Dentre tantos soldados rígidos e invencíveis, um pequeno raio de sol nasceu. Nasceu com uma alma tão boa que só de sorrir, podia fazer a chuva parar. A pequena Leona nasceu entre os Rakkor, que foram feitos apenas para matar. Mas nossa estrelinha não, ela era feita para o amor, para a proteção e o bem. O que, claro, era mal visto para toda a tribo.
Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, mas no Monte Targon caiu. Foi então que nasceu um pequeno rapazinho, que sonhava em ser padeiro. Pantheon era sim, um rapaz forte e impiedoso, mas adorava a ideia das misturas de massas, e um pão, feito por ele mesmo. O que também, não era aceito lá.
Pantheon se tornou amigo de Leona logo no começo, porque ambos se entendiam. Embora Pantheon ainda mostrasse traços de Rakkor, Leona sabia que ele era diferente. Ambos saíam pelos montes à fora, para treinar. Mostrando o quanto nossa Leona era incrível. E as vezes, Pantheon resolvia mostrar no que realmente era bom.
- Nossa, isso está muito bom, Pant! - A ruivinha enchia a boca de pãozinhos, e fazia Pantheon sorrir.
Não passavam um dia sem ser ver, sem se falar. Mas do mesmo jeito que as coisas pioravam para Leona, pioravam mais ainda para Pantheon. Ele apanhava de vários outros meninos só por ser diferente, por gostar de cozinhar. E por causa disso, os pais de Leona desfizeram a amizade dos dois, pois diziam atrapalhar o incentivo dela.
Foi então que aquele raiozinho de sol, passou a ser escuridão. Tão novinha, e as dores do amor já partiam seu coração. Sem Pantheon ali para fazê-la rir, fazê-la cocegas. Não só a ela, mas nosso jovem gladiador também. Para ele cozinhar havia perdido a graça, se não tivesse Leona ali para se empanturrar. Os dias de ambos estavam arruinados, e a paixão no coração de duas pessoinhas ardia, e como ardia. Mas Leona não pode deixar assim, tinha que vê-lo, de um jeito ou de outro.
Certa tarde chuvosa, depois de alguns meses, a raio de sol fugiu pela janela de seu quarto. Se pôs a correr, sequer olhava para trás. Procurou seu amado em todo Monte Targon, mas o que achou não foi nada agradável. Pantheon estava encurralado, com dezenas de outros garotos praticando covardias. Os olhos brilhantes dele, por trás do capacete, despejavam lágrimas silenciosas. Eles tinham destruído seus ingredientes e pães. Ela não deixaria assim. Socou a cabeça de um dos meninos que estava atrás e roubou sua espada, apontou para eles, e como era boa de combate, se pôs a lutar com todos eles, mesmo sozinha. Tentava não mata-los, pois não gostava disso. Mas infelizmente, acabou por machucar seriamente alguns, e se machucar também. Mas salvou seu amado.
- Pant... Eu senti tanto sua falta! - Leona falou caindo de joelhos no chão, e sorrindo, mesmo com o rosto machucado. E aquele sorriso, sim, fez a chuva parar. - Você está tão diferente..
- Porque fez isso? Poderia ter morrido... - Tomou-a nos braços musculosos, enquanto acariciava o rosto ferido. - E eu não posso ficar sem você, de novo, não.
Ela sorriu, e segurou a mão do amado. Pantheon fez questão de levá-la para limpar os ferimentos. Leona estava tão linda, e aquilo que ela fez, só o fez amá-la ainda mais. Depois, ele fez pão a ela, que adorou. Enquanto comiam, Pantheon chegou mais perto.
- Não tenho certeza de como me sentir com isso... Alguma coisa em você, me faz pensar que eu não consigo viver sem você, Leona. - Ele a puxou para mais perto.
- Eu acho que eu gosto mesmo de você. - Sussurrou corada.
Leona retirou lentamente o capacete de Pantheon, e ele a colocou em seu colo. Tão tranquilamente, um beijo aconteceu. Ela segurava a mão dele, que acariciava seus cabelos. Pela primeira vez, ambos sabiam o que era realmente amor. Pena que o beijo não durou tanto, pois acabaram por descobrir os dois. E aquilo foi um estorvo só.
Não se virão mais, e a partir dali, Leona se recusou até a comer. Não entrava mais em campos de batalha, e por isso foi condenada a execução. Quando Pantheon descobriu, entrou em colapso, e mesmo que tentassem detê-lo, ele foi atrás da amada. E vê-la prestes a ser morta, fez seu coração chorar. Naquele dia chovia, não tinha sol. Mas então, Leona olhou para ele, sorriu e sussurrou, de modo que só ele mesmo escutou: eu te amo.
E então o sol se abriu, ardeu como nunca e quem se atreveu a tocar em Leona, ficou inconsciente. Mas de qualquer jeito, ela teve de partir. Seu destino agora morava em Solari, onde pessoas brilhantes como ela habitam. Pantheon se sentiu aliviado, mas continuou triste, nunca mais a veria. Sua vida só iria chover sem o sorriso dela. Mas ele não podia deixá-la ir, sem se despedir.
Um dia antes de Leona partir, Pantheon foi atrás dela. Antes de ir, ele preparou alguns pães, do jeito que ela gostava, torradinhos. Aproveitou ver que não havia ninguém por ali, e entrou pela janela de trás. Viu-a arrumar as coisas, e por trás, ele tapou seus olhos e beijou o alto de sua cabeça.
- Eu não posso deixar você ir, Leona... - Sussurrou ao ouvido dela, deixando os pães na cômoda perto. - Eu quero que você fique.
- Eu queria te levar comigo, Pant. - Ela se virou a ele, e o abraçou. - Vai ser difícil sem você.
- Eu te amo... - Sussurrou e a ergueu nos braços, para depois deitá-la na cama.
Novamente a beijou, dessa vez mais ardente. Sua mão passeava pelo corpo dela, e ela não parecia hesitar, nem um pouco. Entre tantos carinhos e beijos, naquela noite Leona se entregou a Pantheon, se tornando dele. Ele a fez mulher, mesmo nova. O modo como ele foi tão carinhoso, cuidadoso. Sussurrou tantas vezes ao ouvido dela que a amava. Quando terminaram, ela se sentia até mais bonita. Ficaram deitados até o dia chegar, e então Pantheon assistiu o sol da sua vida ir embora.
Nunca mais se viram, se falaram. Leona era radiante, mas ao mesmo tempo, triste. Nunca esqueceu Pantheon, e nunca quisera outra pessoa. Várias vezes ela fora na fronteira, saber de qualquer forasteiro sobre Pantheon, mas ninguém nada sabia. Foi então, que Solari a escolheu para os campos da justiça.
Pantheon se tornou o melhor gladiador de Monte Targon. Sim, ele desistiu de fazer pães, pois não tinha mais graça. E porque prometeu a ele mesmo ser o mais forte para proteger Leona. E quando este soube que ela entrou em League of Legends, ele se voluntariou para o mesmo.
O azar que, logo de cara, foi uma batalha. Leona reencontrou Pantheon no campos da justiça, mas infelizmente, ele estava no time adversário. E foi tão difícil se controlar, para não agarrá-lo. E ter que atacá-la era tão doloroso. E então o pior aconteceu.
No meio de uma team fight, só restou Leona e Pantheon. Ela sabia que ele podia eliminá-la só com um golpe. Leona teve vontade de fugir, mas seu time berrava para matá-lo, e o dele também. Pantheon se aproximou de Leona, que estava de cabeça baixa, aceitando o golpe, mas foi surpreendida. Pantheon segurou sua mão que empunhava a espada, e golpeou à ele mesmo na boca do estômago, e então foi eliminado pela mulher que mais amava. Leona estava perplexa, enquanto seu time comemorava.
Depois da batalha, no saguão de entrada, Leona se sentou e esperou que ele aparecesse. Não demorou e lá estava ele. Tão alto, tão forte. Os olhos escondidos naquele capacete. Lágrimas começaram a escorrer do rosto dela.
- Porque estava no time adversário? - Perguntou sem olhá-lo.
- Não é minha escolha.
- Você poderia ter me eliminado com um golpe, porque fez aquilo?
- Porque eu jurei te proteger, Leona. Não importa, vou repetir isso quantas vezes for preciso...
- Shiu.. - Ela pediu silêncio, e se levantou, para novamente retirar o capacete dele. - Eu senti sua falta, Pant.
Ele sorriu enquanto olhava o corpo da amada. Brevemente selou os lábios dela e sussurrou:
- E porque não matamos a saudade juntos? - Afinal, eles se amavam.
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