🐥Jimin: 18 years
🐰Jungkook: 17 years
Tokki Chocky era o nome do monstrinho criado por Jimin durante a aula de química, cerca de um ano após sua saída do Clube dos Yeosut e a criatura definitivamente não era uma das mais assustadoras, tampouco o mais intimidador presente na lista do garotinho de cabelos alaranjados. Tokki era uma criatura pequenina cujo estatura se aproximava da de Manggo, sendo razoavelmente mais alto devido ao par de orelhas rosadas que acompanham seu pelo, assim como havia uma cauda curta que poderia ser confundida com um pompom de tão redondinha e felpuda. E mesmo que fossem monstros criados por Jimin, Tokki e Manggo se detestavam e era quase impossível evitar que o monstrinho que se parecia com uma manga tentasse arrancar as orelhinhas de Tokki, enquanto esse tentava lhe morder todas as vezes que se encontravam. Chocky não tinha uma aparência medonha, era adoravelmente bonito e como isso irritava o outro, que se sentia enciumado pelo fato dele se parecer com um coelho, enquanto ele tinha um estranho formato circular e se parecia com uma fruta, mas gostava de saber que seu cheiro de manga era bem melhor do que o odor daquele coelho fajuto que para finalizar tinha um par de olhos negros que remetiam as jabuticabas de Jungkook e mancha escura em volta de seus olhos lhe davam um charme peculiar em meio a tanto rosa. Diferente de Manggo que não tinha grandes segredos além de sua bizarra habilidade de espirrar acido quando se sentia ameaçado, Tokki era relativamente mais poderoso, visto que além de triplicar seu tamanho juntamente com sua força, acabava se tornando uma criatura mais destrutiva em sua versão de ataque.
Nos quadrinhos de Jimin as criaturas eram rivais pelos seus devidos papeis na historia, pois enquanto Manggo era escudeiro do Doutor Orange, Tokki era um atrapalhado capanga do vilão, mas houve um tempo em que os monstrinhos tinham uma amizade turbulenta que foi facilmente destruída após a traição de Chocky, que além de raptar Manggo, o fez se tornar prisoneiro e espião do temido.
Os universos do monstros eram interligados, todos faziam parte da mesma história e apenas viviam em zonas temporais diferentes. No entanto, assim como nos filmes de ficção, havia uma fenda que conectava todos os universos em um só e isso foi descoberto pelo vilão que atravessou uma das fendas que o levaram para a casa de Jimin, onde futuramente ele conseguiria chegar ao mundo real após um descuido de Jihyun, que ao libertar Manggo acabou abrindo uma brecha entre as fendas que conseqüentemente libertou o pesadelo de Jimin.
E agora ele também se tornaria o pesadelo de Jungkook, ele só não estava esperando que seu tormento fosse apenas um reflexo que se fosse quebrado jamais lhe daria sete anos de azar.
"Quem combate monstruosidades deve cuidar para que não se torne um monstro. E se você olhar longamente para um abismo, o abismo também olha para dentro de você."
Jungkook se considerou um tremendo tolo por se lembrar daquela frase de Nietzsche que Namjoon tanto gostava e costumava dizer para si antes dele ir ingressar na sua vida adulta e enquanto ele segurava aquele livro pensou sobre o que cada um dos meninos faria naquela situação. Yoongi possivelmente largaria o livro onde encontrou e tentaria chamar as autoridades, mas naquela altura do campeonato ele não tinha essa opção, pois poderia ter sido considerado um lunático por dizer que monstros criados pelo seu vizinho estavam lhe atacando no decair da noite. Hoseok naquela situação não iria fazer nada além de gritar histericamente como a personagem loira gostosona, talvez iria ficar perdido como Scooby Doo e Salsicha e uma hora ou outra isso iria ajudá-lo a sair da encrenca, porém Jeon não tinha mais tempo para agir de modo histérico, embora gritar fosse sua primeira alternativa mas assim como seu choro que entalado se calava em sua garganta, a vontade de berrar aos quatros vento teria o mesmo fim. Namjoon iria ser o mais sensato e tentaria manter o bando calmo, enquanto o papel de esquematizador ficaria com Jin, que com toda certeza iria ter um plano promissor para tirá-los de lá e por fim, viria Taehyung que iria se sacrificar para ajudar os demais, mesmo que isso significasse que ele ficaria para um segundo salvamento.
Então era isso, Jungkook deveria unir todos seus pensamentos e tentar de alguma forma sair daquela casa antes que o monstro os encontrassem.
Jeon fechou os olhos por alguns instantes e passou a ver tudo como se fosse uma criança novamente, pois o breu em sua frente lhe causava arrepios imprudentes, assim como sempre pareceu besteira temer um monstro debaixo de sua cama, mas desde que Jimin havia transformado sua vida em um grotesco cenário de filme de terror, talvez o barulho dentro do armário de repente se tornasse algo preocupante e ele sabia que os sons no andar de baixo não eram seus pais. Não havia mais espaços para sonhos, lhe restavam os pesadelos com monstros que ele não sabia como haviam se tornado reais e se olhasse para o lado veria que havia um deles consigo, aquele que tinha sido criado para lhe infernizar agora contava com sua ajuda para defende-lo e Manggo não se esforçava para fingir valentia, se estremecia a cada ruídos que a madeira fazia devido aos seus passos e como sabia de quem se tratava, ele apenas desejava que não fosse ferido e quando um barulho de passos se tornou evidente abaixo deles, Jungkook se perguntou se aquele era seu abismo lhe encarando e fosse era terrivelmente assustador.
"— Eu não sei como te dizer isso, mas nossa única saída é a escada que leva para o andar de baixo, assim como é a único meio para ele subir aqui." Jeon disse em um tom baixo, não queria que o monstro descobrisse onde estavam e após sua fala direcionou a luz da lanterna para a face do monstrinho, que agora escondia seu rosto da luz forte mas era possível ver as lágrimas alaranjadas deslizando sobre as bochechas robustas e a expressão de pavor tomava conta do rosto.
"— Manggo não gosta da ideia de enfrentar ele... " A criatura sussurrou. Manggo sentia que ele estava próximo, seu corpo inteiro se arrepiava só de sentir a fragrância de terra molhada, mas sabia que ele não irá atacá-lo se estivesse protegido e se quem ele temia estivesse junto a criatura suas chances eram nulas, enquanto as chances de Jungkook ser ferido apenas aumentavam. "— Guk não sabe como ele poder ser malvado." Manggo finalizou aflito.
A criação de Manggo era justamente para proteger e ajudar o herói em todas as situações e o monstrinho não iria fugir das suas obrigações, mesmo que seu protegido naquela altura do campeonato não fosse mais Jimin.
Manggo se sacrificaria para salvar Jungkook e isso estava totalmente fora do roteiro da historia, cujo o final mudava a cada decisão errada dos demais personagens.
E talvez a futura decisão de Jungkook poderia traçar uma nova linha.
"— Você tem razão, mas se a gente ficar aqui pode ser pior para nós dois!" Jeon concordou balançando a cabeça brevemente, mas sua atenção foi rapidamente para o andar de baixo que da sua localização entre o banheiro e a escada lhe permitia ver de relance a sala de estar e sua respiração desregulou no instante que ele viu a sombra.
O garoto não conseguia ver nada além de uma silhueta grande, mas os sons que mais se pareciam com rosnados não o faziam querer ver a face de quem os procurava.
"— Ei, o que você está fazendo?" Indagou ao monstrinho ao vê-lo cruzar o corredor, se aproximando da janela que se localizava no final dele.
"— Manggo gosta muito do mundo de Guk, pois a noite tem estrelas e eu nunca tinha visto." A criatura explicou enquanto olhava para o céu que naquela noite estava belo e possivelmente poderia ser apreciado por eles se não estivessem naquela situação que os colocavam em perigo. "— Chimmy dizia que elas brilhavam como a lua, mas não entendo o porque ele não as fez como no mundo de Guk.."
Jungkook olhou pela última vez para o andar de baixo, não conseguia mais ver a silhueta incomum, mesmo que ainda sentisse o odor da criatura não era como se pudesse o ver e era exatamente isso que o monstro queria.
Tokki já tinha os vistos e agora esperaria o próxima passo deles para efetuar sua missão, dado que naquela noite não era Jungkook que o monstro deseja ter em suas garras.
"— Você nunca viu as estrelas?" Jungkook engatinhou sorrateiramente até o monstrinho, direcionando seu olhar para o céu estrelado e embora isso soasse insano, naquele momento ele sentiu uma paz estranha, mas naquele momento de pura tensão tinha lhe servido de passatempo.
"— Como no mundo de Guk não... Manggo sabe que no mundo de Guk as coisas são mais bonitas, assim como nesse mundo Guk é mais legal." Comentou virando lentamente sua cabeça para a direção do outro, que apesar da pouca luz lhe encarava também e sorriu em agradecimento.
"— Manggo qual é a possibilidade de um eu existir no seu mundo?" Jeon questionou baixinho, dado que aquela era uma curiosidade que já havia roubado seu sono algumas noites anteriores, pois assim como Jimin criou monstros para o aterrorizar, as probabilidades dele ter criado uma versão sua lhe causava arrepios inesperados.
"— Guk existe e Manggo não quer que você o encontre. No mundo de Manggo tem todos vocês e assim como Guk tem uma versão melhor aqui, tem gente que é tão ruim lá como é por aqui." Manggo respondeu lançando um olhar entristecido para o garoto ao seu lado, que por alguns instantes sustentou o olhar e o seu era questionador, mas preferiu se calar já que sabia que o monstrinho não lhe daria grandes informações.
"— Eu acabei de ter uma ideia!" Jeon exclamou esperançoso ao abrir lentamente a janela, conferindo a escada para ver se o ruído da madeira raspando uma na outra não havia alertado a criatura no andar de baixo que permanecia silenciosa. "— Ficar conversando aqui não irá nos ajudar em nada, mas você fica parado na janela me deu uma ideia e eu não sei quanto tempo a gente tem e esse silêncio de merda que esse bicho faz me da medo!" Resmungou apreensivo.
Jungkook agiu rápido enquanto engatinhava até o banheiro, onde tentou abrir a porta fazendo o menor ruido possível e assim que conseguiu efetuar o ato, procurou as cegas os lencois e toalhas que poderiam haver pelo comodo, cuidando ao abrir as gavetas para não alertar a criatura, que agora já se movimentava e os sons de objetos quebrando e panelas caindo apenas lhe davam tempo.
" — Bem, nos filmes de terro e ação que eu vi é basicamente isso!" Anunciou enquanto amarrava os tecidos uns nos outros, puxando com força para saber se iriam aguentar os pesos dos dois e quando sentiu segurança com os nós que havia feito olhou para Manggo que estava no canto da parede, abraçava suas pernas e choramingava baixinho, não por estar descrente que iriam sair, mas era como se o monstrinho pressentisse que havia algo errado com o modo que o outro monstro presente na casa estava agindo.
Era como se Tokki propositalmente estivesse sendo cruel ao ponto de permitir que eles pensassem estar salvos, quando na verdade iriam cair de bandeja em suas mãos.
" — Agora é só amarrar na cintura e ir descendo pela laterais da casa com cuidado." Jungkook dizia confiante e aquilo despertava uma certa esperança no monstrinho, que agora se aproximava da janela para conferir a distancia entre a janela e o gramado que ficava nas laterais do terreno.
"— Manggo tem medo de altura." Murmurou ansiado colocando sua mão sobre o peito, sentindo seus próprios batimentos cardíacos. "— Guk desce primeiro!" Manggo decretou cruzando os braços na altura do peito, torcendo os lábios pequenos após o ato infantil.
"— Eu não vou deixar você aqui enquanto aquilo está aqui dentro." Argumentou tentando amarrar os tecidos no monstrinho que reagiu de imediato, bateu nas mãos de Jeon e tentando a todo custo lhe impedir de amarrá-lo.
"— Manggo não vai descer!" O monstrinho disse relutante, dando passos para atrás enquanto o outro se aproximava de si, fazendo um sinal de silencio ao colocar seu indicador sobre os lábios finos.
"— Sério cara? Você acha que há tempo para ficar teimando comigo?" Jeon esbravejou puxando a criatura pelo braço, algo totalmente improprio uma vez que seu ato impaciente havia assustado ainda mais a criatura que começou a se debater contra os braços do maior.
"— Manggo se recusa a descer primeiro e se Guk quiser, Guk que desça! Manggo não vai a lugar nenhum!" Gritou agitado, continuando a se debater contra os braços de Jungkook e como não havia sinais que o garoto fosse lhe soltar, Maggou passou a arranha-lo com força e as perfurações mesmo que fosse superficiais, haviam machucado o outro que o soltou no mesmo instante que sentiu o incomodo.
"— Guk não vai me deixar cair?" A criatura sussurrou amedrontado, se aproximando do maior apenas para verificar os arranhados que tinha feito na pele dele e seus olhos marejaram ao reparar que tinha o ferido, novamente tinha falhado e aquilo o afetava diretamente. "— Manggo não deveria ferir Guk." Sussurrou afetado, permitindo que um suspiro entristecido escapasse durante o ato.
"— Mas que p-porra!" Jungkook exclamou estranhando a atitude do monstrinho que rapidamente passou sua língua sobre as escoriações e antes que o maior pudesse indagar o que diabos estava acontecendo, ele sentiu a ardência diminuir e a saliva alaranjada da criatura ficar florescente sobre o local em questão.
"— Manggo tem poderes como um herói e não deve ferir as pessoas como um vilão." Sussurrou como se estivesse contando um segredo ao outro que manteve os olhos arregalados.
"— A-a gente precisa ir logo." Jeon alertou ainda perplexo com o que havia acabado de acontecer e por alguns instantes questionou se aquilo era um sonho contínuo e se por ventura fosse, ele tomaria café para permanecer acordado pelo o resto de sua vida quando acabasse.
"— Está firme?" Perguntou a Manggo enquanto puxava os tecidos, verificando se estavam bem presos na cintura delicada do monstrinho que fazia o mesmo com suas mãos pequeninas. "— Eu quero dizer a você que independente do que aconteça depois que a gente conseguir os livros de volta, eu gostei de ter te conhecido e me desculpe por ter te machucado aquela vez..." Disse se permitindo rir da piada sem graça que era toda aquela atmosfera de filme fantasioso.
"— Manggo sente que Guk se despede de manggo, mas manggo não quer ficar longe de Guk." A feição abatida tomou conta do rostinho da criatura, mas Jungkook apertou de leve suas bochechas para faze-lo rir e assim a risadinha infantil do monstrinho se fez presente no comodo.
"— É uma pena que a história não é escrita por nós... Porquê eu te faria meu amigo." Disse baixo, embora já não fazia mais sentido cochichar apos tantos gritos que já haviam dado desde o inicio.
"— Manggo gosta dessa história, pois Guk é um menino bom aqui." Manggo contou com um sorriso sincero nos lábios.
"— Vamos logo com isso." Jeon disse balançando a cabeça, tentando se livrar dos seus pensamentos pois naquele momento ele queria poder dizer a Manggo que eles continuariam amigos, mas a ideia inicial de Jimin era trancafiar todos os monstros em seus respectivos livros, logo o monstrinho simpático teria o mesmo destino dos demais e as chances de se verem quando a poeira baixar era inexistente.
Jungkook só não queria ter se apegado tanto na criatura que estava diante de si e ele até poderia reclamar de todas as vezes que Manggo limpou sua boca suja de geleia em suas camisetas brancas, mas não poderia negar que gostava de ver aqueles olhinhos grandes lhe pedindo para contar uma história ou lhe chamando para jogar jogos ao anoitecer, assim como sentiria falta de acordar pela manhã com seu café comido pela metade.
"Confie em mim, é uma promessa." Foi a ultima frase de Jungkook a Manggo, cerca de dois minutos antes de Tokki captura-lo.
Enquanto descia o monstrinho pela janela, Jungkook agradeceu mentalmente pela criatura ter pouco peso ou aquela estratégia poderia ter contratempo, mas os segundos que sucederam a cena fizeram o garoto ficar aflito, pois Manggo cantava baixinho uma música sobre escalada enquanto era descia bem devagar e mesmo que o outro pedisse para ele ficar em silêncio, o monstrinho parecia estar se divertindo com a situação, se esquecendo totalmente da invulnerabilidade que estavam naquele momento e Jungkook nem ao menos teve tempo de puxá-lo de volta, pois o monstro enorme que atravessou a janela da sala de estar cortou os lençóis levando consigo o monstrinho que nele estava preso.
Tokki estava em sua forma de ataque, sendo três vezes seu tamanho original e isso lhe dava habilidade além da força triplicada, o monstro ficava mais inteligente e estrategista. Chocky estava esperando por um descuido de ambos para raptar Manggo, pois sua missão era apenas capturar e devolver a criatura ao temido, que insatisfeito com ele o queria de volta e mesmo que a outra criatura soubesse dos maus tratos que Manggo sofreria, ele não tinha escolha.
Tokki sempre obedecia aquele que ele também temia.
E agora a ordem era capturar Manggo e ele a executaria perfeitamente.
Então assim que viu o monstrinho do lado de fora da janela, soube que aquele era o momento de agir e finalizar seu trabalho.
Manggo novamente seria traído por Chocky e isto estava longe de acabar.
"— MANGGO!" Gritou assustado ao ver a criatura atravessar a janela, estilhaçando todo vidro juntamente com parte da parede que não resistiu ao ataque e ele pulou contra os tecidos que rapidamente foram sendo puxando para o chão, mas a velocidade que foram puxados fizeram os lençóis escorregarem pelas mãos do garoto, queimando sua palma e isso o fez largar. Jeon trancou a respiração, permanecia imóvel e não conseguia parar de tremer, apenas escorregou suas costas pela a parede e chorou, todas as lágrimas que ele havia soterrado desde a primeira vez que desejou chorar de frustração pelos últimos acontecimentos de sua vida.
E nada havia lhe ferido mais do que perceber que havia falhado com sua promessa.
Jungkook não pode o salvar.
(...)
Após seu último período, Jimin havia passado o restante do dia ao lado de Seulgi, que tentava de todas as maneiras fazer o de cabelos tingidos aprender as matérias novas e continuações das antigas que ele havia perdido após suas faltas inesperadas. A garota tentava arrancar dele uma justificativa plausível para sua ausência na escola, dado que era inteligente o suficiente para saber que Park jamais faltaria por crises de enxaqueca, as quais ele nunca havia reclamado antes e possivelmente nem tinha a doença citada e mesmo que insatisfeita com as desculpas esfarrapadas do melhor amigo, preferiu deixá-lo para não causar mais motivos para distância-lo de si. Kang havia notado os olhares que o mais velho lançou para Jungkook durante a aula de história, era como se ele esperasse que o outro retribuisse ou ao menos lhe pagasse o encarando para iniciar um diálogo, assim como ela também tinha percebido que Jeon também esteve inquieto durante a aula de artes e que embora olhasse de canto de olho para Park, não era capaz de sustentar o olhar por muito tempo e está situação permaneceu até o final dos períodos.
Seulgi se questionava os motivos para os dois alimentarem aquela relação tão distorcida, eram teoricamente amigos na infância e agora eram como desconhecido que as vezes eram incentivados a jantaram junto quando seus pais confraternizavam, mas inimigos não eram uma palavra que se encaixava na relação deles, mesmo com Jimin reforçando que odiava seu vizinho.
"— O há entre você e Jungkook?" Kang indagou enquanto folhava o livro de matemática, fingindo que os números e fórmulas eram mais atraente que retribuir o olhar carregado de duvidas que o melhor amiga lançava para si.
"— C-como assim?" Jimin questionou com uma expressão de surpresa, pois mais cedo havia sido bombardeado com perguntas sobre Jungkook e agora novamente ela estava lhe questionando sobre ele como se ele já não tivesse respondido antes.
"— Tem algo rolando entre vocês e eu só não consigo entender o porquê isso está afetando tanto vocês!" Seulgi o confrontou, cansando uma onda de tensão entre eles e era notório a maneira que Park parecia incomodado com a situação.
"— Não tem nada rolando e eu já disse isso a você mais cedo." O de cabelos tingidos reforçou sua resposta, enquanto tentava não aparentar nervosismo que seria rapidamente notado pela garota que parecia atenta em cada uma de suas reações.
"— Jimin, eu sei que eu deveria confiar em você, mas não consigo quando você mente para mim a todo momento." Desabafou entristecida. "— Eu te conheço o suficiente para saber que está mentindo para mim e nenhuma das suas justificativas fazem sentido! Você está estranho há dias, vem se distanciando de mim e ao mesmo tempo participa de uma reunião com seus antigos amigos, sendo que você anteriormente havia me falado que odiava Jungkook e que não fazia mais questão de ver seus Hyungs... Então porquê você o olha tanto? É como se vocês realmente tivessem um segredo e eu fosse a idiota que tenta descobrir tudo pegando as coisas que vocês deixam escapar!" Seulgi dizia chateada pela exclusão que ela acreditava existir e definitivamente era o que estava acontecendo, mas Jimin apenas não queria que a garota fosse ferida no processo e seu medo se intensificava em relação a Jungkook.
Jimin jamais queria que aquele garoto se ferisse por culpa sua, embora soubesse que haviam feridas que ele já havia feito e agora não haviam band-aids que cobrisse o machucado, muito menos medicações que curassem corações partidos.
"— Eu não sei o que dizer a você..." Disse baixo, desviando seu olhar da garota em sua frente que bufou frustrada com a resposta vazia do amigo. "— É complicado o que está acontecendo e sinto que quanto menos gente souber, é melhor." Park disse tentando ao máximo fazer a mais nova entender que ele não poderia lhe dizer nada além de soluções vagas para seus questionamentos.
"— Se está com problemas você deveria pedir ajuda a droga da sua melhor amiga!" Seulgi esbravejou enquanto fechava o livro com rancor e lançava o objeto contra o chão, se levantando da cama e indo em direção a penteadeira, onde permaneceu de costas para o melhor amigo colocando suas mãos sobre o móvel de madeira.
" — Mas se nem eu sei o que está acontecendo, como é que vou pedir ajuda? Os últimos dias estão sendo confusos demais e eu estou aqui, rindo e fazendo coisas com você enquanto tudo não estão bem e pessoas estão em risco nesse exato momento! Mas eu sou bom em fingir que nada está me atingido enquanto eu queimo por dentro porque eu aprendi isso... Eu aprendi a fugir dos meus problemas porque escolher o que é certo é bem mais fácil do que fazer o que eu realmente quero." Jimin disse incrivelmente baixo, havia escapado de seus lábios a lamuria que mais lhe serviria de desabafo sobre o que estava acontecendo. Haviam demônios maiores dos que ele havia criado, nem mesmo o mais temido deles era tão amedrontador cujo aquele que Park temeu sua infância inteira. "— Então não me diga sobre problemas, quando você nem se quer sabe quais são os meus."
Como ele poderia dizer a sua melhor amiga que ele temia sua mãe, assim como temia que ela descobrisse seus sentimentos imorais pelo vizinho e acima de tudo, como ele poderia lhe dizer que tinha criado monstros e que agora eles haviam se tornado reais.
Jimin não havia apenas transformado a vida de Jungkook em um filme de terror, como também tinha feito a sua se transformar em uma continuação.
"— Você não me entenderia e possivelmente iria agir como ela, então eu não tenho ninguém no final das contas." Disse com os olhos marejados em razão de saber que não era exclusivamente sobre seus monstros e medos que Jimin tinha que lutar, haviam seus próprios vilões que lhe faziam perder a cabeça e aos poucos lhe tomavam para si.
A verdade era que Jimin havia se tornado o vilão de sua própria historia e isso iria além dos manhwas que tinha criado.
"— Jimin... Me deixa te ajudar..." Seulgi se aproximou do melhor amigo, se abaixou para ficar na altura que ele estava sentado e com suas mãos delicadas, retirou o rosto dele de entre suas próprias mãos e lhe encarou por alguns segundos.
Jimin tinha um rosto belo e isso a garota jamais poderia negar, mas era desesperador vê-lo tão frágil como ele estava diante de si.
"— Você não entenderia..." Sussurrou permitindo que as lágrimas escapassem após sua fala.
"— Então me faça te entender..." Kang encostou sua testa contra a do outro, deixando que suas respirações se misturassem e aquilo causava um alerta, pois o corpo de Park não reagia a Seulgi da maneira que ela gostaria, já que suas mãos não tremia quado ela as tocava com as suas, assim como seu coração não havia disparado quando a proximidade entre eles diminuía. "— Por favor, Jimin... Você é muito importante para mim!" Ela sussurrou segurando seu rosto e lentamente o trazia para perto do seu, mas de nada adiantava já que unica tensão que Jimin sentia era pela amiga estar passando dos limites.
" — Seulgi o q-que está fazendo?" Park questionou estranhando a aproximação da mais nova, que agora mantinha suas mãos em seu rosto e acariciava eles lentamente, não havia tentando aproximar mais em virtude de esperar pela atitude do outro, mas ela jamais viria. "— Eu não enxergo você assim..." Jimin alegou retirando as mãos da mais nova de seu rosto e embora soava fria sua ação, ele sabia que havia feito o melhor para os dois.
"— Me desculpe, e-eu não sei..." Seulgi se levantou rapidamente, estava constrangida e suas bochechas rosadas lhe denunciavam e a falta de ter o que dizer ou ao menos o que se justificar a deixavam ainda mais envergonhada. "— Vai embora, Jimin." Kang pediu enquanto se aproximando da porta, abrindo devagar e fazendo um sinal com a cabeça para melhor amigo sair.
"— Você não acha que a gente deveria conversar?" Park tentou fazer a garota mudar de ideia, mas a risada amarga que Seulgi soltou após sua pergunta indicavam que ela não estava preparada para falar sobre aquele assunto. "— Assim que estiver preparada para falar sobre, você sabe que a gente pode, não é?"
"— Assim como há coisas que você não me conta, eu também não quero lhe contar sobre isso." Disse amena. "— Só... Só vai embora... " Seulgi suplicou.
Os pais de Seulgi questionaram a saída de Jimin assim que perceberam a presença do garoto na sala, assim como sua mãe estranhou a ligação do filho antes mesmo do horário que haviam combinado para ela ir buscá-lo na casa da amiga. Dahyun parecia nervosa ao atender a ligação e Jimin percebeu a tensão que a mãe estava ao atende-lo, logo sua voz era tremula e ela havia demonstrado um alivio instantâneo ao perceber que era ele quem estava do outro lado da linha. A casa de Seulgi ficava dez quadras da sua, cujo caminho de carro demorava menos de quinze minutos para efetuar e Dahyun sendo uma ótima motorista havia chegado na casa da garota em sete minutos, mas antes de levar Jimin de volta para a casa conversou rapidamente com a mãe de Kang, que como sempre reforçava o quanto gostava de seu primogênito, tal como afirmava que um dia eles iram terminar na igreja e Park sentia calafrios só de se imaginar casando.
"— Há algo que eu quero que você saiba." Dahyun iniciou o diálogo com o filho enquanto encostava o carro. "— Desde aquela noite em que aconteceu o ataque na casa de Minwoo, oficiais da justiça costumam ligar atrás de você e antes que me questione por ter omitido isso, saiba que eu não acho que você tenha feito algo e Minwoo mesmo disse ter visto uma criatura, então não há motivos para você ir depor." Disse convicta, impedido qualquer chances de Jimin de retruca-la antes de bombardea-lo com suas próprias explicações.
"— Mas, mãe... eu ainda sou considerado um suspeito, mesmo que a senhora não enxergue desta forma." O de cabelos tingidos respondeu ameno, rolando os olhos devido a exaustão que o assunto abordado lhe dava.
"— Sinceramente? Eu nem sei o motivo para haver inquérito, está na cara que aquilo é uma brincadeira boba de adolescentes." Dahyun argumentou incomodada, pois em seu ponto de vista não era como se Jungkook fosse ingênuo e se um grupo de adolescentes estivesse por trás dos ataques, alguma coisa o garoto havia feito para causar o rebuliço, então ela queria que eles resolvessem o problema sem afetar seu filho. "— É como eu digo ao seu pai: Desde que Joohyun deixou Minwoo sozinho com o garotinho, acho que ele anda negligenciando a criação daquele garoto e por isso coisas assim acontecem o tempo todo naquela família." Comentou amarga, fazendo caretas ao citar o nome do vizinho.
Até poderia soar insano, mas Dahyun ficava enciumada com a amizade do marido com Minwoo.
"— Você costuma a falar sobre divorcio como se a senhora e o papai nunca fosse passar por algo do tipo." Jimin retrucou de imediato, causando o estranhamento de sua mãe que franziu o cenho após ouvir a resposta grosseira do filho.
"— E não iremos!" Contrapôs com indignação."— Siwon me ama desde que tínhamos vinte anos e dificilmente teria outra prioridade ao ponto de me largar por ela." Dahyun reforçou de modo convencido, já que para ela não era como se um dia Siwon fosse deixá-la por outra mulher ou até mesmo por deixar de amá-la. Dahyun acreditava que o amor de Siwon era eterno e ninguém poderia julgá-la por isso, mas embora fosse duradouro como ela alegava não era como se fosse indestrutível e ultimamente as discussões que eles haviam tendo por Jimin de certa forma abalavam o casal.
E Siwon muitas vezes se questionou sobre levar a relação a diante, mas ele tinha um enorme fé que a mulher melhorasse.
"— Você jamais amou, então não é como se fosse entender o que eu e seu pai sentimos um pelo o outro, mas espero que um dia você conheça e cultive um amor assim." Acrescentou com superioridade e o primogênito se permitiu rir da piada ruim que era toda aquela cena que sua mãe fazia questão de efetuar.
"— Você não me permitiu amar." Jimin estava tão atordoado que não sentiu o peso de suas palavras, que mais tinham sido um breve momento de honestidade com sua mãe que agora o encarava sem entender.
" — O que disse?" A coreana indagou incrédula. Dahyun tinha escutado perfeitamente as palavras do filho mais velho, apenas não sabia do que ele realmente se referia.
"— Nada." Park murmurou indiferente, direcionando seu olhar para a rua e Dahyun chegou a pensar que deveria confrontar a atitude desrespeitosa dele, mas preferiu ficar em silêncio e dar a partida no carro novamente.
"— Sabe, eu gosto muito da sua amizade com a Seulgi." Disse enquanto retirava o carro do acostamento, lançando um breve olhar para o filho que lhe encarou por alguns instantes antes de deixar uma risada nasal escapar, visto que para o de cabelos tingidos nada era mais irritante que a insistência de sua mãe em relação a um possível affair entre ele e Seulgi.
"— Você gosta dela porque ela é filha do seu chefe!" Park ressaltou sarcástico, erguendo uma de suas sobrancelhas para sua mãe como se aquilo fosse obvio.
"— Bem, isso é o de menos na verdade... De todo o modo, eu gosto porque que é uma moça muito bonita, simpática e tem tudo para ser uma boa esposa." A coreana explicou com uma expressão satisfeita, usando rapidamente o retrovisor para ajeitar as madeixas rebeldes que ficavam em seu rosto delineado.
Jimin sabia que jamais teria que pedir aprovação de Dahyun caso se interessasse por Seulgi, que além de vir de uma família influente era bela e do sexo feminino.
Afinal, ser do sexo feminino talvez fosse o que mais importasse para a mais velha e saber disso era o que mais assustava Jimin.
"— E a melhor parte é que ela é doidinha por você! Lembro que quando levei você para brincar com ela, quando ela me encontrava na empresa costumava perguntar como estava o noivo dela. " Continuou a dizer, livrando o de cabelos tingidos de todos seus pensamentos e Jimin se virou para encarar sua mãe, que enquanto lhe dizia sobre o quanto ficaria feliz de te-la na família, abusava das indiretas sobre ele leva-lá no baile de outono.
"— Mãe, qual é o real motivo para você quer tanto essa relação?" Questionou demonstrando curiosidade, fazendo a mulher lançar um olhar significativo para si.
"— A felicidade do meu primogênito sem qualquer vestígio de promiscuidade." Dahyun respondeu fria, direcionado seu olhar para a estrada e aquela havia sido sua estratégia para finalizar o assunto, mas o silencioso constrangedor tinha aparecido de surpresa e com ele havia se estabelecido uma tensão entre os dois.
"— E o que a senhora quer dizer com promiscuidade?" Jimin indagou enquanto brincava com o porta luvas, abrindo e fechando o repartimento enquanto ansioso aguardava a resposta da outra.
"— Você sabe muito bem." Era nítido que Dahyun ficava nervosa com aquele assunto e suas mãos pressionando fortemente o volante do carro apenas confirmavam a teoria de que ela perdia totalmente o controle em relação a possível orientação do filho não ser a que ela desejava. " — Aquele garoto... Argh! Jimin você sabe que eu não..." Esbravejou ao frear o carro bruscamente, estava trêmula e agora olhava para o filho no banco do passageiro, esse por sua vez lhe encarava assustado. "— A gente encerrou essa conversa há sete anos atrás e eu não acho que você realmente queira trazer a tona algo que já enterramos, não é garotinho?" Sussurrou descompensada, soltando um suspiro de alívio ao ver Jimin balançar a cabeça positivamente.
"— Me desculpe se eu assustei você com minha última reação, mas eu não gosto quando esse assunto é trago a tona... Eu sei que você não faz por mal, assim como eu sei que você entende e acredita ser certo o que sua mãe lhe diz, mas Jimin você precisa parar de se questionar tanto. Há coisas que não tem um porquê ou uma resposta, apenas são como são e você deveria parar de buscar uma nova resposta. Não é como se fosse encontrar algo que justifique esse tipo de atitude." Disse enquanto fechava os olhos, encostando suas costas no banco e por alguns instantes franziu o cenho."— Crianças crescem e nós pais não podemos fazer nada referente a isso, mas eu gosto de pensar que você sempre será meu garotinho e nunca faria nada que fosse me decepcionar. É por isso que eu amo muito você, Jimin." Finalizou ao abrir os olhos que desta vez estavam marejados e ela sorriu fraco para Park, que lhe abraçou desajeitado.
"— Eu também amo você, mãe." Sussurrou no ouvido da mais velha que em resposta a sua frase apenas lhe abraçou mais forte.
"Mas eu queria poder falar para você sobre o que eu venho sentindo..." Ele completou mentalmente, novamente deixaria que aquela fala fosse engavetada junto com o restante de seus últimos questionamentos.
Dahyun optou pelo caminho mais longo até sua residencia, passando propositalmente pela cafeteria do bairro onde consequentemente trabalhava Hoseok, embora fosse somente três vezes por semana que o garoto ficava até o fechamento, recententemente ele havia pedido ao seu chefe, senhor Wang, para ficar o restante da semana até o ultimo horário de atendimento, pois no próximo ano ele tentaria ir para uma faculdade e precisaria de uma boa economia para se manter no curso desejado.
Jimin não havia falado com o antigo amigo desde a noite no ginásio, visto que todos haviam fingido que não havia acontecido nada e os únicos que ainda sofriam com o ocorrido eram os dois pivôs da tragedia. A verdade era que nenhum dos garotos realmente havia entendido o ocorrido naquela noite e era como se todos estivessem presos no pesadelo de Jimin e Jungkook, então como Jeon também estava perdido em meio a tantas descobertas, não havia outra fonte de respostas para os mais velhos buscarem conclusões e então eles preferiam fingir que nada havia acontecido aquela noite.
"— Jimin!" Hoseok disse surpreso ao ver o de cabelos tingidos, pois todos os garotos sabiam que desde que Jung começou a trabalhar na cafeteira, Jimin preferia ir a cafeteira dentro do campus, cujo o café era ruim e amargo, mas era melhor do que precisar trombar com Hoseok todos os dias.
"— Oi, Hoseok." Jimin disse sem graça, coçando a nuca durante o ato.
"— Ah! Senhorita Dahyun, os anos apenas lhe deixam mais bela." O garoto dos cabelos recém tingidos de vermelho disse sorrindo, algo que fez a mãe de Jimin sorrir envergonhada e esticar sua mão para o adolescente beijar educadamente.
"— Oh, rapazinho... Você me deixa sem graça." Dahyun disse abobada, colocando suas mãos no rosto para tentar esconder o vermelhidão de suas bochechas.
"— Eu queria falar com você rapidinho." Hoseok anunciou sem rodeios, logo pegou o menor pelo braço e saiu o arrastando para fora do estabelecimento, ignorando totalmente a falta de resposta que teve do outro. "— Depois daquela noite no ginásio, a gente conversou sobre que aquilo não poderia sair de lá e que era melhor não envolver nenhum adulto nisso ou até mesmo a polícia, mas de uns dias para cá eu venho ficado preocupado com o Jungkook. Eu não sei até onde você sabe ou até onde é culpa sua ou não, mas a gente deveria tentar se reunir para dar um fim nisso!" Jung despejou as palavras em um breve surto de realidade em que ele não sabia como agir com toda a informação que teve que omitir, apenas soube expor seus últimos pensamentos de uma maneira rápida e desajeitada.
"— Sabe, é comovente a sua preocupação quando claramente vocês só estão preocupados com aquele fedelho.". Jimin respondeu indiferente, estava na defensiva e sua atitude era plausível, já que desde o ocorrido há sete anos atrás, nenhum dos garotos tinha lhe procurado e quando finalmente um deles toma iniciativa de conversar é sobre Jungkook e o perigo que ele sofre. Park já estava em seu limite e as palavras de Hoseok apenas acenderam o pavio que mal tinha vida. "— Diga aos Hyungs que eu cuido disso sozinho, de qualquer forma não é como se eu tivesse pedido ajuda de vocês, mas agradeço a preocupação com o caçula."
"— Está sendo tão injusto..." Jung murmurou com incredulidade, pois sua intenção de tentar ajudar não era apenas referente a Jeon, como também queriam ajudar Jimin e possivelmente aquilo poderia ser um novo começo para eles, mas bastou uma palavra mal interpretada pelo o de cabelos tingidos que ambos já ficavam na defensiva um com o outro.
"— Injusto? Sério? Que palavra descreve vocês nos últimos sete anos? Vocês desapareceram da minha vida e foi como se eu nunca tivesse existido na de vocês, então agora que seu mascote está em perigo os mosqueteiros querem ajudar." Park deu uma risada alta, sobrecarregada de sarcasmo amargo e aquilo havia incomodado Hoseok, que se antes não era um grande fã de discussões agora tinha mudado de ideia.
"— A gente só queria que você entendesse onde errou, mas se passaram sete anos e você ainda busca um culpando enquanto todas as setas apontam para si mesmo." Jung começou a dizer alterando o tom de voz, rapidamente se igualando a Jimin, que fez menção que voltaria para dentro da cafeteira ao dar as costas para o mais velho."— Eu escutei você e agora você vai me escutar, Park Jimin." Disse ao puxá-lo pelo braço, impedido que ele voltasse para dentro do estabelecimento e não era nada amigável a maneira que os dedos longos de Hoseok se prendiam em seu braço. "— Você era só uma criança que criou uma competição ridicula com o garoto novo na cidade por ciumes, mas agora me pergunto o seu motivo para implicar com ele. Já fazem sete anos desde a chegada dele e você continua agindo como um garotinho mimado de dez anos!"
Jimin queria dizer que lágrimas que se prendiam em suas pálpebras eram devido a dor que sentia pelo aperto no braço, mas era evidente que as palavras do mais velho haviam lhe atingido em cheio e este era o maior problema do garoto.
Park gostava de trazer a tona o passado, contanto que este mesmo passado não fosse jogado contra si.
"— Não quero bater boca com você sobre o que ou o que não é, apenas quero que um dia você perceba que tudo o que está acontecendo foi você que causou para si mesmo." Jung finalizou soltando o braço do mais novo, que pela contrapeso que fazia para se soltar acabou cambaleando para atrás durante a ação.
"— Você tem razão..." Park sussurrou enquanto levava sua mão para o local onde anteriormente Hoseok lhe apertava e o mais velho lhe encarou esperançoso, mas sua expressão fraquejou quando Jimin finalizou: "— É realmente como sempre foi, já que não importa o que eu faça a vitima sempre sera o Jungkook... Então isso me torna o vilão."
"— Vocé é pior do que eu pensava, Jimin." Disse surpreso com a atitude do antigo amigo, que agora estava de costas para si e tentava evitar que as lágrimas caíssem, fechando os olhos com força e prendendo a respiração por breves segundos enquanto cerrava os punhos com ódio.
"— Esqueceu de vomitar mais alguma coisa?" Jimin estava abalado, mas fugiria que não e sua última frase que embora fosse trêmula havia sido a confirmação que Jung precisava para saber que não havia como manter uma conversa com Park sem que acabassem brigando no final."— Se você acabou, deveria ir embora antes que Kang te pegue aqui fora."
" — Jimim... E-eu." Jung tentou se aproximar do outro, que deu um passo para frente como se pedisse para ele se afastar e assim ele fez se reluta."— Eu nunca quis deixar de ser seu amigo, mas suas atitudes só nos afastam ainda mais de você.." Concluiu e Jimin apenas ouviu o barulho das sinetas da porta anunciando que ele já havia ido embora.
Dahyun não questionou o pedido de Jimin para ir embora, ele parecia estar nervoso e seus olhos estavam avermelhados. A coreana apenas pagou pelas mercadorias que comprou e imediatamente se direcionou para o carro com o filho em seu encalço, todavia Dahyun pensou em perguntar a Jimin o que tinha acontecido entre os dois, já que havia percebido a feição irritada de Hoseok ao voltar para dentro da loja, assim como o viu bater com força a porta que levava para os fundos da cafeteria e decidiu que não era o momento para dialogar sobre ao ver o filho com os olhos marejados. O de cabelos tingidos costumava vestir sua armadura toda vez que sentia uma vontade quase incontrolável de chorar, mas ele engolia seco e com toda sua força tentava evitar que as lagrimas caíssem, pois elas demonstrariam toda sua fraqueza e assim ele estaria vulnerável.
Jimin estava derrotado e a palavra vulnerável se tornou insignificante no momento em que ele fraquejou e lagrimas teimosas começaram a escorrer sobre seu rosto.
"— Está tudo bem chorar um pouco." Dahyun dizia visualmente comovida com a tristeza do filho, que apoiou a cabeça em seu ombro permitindo que seu choro se alastrasse e elas apenas fez o seu papel de mãe em conforta-lo com carinhos nas madeixas tingidas.
"— Eu odeio chorar...." Park murmurou cansado, passando as mãos pelo rosto ao se afastar da mãe, que levou suas mãos até o rosto do primogênito e limpou as lagrimas que ainda molduravam seu rosto.
" — Isso não te torna fraco, meu filho, Isso te torna humano."
"— Eu estou cansado disso tudo e eu sei que está longe de acabar..." Jimin disse enquanto tentava conter as lágrimas que corriam sobre suas bochechas rubras. "— Ninguém pode me ajudar e eu nem sei com iniciei essa guerra contra mim mesmo."
O caminho de volta para casa havia se tornado silencioso, Dahyun permanecia preocupada com o filho, mas era incapaz de dizer alguma palavra, já que em seu ponto de vista nenhuma palavra de conforto iria amenizar a situação e como ela não sabia do que Jimin se referia, o silencio havia sido mais acolhedor do que palavras. Os últimos cinco minutos de estrada tinham servido para o de cabelos tingidos se acalmar, agora seu rosto apenas estava avermelhado e seus olhos estavam inchados e ele soube que sua noite seria longa assim que se aproximavam da sua rua, sendo possível ver uma carreira de viaturas fazendo barreira nas proximidades e Dahyun lançou um olhar preocupado para o filho, que havia feito o mesmo consigo e após a liberação de seu carro, seguiram o caminho até sua casa e a tensão apenas aumentou ao repararem que novamente haviam viaturas, assim como uma ambulância parada em frente a casa de Jungkook e todos os moradores estavam em frente as suas casas, comentando entre si o novo ataque que a casa de Minwoo havia sofrido.
Mas nada havia lhe assutado mais do que o enorme buraco na parede da sala de estar.
E Jimin sabia muito bem quem poderia ter feito aquele estrago.
"— Tokki..." Sussurrou para si mesmo enquanto levava a mão na porta, forçando-a para abrir mas soube que ela estava trancada ao ver que o pino estava para baixo. "— Mãe destrava a porta." Park pediu a mais velha que lhe encarava aflita e apenas desligou o carro, travando imediatamente todas as portas do veículo e aquela era a resposta que Jimin não queria.
"— Você enlouqueceu? Acha que vou deixar você sair? Não percebe o que está havendo? Eles vão ir atrás de você na hora!" Dahyun dizia apreensiva e antes que pudesse justificar sua reação, Jimin já tinha lhe arrancado a chave do carro e imediatamente destravado a sua porta.
Jimin ignorou totalmente os gritos da sua mãe que enquanto ele corria pela rua, ela lhe pedia para voltar e ele nem ao menos se importou com os policiais e moradoras curiosos que molduravam o caminho até a casa do vizinho.
"— Ei rapazinho você não pode entrar ai é uma cena de crime." O policial alertou assim que notou a presença do garoto no gramado, fazendo sinais com suas mãos enquanto tentava dizer a Park que ele não tinha autorização para entrar na casa, mas havia sido em vão a tentativa do homem de meia idade, já que durante um descuido dele ao falar pelo radio com um colega, Jimin se aproveitou da situação, invadindo a casa de Jungkook.
"— JUNGKOOK? JUNGKOOK?" O de cabelos tingidos chamava pelo mais novo enquanto corria pela casa, desviando das fitas amarelas que faziam a casa se parecer uma cama de gato e ele se desesperou ao perceber que o policial estava atrás de si, então correu pelas escadas até chegar no quarto de Jungkook e ele finalmente pode respirar aliviado ao ver o garoto sentado na cama enquanto uma enfermeira verificava sua pressão.
Jungkook se assustou com os passos pesados do mais velho, olhava espantado para porta e possivelmente esperava que fosse um novo ataque, mas se tranquilizou ao ver que se tratava de Jimin e esse estava parado na porta, lhe encarava como se tivesse algo a dizer mas foi interrompido pelo policial que o pegou pelo colarinho, dizendo o quão ferrado o adolescente estava por infringir as regras. Jeon tinha salvado o de cabelos tingidos ao suplicar para a enfermeira que Jimin ficasse consigo, usou sua melhor expressão para convencer a moça de que se sentiria mais seguro com o garoto junto e a enfermeira pediu a guarda que soltasse o pequeno infrator, mas o avisou que assim que ela terminasse o trabalho ambos iriam ser levados para depor.
Jimin acompanhou o restante dos procedimentos que a enfermeira fazia em Jeon, estava calado mas sentia os olhares do mais novo para si e mesmo que não sustentasse por muito tempo, havia palavras que ele desejava dizer a Jungkook e desculpas estava no topo de suas lista de desejos. O de cabelos tingidos conhecia os métodos usados pela medicina para verificar se a vitima estava sofrendo com algum tipo de ataque de panico ou se estava em choque, mas ele tinha ficado atento quando a mulher informou que agora precisaria colocar o estetoscópio para verificar irregularidades na respiração de Jeon e no momento que o movimento da moça rapidamente deixou o abdômen do garoto exposto, foi a vez de Jimin precisar de médicos pois ele sentia seu coração bater freneticamente e Park praguejou a si mesmo por gostar de ver o abdômen magro do outro, mas nada era tão frustrante do que saber que ele ficava daquele modo por causa de outro garoto.
Jimin ficava irritantemente exitado por causa de outro garoto.
"— O que disse a eles?" O de cabelos iniciou um dialogo após a enfermeira se retirar rapidamente do comodo, avisando aos garotos que não demoraria para chegar, mas que preferia que eles ficassem no quarto até sua volta.
"— Sobre o ataque? Eu só disse que estava estudando quando a bomba caseira estourou e eu fui ver mas não tinha mais ninguém lá" Jungkook respondeu enquanto deitava na cama, olhando para o teto e Jimin se aproximou dele, sentando na beirada da cama e eles permaneceram em silencio por alguns minutos. "— Não se preocupe, eu não citei seus monstros" O mais novo disse sarcasticamente ao se erguer, sentando ao lado de Park que agora o encarava, mas preferiu nada a dizer sobre o sarcasmo do outro em virtude de evitar uma nova discussão.
"— Não era você que queria entrar no meu globo de neve, acho que talvez seja melhor entrar na minha bola de neve." A tentativa de Jimin de descontrair havia funcionado, dado que apos ouvir a frase do mais velho, Jungkook inicialmente franziu o cenho por não entender e sucessivamente estava rindo da piada de mal gosto e totalmente inoportuna que o outro tinha feito. "— Perdão, eu sei que essa foi de muito mal gosto, mas confesse que foi uma ótima forma de descontrair." Park se defendeu arrancando mais uma risada de Jeon que lhe deu um leve soco no braço durante o ato.
O momento ternurinha entre os dois adolescentes não durou muitos, posto que um Minwoo enfurecido entrou no quarto reclamando sobre a maneira desrespeitosa que estava sendo tratado em sua própria moradia que após ter sido proibido de entrar em sua casa, tinha inciado uma discussão com o policial que estava na entrada, o mesmo que recentemente tinha tido problemas com Jimin e agora estava iniciando outra desavença com o proprietário da casa. Minwoo tinha tido um dia cansativo no trabalho e embora estivesse em choque pelo novo ataque que sofreu, fez questão de dispersar todos os policiais, repórteres locais e vizinhos curiosos que ficaram rodeando sua casa e o homem alegou que queria apenas uma noite de paz ao lado do seu filho e esperava a colaboração de todos, e que amanha faria o que os inspetores quisessem, assim como prometeu dar entrevista ao jornal do colégio para que a garotada fossem embora.
"— Você está bem, meu filho?" Minwoo indagou preocupado enquanto colocava suas mãos grandes uma de cada lado do rosto de Jungkook, verificando se não havia nenhum machucado que tinha sido despercebido pela profissional. "— Você tem absoluta certeza que está bem?" Perguntou novamente e apenas teve confirmação quando percebeu um sofrido sorriso que Jeon tentou dar enquanto seu pai apertava suas bochechas.
O de cabelos tingidos ficou observando admirado a maneira que Minwoo era dedicado e atencioso com Jungkook, fazendo questão de vê-lo dos pés a cabeça para confirmar que ele tinha saído ileso do ataque e não pode deixar de rir quando o mais velho encheu o filho de beijos pelo rosto.
"— Acho que esse foi o ultimo carro." Minwoo comentou satisfeito ao perceber que o ultimo carro de imprensa se afastava de seu quintal, assim como as viaturas também começavam a evacuar o perímetro e seu olhar foi a encontro de Jimin, que desde sua chegada estava sentado ao lado de Jeon. "— Sua mãe deve estar uma pilha de nervos nesse exato momento." Disse apontando para Park que arregalou os olhos ao se lembrar de Dahyun.
"— É melhor ele ir. " Anunciou Jungkook enquanto o vizinho levantava rápido da cama.
"— Se sua mãe não ligou até agora para o presidente da Coreia vir te buscar, ela possivelmente não ira mais ligar." O mais velho debochou se permitindo rir da situação em que imaginou a vizinha ligando para as autoridades em busca de seu primogênito. "— Eu passei no mercado antes de vir para cá e trouxe coisas para fazer hambúrguer, mas parece que minha cozinha virou uma enorme cena de crime já que tem placas dizendo que tudo que está lá é uma prova de crime... Então teremos que jantar fora hoje."
"— Eu vou aproveitar e ir embora."
"— Jimin, hoje você é meu convidado para jantar com a gente e eu não aceito não como resposta."
O de cabelos tingidos tentou relutar contra a decisão de Minwoo, mas não obteve resultados pois agora estava sentado no banco de trás do carro enquanto aguardava o mais velho ir pedir permissão a sua mãe para leva-lo junto. Jimin e Jungkook pareciam duas crianças que espionavam seus pais, visto que ambos estavam grudados na janela numa tentativa frustrada de ouvir o que Minwoo dialogava com Dahyun, que mesmo que estivesse com o rosto repleto de cosméticos fez questão de ir até a porta e negar qualquer passeio que eles pudessem dar naquela noite, mas Siwon contrariou a esposa ao aparecer na porta e dizer que se fosse a vontade de Jimin, ele estava liberado para descontrair com o amigo. Park presenciou o momento que seus pais iniciaram um discussão sobre o método invalido que era um dizer sim, enquanto o outro dizia não e o resultado não poderia ter sido mais surpreendente.
Siwon agora iria jantar com eles e possivelmente iria dormir com Jihyun, dado que Dahyun havia lhe proibido de dormir ao lado dela naquela noite.
Tanto Siwon quanto Jimin tinha perdido no pedra papel e tesoura, sendo na vez de Siwon o lugar que eles foram jantar e na vez de Park o fliperama que eles iriam jogar até a comida baixar no estomago. Minwoo não conseguia esconder sua felicidade ao ver os dois adolescentes interagindo que durante o jogo de sinuca tinham sido uma dupla e agora o mais velho não sabia se sua alegria era devido aos jovens ou se era pela quantidade de soju que tinha bebido com Siwon, que atirado no sofá dizia a Minwoo sobre o quanto o amava e que o queria para sempre ao seu lado. Jungkook definitivamente era ainda mais fraco para bebidas alcoólicas, visto que em seu segundo copo ele já estava tendo dificuldades para falar e atualmente não conseguia distinguir quais bolinhas eram as suas e de Jimin e quais eram dos outro presente no jogo, mas o de cabelos tingidos era quem melhor condições estava, sendo o menos bêbado em razão de possivelmente ser único capaz de fazer o numero quatro com os pés por mais de quatro segundos sem cair.
"— Eu quero ir no banheiro...." Jungkook dizia com a voz terrivelmente arrastada, seu corpo já parecia desafiar a gravidade pelas vezes que balançava como se fosse cair, mas não era como se ele não estivesse consciente do que estava acontecendo, pois bem que ele queria parar de balançar tanto o corpo, assim como queria parar de puxar tanto as vogais ao falar, mas eram os efeitos do álcool que poucas vezes tinha sido apresentado ao seu organismo.
"— Jimin pode ajudá-lo" Siwon sugeriu contente enquanto virava mais um copo de coquetel, fazendo careta pelo líquido adocicado não ser um dos mais saborosos e o sabor de xarope era predominante.
"— Acho que a gente enlouqueceu que vez, não é? Ou você acha normal a gente aproveitar a noite enquanto tem monstros por aí, pois pode ter um dentro da privada nesse exato momento!" Jeon iniciou uma conversa aleatória com o mais velho enquanto era guiado até o banheiro e pode ouvir uma risada nasal que Jimin soltou durante o breve percurso.
"— Então se cuide enquanto faz xixi." Park alertou assim que chegaram na porta do banheiro, mas diferente da reação que ele esperava de Jungkook, o garoto permaneceu ao seu lado e olhava para a porta do toalete como se estivesse se questionando se era seguro ou não entrar no cômodo."— Não me diga que está com medo de ir no banheiro, isso é realmente sério?"
O de cabelos tingidos resmungou por longos minutos antes de aceitar a proposta de Jeon e entrar com ele no banheiro, entrando em as cabines para mostrar ao mais novo que não havia nada além de portas faltando e dos dois no local.
" — Jimin-ssi..." Jungkook resmungou ao entrar em sua cabine, deixando a porta aberta e direcionado seu olhar para Park, que encostado na pia apenas o observava pelo reflexo do espelho sujo e tentou se privar de sorri ao vê-lo o chamar pelo apelido besta qual ele o chamava na infância.
"— Diga."
"— Não consigo me sentir confortável para fazer xixi em uma cabine sem porta, assim como não é nada legal ter você na minha frente enquanto faço isso." Jeon informou enquanto suas mãos já estavam sobre o cinto, o qual ele fazia menção de abrir antes mesmo do outro efetuar seus pedido." "— Por alguns segundos pensei que você era pervertido e que poderia estar me espionando." Comentou risonho ao reparar que a melhor alternativa que Park encontrou para suas exigências foi tampar seus olhos com suas mãos.
"— Vai se foder seu bêbado!" Jimin xingou ao apertar ainda mais suas mãos contra seus olhos, enquanto atrás de si o mais novo tentava segurar uma risada abobada que escapou segundos depois. "— E para quem já fez coco comigo no banheiro, xixi não é nada!" Disse debochado, algo que fez o mais novo para de rir no mesmo instante.
"— A diferença é que as coisas não tinha o tamanho que tem hoje, se é que voce me entende."
"— Escuta aqui seu fodido!" A contra reação de Jimin havia sido remover suas mãos de seus olhos e antes que pudesse finalizar sua frase ao se virar para atrás tombou com Jungkook, que agora estava em uma mísera distância de si. "
"— Fala." Jeon respondeu rouco, pois assim como a distância lhe causava arrepios por toda sua espinha, ele sabia que Jimin também estava sofrendo com as mesmas reações e agora não havia nada, nem ninguém atrapalhando a conexão que eles tinham.
Era somente o castanho dos olhos de Jeon buscando pelos os de Jimin, que por sua vez estava fazendo o mesmo e aquele era um diálogo quase melodioso em que nenhum deles dizia algo e o brilho no olhar que clamava pelo o do outro eram os únicos a falar.
"— Você ainda faz xixi sentado?" Jimin praticamente sussurrou contra o rosto de Jungkook que se afastou dele, sendo ele o primeiro a fugir da situação que quase havia saído do controle, mas estava satisfeito que não haveria nada a se arrepender ou se lamentar quando acordasse no outro dia.
"— Bêbado talvez eu faça. Ainda tenho consciência que não é todo lugar que tem banheiro para os dois sexos." Jeon respondeu dando de ombros, não dando importância para o diálogo que havia cortado a tensão entre eles e ele tentaria permanecer fingindo que nada tinha acontecido, mas Jimin tinha outro pensamento e ele soube disso quando o silêncio do outro lhe chamou atenção. "— No que você tanto pensa, Jimin?" Jungkook indagou se aproximando novamente do mais velho, que agora ligava a torneira e levava a água até sua nuca, molhando aquela região antes de direcionar seu olhar para o reflexo do mais novo.
Ao erguer o rosto novamente, Jimin tinha o reflexo de Jungkook lhe encarando como se procurasse algum motivo para suas últimas ações e talvez nem para Jimin elas faziam sentido, mas seus pensamentos pareciam estar alinhados perfeitamente para entrar em sintonia com os de Jeon.
E Jimin pensou um instante no que sua mãe tinha lhe dito sobre ele pensar demais e era exatamente o inverso disso que ele fez ao se virar para o mais novo.
Assim como sua atitude de beijar Jungkook naquele banheiro havia sido totalmente improvisada.
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