Recém-casados? Não. Está mais para quase separação beirando o precipício de um futuro divorcio em que talvez não seja uma solução prática mediante tudo que está acontecendo. Talvez esteja me precipitando pensando nessas coisas, mas porque tudo tem que ser tão difícil. Viver em um país cheio de limites. - Não deve falar isso, não seja informal com tal pessoa, respeite seu superior, não responda, obedeça. – E o não menos importante, - Cuide de seu marido. - não tinha ideia de que quando eu fosse me casar meu dever era bancar a babá de um homem cuja idade corresponde à casa dos 30’.
Não estou reclamando que meu casamento seja um dos piores ou que sofro algum tipo de abuso. Pelo contrário, meu marido é maravilhoso e o fato de estarmos casados há mais de cinco anos, mostra que conseguimos lidar com os problemas exteriores sem afetar nosso relacionamento. – O problema talvez seja comigo, eu me sinto deslocada em todos os sentindo. – Começo a repensar nas escolhas que fiz, mas acabo dando voltas e vendo que, eu não mudaria em nada:
- Omma! – olhei para porta da cozinha encontrando a pequena cópia do Lee Dong Wook.
- Pode falar. – a feição do pequeno garoto de oito anos era perfeita, talvez o pai influência em muitas coisas, mas o que me intrigava naquilo tudo era a facilidade dele engajar uma conversa com alguém mais velho.
- Appa quer saber se ele pode trazer a comida? – afirmei observando o mesmo menino, levar o aparelho celular ao ouvido e responder rapidamente.
Digamos que meu casamento está nos nervos. Antes fosse ele está me traindo com alguém, porque aí eu poderia brigar discutir, sair de casa ou tomar chá de sumiço. – Porém não é só isso. – Sou estrangeira e nunca me aceitaram por meus padrões não serem ‘iguais’ aos das coreanas. – Era de se esperar, sou estrangeira, aos contrários das coreanas tradicionais, eu tenho educação, se a pessoa fizer por merecer. – Minha sogra fala que sou ‘petulante’. Algo novo no vocabulário dela. – A verdade é que me envolvi com um cara mais velho que eu. Estava na faculdade quando nos conhecemos, ele não é TÃO velho, a diferença de idade é bem pouca o problema é que o povo ver coisa onde não tem.
Ouvi o barulho da senha e logo em seguida a porta se abre, o blazer impecável já não estava mais no corpo, ocupa o antebraço oposto ao de sua pasta a qual sempre usa para trabalhos importantes e que nesse momento, parece ser bem mais divertido do que conversar comigo ou brincar com o filho que tenta ao máximo chamar sua atenção com as boas notas na escola, os destaques de turma :
- Boa noite! – a voz grave cumprimentou a nós na sala e o rapaz passou para cozinha deixando a sacola com a provável comida na cozinha e passou de novo indo para direção dos quartos.
- Fizemos alguma coisa? – o pequeno Han perguntou sem desviar os olhos da televisão.
- Acredito que não. – respondi normal, ás vezes eu e meu filho tememos esses tipos de conversas sérias em que nosso tom de voz muda, de acordo com o assunto. – Você têm tirado boas notas na escola, além de ser líder de turma. – ele sorriu pequeno, mas com o toque de orgulho que herdou da família Lee. – Meu trabalho está tudo ‘ok’, recebi um pedido para coleção de primavera e já tenho cinco desenhos prontos. – listei as coisas que fazíamos para não preocupar o pai dele. – Sua irmãzinha, vai ano que vem para escola.
- Eu não sei mamãe, appa nunca me disse nada. Antes ele falava alguma coisa. – beijei o topo de sua cabeça e olhei para direção do corredor notando uma sombra. – Vai ver ele está assim porque eu não faço esporte?!
- Você faz natação. – lembrei a ele das aulas que ele tinha além das competições que ele participa.
- Mais talvez eu queira jogar futebol ou fazer basebol? – ele lançou o mesmo olhar que o pai lançava para mim quando queria desviar do assunto.
- Você odeia se sujar Han. – olhei para o pequeno sabendo que ele faria qualquer coisa para ter atenção do pai. – Vamos arrumar a mesa, que daqui a pouco ele aparece com Sofia.
Tirei as embalagens da sacola e espalhei sobre a mesa, Han pegou os talheres, o prato e copos. Coloquei o suco na mesa e deixei o pequeno terminando de arrumar. – Caminhei em direção ao corredor ver se a Sofia já estava acordada, ela passou parte da manhã manhosa com o corpo febril, dei um anti-inflamatório a ela e coloquei para dormir, provavelmente irei ficar acordada durante toda noite. – Adentrei o quarto encontrando a menina no chão brincando com as bonecas e com a cara sapeca ao sentir minha presença só levantando a cabeleira:
- Acordou faz muito tempo? – me aproximei dela me abaixando a sua altura.
- Ye! – ela sorriu mostrando os dentes e a covinha marcava sua bochecha dando um ar mais leve aquela carinha.
- Se sente melhor? – toquei sua testa e parte do corpo para confirmar que a febre já tinha baixado.
- Ne. – ótimo, um problema a menos para me preocupar. – Tô com fome.
- Eu sei disso. – peguei os brinquedos dela deixando no baú que meu pai fez a ela, onde enfeitava o canto do quarto. – Vá para cozinha e me espere lá com seu irmão. – saímos juntas do quarto, esperei ela ir para sala para que eu fosse ao quarto averiguar o que tanto Wook faz para demorar.
Empurrei a porta do nosso quarto, já esperando ele falar um ‘já estou indo’, ou qualquer coisa do tipo para me afastar dele, como tem feito nos últimos dois meses. – Porém a cama estava intacta, o quarto com pouca iluminação, a única coisa que dava uma claridade bem precária naquele cômodo era a luz do banheiro. – Segui até lá não vendo nenhuma peça de suas roupas pelo quarto eu penduradas em algum lugar, o chuveiro, nem uma gota foi derramada e muito menos há algo:
- DongWook? – a porta estava encostada, olhei o local e vejo o rapaz com o braço ferido sangue escorria por sua calça social, a roupa de trabalho ainda estava em seu corpo e os olhos muito vermelhos. – Wook! – tirei os objetos cortantes de sua mão e levantei o rosto do mesmo, olhos inchados e as extremidades de seu rosto deixa claro que estava chorando há um tempo.
- Me desculpa. – ele pediu em meio ao seu próprio choro. – Estou com problemas eu... Pensei que afastando todos era melhor para todos.
- Há quanto tempo? – perguntei olhando seu braço e torcendo para que aquele ferimento não fosse tão profundo.
- Já tem uns meses. Fiz o tratamento naquele tempo, - ele se refere há momentos depois que voltou das atividades do exercito. - mas tá ocorrendo uns problemas na empresa. Acho que desencadeou de novo. – suspirei sem saber o que fazer, eu deveria ter notado o trabalho árduo que ele vem fazendo em evitar até o filho, além de querer ocupar a mente com algo produtivo. – Não queria que você presenciasse esta cena.
- Não se culpe. – olhei seu olhar triste e acabei não segurando. – Eu estava começando a achar que você não estava mais se importando conosco. – ele ficou quieto, mas o olhar de confusão na face demostrava exatamente a minha teoria ser uma mentira. – Que problemas está tendo?
- Esquece, eu consigo resolver, não quero você preocupada. – cabeça dura.
- Dongwook, estamos casados. Acho melhor me falar que problemas são esses. – me afastei pegando os objetos do chão e jogando eles pelo aparelho sanitário, olhei novamente ele e o mesmo segurava o braço ferido.
- Estamos sem parceria. Eu preciso apresentar propostas próxima semana e não temos investidores que estejam interessados na tecnologia apresentada. – fui de novo para seu lado começando a desabotoar sua roupa, deixando a peitoral amostra. – Tenho que fazer algo, ou vamos decretar falência.
- Seus pais... – ele começou a negar e me encarou.
– Eles eu quero negar qualquer ajuda, porque minha mãe continua coma história de me casar com outra pessoa e eu não quero isso. – esse era o meu maior problema em continuar meu casamento, o medo de que a qualquer momento sua mão o convença a ter meu divorcio e ser livre para fazer as vontades dela. – Pare de pensar. Eu vou dar um jeito.
- Tem que tomar um banho. – avisei a ele enquanto o ajudava a ficar de pé. – O Han tá triste, depois conversa com ele.
- É sobre o fato de que não falar mais nada. – afirmei já reconhecendo que a sombra que eu vira, era dele. – Tem remédio?
- Passe o sabão neutro e eu faço o curativo, foi espera-lo aqui fora.
Saí do banheiro com sua roupa manchada com o sangue deixando ela em um canto, mais tarde eu levava a lavanderia assim evitava das crianças verem. – Ele não demorou nada no banho, saiu com a toalha enrolada na cintura e os cabelos pingando no tapete do quarto, fiz o mesmo sentar na cama e peguei o álcool para feridas, tendo o cuidado ao passar, olhando tanto para sua cara de dor ao sentir o líquido entrando em contado com a pele. – Passei o remédio laranja na ferida e coloquei o curativo:
- Vista um moletom. – falei a ele enquanto guardava as coisas no armário. – Amanhã procure um médico para tratar isso.
- Você é minha médica. – ele riu e se levantou indo até o guarda-roupa.
Depois de já termos jantado, Wook foi acompanhar o filho até o quarto. Eu fiquei com a Sofia no sofá assistindo ao filme já que minha menina não irá dormir tão cedo pelo que parece. – Ela se distraia fácil com a TV e isso era o que estava me segurando ali, os desenhos infantis depois que somos adultos vemos de outra forma, parece que tudo que vimos no passado agora faz o real sentido. – Wook passou na frente da televisão sentando-se bem ao meu lado, pegando o pezinho da filha e beijando ele, fazendo a Sofia rir. – Era bom vê-lo animado, mesmo que os problemas estejam nos afligindo, conversar com outras pessoas e se abrir são sempre bons. Não estou preparada para um adeus.
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