Tudo estava normal. Maicon e seu Küsterverso no hype, Kotaka sempre o ajudando nas gravações, os vídeos sendo gravados pela manhã... Mas, faltava algo. Algo para tirá-los dessa rotina: um rolê diferente, um clipe novo, ou então, uma declaração; para mudar não só a rotina como a vida dos dois.
A última opção se realizou, onde, além de mudanças, surpresa e insegurança vieram de brinde. O que as pessoas falariam? É claro que, muita gente já gosta dessa ideia mas, e os haters?... É como diz o deus do hype, Lil'Lixo: "manda todos se fud~
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Era, até então, um dia comum. Maicon havia acabado de gravar mais um vídeo para seu canal principal com a ajuda e companhia de seu amigo Kotaka. (Mas, seria apenas amigo mesmo?).
Flávio então, já tendo intimidade, sentou-se confortavelmente no sofá da sala de Maicon, pegou seu celular e foi ver suas redes sociais. Enquanto isso, o outro estava na cozinha, procurando algum ingrediente para fazer um almoço legal, no mínimo comestível. Porém, por mais que houvesse comida de sobra para ser escolhida, Maicon estava mais avoado do que nunca naquela manhã. Kotaka vendo seu amigo a 10 minutos com a geladeira aberta sem pegar nada, percebeu que estava acontecendo alguma coisa com ele. Então, desligou seu celular, se levantou preguiçosamente do sofá e foi até a cozinha. Chegando lá, tocou no ombro de Maicon e lhe perguntou:
— Maicon, ta difícil aí? A geladeira está aberta há um tempão e você ta parecendo uma estátua. Não é melhor pedirmos uma comida pelo celular, não?
Küster, voltando à realidade, olhou para Kotaka com uma expressão confusa e, enfim, fechou a geladeira.
— Pois é. Ta ligado que eu não sou nenhum chef, ne? Queria fazer um almoço legal. Porque se eu estivesse sozinho ia ficar só no miojo mesmo. — Enquanto falava, não encarou mais nos olhos o amigo que estava a sua frente. Coçou a nuca e esperou pela resposta do outro.
— Sei, mano, eu sei. Olha, por mim ta beleza se for miojo de cardápio, acho que é um prato bem refinado, até. — Flávio riu de sua própria piada, e Maicon levantou seus olhos e o encarou. Para ele, Kotaka ficava ainda mais bonito rindo e sorrindo, e não pôde deixar de acompanhar sua risada.
— Tu é muito engraçado, hein. — Maicon falou debochando, tentando esconder sua real alegria.
— Eu sei. Posso até fazer um roteiro para algum stand-up teu. Eu até tenho um livro de piadas perdido lá em casa e pode servir perfeitamente. — Riu novamente — O que acha?
Era para haver uma resposta imediata, mas Küster não conseguia mais parar de olhar profundamente para os olhos de Flávio, imaginando certas coisas..., parecendo estar hipnotizado, além, é claro, de avoado de novo.
— Maicon? Mano, você ta bem? Tu ta estranho... — Kotaka fez uma expressão de interrogação para o amigo e balançou a mão na frente do rosto dele.
— Sim, miojo! — Maicon respondeu totalmente perdido.
— Miojo? Você ouviu alguma coisa do que eu acabei de falar?
— O que... Claro que sim, mano. Claro, claro. — Maicon estava torcendo para Kotaka não perguntar sobre o que ele havia falado.
— Então do que eu tava falando, hein? — Disse Flávio de propósito.
"Merda", pensou Maicon. — É... Mano, eu tô com fome agora, ta? Vou fazer um miojo, dá licença. — Saiu de perto da geladeira afastando com calma seu amigo para o lado.
— Ok... Então faz um pra mim também...
Küster abanou a cabeça positivamente e começou a preparar a comida. Hora esqueceu da água, hora esqueceu do caldo e ainda estava todo desligado. Kotaka, após ver a cena e conhecendo seu amigo há muito tempo, teve certeza de que havia algo errado. Deixou de se encostar na geladeira e parou ao lado do amigo, que estava olhando para a panela no fogão, encostado na pia.
— Maicon... O q ta pegando?
Parando de olhar para a panela, Küster voltou sua atenção a Kotaka.
— Que? Nada não, mano. É coisa da tua cabeça.
— Cara, eu te conheço, sei que ta acontecendo alguma coisa. Não custa nada falar, velho! Sou teu amigo tô aqui pra te ajudar. — Flávio disse visivelmente preocupado.
— Não sei, não... Porque eu sempre zoei, de boa, claro, com esse assunto e agora... agora eu... — Maicon parou de falar no meio da frase e fez uma cara envergonhada ao amigo.
— Tu o que, Maicon?? Velho, confia em mim.
"Ah, que se foda", Küster pensou e após isso, pegou na mão de Kotaka e sentaram-se os dois no sofá, um de frente para o outro. Maicon adotou uma expressão mais séria e Flávio na mesma hora estranhou a postura repentina do amigo.
— Kotaka, a gente já se conhece há um tempão, ne?
— Sim, Maicon, há muito tempo... Mas... — Flávio foi interrompido.
— E tu é muito meu amigo, ne, velho?
— Sim... Mas porq~
— Então... Eu...
— Mano, fala, velho! Pode confiar! — Kotaka falou já ansioso e com... um certo brilho nos olhos?
— Porra, Kotaka eu gosto de você! — Küster praticamente gritou a declaração, estava envergonhado, mas mesmo assim, não desviou nem por um momento seus olhos dos de Flávio. Flávio, esse, que ficou com uma expressão indecifrável, seria alegria? Repulsa? Estranheza? Isso era o que fazia os segundos para Maicon parecerem horas.
— Ô, mano, agora que eu falei tu não vai falar nada? Pode falar você ta me achando um boiolão, ne?
Kotaka ainda tentava assimilar tudo, então nem prestou atenção nessa última pergunta. Também não conseguia desviar o olhar do amigo.
— Porra, mano, caralho, que merda. — Maicon estava notavelmente arrependido por ter se declarado.
— Cadê a câmera? — Kotaka, enfim, se pronunciou e perguntou um pouco desconfiado.
— Câmera? Câmera, mano?! Porra, velho, eu tô falando sério! Mas se você não quiser nada além, não posso te impedir. É só você me chamar de tremendo boiola que eu volto a fazer o miojo e a gente finge que isso nunca aconteceu, beleza?
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