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História Luce Hastings - e o Segredo de Angart - A Chegada Inesperada.


Escrita por: Lhortsix

Notas do Autor


Espero que gostem desse segundo capítulo! Agradecemos a todos que leram o primeiro capítulo, muito obrigado mesmo! Esse capítulo apresentamos um pouco da personagem principal que vocês irão acompanhar até o final desta fic! Valeu! E boa leitura...

Capítulo 2 - A Chegada Inesperada.


Fanfic / Fanfiction Luce Hastings - e o Segredo de Angart - A Chegada Inesperada.

                                                                            -------> Capítulo 2 <--------
                                                                                      A chegada inesperada!

- Acorde querida. Você vai se atrasar para o seu primeiro dia de aula na nova escola. - Disse Abigail, a avó de Luce Hastings. A garota de cabelos longos, lisos e pretos. Tão pretos quanto a escuridão da madrugada. Seus olhos eram grandes e castanhos. Seu olhar expressava um sinal de ordem e de justiça, e seu rosto era magro. Luce era magra de natureza. Os médicos sempre disseram para ela: - Meu bem, seu metabolismo é muito acelerado. Você jamais irá engordar. Ela tinha um tamanho médio que forma a famosa curva de violão sobre sua cintura fina. Luce também tinha uma personalidade muito forte e imbatível, uma tática que sempre usou para poder se defender de seja qual for o alvo contra ela. 
- Ah vovó, só mais alguns minutinhos. - Disse Luce enquanto se espreguiça para o outro lado da cama.
- Nada de preguiça meu bem. Você acha que sua mãe gostaria que você se atrasasse em seu primeiro dia de aula?! Vamos, levante! - Disse Abigail, puxando o edredom que cobria Luce. 
- Tudo bem vovó! - Abigail começou a descer para terminar de fazer o café, enquanto Luce levantou  rapidamente e bocejou. Ela se dirigiu ao guarda-roupa. O móvel tinha uma aparência surrada como se já existisse a uns oitenta anos. O marrom escuro destacava todos os seus lados. Era uma pena que dentro dele vivia uma verdadeira bagunça. Sacos plásticos com comidas velhas e estragadas, cabides tortos, teias de aranhas, mofo e alguns livros antigos que ela já leu há muito tempo atrás. Luce era uma garota desorganizada. Desorganizada ao ponto de colocar panela dentro do mesmo para não descer e colocar na pia. Lavar a louça? Esse não era seu hobbie preferido.
- Rápido Luce, já são seis e meia! - Abigail neste momento gritava da cozinha onde colocou na mesa os pães de queijo junto com o suco de laranja que acabará de preparar.
- Está bem, não me apresse! - Disse Luce em tom de ignorância.
A avó de Luce era uma senhora de pele clara e pouco enrugada. Ela era baixinha e tinha cabelos brancos e curtos. Seus olhos eram castanhos e pequenos como uma avelã. Abigail tinha uma forma bem rechonchuda, talvez porque sempre tenha trabalhado no ramo da culinária. Ela trabalhou por cerca de trinta anos em uma loja de doces chamada Candygood, que ficava a dois quarteirões de sua casa. Sempre foi especializada em fazer bolos de chocolate e tortas de maçã típicas da região. Os clientes chegavam a lamber os dedos de tão gostosos que são os pratos de Abigail. Um dia ela foi demitida. Triste com a situação, a senhora só voltou a preparar os doces para Luce. Luce estava parada na frente do guarda-roupa com as portas abertas. A garota observa-va bem fixamente o seu novo uniforme escolar.
- Essas roupas são ridículas. Será que tenho mesmo que usar isso?! Se as roupas já são assim, imagine a escola. Sinto tanta saudade de San Diego. Mas que droga! - Disse Luce irritada. Em San Diego ela frequentava uma escola pública. Seus amigos eram oriundos de descendência do norte da Califórnia. Alguns bem caipiras. Eles cabulavam aulas enquanto diziam que iam para o pátio comprar hambúrguer. Se debruçavam nos chão da rua Notória, que ficava a cem metros de um centro para drogados. Luce nunca foi lá. Ela tinha muito raciocínio para saber o que fazer. Nada de más influências, dizia sua mãe. Quando sua mãe morreu passou uma temporada sem ir ao colégio e não terminou o segundo ano. 
- LUCE HASTINGS! - Gritou Abigail em um tom já de autoridade da cozinha. E segurando uma espátula.


Luce saiu de seu quarto e desceu as escadas giratórias que caíam direto na sala. A casa aonde ela agora vivia com a sua avó tinha um aspecto bem classe-média e ficava no bairro de Gaston Rd. O chão era todo de assoalho, as paredes brancas e um pouco manchadas. As janelas de vidro e os móveis um pouco aspecto de museu. Depois que o avô de Luce morreu de infarto, Abigail preferiu continuar morando na casa, mesmo sozinha. Enquanto Luce se mudou para o Texas há exatamente dois meses, exatamente no começo das férias. O fato é que desde que a mãe dela morreu os únicos parentes vivos da garota que ficaram foram sua avó, seu pai, dois tios e sua prima Megan. Desses, a única que se pronunciou para cuidar dela foi Abigail, que sempre teve adoração pela menina. Luce chegou à cozinha apoiando a mochila velha e vermelha no armário de frutas. A avó deu a mochila para a neta. Lembrança de infância e coisas de matriarca da família. Tradição. Todos deveriam pelo menos uma vez usar a mesma.
- Finalmente mocinha. Olha, estou de saída, preciso ir ao mercado fazer umas compras, pois sua prima Megan vai vir se juntar a nós no almoço hoje.
- Mas que merda, vovó você sabe que eu odeio a Megan. Minha vida está um saco desde que... Você sabe! - Disse Luce amargurada enquanto pegava um pão de queijo com as bordas queimadas.
- Luce, por favor. Não vamos falar sobre isso agora! Eu vou deixar cem dólares debaixo do pote de açúcar. Quero que você o pegue e compre os seus livros escolares.
- Okay... - A voz de Luce soava em um tom quase inaudível.
- Tchau querida, divirta-se. - A avó de Luce pegou sua sexta velha e xadrez e saiu.
- Como se ir para aquele zoológico iria ser divertido. - Lamentou Luce enquanto tomava o primeiro gole de seu suco de laranja.


Luce subiu novamente as escadas. Ela entrou em seu quarto e se aproximou de seu criado mudo que ficava bem ao lado de sua cama. Nele se encontravam vários de seus pertences. Mas para ela, os mais importantes são as fotos de ocasiões especiais ou de pessoas queridas. Luce pegou da gaveta uma foto de uma mulher de cabelos pretos engordurados, rosto fino e olhos castanhos claros e pequenos.
- Mamãe, você não sabe o quanto a senhora me faz falta. - Luce olhava para a foto com um olhar deprimente e de abatimento.
- Quando a data do meu aniversário chegou, pensei que iria ser um dia muito feliz para mim. Só estava esperando você chegar do trabalho com o meu pai, para mostrar um desenho que fiz de toda nossa família unida. Mas a senhora nunca mais voltou. Desde que recebi a ligação da madame Peters dizendo sobre o ocorrido, minha única esperança era de que o meu pai iria ajudar a te salvar. Mas ele simplesmente se foi, te deixando para trás. Fiquei desesperada, pensando no que eu iria fazer. Só que eu fui uma idiota, pois corri para o meu quarto e pulei na cama, com medo do que poderia acontecer. Depois de algumas horas, quando a tia Heather chegou do hospital, eu pensei que ela iria dizer: - Sua mãe já está melhor. Mas não. Ela falou que a senhora havia falecido. Naquele momento parecia que o mundo estava desabando sobre mim. Eu queria morrer ao seu lado, para que continuássemos juntas do outro lado da vida. Mas... Só quero que saiba que eu te amo muito! - Disse Luce chorando e balbuciando. Ela guardou a foto em sua mochila e enxugou suas lágrimas.


Luce desceu do ônibus e andou em direção ao Texas College Zachary Richard. Ao chegar na entrada, ela já olhava com indignação.
- Que escola patética. 
O Texas College Zachary Richard era uma típica escola americana mais classe-média, muito famosa pelo seu ensino avançado e tecnológico. Por fora pareia uma grande mansão. A avó de Luce conhecia a diretora. Explicando todo o ocorrido na vida deprimente e traumatizante de sua neta convenceu a diretora de deixá-la estudar ali. Uma bolsa de solidariedade. Isso poderia acontecer em alguns casos americanos. Ou só no Texas talvez. Luce só precisaria se comportar, participar das atividades dinâmicas de trabalho, tirar boas notas e não faltar. Típico para um bolsista.
Antes de entrar, Luce Hastings observá-va os alunos que iam chegando. Garotas metidas com o nariz lá em cima. Nerds com óculos de fundo de garrafa. Garotos musculosos se achando pegadores. Essa foi a grande visão dela diante de tudo daquilo.
- Ei garota. Você é nova aqui? - Perguntava uma menina magrela e ruiva com as caras cheias de espinhas parecendo um chokito branco.
- Sou. Por quê? - Luce analisá-va a garota. Como uma pessoa analisa um objeto estranho.
- É porque aqui a gente sabe quando a carne é nova.
- Se você sabia, então porque que perguntou? - Respondeu Luce alterada. A menina ruiva olhou para as amigas que estavam atrás dela e saiu. Elas foram andando em passos iguais com cara de deboche enquanto Luce finalmente entrou no prédio escolar.


Querendo ou não, Luce chamava a atenção dos garotos plantados em meio ao corredor das salas. Os cabelos pretos e grandes que batiam nas pontas de seu glúteo. Cintura fina. Apesar de estar com uma calça um pouco larga, caprichar para que o decote não transparecesse peitões e uma blusa de tamanho P. Ainda assim ela fazia os marmanjos desviaram os olhares à ela. 
- E aí gatinha. Me passa o número do seu celular. - Disse John, um garoto de cabelos pretos, olhos azuis e pele clara. Ele tinha um rosto fino e lembrá-va claramente o Tom Cruise. Dizem que ele é o maior galinha da escola.
- Vá a merda! - Luce disparou enquanto o menino ria.
- Você não vai escapar gracinha. - Disse um amigo de John. Ele se aproximou de Luce junto de mais dois amigos.
- Não encostem em mim, seus ridículos! - Luce ergueu suas sobrancelhas e levantou o punho.
- Nossa como ela é nervosinha. - Disse John caçoando de Luce. Todos os amigos dele riram.
- Eu estou falando sério. Se derem mais um passo vou ser obrigada a dar um soco na cara de todos vocês. - A discussão chamava a atenção de alguns alunos plantados em seus armários.
- Mostra que quem manda é nós John. - Disse um garoto com cabeça oval, nariz torto e de toca preta.
- Nossa, estou com muito medinho. - Disse John. Ele tocou nos braços de Luce. Não seria uma ação apropriada para aquele momento. Nada apropriado para usar o português mais correto.
- EU FALEI PARA NÃO TOCAR EM MIM!!! - Luce ergueu sua cabeça, abriu suas mãos e empurrou o garoto galinha. 
- Nossa como ela é fortinha. - John olhava para seus amigos, enquanto todos os alunos que estavam assistindo davam risada.
- Vocês acham engraçado caçoarem de mim, não é? - Luce andou bem devagar e se aproximou de John. Ela juntou todas as suas forças e chutou o membro dele. O mesmo caiu no chão agoniado de dor. ''Que sofrimento!'', expressava um menino de cabelo lisos amontados para o lado.
- DESGRAÇADA! - Gritou John. A cena foi interrompida por uma campainha. E todos evacuaram do corredor em direção as suas salas.


Luce analisava bem a sala até se decidir aonde iria se sentar. Ela se sentou bem no fundo, em frente a um garoto magrelo e de cabelos com mechas roxas. Seu visual lembrava muito um cantor de punk rock. 
- Você se importa? - Perguntou Luce educadamente.
- Não. - Disse o garoto, enquanto tirava o fone de seu ouvido esquerdo.
- Ah. Okay. - Luce se sentou na cadeira ao fundo. A mesa tinha um suporte de apoio para depositar os materiais. Colocou um caderno com a figura do Bob Esponja na estampa da frente e pegou o estojo. Mas sua atenção foi notória quando ela viu entrando na sala a menina mais patricinha que já viu desde que se entende por gente. Charlotte Mayson era o seu nome. O rosto da garota era magro. Seu nariz acentuado. Corpo magro, cabelos loiros e olhos cor de mel. Seios e glúteos grandes como puro silicone. 
- Nossa! Hoje eu descobri que temos um novo javali na escola. - Disse Charlotte se referindo a cena de Luce com John. As notícias se espalharam rápido. Alguns alunos começaram a rir como crianças bobas assistindo uma peça de teatro com pessoas fantasiadas de pipoca pulando numa simulação. Luce olhava para Charlotte com um olhar muito desconfiado. Dizem que a primeira impressão é a primeira que vale. Primeiro a ação física. Depois pelo modo que ela se expressou sobre ela.
- Não ligue pra ela. - Disse uma garota ao lado de Luce. Sua expressão era um tanto quanto oprimida. Sem muita visibilidade de vaidade, ela tinha cabelos pretos e bem curtos e usava um óculos de fundo de garrafa.
- Tudo bem, eu estou acostumada com esse tipo de gente.
- Okay... Ãm... Qual é o seu nome?
- Me chamo Luce Hastings, e você?
- Sou Vivian. Ahn, você é nova aqui, não é?
- Sim. E você, já estuda aqui?
- Sim, já estudo aqui faz exatamente três anos, mas estou solitária.
- Legal, mas... Porque solitária?
- Meus amigos foram embora, pois não aguentaram os alunos desse lugar.
- É, eu percebi que as pessoas aqui não são muito amigáveis. Mas você é diferente. Quero dizer, acho que gostei de você pois foi a única que mostrou um pouco de simpatia comigo.
- Gostei de você também. E fique tranquila, no começo é difícil mas depois você acaba se acostumando! - Luce e Vivian apertaram as mãos e sorriram levemente.
- Alunos, silêncio, por favor! - Parada na porta, a professora interrompeu a barulheira da sala.
- Meu nome é Sandra e serei a nova professora de sociologia de vocês. - Sandra era uma mulher alta e magrela. Parecia uma professora de artes que elevá-va ao formas altas como demonstração de artes.
- Bom, antes de começarmos eu fui avisada pela direção de que temos uma nova integrante na turma. Seu nome é... Luce Gastrings. - Todos caçoaram e riram de Luce. Exceto Vivian. Gastrings? Professora de português falando errado assim. Ou tem problema de visão ou subornou professores para passar no vestibular, pensou Luce.
- O nome é tão ridículo como a própria pessoa. - Disse Charlotte olhando para Luce.
- É Hastings professora. - Luce corrigiu a professora. E olhava como um cão raivoso para a patricinha siliconada.
- Me desculpe Luce Hastings. E Charlotte, silêncio, por favor. - Pediu a professora.
- Te desejo boas-vindas em nome de todos os alunos e de todos os funcionários da Texas College Zachary Richard. Venha aqui, por favor. Acho que todos gostariam de te conhecer melhor. - Todos, exceto Vivian novamente, balançavam a cabeça negativamente. Pequenos cochichos soavam. Ninguém quer conhecer essa ignorante, soava e soava.
Luce se levantou e começou a andar em direção à lousa. A professora pediu para que Luce se apresentasse.
- Tudo bem querida, não precisa ter vergonha. - Sandra apertava o ombro da menina de cabelos pretos, longos e lisos.
- Meu nome vocês já sabem, tenho dezesseis anos, e... Fim. - Luce balbuciou e olhou para a professora. A primeira aluna que se manifestou foi Charlotte.
- Que ridículo, a tosca não sabe nem se apresentar. Deve ser essas garotinhas criadas na roça que nunca tiveram uma educação formal. Além disso, o uniforme dela está tão... Horroroso! E não acaba aí, olhem suas unhas. Primeiro que essa cor já saiu de moda desde o solstício de verão do ano passado. E segundo, elas estão mal pintadas, acho que a coitadinha não tem dinheiro para pagar uma manicure. - Charlotte ridicularizou Luce da maneira mais inescrupulosa possível. Nesse momento, enquanto Vivian permanecia séria e calada, os outros alunos davam gargalhadas. Pareciam áraras despertadas de uma gaiola no zoológico.
- CALEM A BOCA OTÁÁÁRIOS! Saibam que roupa, unha, cabelo e até mesmo maquiagem não se comparam a dignidade que eu sei que nenhum de vocês tem! - Luce desabafou. Ela queria correr dali. Voltar para San Diego. Se cobrir em um edredom escuro. Entrar em um porão cheio de teias de aranhas e mofo. Cheiro de insetos mortos. Ela queria tudo, menos estar ali.
- MUITO BEEEM! - Vivian foi a única que aplaudiu Luce. A professora olhava para todos com um olhar de indignação. Mas não fez muita coisa.
- Já chega! Abram o livro na página duzentos e trinta e nove.


Duas aulas de português, uma de história e duas de geografia. Assim terminou o primeira dia de aula naquela manhã. Não houveram mais apresentações e humilhações. O professor de geografia, um elemento gordo de óculos só elogiou a escrita de Luce e disse que ela era bem-vinda na escola. Charlotte passou parte do tempo assistindo Luce com insatisfação. Mas não disse mais nada. Luce passou o intervalo com Vivian e as duas conversaram bastante. Foi a única parte boa daquele dia. Assim que o sinal bateu, elas estavam conversando no portão de entrada.
- Foi bom passar essas aulas com você, tirando aquela aula. - Disse Vivian.
- Me desculpe, mas preciso ir! Tchau! A gente se vê amanhã - Disse Luce abraçando Vivian.
- Até amanhã! - Gritou Vivian acenando a mão enquanto apoiava um fichário em seu braço esquerdo.
Luce saiu do portão da escola. 
- Ei garota. Você acha mesmo que aquilo que você falou vai ficar assim, sem troco? Me aguarde até amanhã. - Charlotte passou bruscamente do lado de Luce e a empurrou. No momento da queda, a mochila de Luce se abriu e a foto da mãe dela caiu sobre a calçada. Antes que Luce se erguesse para pegar a foto, Charlotte foi mais rápida e pegou a foto. Ela analisou. Sua feição transmitia um olhar de náusea para a foto.
- Quem é essa coisa abominável? - No segundo em que Charlotte terminava a pergunta, uma estranha sensação se infiltrava dentro de Luce. Ela se sentia dominada por um silêncio que fez com que seu olfato parasse de funcionar de forma inabalável. Ao mesmo tempo em que sentia por dentro de seu corpo certa queimação de raiva e tristeza. As pessoas ambulantes paradas ali diante dela faziam a sua visão ficar zonza. Ela sentia muita vontade de destruir Charlotte. Seu pensamento certo era ver aquela garota pegando fogo aos gritos de dor. Luce costumava ter pensamentos negativos quando era magoada. E principalmente, quando ofendiam sua mãe.
- Cala a boca sua... Sua... ME DEVOLVA A FOTO!. - Gritava Luce explodindo de raiva.
- Vem pegar então, sua coisa feia.
Luce apertou os olhos e suas mãos ao mesmo tempo. A sensação que estava sentindo era automática e incontrolável. Forças ocultas. Um poder vindo sem ser pedido. Chegando como um foguete no Sistema Solar. Naquele exato momento, o carro de Charlotte explodia despedaçando-se para todos os lados. Portas, faróis, janelas saíram voando pelos ares. Todos os alunos pararam de fazer o que estavam fazendo e gritavam ao presenciar a cena.
- AI, MEU CARRO! - Charlotte dava um grito de desespero. Sandra e os demais professores saíram correndo desesperados pelo estrondoso barulho. Crianças do fundamental corriam, pulavam no colo de seus pais. O bicho papão fez isso, pronunciou um.
- Charlotte, minha querida o que é que está acontecendo?! Precisamos ligar para os bombeiros. - Perguntava Sandra para a patricinha. Que nesse momento segurava as duas mãos sobre o rosto muito assustado. Luce ficou muito perdida sem saber o que agir. O que falar. Que espécie de gente era ela? Como poderia ter causado aquilo sem ter ao menos saído do lugar e tocado em nada? Ela queria os braços da avó naquele momento. Mas o que Abigail pensaria sabendo do ocorrido? Uma neta destruidora de carros de luxo?.
- FOI ELA! - Gritou Charlotte se referindo a Luce, que rapidamente pegou a foto de sua mãe do chão e correu dali como se estivesse fugindo da prisão. Uma prisão com incêndio rodeando os portões enquanto carcereiras gritavam coisas do tipo ''peguem as detentas, bando de energúmenos!''.
- Não fuja sua desgraçada! Venha aqui, eu ganhei esse carro de aniversário! - Charlotte começou a chorar. Mas Luce já estava longe, cruzando a esquina da avenida.


Depois de tanto correr e ver que já estava afastada do ocorrido, Luce avistou alguns carros de bombeiros dobrando a esquina enquanto faziam uma rotatória para ir a rua da escola. Passou por uma livraria, e se encantou ao ver todos aqueles livros surrados de poeira dá vitrine. Aquele lugar parecia ser mal-habitado. Mas Luce não conseguiu se segurar ao ver todos aqueles livros e entrou na livraria.
- Olá querida, seja bem-vinda a livraria Livro Dinâmico, gostaria de ser orientada? - Perguntou uma balconista. Ela tinha uma aparência de ter mais ou menos uns sessenta anos. Usava óculos redondos, e tinha cabelos marrons com alguns fios grisalhos. Trajava uma roupa cinza cheia de flores vermelhas.
- Oi... Não tudo bem, é... Posso me virar - Luce falava de um modo meio espantado.
- Está tudo bem mocinha? Parece assustada - Perguntou mais uma vez a balconista.
- N-não é n-nada, obrigada - Luce começar a gaguejar. Ela não queria demonstrar nervosismo. Apesar de não ter tocado no carro ou feito algo sentia-se culpada pelo que aconteceu. ''Foi ela'', as palavras de Charlotte batiam em sua cabeça. Ela começou a andar e vasculhar as prateleiras recheadas de livros.
- Ficção, Fantasia, Ciência, Medicina... - Dizia Luce como se estivesse com pressa para chegar em algum destino.
- ENCONTREI!!  
- Tudo bem aí querida? - Perguntou novamente a balconista.
- JÁ DISSE QUE SIM! - Luce respondeu a mulher com um tom muito alto. A mesma mostrou um pouco de surpresa, mas se deu por entendida logo após. 
Luce novamente olhava para a prateleira. Aquela sessão era de mitos e continha vários livros antigos e de histórias de guerreiros como Hércules. Ela passou os dedos em alguns livros os analisando. Eles estavam um pouco cobertos de poeira. Sem contar que o ambiente parecia tão isolado quanto lá fora. Assombrado, talvez. Não havia ninguém ali há não ser ela mesma e a balconista insistente. Quantas prateleiras marrons com livros amontoados. Grandes e devastadores. Uns pareciam que terminariam em algumas estações se alguém começasse a ler. Primeiro na primavera se encerrando no verão.
- Aqui!!! ''Angart, um Reino Desconhecido''. Parece muito interessante - Luce falou para si mesma com um tom quase inaudível. A garota abriu o livro folheando algumas de suas páginas.
- ''O reino começou a passar por inúmeras dificuldades, desde que o povo em que nele habita passou a se desentender. O rei conhecido como Balzac constituiu dez tarefas para que o vencedor possa trazer paz para a sua tribo e uma opção de revolução para o Reino (leia mais na página 44). Também é preciso representar a união entre os povos. Antes do começo da cerimônia para apresentar todos os novos integrantes do reino e apresentação das tarefas, um guerreiro desconhecido aparece de uma maneira indescritível. Mas as coisas não acabam aqui. Esse guerreiro é constituído para trazer a paz e a harmonia para o reino e ele é capaz de livrar o seu povo daquela miséria submetida a tantos desafios... - Luce lia aquilo baixinho, mas antes de terminar ela começou a sentir uma deslumbrada tontura. Muita tontura. Muitos livros que em fileira de 10 pareciam ter virado 100. O seu corpo começou a ser sugado para dentro das páginas de uma maneira surreal e esquisita.
​​- Onde estou?! 
                                     CONTINUA.
 


Notas Finais


Obrigado por lerem *-*
Vale lembrar que no começo do terceiro capítulo finalmente será revelado o que acontece com o Aquiles e o lobisomem. Esse capítulo também mostrará como vai ser a chegada de Luce no Reino de Angart.
Um abraço.


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