eu vou lhe dizer novamente... não quero que me toque!

— Não diga bobagens. — Disse-lhe com um sedutor arquear de sobrancelha, acariciando-lhe o rosto. Camila sentiu-se petrificada, incapaz de esboçar qualquer reação. Sua mente implorava para que tentasse se afastar e impedir as ações daquela maldita mulher, porém seu corpo parecia incapaz de obedecer-lhe.

Lauren começou a beijar o pescoço esbelto e macio de Camila. Os tremores e arrepios sentidos ao ter a boca e o hálito quente de Lauren em seu pescoço novamente a fez despertar do maldito transe que aquela maldita mulher lhe provocava.

— Não!!! — Bravejou lutando para afastá-la, mas Lauren a segurou firme, apertando- a mais em seu corpo. Camila debateu-se tentando se afastar, mas constatou que Lauren era mais forte que ela e conseguiria mantê-la fácil contra a parede pelo tempo que bem quisesse.
— Não tente resistir ao que temos aqui, hum?! — Lauren disse com sua voz rouca e firme. Mostrava-se irredutível, pois a queria e aquela era a noite de núpcias delas.

Não estava disposta a ceder fácil ao que considerava caprichos de uma menina mimada, mas estacou parando de beijar o pescoço de Camila ao ouvir o que pareceu-lhe ser um sôfrego soluçar. — Mas o que... você... — Balbuciou aturdida. Seus olhos arregalados denunciava o quão confusa se sentira com o que via no rosto da jovem esposa. — ...você está chorando? — Murmurou atônita ao ver as lágrimas rolarem dos olhos de Camila que naquele momento sentia-se incapaz de dizer algo.


Lauren ficou em silêncio observando-a como se tentasse entender o que estava acontecendo.


Baixou os olhos observando seus corpos colados daquela forma. Camila totalmente presa por seus braços como se fosse -lhe uma prisioneira. E como se agora fosse ela a despertar de uma espécie de transe, subitamente afastou-se da mulher. Correu as mãos nos longos cabelos olhando para todos os lados como se buscasse por respostas.


Ainda sem reação, Camila se manteve encostada na parede.



Lauren soltou um audível suspiro e saiu correndo do quarto batendo a porta com toda a sua força. De olhos arregalados, Camila deixou o corpo deslizar lentamente pela parede em que estava encostada, e sentou-se no chão. Permaneceu sentada ali com as mãos no rosto... completamente aturdida. Buscava se acalmar para quem sabe assim conseguir entender tudo o que havia acontecido.


Depois de um longo tempo ainda sentada no chão, imaginou que Lauren não retornaria ao quarto. Sentiu um imenso alívio com tal pensamento e então decidiu trocar de roupa para se deitar um pouco. Acabou lembrando que todas as suas coisas pessoais haviam ficado na casa dos pais, principalmente suas roupas. Irritada, praguejou por não ter pensado nesse detalhe.


Deu uma rápida vasculhada no imenso closet do quarto decidida a usar qualquer roupa de Lauren que por ventura coubesse nela e assim o fez para logo em seguida deitar-se.

Por horas ficou deitada olhando na direção da porta pensando na possibilidade de levantar-se para trancá-la. Mas ao imaginar que ao fazer isso pudesse ser ainda pior caso Lauren decidisse retornar ao quarto acabou desistindo da ideia e mergulhando em um sono profundo.



***




Camila abriu lentamente os olhos e deu de cara com uma loira muito bonita.

Aturdida, esfregou os olhos para ter certeza de que não estava sonhando, mas acabou constatando que sim... havia uma loira muito sorridente encarando-a. Estranhou aquela atitude, mas seu estranhamento logo passou ao lembrar-se que tudo naquela casa era-lhe mais estranho que o normal.


— Bom dia, senhora Jauregui! — Cumprimentou-lhe a mulher com um simpático sorriso, e Camila esboçou uma careta ao ouvir a mulher chamando-a de “senhora Jauregui”.

Já era-lhe estranho ser chamada de “senhora”, mas ser chamada de “senhora Jauregui” parecia-lhe algo que jamais se acostumaria.

— Uhu... bom dia! — Respondeu-lhe Camila, e ainda um pouco sonolenta sentou-se na cama pondo-se a ajeitar os longos cabelos com as mãos. — É muito tarde? — Perguntou entre bocejos.

— São duas da tarde, senhora. — A mulher sorriu ao ver a cara de espanto que a nova senhora Jauregui fez ao notar o adiantar das horas. — Peço perdão caso tenha lhe assustado, mas é que a Laur... uhu... a dona Lauren pediu que viesse lhe acordar para que possa se alimentar.

— Imagine, não me assustou... não muito. — Brincou Camila. Se fosse levar em conta todos os assombros que tivera naquela mansão então pouco tempo, acordar dando de cara com uma loira sorridente e perceptivelmente tímida era-lhe o de menos.

— Perdoe-me novamente, juro que não tenho tal hábito. — Desculpou-se ruborizada.

— Tudo bem. — Estava claro o desconforto da mulher, o que obviamente levou Camila a ter certeza que a sua atitude em entrar no quarto para lhe acordar não passou de mais uma das ordens grosseiras de Lauren, afinal, recordava-se bem do comportamento da esposa com os empregados na noite passada. — Uhu... você mencionou a Lauren... ela está em casa? — Indagou torcendo para que a mulher lhe dissesse que a troglodita com quem se casou havia partido em uma longa viajem e sem data para retorno.


Não seria pedir demais, seria?



— Ah, sim, neste momento sua esposa se encontra no borboletário.

— Borboletário? — Camila repetiu, confusa.

— Sim! — Afirmou alargando um sorriso. — O borboletário é o lugar favorito dela aqui na mansão. — Camila franziu o cenho e balançou a cabeça totalmente descrente do que acabara de ouvir.


Aquela mulher tinha um borboletário? Pior... aquela mulher soberba, de gostos macabros e comportamento grosseiro tinha como seu lugar favorito um borboletário?


Talvez não estivessem falando da mesma Lauren... pensou. Chegou a abrir a boca para indagar se estavam mesmo falando da mesma pessoa, mas fora interrompida pela loira. — Uhu... bom, ela me pediu que lhe alimentasse e depois fosse lhe mostrar a mansão. Talvez esteja muito cansada ainda, mas caso seja de seu interesse estou a sua inteira disposição. — “Muito cansada ainda”...

… Camila não sabia o por que de não ter gostado da forma que a mulher lhe dissera aquilo. Talvez fosse por conta do sorrisinho que se formou nos lábios da loira como se ao dizer aquilo estivesse sugerindo algo como; uma tórrida noite de sexo após um belo jantar à luz de velas.


— Tudo bem... — Ponderou ainda de cenho franzido. De certo modo a mulher não tinha como saber como fora um total desastre àquela noite de núpcias... pensou.

Embora o fato de Lauren não ter dormido na suíte delas não fosse algo que tenha passado desapercebido por todos naquela mansão. Onde já se viu uma pessoa recém-casada não dormir com o seu par? Não que aquilo fosse-lhe um problema. Longe disso... se ela quisesse dormir no quinto dos infernos todas as noites não se oporia. Quase riu de seus pensamentos, mas freou-se ao notar que a mulher parecia ansiosa por sua resposta. — Quanto ao passeio irei adorar, mas penso que terei problemas para me vestir, pois acabei deixando todos os meus pertences pessoais na casa dos meus pais, o que obviamente inclue as minhas roupas. — Respondeu apontando para a camisa social branca com a qual estava vestida e que pertencia à Lauren.

— Uhum, mas quanto a isso não se preocupe. Um agregado da casa de seus pais esteve aqui para trazer algumas malas com roupas suas, mas sua esposa o dispensou de imediato, pois ela já havia pedido que lhe providenciassem roupas novas.

— O quê??? — Camila disse indignada. — Como assim o dispensou? Como assim me comprou roupas novas? Que loucura é essa??? — Incrédula com aquela atitude da esposa, Camila levou as mãos nos cabelos quase arrancando-os tamanho nervosismo, o que fez a loira arregalar os olhos assustada com a fúria da nova senhora Jauregui.

— Desculpe-me, não pensei que fosse ficar tão chateada assim. — Camila a olhou seriamente.

— Como se chama?

— Allyson Brooke, senhora! — Respondeu-lhe ainda alarmada.

— Certo... primeiramente Allyson, por favor, não me chame de senhora! Você provavelmente deve ter uma idade próxima a minha... o que torna isso de você me chamar de “senhora” muito estranho. Segundo... não se desculpe por algo que não é culpa sua. E ah! Só mais uma correção, okay? Não estou chateada, mas sim indignada com a audácia que a Lauren teve em fazer isso sem ao menos me consultar! — Allyson ouviu o desabafo da esposa de Lauren com muita atenção, e de certo modo se sentia solidária ao sentimento dela por ter a esposa fazendo-lhe algo sem o seu consentimento, mas ao mesmo tempo se sentia em uma encruzilhada, pois era o seu dever cumprir todas as ordens da patroa que exigiu de si um total comprometimento em atender os desejos da esposa sem que houvessem chiliques e reclamações.


Naquele momento Allyson teve certeza que a patroa havia lhe pedido o impossível.



— Uhu... compreendo perfeitamente, mas se me permite dizer algo... — Camila acenou em positivo para que ela prosseguisse. Mas sua feição continuava a de uma mulher possessa de raiva. — Penso que ela fez no desejo de agradar-lhe. — Disse-lhe um pouco temerosa.

— Me agradar... — Comentou irônica. — … dispensando as minhas coisas, as minhas roupas... assim?

— Pode parecer um gesto extremo...

— Não parece, Allyson... é! — Exclamou entredentes. Sentia-se furiosa!

— Mas veja... — Tentando acalmá-la um pouco Allyson caminhou até o closet e o abriu, fazendo os olhos de Camila quase saírem da órbita ao se depararem com uma enorme quantidade de roupas e vestidos, além de sapatos, muitos... tudo da mais alta costura.

— Ela comprou isso tudo para mim?

— Uhum... ela fez questão de encher a sua parte do closet antes do casamento. Confesso tê-la ajudado nas compras, mas garanto que ela se dedicou muito na escolha de cada peça. — Embasbacada. Era como definia o estado em que Camila se encontrava ao saber que aquela mulher fria, arrogante e rude com quem havia se casado fora capaz de fazer questão de escolher cada peça do vestuário a ser comprado para ela. Ainda irritada, levantou-se da cama e começou a analisar cada peça. De fato eram muitas e tudo de muito bom gosto, mas ainda assim não deixava de se sentir ofendida pelo gesto egoísta e autoritário da esposa.

Acabou decidindo aceitar aquilo ao menos momentaneamente, pois no tempo certo cobraria-lhe explicações e exigiria que mandasse buscar todas as suas roupas que estavam na casa dos seus pais.


Eram meio velhas, algumas um pouco ultrapassadas, mas eram suas, oras!



— Deseja ajuda para vestir-se? — Indagou Allyson ao notar a patroa aparentemente menos nervosa.

— Não, mas obrigada por oferecer. — Respondeu-lhe enquanto pegava algumas peças para escolher qual vestir.

— Tudo bem... irei lhe aguardar lá em baixo, sim? — A loira saiu esboçando um sorriso de alívio, afinal de contas havia conseguido cumprir parcialmente a sua primeira missão.


Em contra partida, Camila viu na loira uma companhia agradável na mansão, e adorou saber que a teria sempre por perto, pois se tivesse que conviver somente com a Lauren, ou pior... cercada por pessoas iguais a ela, não saberia como lidar com uma realidade tão dura assim.


Camila começou a se sentir perdida com aquela quantidade de roupas e acessórios. Quando achava uma que lhe agradava via outra ainda mais linda. Céus!!! Aquilo começou a se tornar um martírio para ela. Acabou escolhendo um vestido florido de alças finas, e uma sandália rasteirinha. Depois seguiu até o banheiro para fazer a sua higiene matinal e ajeitar os volumosos cabelos preferindo deixá-los soltos.



***



Ao chegar na imensa sala de refeições Camila se deparou com um número expressivo de agregados em seus uniformes brancos, aguardando-na em prontidão para que pudessem servi-la. Estranhou pois não havia notado aquele numero todo de agregados quando chegara a casa. Mas logo imaginou ser natural uma mansão tão enorme dispor de tantos empregados e serem eles discretos o suficiente, sendo notados somente quando se fizesse necessário.

Um jovem agregado puxou-lhe gentilmente uma pomposa cadeira para que ela pudesse sentar-se à enorme mesa que estava posta somente para ela. Camila agradeceu o prestativo empregado achando tudo aquilo um demasiado exagero, pois não estava acostumada com tanta pompa. Logo em seguida outros agregados se puseram a servir-lhe sua refeição com direito a entrada e prato principal. Tudo no mais alto requinte.

Chamou-lhe a atenção não terem mulheres desempenhando aquela função de servi-la, mas ao ver o cardápio com uma considerável variedade de pratos que lembravam a culinária latina voltou sua atenção para aquela grata surpresa. Estava de fato espantada com aquilo, mas ao mesmo tempo ficara muito lisonjeada pela carinhosa homenagem.

Embora houvesse nascido na fria Inglaterra tinha sangue latino correndo em suas veias e orgulhava-se disto. Entre os familiares mais próximos era natural usarem o espanhol durante as conversas mais intimas, principalmente durante as contendas familiares.

Não se fez de rogada e pô-se a comer um pouco de tudo embora de fato não estivesse com tanta fome assim mesmo tendo acordado tão tarde, pois sua mente ainda sentia-se perturbada com os acontecimentos da noite anterior...

… por mais que tentasse, Lauren não saía de sua cabeça.

***


— E então... pronta para conhecer a mansão, ou prefere tirar uma sesta? — Indagou Allyson assim que a jovem patroa havia terminado de se alimentar.

— Por Deus, Allyson! Depois de ter dormido tanto tudo o que menos preciso neste momento é de uma sesta após essa deliciosa refeição. — Exclamou ao levantar-se de seu assento fazendo questão de sorrir em agradecimento a todos os agregados que ali estavam que em resposta curvaram-se respeitosamente para logo começarem a retirar os pratos. Eram muito ágeis.



Allyson achou por bem começarem aquela espécie de turismo pela ala inferior onde já se localizavam, poupando Camila de subir e descer escadas, pois haviam duas enormes escadas que davam acesso à ala superior daquela mansão. Uma que levava aos quartos principais, outra que levava ao escritório e também a longa galeria, um espaço com mais de quarenta e dois metros de comprimento. Muito acolhedor, pois fora criado para servir como espaço de descanso exclusivo para os familiares, mas pelo seu enorme comprimento e riqueza de detalhes, por certo levariam a tarde toda somente naquele ambiente, sendo assim achou por bem deixar para uma próxima oportunidade.

Camila fez questão de conhecer primeiro a cozinha. Encantou-se com o quanto tudo ali era planejado para que a qualquer momento pudessem preparar um jantar de gala para inúmeros convidados. Mas encantou-se mais com as bem humoradas cozinheiras, saindo de lá tendo a impressão que a única de humor duvidoso naquela mansão era a própria dona dela.

Seguiram para um passeio ao entorno da propriedade e todo aquele requinte e bom gosto encontrado na sala de refeições e cozinha ficaram para trás.

A área externa era praticamente um deserto. Não haviam árvores, plantas... nada que lembrasse que aquela fosse uma residência habitada.

Camila ergueu o olhar para observar a fachada da casa. Haviam várias janelas fechadas, outras com cortinas muito escuras assim como a pintura externa da casa.


— Ally, você não acha essa casa sinistra demais! — Perguntou intrigada, virando-se para observar a mulher que se mantinha observando tudo com muita seriedade. — Não entendo Lauren manter a casa desse jeito, como se fosse um covil de vampiros. — Aquela frase acabou servindo para despertar Allyson de suas sérias observações e fazê-la rir do que ouvira. — É sério o que digo! Veja... é tudo tão sem vida, tão obscuro, e credo... ainda têm aquelas pinturas e estatuas no corredor lá de cima... tudo tão assustador... tudo tão parecido com ela. — Camila concluiu baixinho.

— Ela te assusta? — Inquiriu de fato curiosa.

— Sendo bem sincera... na maioria das vezes sim. — Dizia enquanto voltavam a caminhar pela propriedade. — Não sei como explicar isso, mas ela parece sempre tão fria, inflexível, com um olhar gélido que me causa arrepios. E então, como num passe de mágica ela muda para uma pessoa menos carrancuda e até sorri de um jeito sincero. E, nossa!!! É um sorriso tão lindo, e os olhos dela ganham uma explosão de cores impressionante. — Allyson sorri com aquela descrição tão emocionada feita por Camila, mas ao mesmo tempo se vê preocupada com o quanto a jovem patroa se sentia perdida com as mudanças de humor e temperamento da esposa. — Me sinto sem saber com quem estou lidando, entende? — Disse tristemente.

Sim, Allyson entendia, mas não se sentia autorizada a tecer qualquer comentário sobre aquele assunto. Sendo assim preferiu tentar levar um pouco de leveza ao aflito coração da jovem, dando-a algumas relevantes informações.


— Essa mansão está na família desde o século XIX, ou seja... desde o início da chamada Era Vitoriana. Mas desde então ela sofreu alguns reparos e até uma certa modernização, porém sempre mantendo sua arquitetura original. — Camila assentiu ao que ouvira.

— Sim, reconheço o estilo arquitetônico, confesso ter achado belíssimo a decoração de alguns ambientes. Sou uma apaixonada pelas artes e de certo modo é a minha área de estudos. — Comentou orgulhosa, pois de fato amava tudo que envolvia as artes, e não via a hora de voltar aos estudos. — Ainda não conheço toda a casa, e pelo tamanho dela penso que levarei uns bons dias para conhecer todos os ambientes. — Allyson sorriu em concordância. — Mas aquela decoração horripilante do corredor de cima foi mais que suficiente para me fazer ter várias reticências quanto ao conjunto todo. Fora essa faixada escura e essa área enorme que poderia ser um lindo jardim repleto de flores, mas não têm uma árvore sequer.

— Entendo o seu assombro com algumas obras de arte que estão no corredor da ala superior, pois eu também não as curto muito.

— Ah, que bom! Sinto um enorme alívio em saber que não sou somente eu a achá-las muito macabras. — Allyson balançou a cabeça e rio achando a jovem esposa de Lauren além de inteligente muito divertida também, mesmo quando conversavam sobre assuntos espinhosos.


— Quanto a pintura e ao jardim sem árvores e flores, Lauren prefere que seja assim. — Allyson respondeu, mas dessa vez seus olhos não buscaram os de Camila, pois, refletindo sobre toda aquela conversa que estavam tendo, imaginou que talvez já estivesse ultrapassando o limite de explicações que lhe era permitido. Camila preparava-se para fazer-lhe outra pergunta, mas fora subitamente interrompida pela loira. — Veja!!! — Exclamou exultante. — Lá está o borboletário! — De repente Camila viu que fazia todo sentido a alegre exaltação da mulher, pois aquela construção era linda demais.



Mesmo de longe seus olhos brilharam ao notar o quão belo e cheio de vida era aquele borboletário.



Allyson tomou a liberdade de segurar a mão da jovem patroa para que apressassem os passos, não tardando muito para finalmente chegarem na entrada do fabuloso borboletário com seu formato arredondado.

— Nã...Não seria melhor avisar que estamos aqui? — Disse temerosa, mas sem deixar de admirar aquele maravilhoso local.

— Imagine, ela irá adorar vê-la! — Desconfiada de que Allyson talvez não estivesse tão certa assim, Camila sentiu-se relutante em aceitar aquela ideia. Estava louca para conhecê-lo por dentro, ver todas aquelas flores de perto, além das lindas borboletas, mas temeu não ter da esposa uma boa recepção. Ainda mais depois do desfecho que tivera a dita noite de núpcias delas.

Percebendo a sua relutância, Allyson a empurrou para dentro com delicadeza, e fechou a porta. Camila se assustou ao vê-la fechando a porta e quase berrou para que a mulher a destrancasse, mas não o fez. Temerosa, olhou ao redor sentindo o coração acelerar.

Não viu a esposa e aos poucos seu coração foi se acalmando e sendo invadido por uma alegria quase transbordante ao ver todas aquelas flores e plantas por todos os lados.

Arriscando alguns passos dentro do borboletário respirou aliviada e sorriu por finalmente encontrar um local naquela propriedade que transbordasse vida.

De repente algumas borboletas coloridas passaram rápido por ela e começaram a voar ao redor de Camila. Ela riu e ergueu o braço, fazendo uma linda borboleta rosa pousar em seu dedo.

— Que visão celestial!!! — Camila ergueu os olhos e seu sorriso morreu ao ver Lauren se aproximar, devorando-a com seus olhos verdes esmeralda.

— Ah, oi! Uhu... não tinha visto você. — Camila murmurou um pouco assustada com aquela aparição repentina de Lauren, o que acabou fazendo a linda borboleta voar.

— Eu estava ali do lado oposto quando a vi entrar. — Ela respondeu, parando em sua frente.

— Foi a Allyson... ela que me convenceu a vir... Espero que não seja um problema.

— Allyson... claro. — Ela disse friamente, fitando a esposa de soslaio.

Camila se afastou procurando desviar o olhar, e começou a observar as borboletas que voavam por todos os lados.

— Onde dormiu ontem? — Perguntou timidamente, pois aquele era um assunto incomodativo. Nem soube o porque de tê-lo abordado assim... do nada. E o fato de Lauren permanecer em silêncio apenas escrutinando-a com aquele olhar gélido, dizia-lhe que talvez ter feito aquela pergunta fora uma péssima ideia.

— Dormi em outro quarto. — Disse por fim.

— Ah!

— Por que? — Lauren perguntou, com um quase sorriso brincando entre seus lábios. — Sentiu minha falta? — A cara confusa e ao mesmo tempo indignada de Camila fez Lauren a observar com um presunçoso sorriso carregado de ironia.

— Por que tem um borboletário? — Perguntou algum tempo depois. Por curiosidade, mas também como uma forma de tentar dissipar aquela tensão. — Eu jamais poderia imaginar que teria algo tão belo aqui. — Lauren a olhou com o cenho franzido.

— Perdão! não quis dizer, ou melhor... não quis ofender, mas...

— Tudo bem, eu entendi. — Ela a cortou de forma seca. — Eu mantenho esse borboletário porque ele existe desde que eu era criança...me traz boas recordações. — Ela murmurou distante.

— Que tipo de recordações? — Camila perguntou, querendo saber mais sobre a vida daquela mulher misteriosa.

— Não vem ao caso. — Desconversou. O tom de sua voz soou rude. — E se quiser vir aqui, venha somente em minha companhia ou então entre com a Allyson!

— Mas, por quê? — Indagou confusa com aquela restrição.

— Esse lugar é algo muito pessoal para mim, por isso se quiser entrar terá que ser comigo ou com a Allyson! — Lauren falou beirando a exaltação, e Camila ficou confusa com aquele ataque repentino. Afinal de contas era somente um borboletário. Lindo por sinal, e ela queria entrar nele quando bem desejasse.

— Está bem. — Preferiu concordar não querendo transformar aquilo em mais um embate entre elas.

— Ótimo. — Lauren voltou com seu ar controlado, e aos poucos Camila notou os olhos da mulher voltarem a ganhar tons mais vívidos. — Aprecio a sua rebeldia, mas gosto mais quando não brigamos. — Lauren murmurou se aproximando e passando o dedo indicador pelo queixo de Camila. — Só temos a ganhar com isso, hum?! — Camila virou o rosto ao sentir o corpo sendo invadido por aqueles malditos arrepios que sentia toda vez que aquela maldita mulher a tocava.

Lauren deu um sorriso malicioso, encarando-a por uns instantes, admirando-a em contemplação, e analisando seu corpo belo e delicado...  depois se afastou.


***

 



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